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Revivendo as

Brincadeiras de Crianca
,
Organizadores
Edson Cordeiro dos Santos
Andréa de Oliveira Salustriano de Souza
Flavio Médici da Silva

Revivendo as
Brincadeiras de Crianca
,
Realização

Apoio

Rio de Janeiro
Solidariedade França-Brasil
2015
Revivendo as brincadeiras de criança / organizadores Edson Cordeiro
dos Santos, Andréa de Oliveira Salustriano de Souza, Flavio Médici da
Silva. - Rio de Janeiro : Solidariedade França-Brasil, 2015.

56 p.; il. col.; 21cm.


60

ISBN 978-85-65507-03-5

1. Jogos infantis. 2. Brincadeiras. 3. Crianças – Recreação. I. Santos,


Edson Cordeiro dos. II. Souza, Andrea de Oliveira Salustriano de. III.
Silva, Flavio Médici da.

CDD 790.1922
Organizadores
Edson Cordeiro dos Santos
Andréa de Oliveira Salustriano de Souza
Flavio Médici da Silva

Coordenação Editorial Colaboradora


Edson Cordeiro dos Santos Denize Mariano da Silva

Projeto Gráfico e Diagramação Edição de Texto


Flavio Médici da Silva Suzete Younes Ibrahim

Dinamizadora e Ilustrações Revisão de Texto


Rosemary dos Santos Pimenta Ribeiro Luzia Fonseca
Fotos
Arquivo das instituições participantes

Participantes da fase de levantamento


Alessandra Maia Ferreira – Secretaria Municipal de Educação
Andréa de Oliveira Salustriano de Souza – Solidariedade França-Brasil
Ane Carine Santos Barbosa – Centro Comunitário Joias de Cristo
Carla Ribeiro Magalhães de Souza – Centro Comunitário São Sebastião de Vila de Cava
Carla Rodrigues Peres - Centro Integrado de Desenvolvimento Infanto-Juvenil
Claudia da Silva Brito - Centro Comunitário São Sebastião de Vila de Cava
Daniela Montechiare Gentil - Escola Sesi de Nova Iguaçu
Denize Mariano da Silva – Solidariedade França-Brasil
Ednalva Guarabira de Alexandria – Centro Comunitário São Sebastião de Vila de Cava
Edson Cordeiro dos Santos – Solidariedade França-Brasil
Eduarda Santos Garcia – Secretaria Municipal de Esporte e Lazer
Elisângela Tavares Lordeiro - Escola Sesi de Nova Iguaçu
Enir de Oliveira Pinto Neves – Secretaria Municipal de Educação
Flavio Médici da Silva – Solidariedade França-Brasil
Francisca Nilza P. Ramos – Fé e Alegria – Centro de Educação e Cultura Marambaia
Jaciara Maltez Dias – Fundação Cultural e Educacional de Nova Iguaçu
Jucicleia Lima da Silva – Centro Integrado de Desenvolvimento Infanto-Juvenil
Lena Santos – Solidariedade França-Brasil
Márcia Maria da Conceição – Centro Comunitário Joias de Cristo
Maria Angélica A. M. Pinheiro - Fé e Alegria – Centro de Educação e Cultura Marambaia
Maria Selma de O. Rodrigues – Casa do Menor São Miguel Arcanjo
Maria Sousa da Silveira – Colégio Ouro Preto
Marliete Peixoto Xavier Filha - Emei Maria Natália
Rita de Cássia Porto dos Santos - EM Flor de Lis
Roberta Gomes Miranda - Secretaria Municipal de Cultura
Rosemary dos Santos Pimenta Ribeiro – Arte-educadora, Artista plástica, Consultora
Sergio de Almeida Miranda - Secretaria Municipal de Cultura
Simone da Silva de Oliveira - Emei São Benedito
Vanessa Mendonça da Silva - Casa do Menor São Miguel Arcanjo

Realização Apoio
SFB - Solidariedade França-Brasil Instituto C&A
,
Sumario

Introdução 7
9 Metolologia

Brincadeiras Selecionadas 11
55 Notas
,-
Introducao 07

-
Introducao
,
“O ato de brincar oferece às crianças oportunidades para desenvolver
suas competências e habilidades intelectuais, emocionais, sociais e
cognitivas, de forma prazerosa e automotivadora.”

(Guia O direito de brincar de todas as crianças, 20141)

A primeira infância período


crucial na formação do
indivíduo, que vai do
nascimento até completar-se seis
anos de idade teve um Plano
Esta elaboração contou com a
participação ativa de cerca de 170
pessoas de diversas instituições
sociais e órgãos governamentais,
utilizando diversas instâncias de
Nacional, elaborado pela Rede discussão, tais como: encontros,
Nacional Primeira Infância – RNPI2 e grupos de trabalho, seminários etc.
aprovado, em 2010, pelo Conselho
Aprovado no CMDCA em novembro
Nacional dos Direitos da Criança e
de 2013, o Plano Municipal contém
do Adolescente.
um diagnóstico com informações
Em 2013, fruto de iniciativa da sobre as políticas públicas na cidade
Solidariedade França-Brasil - SFB3, e sobre a legislação, além de
com apoio do Instituto C&A, e propostas de ações em 13 temas
articulado com o Conselho Municipal r e l a c i o n a d o s à e d u c a ç ã o, à
dos Direitos da Criança e do assistência social, à cultura, à
Adolescente – CMDCA, o Fórum convivência familiar, ao urbanismo e
Popular Permanente dos Direitos da meio ambiente, à violência, dentre
Criança e do Adolescente – Fórum outros.
DCA, o Núcleo de Creches e Pré- Em 2014, o foco do Projeto
Escolas Comunitárias da Baixada Construindo em Rede esteve
Fluminense – Nucrep, a Associação voltado a acompanhar, a monitorar
dos Conselheiros Tutelares de Nova e a avaliar a implementação do
Iguaçu – ACTNI, dentre outras PMPI-NI. Outro enfoque para o ano
organizações governamentais e não foi a realização de um evento com
governamentais de Nova Iguaçu, o as crianças, em comemoração ao
Projeto “Construindo em Rede” “Dia do Brincar”, aprovado pela
promoveu a elaboração do Plano ONU/Unesco em 28/05/1999. O
Municipal pela Primeira Infância em evento foi organizado coletivamente
Nova Iguaçu (PMPI-NI). e realizado no dia 28/05/2014 (Dia
08 Revivendo as Brincadeiras de Crianca
,

