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18/10/2018 “Pra ter de onde se Ir” com Tó Teixeira e Miguel Chikaoka – Diário Contemporâneo

“Pra ter de onde se Ir” com Tó Teixeira e Miguel


Chikaoka
 3 de Maio de 2012 (http://www.diariocontemporaneo.com.br/2012/05/03/%e2%80%9cpra-ter-de-onde-se-
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18/10/2018 “Pra ter de onde se Ir” com Tó Teixeira e Miguel Chikaoka – Diário Contemporâneo

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(http://www.diariocontemporaneo.com.br/wp-
content/uploads/2012/05/Diario_Contemporaneo_Foto_Luciana-Medeiros-350_to1.jpg)O Prêmio Diário
Contemporâneo de Fotogra a, em sua 3ª edição, está homenageando o fotógrafo Miguel Chikaoka.
Aberta em março, a mostra “Pra ter de onde se ir”, que traz imagens pouco conhecidas do artista
convidado, ocupa as salas principais do Museu da UFPA, situado na Av. Governador José Malcher
esquina da Generalíssimo Deodoro. Em duas das salas, espalham-se fotogra as feitas nos anos 1980 e
outras décadas, com cenas cotidianas ou de passagem de Miguel por tantos municípios paraenses. Mas
há também um espaço reservado que vem chamando atenção do público.

Lá, vemos uma mesa e sobre ela várias caixas cheias de memória. Dentro delas misturam-se fotogra as.
Algumas, da casa em que Miguel Chikaoka morava com a família e os irmãos em São Paulo, nos anos
1960, muito antes dele pensar em vir para Belém. Na outra, surge a residência de Tó Teixeira, um dos
nomes mais importantes da música e do choro paraense. Miguel chegou, que naquele ano de 1981 já
estava na capital paraense e foi levado, por acaso, à casa do músico, por outro ‘chorão’, o saudoso
Aldemir Ferreira da Silva, proprietário da Casa do Choro, o reduto mais efervescente do choro, na época,
na cidade.

“Logo que cheguei a Belém conheci um grupo que atuava na Casa do Choro entre eles o Aldemir
(Ferreira da Silva). Foi ele que me convidou pra ir até a Casa do Tó Teixeira. Enquanto os dois cavam
conversando eu andei pela casa e z várias fotos. Naquela época não me dava conta da importância de
Tó Teixeira. Não sei direito o que o Aldemir foi fazer ali, acho que bater um papo. Lamento não ter me
envolvido mais diretamente com o Tó, eu estava coadjuvante e só depois tive consciência de quem era
ele”, diz Miguel revirando sua memória de 30 anos atrás.

É fato. Nos anos 1980 Belém estava completamente envolvida, musicalmente, com a renovação do
chorinho paraense, que a partir dali começava a ter espaços especi camente para se ouvir o ritmo. A
Casa do Choro, idealizada por Aldemir, foi uma das pioneiras e reunia amigos e apaixonados por choro,
incluindo aí, Miguel Chikaoka.

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18/10/2018 “Pra ter de onde se Ir” com Tó Teixeira e Miguel Chikaoka – Diário Contemporâneo

Chikaoka – Miguel é paulista, nasceu em 1950, estudou engenharia na Universidade de Campinas (SP),
onde se graduou em 1976. Depois disso morou entre 1977 e 1979 na cidade francesa de Nancy, onde
frequentou a École Supérieure de Mécanique et Électricité, mas abandonou o curso antes de seu
término. No início dos anos 1980, Miguel se a rma como fotojornalista, colaborando primeiramente
com a Agência F/4 (entre os anos de 1981 e 1991) e, em seguida, com a N Imagens (no período
compreendido entre 1991 e 1994).

Desde sua instalação em Belém, Chikaoka se destacou como um dos mais empenhados e singulares
professores de fotogra a do país, tendo exercido profunda in uência sobre toda uma geração de
fotógrafos paraenses graças a iniciativas como o Foto-Varal (que promovia exposições alternativas em
locais públicos) e o grupo Fotoativa, que fundou em 1983 e foi transformada em associação em 2000,
continuando em funcionamento até os dias de hoje.

