Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
AGRAVO INTERNO
1.1. Conceito: O agravo interno é o recurso cabível contra as decisões unipessoais proferidas
em tribunal, sejam elas proferidas pelo relator, sejam elas proferidas por Presidente ou Vice-
Presidente do tribunal.
1.3. Cabimento: O CPC prevê expressamente o agravo interno no seu art. 994, III. Conforme
art. 1.021 do CPC/15, o recurso será cabível contra qualquer decisão proferida pelo relator e
deverá ser interposta mediante petição dirigida ao relator e julgado pelo respectivo órgão
colegiado, observando as regras de processamento do regimento interno do tribunal.
1.4. Prazo: O agravo interno deverá ser interposto no prazo de 15 dias, como disposto no art.
1.003, § 5º do CPC/15. OBS: A Fazenda Pública (art. 183, CPC/15), o Ministério Público (art.
180, CPC/15) e a Defensoria Pública (art. 186, CPC/15) dispõem de prazo de dobro para o
agravo interno. Nesse sentido, segue o entendimento do STF explanado no enunciado da súmula
116 do STJ: "A Fazenda Pública e o Ministério Público têm prazo em dobro para interpor
agravo regimento no Superior Tribunal de Justiça". Ressalte-se que, o prazo em dobro previsto
para a Fazenda Pública, para o Ministério Público e para a Defensoria Pública não se aplica
quando a lei estabelecer prazo próprio ou específico para cada um deles.
Do §3° do art. 1.024 do CPC/15 se extrai uma regra de fungibilidade entre os embargos de
declaração e o agravo interno. Caso entenda que o recurso cabível é o agravo interno, e não os
embargos de declaração, o órgão julgador conhecerá desses como se fossem agravo interno,
desde que determine previamente a intimação do recorrente para, no prazo de 5 dias,
complementar as razões recursais, de modo a ajustá-las às exigências do art. 1.021, § 1°, que,
conforme visto, exige impugnação especificada da decisão agravada pelo recorrente. A regra
concretiza os princípios da boa-fé, cooperação e contraditório, constituindo mais uma hipótese
de vedação à decisão-surpresa. OBS: A interposição de agravo interno somente é cabível contra
decisão monocrática e a sua interposição contra decisão colegiada constitui erro grosseiro e
inescusável, que inviabiliza até mesmo a aplicação do princípio da fungibilidade recursal.