Mundial do Brincar), em parceria fevereiro, com os seguintes


com organizações governamentais objetivos:
e não-governamentais. Contou com
a participação de 158 crianças (de - realizar uma atividade com atores
10 unidades de Educação Infantil da “Rede”, no sentido de promover
públicas, comunitárias e um levantamento das brincadeiras
particulares) e 116 adultos de 2 de criança, a partir do resgate da
Coletivos, 11 organizações não- memória das pessoas sobre sua
governamentais, 4 organizações infância.
governamentais e convidados. Da - preparar a realização de um
programação do dia, constou o evento em comemoração ao Dia do
lançamento da Cartilha “O Olhar da Brincar, utilizando as brincadeiras
Criança sobre o Mundo”, que levantadas.
sistematiza a experiência de escuta
das crianças para o PMPI-NI, além - realizar o evento do Dia do Brincar,
de diversas oficinas realizadas com com crianças de diversas instituições
elas. educacionais do município.

Acreditamos que esse evento foi As brincadeiras apresentadas na


bastante significativo para o tipo de presente cartilha são resultado de
transformação desejada pelo uma construção coletiva, na qual,
Projeto. Em primeiro lugar, por ser de forma prazerosa, cada um dos
uma das atividades propostas no participantes pode “voltar” ao seu
Plano Municipal pela Primeira tempo de infância e recolher as
Infância de Nova Iguaçu e, em brincadeiras que permanecem para
segundo lugar, por ter envolvido as sempre em nossas felizes
organizações governamentais e memórias.
não-governamentais do Sistema de
Garantia de Direitos – SGD em sua
organização e implementação. Além
da atividade específica do Projeto,
as Secretarias Municipais também
se envolveram na implementação
de ações em suas áreas de
competência (escolas, bibliotecas e
esporte e lazer).
Diante do sucesso alcançado, a ação
foi mantida no planejamento do
Projeto para 2015, trazendo a
discussão para os mesmos
participantes do ano anterior, em
reuniões realizadas a partir de
Metodologia 09

Metodologia
“O empoderamento é um processo indutor de transformações nas
relações sociais, culturais, econômicas e de poder. Para promovê-lo, é
preciso investir na oferta de formação para todas as pessoas a respeito
do direito de brincar e das formas concretas para a sua efetivação.”

(Guia O direito de brincar de todas as crianças, 20144)

E sta cartilha foi organizada a


partir das lembranças de
infância dos participantes da
primeira reunião preparatória do
Dia do Brincar.
registrassem as brincadeiras de sua
infância. A partir de um painel
montado com as fichas, os
participantes relataram suas
experiências, trazendo memórias e
casos de quando eram crianças.
Para o levantamento das
brincadeiras, foram distribuídas As brincadeiras levantadas foram
fichas para que os participantes as seguintes:
Adedanha Garrafão
Alerta cor Jogo de damas
Amarelinha Jogo de dominó
Bandeirinha Mãe da rua
Bento que Bento é o frade Mamãe posso ir?
Bola Modelagem com barro
Bola de gude Passar anel
Brincadeira de roda Passarás
Brincar com boneca Pêra, uva, macã, salada mista
Brincar de casinha Peteca
Cabo de guerra Pique
Carrinho de lata Pique esconde
Cantar e dançar Pular carniça
Chicotinho queimado Pular corda
Chuta lata Pular elástico
Circo Queimada
Contar histórias Taco
Corrida de tampinhas Tamanco de lata
Estátua Teatro
Eu com as quatro Três Marias
Forca Vivo ou morto
10 Revivendo as Brincadeiras de Crianca
,

Um texto preliminar foi elaborado e testaram com as crianças e


apresentado na reunião de disponibilizaram as fotos que
preparação do evento. Após os ilustram essa publicação.
ajustes necessários, foram
selecionadas, coletivamente, as No Dia do Brincar, a criançada fez a
brincadeiras mais adequadas à festa com essas “velhas”
faixa etária de 3 a 6 anos. Elas brincadeiras, demostrando o
foram divididas e encaminhadas às quanto elas são importantes para o
instituições educacionais imaginário infantil e que ainda
participantes do projeto, que as divertem, envolvem e contagiam!
Brincadeiras Selecionadas 11

Brincadeiras Selecionadas
“Brincar desenvolve as habilidades da criança de forma natural, pois
brincando aprende a socializar-se com outras crianças, desenvolve a
motricidade, a mente, a criatividade, sem cobrança ou medo, mas sim
com prazer.”

(N.H.S. Cunha , 2001 apud Josiane Patrícia Tessaro, 20075)

N o levantamento das
brincadeiras e no processo
de pesquisa na Internet para
obter a origem e a forma de
brincar, nos deparamos com
manter no texto as palavras,
expressões e consignas
encontradas.
Caberá aos educadores e usuários
diversas questões que nos fizeram dessa cartilha, o trabalho de fazer a
refletir. Alguns jogos tinham clara contextualização e as atualizações
conotação de competição e disputa que julgarem necessárias.
e apareceram diversas expressões Re c o m e n d a m o s , t a m b é m , o
relacionadas à violência, tais como, exercício de adaptação das
“ q u e i m a r ”, “ m a l h a r ”, “ d a r brincadeiras levantadas à dinâmica
cascudo”, “matar”, “enforcar” e d o s j o g o s c o o p e ra t i vo s e o
“roubar”; sem contar as
incentivo desta prática junto aos
expressões de cunho machista.
participantes.
Contudo, discutindo o assunto com
Esclarecemos, ainda, que os textos
os participantes, considerou-se
que se trata de um levantamento d e s c r i t i vo s d a s b r i n c a d e i ra s
feito a partir das memórias de uma apresentadas, salvo adaptações,
infância já passada, em outro são compilações dos portais
contexto sócio-político-cultural e pesquisados, os quais constam das
q u e o o b j e t i vo d a p r e s e n t e notas desta publicação6.
p u b l i c a ç ã o é r e g i s t ra r e s s e
levantamento. Assim, optou-se por Brinquem à vontade!!!
Brincadeiras Selecionadas 13