Caixinhas de memória – Dentro das caixinhas expostas na mostra que se encontra no Museu da UFPA,
as fotogra as mostram, portanto, duas casa, longe uma da outra. E dois destinos que se encontraram,
embora rapidamente. Tó nasceu em 1895 e faleceu em 1982, um ano depois de ter sua casa fotografada
por Miguel Chikaoka. Na mostra “Pra ter de onde se ir” a ideia é brincar com as  fotos, tentando
descobrir de quem é uma e outra casa ali retratada, e também revirar a memória.

Em algumas pode-se perceber claramente a casa de Tó Teixeira, músico consagrado na história da


música popular e erudita paraense. Em algumas delas há um cartaz de aviso, onde se lê o endereço do
músico: “Rua Domingos Marreiros, 340, entre Almirante Wandenkolk e Dom Romualdo de Seixas”. Em
outra, há uma placa de aviso aos seus alunos, datada de 1969: “É favor que o bom aluno faz terminar a
lição entregar o violão ao outro e retirar-se. Agradecido. Tó Teixeira”.

Mas para decifrar outras é preciso mais atenção. Eis o jogo proposto ao público visitante, que além da
diversão, pode sentir-se instigado a conhecer mais sobre a história deste músico, que dá nome à lei
municipal de incentivo à cultura e atualmente também vem tendo sua vida e obra pesquisada pelo
músico e estudioso Salomão Habib.

Tó Teixeira – Tó Teixeira é um dos nomes importantes do chorinho, um gênero tipicamente brasileiro.


Era negro, pobre, lho de um violonista chamado Aluísio Santos e que, por sua in uência, teve contato
com a música desde muito criança e, mais tarde, com seu grupo “Os desejados”, acabou se tornando
uma das grandes expressões da música do Pará.

Morou sempre no bairro do Umarizal, onde conviveu com seresteiros e boêmios de Belém. Era um
artista popular e conhecedor das tradições culturais de rua, visíveis em pássaros juninos, bois-bumbás e
pastorinhas do popular bairro negro e operário belenense.  Por volta de 1925, Tó já freqüentava e era
bastante conhecido nos espaços musicais da cidade. Sozinho ou acompanhado com seu grupo tocou em
salões aristocráticos e em festas populares.

A partir da década de 1930 atuou também nas ondas da rádio PRC-5, a Radio Clube do Pará, em vários
momentos. Produziu em gêneros diversos que iam de peças de caráter popular ao clássico, passando
por valsas, marchas, choros, sambas, batuques, maxixes, etc.

Como muitos artistas paraenses Tó Teixeira viveu de outras atividades pro ssionais, foi encadernador
afamado na cidade e o seu sustento em grande parte decorreu desta atividade. Em 1968 o pesquisador
Vicente Salles fez um registro fonográ co de algumas músicas de Tó, mas tarde este material foi
aproveitado no LP “Lá vem o tio Tó”, Editado por Marcos Pereira em 1976. O talento do músico também
foi reconhecido com o lançamento do disco Música e Memória v. 2, produzido pelo Núcleo de Artes da
UFPa em 1993.
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MAIS AÇÕES – O III Prêmio Diário Contemporâneo de Fotogra a também continua com a mostra
Memórias da Imagem, que reúne obras de três artistas premiados e mais 20 selecionados, aberta até
dia 28 de março, só que na Casa das Onze Janelas. O agendamento de turmas escolares para visitação
pode ser feito pelo telefone 91 4009.8855 (Casa das Onze Janelas) e, para o Museu da Ufpa, pelo Tel: 91
3224 – 0871.

Em maio, continuam abertas até dia 10, as inscrições para a o cina “Ensaio – Resumindo Uma Ideia”,
com o fotógrafo Octavio Cardoso, que acontecerá de 14 a 24 de maio, no Instituto de Artes do Pará. No
dia 17 de maio, haverá a palestra Imagem, Realidade e Fabulação – A Reinvenção da Memória na Vila de
Lapinha da Serra, com o fotógrafo e pesquisador Alexandre Sequeira, que fará um relato de uma ação
artística desenvolvida no pequeno vilarejo de Lapinha da Serra, no interior de Minas Gerais. Às 19h, no
Instituto de Artes do Pará, também com entrada franca.

A realização do Prêmio Diário Contemporâneo de Fotogra a é do Jornal Diário do Pará. Patrocínio da


Vale e Governo do Estado. Apoio Espaço Cultural Casa das Onze Janelas – SIM/Secult-PA, Museu da
UFPA, Sol Informática e Instituto de Artes do Pará.  Informações: (91) 3184-9327 / (91) 8128-7527.
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