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LEI N. 8.

429/1992
Lei n. 8.429/1992
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LEI N. 8.429/1992

Art. 7º Quando o ato de improbidade causar lesão ao patrimônio público ou ensejar


enriquecimento ilícito, caberá a autoridade administrativa responsável pelo inquéri-
to representar ao Ministério Público, para a indisponibilidade dos bens do indiciado.
Parágrafo único. A indisponibilidade a que se refere o caput deste artigo recairá
sobre bens que assegurem o integral ressarcimento do dano, ou sobre o acréscimo
patrimonial resultante do enriquecimento ilícito.

Quem decreta a indisponibilidade dos bens NÃO é o Ministério Público,


a quem cabe requerer ao Poder Judiciário. Quem realmente bloqueia, quem
decreta, é o Poder Judiciário. Essa indisponibilidade pode ocorrer antes mesmo
do início da ação de improbidade: o Ministério Público pode requerer a indis-
ponibilidade de forma preventiva como preparatório de uma ação ou incidental
durante a ação de improbidade.
A indisponibilidade dos bens é uma medida cautelar que exige dois requi-
sitos: fumus boni iuris (fumaça do bom direito, fortes indícios) e o periculum in
mora (perigo da demora). O periculum in mora é presumido (não precisa de uma
efetiva demonstração), é implícito.
A indisponibilidade é para abranger tudo. Quem pratica atos de improbidade
que geram enriquecimento ilícito, a pena de multa é até 3 (três) vezes o valor do
que se enriqueceu. Bloqueia inclusive bem de família (o único imóvel), mesmo
bens adquiridos antes da lei de 1992. A ideia é de proteger a sociedade
Há uma restrição a bloqueio com relação a salários, a verba alimentar.
Art. 16. Havendo fundados indícios de responsabilidade, a comissão representa-
rá ao Ministério Público ou à procuradoria do órgão para que requeira ao juízo
competente a decretação do sequestro dos bens do agente ou terceiro que tenha
enriquecido ilicitamente ou causado dano ao patrimônio público.

Quem irá realmente decretar será o juízo competente.

Art. 8º O sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio público ou se enriquecer


ilicitamente está sujeito às cominações desta lei até o limite do valor da herança.
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A CF dispõe que a pena não passará da pessoa do condenado: essa pena é


a do Direito Penal. Na improbidade administrativa, o ilícito é civil – o sucessor,
até o limite da herança recebida, pode responder porque com a morte não cessa
a pena pecuniária, a obrigação de ressarcir.

Art. 4º Os agentes públicos de qualquer nível ou hierarquia são obrigados a velar


pela estrita observância dos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade
e publicidade no trato dos assuntos que lhe são afetos.

O princípio da eficiência só foi introduzido em 1998, na CF, e deve ser respei-


tado como os demais referidos.

Art. 5º Ocorrendo lesão ao patrimônio público por ação ou omissão, dolosa ou cul-
posa, do agente ou de terceiro, dar-se-á o integral ressarcimento do dano.

Para configurar improbidade administrativa não há a necessidade de ocorrer


lesão, prejuízo, ao patrimônio público. É possível ocorrer improbidade mesmo
SEM lesão ao patrimônio publico. Se vier a ocorrer lesão (ocorrendo), haverá o
integral ressarcimento do dano. A necessidade não é obrigatória e isso é confir-
mado a partir do artigo 21.

Art. 21. A aplicação das sanções previstas nesta lei independe:


I – da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público, salvo quanto à pena de
ressarcimento.

É possível ocorrer um ato de improbidade sem que ele gere lesão ao patrimô-
nio público, prejuízo ao erário que são uma espécie de improbidade.

Art. 6º No caso de enriquecimento ilícito, perderá o agente público ou terceiro be-


neficiário os bens ou valores acrescidos ao seu patrimônio.
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Nos artigos 4º, 5º e 6º, estão as três formas de improbidade. O artigo 5º está
intimamente ligado à espécie de improbidade denominada lesão ao patrimônio
público, também conhecida como prejuízo ao erário.
As formas dolosa ou culposa só existem na improbidade que gera lesão ao
patrimônio, prejuízo ao erário.
Se, de maneira negligente, imprudente, imperita, de forma culposa alguém
viola um princípio, não há improbidade. Não há improbidade por enriquecimento
ilícito culposo - alguém, de forma negligente, não percebeu que alguém havia
depositado na conta bancária 1 milhão de reais.
Só existe a modalidade culposa para prejuízo ao erário.
Enriquecimento ilícito
Lesão ao patrimônio ou prejuízo ao erário
Violação de princípios.
Essa ordem é importante porque é da mais grave (enriquecimento ilícito) à
mais leve (violação de princípios).
O mais grave absorve os mais leves.
Na prática do enriquecimento ilícito de forma dolosa há uma grande chance
de, ao enriquecer, estar causando um prejuízo e também violando princípios da
administração. Quem o pratica responde apenas pelo mais grave.
O caso número dois (lesão ao patrimônio ou prejuízo ao erário) é o único que
admite as duas formas de conduta, dolo ou culpa.
Os casos um e três são ímpares, apenas o dolo.

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a
aula preparada e ministrada pelo professor Vandré Amorim.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do con-
teúdo ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela
leitura exclusiva deste material.
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