participante tem que preencher


todas as categorias, com palavras
iniciadas pela letra sorteada. O
primeiro que terminar, grita
"STOP!". Nesse momento, todos
devem interromper o
preenchimento. Para conferir as
respostas, cada jogador diz sua
palavra por categoria. Há várias
convenções para a contagem de
pontos, mas é comum que se
considere 10 pontos para cada
resposta correta e única (ou seja,
que não tenha sido usada por outro
participante), 5 pontos para
resposta certa, porém repetida, e
zero para coluna em branco ou
resposta inválida.
Adedanha ou Stop
Origem: é uma
brincadeira de
origem nordestina,
mas é conhecida
em todo o Brasil e
adorada pelas
crianças e adultos.
No nordeste ela é conhecida como
salada mista. Outros nomes:
Adedonha, Stop, Uestope e Salada
mista.
Como se brinca: a brincadeira
pode ter qualquer número de
participantes, que vão precisar de
uma folha de papel e uma caneta
para cada um. Todos desenham
uma tabela com uma coluna para
cada categoria: nome de pessoa,
lugar, animal, cor, marca de carro,
artista, fruta, verdura, flor, objeto,
filme. Sorteia-se uma letra. Cada
14 Revivendo as Brincadeiras de Crianca
,

escolheu.
Quem tiver pensado na mesma
cor, deve correr atrás da bola e
pegá-la, o mais rápido possível.
Enquanto isso, as outras crianças
fogem, afastando-se. Assim que
capturar a bola, o jogador deve
gritar “alerta!”. A esse comando,
os demais devem “virar estátuas”,
p a ra l i s a n d o i m e d i a t a m e n t e .
Quem está com a bola deve
arremessar a bola e acertar um
dos colegas mas, para isso, só
poderá dar três passos. Se não
conseguir acertar, “paga uma
prenda” (ou seja, realiza uma
tarefa determinada pelos
colegas). Se conseguir, a pessoa
Alerta cor acertada fica com a bola e
recomeça a brincadeira.

O r i g e m :
desconhecida.
Como se brinca:
em uma das muitas
formas de brincar,
para começar, cada
participante escolhe uma cor (ou
uma fruta, um animal, um nome
etc.). Depois, escolhem uma
pessoa para ficar com a bola e dar
início à brincadeira. Os
participantes se espalham pelo
campo e, o colega escolhido, de
costas para os outros, arremessa a
bola com força no chão para que
ela quique bem alto. Ao mesmo
tempo, grita o nome da cor que
Brincadeiras Selecionadas 15

alternada e numerados de um a
nove. No final, depois da última
casa, desenha-se uma meia lua,
que será o “céu”. A brincadeira
consiste em arremessar uma
pedrinha, ou outro objeto, em
t o d a s a s c a s a s n u m e ra d a s ,
sequencialmente, sendo uma casa
a cada jogada. Após cada
arremesso, o jogador percorre todo
Amarelinha o percurso, ida e volta, sem pisar
na casa marcada pela pedra. Nas
casas duplas, ele pode colocar os
Origem: há dois pés no chão mas, nas únicas,
versões que tem que pular em um pé só. Perde
sustentam sua a vez quem pisar nas linhas do
origem na Idade jogo, pisar na casa onde está a
Média, relacionada pedrinha, não acertar a pedrinha
à religiosidade, na casa da vez ou não pegar a
observando que o pedrinha na volta. Ganha quem
traçado da amarelinha lembra a cumprir todo o percurso primeiro.
nave de uma catedral e que, em
geral, inferno e céu são Variante: Academia: desenhar
demarcados no desenho da dois retângulos juntos e dividir,
brincadeira. A brincadeira foi cada um deles, em quatro
i n t r o d u z i d a n o B ra s i l p e l o s quadrados, ou casas numeradas.
colonizadores portugueses, que a Na ponta da última casa, uma meia
nomearam de “amarelinha”, a lua forma o “céu”. O desafio é ir até
partir do nome francês, “marelle”. o final e voltar, pulando todas as
casas, equilibrando algum objeto
Outros nomes: academia, avião, no peito do pé, sem deixá-lo cair.
cademia, caracol, casco, macaca, Ganha quem for o mais rápido!
macacão, maré, sapata, tô-tá e
xadrez.
Como se brinca: existem várias
maneiras de pular e desenhar o
percurso no chão. Na mais
tradicional, faz-se uma linha reta e,
ao longo dela, as “casas”:
quadrados dispostos, ora em
dupla, ora únicos, de forma
16 Revivendo as Brincadeiras de Crianca
,

O objetivo do jogo é atravessar o


campo adversário e capturar a
bandeira do time oposto. Se, ao
tentar atravessar, o jogador for
tocado por um adversário, fica
“ p r e s o ” n o m e s m o l u g a r,
“congelado”, sem poder ajudar
seu time. Ele poderá ser libertado
por um companheiro de sua
equipe que conseguir tocá-lo sem
ser pego pelo adversário.
Enquanto parte do time se dedica
à conquista da bandeira
adversária, o resto tem que
Bandeirinha proteger a sua própria bandeira
evitando que os adversários
cheguem até ela, além de vigiar os
Origem: supõe-se
seus presos, para que não sejam
que a brincadeira
libertados. O jogo termina quando
esteja relacionada
um dos times conseguir trazer a
a atividades dos
bandeira do outro para o seu
escoteiros, e que
campo.
tenha surgido nos
anos 40.
Outros nomes: Pique-bandeira,
bandeira, rouba-bandeira,
bimbarra, barra-bandeira, rouba-
lata.
Como se brinca: os participantes
são divididos em dois times com o
mesmo número de jogadores.
Divide-se o espaço em dois
campos de tamanhos iguais.
Quanto mais comprido e estreito o
campo, mais difícil fica o jogo.
Cada time coloca a bandeira, ou
outro objeto qualquer, no local que
considerar mais difícil e distante
dentro do seu campo.
Brincadeiras Selecionadas 17

Em seguida o mestre ordena que


cada um dos participantes traga
um objeto (folha, flor, galho,
pedra etc.) ou que faça
determinada ação (subir ou
rodear uma árvore, correr até
determinado ponto e voltar, dar
pulos sem sair do lugar etc.).
Cumprida a ordem, todos
retornam até onde se encontra o
mestre. O primeiro a chegar será o
próximo mestre. O último a
chegar, ou quem não conseguir
Bento
, que bento cumprir a ordem, tem que “pagar
e o frade uma prenda”, executando uma
tarefa (dançar, imitar um animal
O r i g e m : engraçado etc.).
referências Variante: ao receber os objetos,
encontradas dão o mestre os guarda numa sacola.
conta de que esse Ao final, ordena que todos fechem
j o g o f o i os olhos e esconde a “sacola do
i n t r o d u z i d o n o B ra s i l p e l o s tesouro”. Quem encontrá-la
portugueses. Também é conhecido primeiro, será o próximo mestre.
como boca de forno.
Como se brinca: um dos
participantes é escolhido para ser
o “mestre”. A brincadeira começa
com ele dando o comando e os
outros participantes respondendo:
Mestre: Bento que bento é o
frade
Todos: Frade
Mestre: Na boca do forno
Todos: Forno
Mestre: Tudo que seu mestre
mandar
Todos: Faremos todos!
Mestre: E se não fizer?
Todos: Levaremos bolo
18 Revivendo as Brincadeiras de Crianca
,

uma tarefa dada pelo grupo).


Bola ao centro
Como brincar: um participante é
escolhido e os outros se colocam
em círculo, em volta dele. Cada um
escolhe um número que não pode
se repetir. Aquele que está no
centro, joga a bola para cima,
gritando um número. Quem tiver
Bola aquele número, corre para pegar a
bola. Se pegar, assume o lugar no
centro; se não, volta para o seu
Origem: o jogo lugar.
com bola encontra
registros na história Bola na Montanha Russa
da maioria das Como brincar: os participante
civilizações. As formam duas filas iguais, lado a
b o l a s e r a m lado. O primeiro de cada fila segura
f a b r i c a d a s uma bola e, a um sinal, passa-a,
utilizando-se couro (China), fibras pelo alto, para o que está atrás.
de bambu (Japão), bexiga de boi Aquele que recebe vai passar por
(Grécia e Roma) e borracha baixo, entre as pernas, para o
(México), dentre outros materiais. seguinte, e repetem-se esses
Alguns tipos de brincadeira movimentos alternados. O último
com bola: da fila, ao receber a bola, deve sair
correndo e ocupar o lugar à frente
Batata quente da sua fila, iniciando tudo,
Como brincar: a batata quente é a novamente. A brincadeira continua
bola (que pode ser feita de meia, até que aquele que iniciou volte a
jornal amassado ou substituída por ser o primeiro da fila. O primeiro
outro objeto redondo). Sentados time (fila) que conseguir, ganha o
em círculo, os participantes vão jogo.
passando a bola de mão em mão,
rapidamente, como se fosse uma
batata muito quente, enquanto
cantam uma cantiga de roda. A um
sinal, previamente combinado,
param de cantar e quem estiver
com a “batata quente” na mão
paga uma prenda (ou seja, realiza
Brincadeiras Selecionadas 19

vez só ou aos “petelecos”. As áreas


onde os jogadores tem que acertar
a bolinha, são delimitadas em
círculos, triângulos ou buracos, com
vários tamanhos e distâncias. Cada
modalidade tem um nome; búlica,
borroca, lóca, fubeca, triângulo,
ximbra e berlinde são alguns deles.
A modalidade mais simples é o
mata-mata: cada jogador tenta
acertar a bolinha jogada pelo
anterior e, assim, ganhá-la para si.
Bola de gude O jogo começa com uma bolinha
grande colocada no chão, em
espaço livre. O primeiro jogador
Origem: há relatos
tenta acertá-la, o segundo mira a
que sugerem que
bola do primeiro e assim por diante.
eram praticados no
ano 3000 a.C., no Em qualquer modalidade, ao
Egito e nos impérios acertar a bola do adversário, pode-
Greco-Romano. De se conquistá-la para si ou não. Isso
lá para cá, vários depende do combinado: “à vera”
foram os materiais utilizados na (ou seja, a valer, concordando em
confecção das bolinhas, tais como, perder as bolinhas) ou “à brinca”,
nozes, sementes, pedras, argila, quando cada um volta para casa
cristais de rocha, plástico e vidro. com as mesmas bolinhas que
Foi com bolas de vidro que a levou. Dependendo do combinado,
brincadeira chegou ao Brasil, ganha o jogo quem conseguir mais
t ra z i d a p e l o s c o l o n i z a d o r e s acertos ou mais bolas.
portugueses. A palavra “gude” pode
derivar de “gode”, um regionalismo
da região do Minho, em Portugal,
que significa pedrinha redonda.
Como se brinca: cada jogador tem
sua coleção de bolinhas, que pode
crescer ou diminuir, dependendo de
seu desempenho no jogo. Os
objetivos também variam. Em
geral, são: acertar bolas em áreas
delimitadas e acertar as bolas dos
adversários. As jogadas podem ser
feitas de perto, de longe, de uma
20 Revivendo as Brincadeiras de Crianca
,

animais e outros componentes da


natureza. As letras de fácil
memorização, são compostas com
rimas, repetições e trocadilhos que
fazem da cantiga uma brincadeira a
mais.
Como se brinca: os participantes,
de mãos dadas, formam um círculo
e cantam uma cantiga. Em geral,
seguem o que sugere a letra,
resultando numa coreografia.
Existem variações em que um dos
integrantes fica no meio ou sai da
Brincadeira de roda roda. Algumas cirandas
tradicionais, são: Farinhada,
Ciranda cirandinha, O pião entrou
na roda, Corre cotia, Fui à Espanha,
O r i g e m : a Se essa rua fosse minha, Fui no
brincadeira de roda tororó, Terezinha de Jesus e A
aparece como canoa virou.
decorrente das
danças rituais,
folclóricas e
p o p u l a r e s ,
amplamente praticadas ao longo
da história da Humanidade. Como
brincadeira folclórica, tem papel
cultural importante na transmissão
de tradições orais. Faz parte do
folclore brasileiro, incorporando
elementos das culturas africana
(fundamental na disseminação das
cirandas no país), europeia
(principalmente portuguesa e
espanhola) e indígena.
As cantigas de roda tem melodias
simples, ritmos divertidos e
equivalentes à cultura local. Falam
de situações cotidianas, de
personagens folclóricos, da
realidade da criança ou de seu
universo imaginário, de pessoas,
Brincadeiras Selecionadas 21

Brincar com boneca


O r i g e m : a s
bonecas são tão
antigas quanto a
humanidade: há
registros de
estatuetas de
barro imitando
pessoas que datam de 40 mil anos.
Encontra-se sua utilização como
brinquedo no Egito, há 5 mil anos,
como representação de adultos.
Bonecos heróis remontam à Roma
antiga, onde os meninos se
divertiam com modelos feitos de
cera e argila que imitavam os
soldados.
Como se brinca: deixar que
meninas e meninos brinquem
livres com bonecos e bonecas e,
também, que os confeccionem
com materiais diversos, como:
papel, jornal, tecidos, argila etc.
22 Revivendo as Brincadeiras de Crianca
,

Brincar de casinha fantasias que podem ser reais ou


adaptação de objetos. Um lençol,
por exemplo, pode se converter em
uma toalha, uma cortina, um
Origem: a imitação
barco... É só dar asas à
de papéis e atitudes
imaginação!
é uma prática
infantil natural e
essencial no
processo de
desenvolvimento
da criança. Ao utilizar este jogo
simbólico para representar
personagens familiares e situações
cotidianas, a criança desenvolve a
linguagem, a socialização, a
cognição e a criatividade. Permite a
expressão do imaginário da criança
e a internalização de regras sociais
e culturais.
Como se brinca: as crianças
representam, espontaneamente,
papéis de pais, filhos e outros de
sua realidade, de acordo com as
referências que cada um possui.
Pode-se, ou não, utilizar brinquedos
como bonecas, panelinhas e
Brincadeiras Selecionadas 23

visível. Dividir o grupo em duas


equipes com o mesmo número de
participantes. Traçar uma linha no
chão que será o limite do campo
de cada equipe. Posicionar a corda
estendida, de maneira que o seu
centro fique em cima da linha
desenhada no chão. Cada equipe
se coloca ao longo da corda,
segurando-a com as mãos, sendo
que o primeiro jogador de cada
uma, não pode estar muito perto
do centro da corda. Os
Cabo de guerra participantes devem puxar com
força, sem cair. Ganha o jogo, a
equipe que conseguir fazer seus
Origem: não há adversários ultrapassarem a linha
consenso sobre a para o seu lado ou caírem,
sua origem, mas, cometendo falta.
pode ter surgido de
cerimônias e cultos
antigos, realizados
pelos egípcios há
cerca de 4.000 anos atrás. Também
os gregos tinham cerimônias que
incluíam o cabo de guerra, assim
como povos da Ásia, América do
Norte e América do Sul. Entre os
índios brasileiros é um esporte,
praticado por várias tribos. O cabo
de guerra foi um esporte olímpico,
de 1900 a 1920 e continuou sendo
praticado mundialmente, contando
com uma federação internacional.
Como se brinca: é preciso um
espaço amplo e uma corda
comprida. O meio da corda é
marcado com um adesivo ou outro
material que deixe este ponto bem
24 Revivendo as Brincadeiras de Crianca
,

Carrinho de lata
Origem: é uma
brincadeira popular
d e o r i g e m
desconhecida.
Como se brinca:
fazer um furo no
centro do fundo e
da tampa de uma lata redonda
vazia (a de leite em pó é ideal). A
centralização dos furos é
fundamental para os eixos do
carrinho funcionarem
perfeitamente. Passar um arame
pelos furos e dobrar as pontas,
amarrando um barbante nelas.
Pode-se colocar sementes dentro
da lata para fazer barulho quando
o carrinho estiver em movimento.
Promover corridas ou delimitar
percursos sinuosos deixa a
brincadeira mais divertida!
Brincadeiras Selecionadas 25

para a outra). O número de


cadeiras deve ser o mesmo que o
de participantes. Um deles é
escolhido para dirigir a brincadeira.
O dirigente, de costas para os
participantes, inicia uma música
para que todos dancem, dando
voltas ao redor das cadeiras.
Quando a música para, todos
devem sentar-se imediatamente.
Na primeira vez, há cadeiras para
todos. A cada rodada o dirigente
retira uma das cadeiras. Quando a
,
Cantar e dancar música para, quem ficar sem lugar,
sai da brincadeira. Tudo se repete
até sobrar apenas uma cadeira e
dois participantes. Ganha o jogo
aquele que conseguir se sentar.
Origem: uma das
mais remotas
manifestações
culturais da
humanidade, a
dança tem origem
n o s r i t u a i s
religiosos e nas festas folclóricas,
presente em todas as sociedades
humanas.
Como se brinca: há várias
maneiras, desde as livres, onde as
crianças cantam e dançam
espontaneamente até brincadeiras
com regras. Pode-se usar, ou não,
instrumentos musicais, prontos ou
confeccionados com sucata pelos
próprios participantes.
Dança da cadeira
Colocam-se cadeiras em círculo ou
em duas fileiras (de costas uma
26 Revivendo as Brincadeiras de Crianca
,

Como se brinca: um participante


é escolhido para esconder um
objeto qualquer, que deverá ser
procurado pelos outros. Quem
esconde o objeto, instrui cada um
que o procura, dizendo se “está
quente” ou “está frio”, à medida em
que a pessoa se aproxima ou afasta
de onde o objeto está escondido. As
instruções podem ser mais
detalhadas, como “muito frio”,
“ m u i t o q u e n t e ”, “ g e l a d o ”,
“fervendo”.
Chicotinho Quando o objeto é encontrado,
queimado quem o escondeu grita "chicotinho
queimado!", e quem o achou será o
próximo a escondê-lo.
Origem: não há
origem claramente
determinada mas,
é muito provável
q u e e s t e j a
relacionada à época
da escravidão, quando os feitores
procuravam escravos fugidos e
usavam o chicote para puni-los.
São várias as brincadeiras
derivadas dessa época e
espalhadas pelo Sudeste e
Nordeste do Brasil, regiões que se
destacaram pelo uso de negros
escravos em nosso país. O objetivo
da brincadeira é encontrar um
objeto escondido por um dos
participantes. Antigamente, usava-
se um cinto ou outro objeto similar,
simbolizando o chicote.
Outros nomes: chicotinho, cinturão
queimado, cipozinho queimado,
quente e frio e peia quente.
Brincadeiras Selecionadas 27

Chuta lata
O r i g e m : e poderá aproveitar para se
desconhecida. esconder novamente, enquanto o
Dependendo da guardião vai buscar a lata para
r e g i ã o , a colocá-la no lugar. O jogo termina
brincadeira é feita quando todos forem descobertos e
com uma bola no presos pelo guardião.
lugar da lata, sendo
chamada de pé de bola.
Como se brinca: é preciso um
amplo espaço livre e com locais que
s i r va m d e e s c o n d e r i j o . U m
participante é escolhido como
“guardião” da lata. Ele coloca uma
lata no meio do espaço, tapa os
olhos e conta até determinado
número, enquanto os outros se
escondem. Terminada a contagem,
terá que procurar os colegas. Se
descobrir um esconderijo, grita o
nome de quem está escondido
nele. Se a pessoa conseguir sair do
esconderijo e chutar a lata sem ser
pega pelo guardião, não será presa
28 Revivendo as Brincadeiras de Crianca
,

Escalar a montanha: os
participantes sobem por uma corda
amarrada numa árvore ou outro
lugar alto. Nesta brincadeira é
importante a presença de um
adulto para ajudar e proteger as
crianças na “escalada”. Uma boa
dica é colocar colchonetes para
amparar as possíveis quedas.
Cambalhota: fazer cambalhotas
em colchões ou tatames colocados
Circo no chão. Da mesma forma, é
importante o cuidado de um adulto
com as crianças.
Origem: na Grécia
e na Roma antigas Virando palhacinho: em pares,
havia espetáculos os participantes usam maquiagens
com animais para pintar a cara, um do outro,
amestrados e como palhaços. Uma vez
competições. Já na maquiados, todos fazem
Idade Média, palhaçadas e expressões faciais
muitos grupos de equilibristas, engraçadas.
malabaristas e ilusionistas (os
Malabarismo: sentados em
"Saltimbancos"), espalhavam-se
círculo, no chão, os participantes
pelas feiras populares da Europa.
brincam com uma bola pequena,
Nos castelos, os “bobos da corte”,
jogando para o alto, passando de
com roupas coloridas e alegres,
uma mão para a outra, batendo
brincadeiras e músicas eram os
palmas antes de pegar a bola. Os
artistas do riso, e deram origem aos
movimentos se alternam,
personagens do Arlequim, do Pierrô
aumentando o nível de dificuldade.
e da Colombina. Foram os ciganos
que, fugindo de perseguições na
Europa e/ou em busca de novas
oportunidades, introduziram o circo
no Brasil.
Como se brinca:
Equilibrista: desenhar uma linha
no chão. Cada participante equilibra
um objeto sobre a cabeça, sem
deixá-lo cair, andando na linha, com
um pé na frente do outro.
Brincadeiras Selecionadas 29

o cenário, os personagens e outros


elementos do enredo. Isso
favorece para que ele seja capaz de
criar, na hora de contar, a
atmosfera do faz-de-conta. A voz e
o olhar são elementos
fundamentais. É importante a
entonação, as pausas, a boa
pronúncia, assim como o cuidado
com a postura e os vícios de
linguagem. Se cada personagem
tiver uma voz característica,

, melhor. É importante olhar nos


olhos dos ouvintes; o olhar do
Contar historias contador deve ater-se aos olhos
das pessoas, sem exagerar.
O r i g e m : a A história a ser contada pode ser
contação de uma livre adaptação, ser decorada
histórias faz parte ou lida em livro. Pode-se usar
da transmissão oral gravuras em varais, fantoches,
da cultura em todos fantasias, adereços etc. De
os povos. Muito qualquer forma, deve-se respeitar
antes da escrita, o foco de interesse dos ouvintes.
t o d o s a b e r e ra t ra n s m i t i d o Eles podem, também, participar da
oralmente, tendo a memória como história, propondo desfechos e
único recurso para armazenar e caminhos e, no final, expressando-
transmitir o conhecimento às se em desenhos e pinturas. A
futuras gerações. Atualmente, a duração da história dependerá da
contação de histórias contribui para idade dos ouvintes e da técnica
o hábito da leitura e na formação de escolhida para a contação.
identidades; estimula o
desenvolvimento de funções
cognitivas, resgata valores, abre
para possibilidades e auxilia na
resolução de conflitos com
simplicidade e beleza. Além disso,
cultiva a sensibilidade e é um
convite à criatividade, ao sonho e à
magia da imaginação.
Como se brinca: é recomendável
que o contador escolha uma
história da qual goste, que imagine
30 Revivendo as Brincadeiras de Crianca
,

Corrida de
tampinhas
O r i g e m :
desconhecida.
Como se brinca:
para brincar são
necessários, no
mínimo, dois
participantes e uma tampinha para
cada um. Desenha-se um caminho
no chão, que será a pista de
corrida. Ela pode ter retas e curvas
alternadas, marcando diferentes
graus de dificuldade do jogo. Os
participantes colocam suas
tampinhas num mesmo ponto de
partida. A cada jogada, cada um dá
um toque, de leve, com o dedo
(“peteleco”) para movimentar a
tampinha, sem sair do caminho ou
tocar na linha. Se isso acontecer, a
tampinha volta para onde estava
no início da jogada e o jogador
perde a vez. O primeiro a fazer sua
tampinha terminar o caminho,
vence.
Brincadeiras Selecionadas 31

tentativa de fazer com que as


pessoas se mexam, saindo da
posição. Quem se mexer
primeiro é eliminado da rodada.
Vence quem conseguir se
manter imóvel.
Variante: uma variação é a
“Batatinha frita 1,2,3”. O líder
fica de costas para os outros
participantes que estão
, distantes, todos no mesmo
Estatua ponto de partida. O líder diz:
“batatinha frita 1, 2, 3”, e se
vira rapidamente para os
Origem: como outros. O grupo tem que ter se
m u i t a s aproximado o máximo possível
brincadeiras, essa do líder e assumir a postura de
não tem uma estátua antes de ele virar. Se
o r i g e m algum participante for pego em
determinada mas, movimento, volta para o ponto
ao que se sabe, já era usada de partida. Tudo se repete até
desde no início do século XX. que alguém consiga encostar
no líder, assumindo seu lugar na
Como se brinca: um
rodada seguinte.
participante do grupo é
escolhido ou sorteado para ser o
líder. Ele coloca (ou canta) uma
música e todos devem dançar
livremente. Ao parar a música, o
líder dá o comando “estátua!” e
todos devem congelar na
mesma posição em que estavam
ao receber o comando. O líder,
então, percorre o espaço
observando cada estátua,
provocando os participantes
(com caretas, piadas etc.) na
32 Revivendo as Brincadeiras de Crianca
,

Letra da música
Nós (bate palma sozinho) quatro
(abrem os braços, batendo palmas
com os dois colegas ao lado,
simultaneamente)
Eu (palma sozinho) com ela
(batem as duas palmas com o
colega à sua esquerda)
Eu (palma sozinho) sem ela (batem
as duas palmas com o colega à sua
direita)
Nós (palma sozinho) por cima (bate
palma no alto, as duas mãos com a
amiga da frente enquanto a outra
dupla bate por baixo).
Eu com as quatro Nós (palma sozinho) por baixo (a
dupla que bateu por cima antes,
agora bate por baixo e vice-versa).
Origem: como
o u t r a s
brincadeiras, essa
t e m o r i g e m
provável nas festas
p o p u l a r e s ,
manifestações
culturais que acontecem em todo o
país.
Outros nomes: Nós quatro.
Como se brinca: a brincadeira
consiste num movimento
sequenciado de batidas de mãos
acompanhando versos ritmados. É
feita com quatro pessoas em roda,
formando duas duplas. As crianças
batem palmas enquanto cantam a
música, seguindo o que manda a
letra da canção.
Brincadeiras Selecionadas 33

Forca
Origem: é um jogo desenho do corpo for finalizado
bem antigo e sua antes do jogador descobrir a
origem não é muito palavra, ele perde o jogo. Caso
clara. Acredita-se contrário, o “enforcador” perde.
que foi criado na Quando o “enforcador” erra a
I n g l a t e r r a ortografia da palavra escolhida, o
Vitoriana, onde o jogo é anulado e ele paga uma
primeiro registro em livro foi feito prenda imposta pelo adversário.
em 1894.
Como brincar: é jogado em
duplas. O participante escolhido
para ser o “enforcador” escolhe
uma palavra e, em uma folha de
papel, coloca a inicial, completando
com tracinhos (um para cada letra).
A um lado do papel, desenha uma
forca. O outro jogador terá que
descobrir qual é a palavra. Ele diz
uma letra. Se ela constar na
palavra, o “enforcador” a escreve
no lugar correspondente, quantas
vezes for necessário. Caso a letra
não conste na palavra, desenha
uma parte do corpo na forca. Se o
34 Revivendo as Brincadeiras de Crianca
,

sendo perseguidos, devem


conseguir sair pela boca do
garrafão. Aquele que fugir
saltando para fora pelo fundo ou
pelas laterais, terá que
equilibrar-se em um pé só. Só
poderá colocar os dois pés no
chão novamente, se conseguir
entrar pela boca do garrafão. Para
capturar os outros, o perseguidor
tem que sair pela boca, mas
,

Garrafao poderá saltar sobre a linha, caso


toque em um dos companheiros
antes de tocar no chão. Ao mesmo
O r i g e m : tempo, terá que defender a
desconhecida. Há entrada do garrafão, cansando ao
máximo os demais. Quem tocar os
d i v e r s a s
dois pés no chão fora da área,
variações para as passa a ser o perseguidor.
r e g r a s d a
b r i n c a d e i ra d e Variante: pode-se usar um
acordo com a garrafão de boca dupla.
região do país e, infelizmente,
algumas têm uma certa dose de
violência
Como se brinca: em um
espaço bem amplo, desenhar
um garrafão no chão. Um dos
participantes é escolhido para
ser o pegador. Ele se posiciona
do lado de fora, longe da boca do
garrafão, numa área
denominada pique ou mancha.
O seu objetivo é entrar no
garrafão, onde estão os demais,
dando um toque em cada um
para capturá-los. Os que estão
Brincadeiras Selecionadas 35

no canto direito de cada jogador.


Cada um escolhe seu “exército” de
12 peças (pretas ou brancas). Elas
são colocadas, somente nos
q u a d ra d o s p r e t o s , n a s t r ê s
primeiras linhas horizontais,
começando na linha mais próxima
ao jogador (a “linha de damas”). As
duas linhas do centro ficam livres.
À medida em que avança, na
diagonal e sempre para frente, um
jogador pode eliminar a peça do
adversário que estiver no seu
Jogo de damas caminho, retirando do tabuleiro
depois de “saltar” sobre ela, caso o
quadrado imediatamente posterior
Origem: sua origem esteja vazio. Nessa situação é
está relacionada ao permitido mover-se para trás. O
treinamento de jogador faz uma “dama” quando
estratégias de consegue chegar com uma peça na
batalha. Espalhou- linha de damas do adversário, que
se pela Europa e há terá que “coroar a dama” com
registros de que, tal outra peça que já tenha sido
como o conhecemos eliminada. A dama pode se mover
hoje, venha da prática de mulheres em todos os sentidos e em mais de
da nobreza na Idade Média, que uma casa de cada vez. Ganha o
jogavam um “jogo de damas”, com jogo aquele que eliminar todas as
regras mais simples e peças iguais, peças do adversário.
enquanto os homens jogavam
xadrez.
Como se brinca: a representação
de uma batalha, tem um tabuleiro
como campo e peças de duas cores
diferentes, como exércitos. O
objetivo é eliminar as peças do
adversário e conquistar seu
território.
O tabuleiro quadriculado, com oito
linhas de quadrados pretos e
brancos, alternados, é colocado
entre dois jogadores. A posição
correta é com um quadrado branco
36 Revivendo as Brincadeiras de Crianca
,

se não, divide-se igualmente.


Aquele que tirar a peça com maior
número, começa o jogo, colocando
na mesa uma pedra que tenha o
mesmo número nas duas partes. A
cada jogada, um jogador de cada
vez deve encaixar uma peça sua,
com o mesmo número das que
estão em alguma extremidade do
jogo. Caso o jogador não tenha

, nenhuma peça que encaixe em


nenhum lado, deve dar a vez para o
Jogo de domino próximo ou pegar no monte de
compra até conseguir. A partida
termina quando um jogador
Origem: acredita- consegue colocar todas as suas
se que o jogo tenha peças. Caso o jogo fique “trancado”
sido inventado no (quando ninguém tem peças para
século 3 a.C, na encaixar), ganha quem tiver o
China. Na Europa, menor número de peças em seu
os primeiros poder.
indícios são de
meados do século XVIII, quando
era jogado nas cortes de Veneza e
Nápoles. Lá, virou mania entre os
padres que, sempre que ganhavam
uma partida, diziam: “Domino
gratias”, ou seja, “graças a Deus”
em latim. Sem querer, acabaram
batizando o jogo.
Como se brinca: o jogo é
composto por 28 peças, cada uma
com duas partes, nas quais
pontinhos representam números de
zero a seis. Há várias maneiras e
graus de complexidade. A mais
simples é: embaralhar as peças,
voltadas para baixo e distribuí-las:
se forem apenas dois jogadores,
sete peças para cada, deixando o
restante num “monte de compra”;
Brincadeiras Selecionadas 37
,

Mae da rua começam a ajudar a capturar os


outros. A brincadeira termina
quando a turma toda for capturada.
Variante: os participantes
atravessam pulando com um pé só,
enquanto a mãe da rua pode usar
O r i g e m : os dois. Os que forem pegos,
desconhecida. também poderão correr com os
Como se brinca: dois pés para ajudar a capturar os
escolher um dos outros.
participantes para
ser a mãe da rua.
Com um giz,
desenhar duas
linhas paralelas, distantes cerca de
dois metros. O espaço entre elas
será a rua e é onde a mãe da rua se
movimen-tará, tentando capturar
os demais. Os participantes terão
que atravessar de um lado para o
outro, sem se deixarem pegar. Não
é permitido voltar para trás da
linha. Aqueles que forem pegos
38 Revivendo as Brincadeiras de Crianca
,

Quem chegar primeiro será a mãe


na próxima rodada.
Tipos de passos mais comuns:
formiguinha (bem curtos,
arrastando o pé ou encostando o
calcanhar de um pé no dedão do
outro); elefante (muito grandes, o
maior possível); canguru (pulando
e agachando); cachorro (de
quatro, usando os pés e as mãos).
,

Mamae posso ir?

O r i g e m :
desconhecida.
Como se brinca:
desenhar duas
linhas no chão,
com uma distância
mínima de quatro
metros, entre si. Escolher um
participante para ser a mãe. Ela se
posiciona atrás de uma das linhas,
enquanto os outros se colocam
atrás da outra linha, no extremo
oposto. O objetivo dos
participantes é chegar na mãe,
obedecendo as ordens em relação
ao tipo de passo que vão usar em
cada jogada. Para isso, um de
cada vez, dialoga com a mãe:
- Mamãe posso ir?
- Pode.
- Quantos passos?
- (exemplo) Dois de formiguinha.
Brincadeiras Selecionadas 39

potes e usar um pedaço de lona


plástica de tamanho suficiente
para acomodar o grupo sentado.
Depois de finalizada a modelagem
e quando a peça estiver seca,
pode-se passar outras tantas
horas brincando de pintar os
objetos ou formas criadas.
Dicas:
- Começar com formas mais
simples como vasos rústicos,
cestinhas de ovos, copinhos ou
cobrinhas.
Modelagem - Construa uma cidade em
com barro miniatura usando diversos
materiais (barro, pedras,
gravetos, palitinhos de madeira,
O r i g e m : a
modelagem existe
d e s d e o s
primórdios da
humanidade
quando, ainda na
Pré-história, o
homem começou a moldar o barro
para fabricar, primeiramente,
utensílios domésticos e, logo,
imagens representativas. De lá
para cá, a modelagem, com
diversos materiais, sempre esteve
presente em vasos, máscaras,
objetos decorativos, religiosos etc.
Como se brinca: pode-se utilizar
barro, argila, massa de modelar
etc. No caso do barro e argila, será
preciso imergir em água, com
bastante antecedência. Para
facilitar o manuseio, colocar o
material em diversas bacias ou
40 Revivendo as Brincadeiras de Crianca
,

para um deles, sem que os outros


percebam. Ao final, mostra as
mãos vazias, e pergunta a um dos
participantes “com quem está o
anel?”. Se a pessoa acertar, será o
próximo a passar o anel. Se não,
continuar perguntando até que alguém
acerte. Caso ninguém consiga
adivinhar, quem ficou com o anel será o
próximo a passá-lo.
Quanto mais participantes, mais
divertido! Durante a atividade, pode-se
cantar uma música, como a descrita
abaixo.

Passar anel Letra da música (de Bia Bedran):


Perdi meu anel no mar
Não pude mais encontrar
E o mar me trouxe a concha
De presente para me dar
Origem: a origem Não sei se foi na boca da baleia
da brincadeira não Se foi no dedo da sereia
é conhecida, mas Ou se foi um pescador
sabe-se que é Que encontrou o meu anel
muito antiga e E deu pro seu amor
praticada, com
diversos nomes,
em muitos países.
Como se brinca: Escolher um
participante para passar o anel (ou
outro objeto pequeno). Os outros
se sentam em círculo, com as
palmas das mãos juntas e braços
estendidos. O participante
escolhido, também junta as
palmas das suas mãos, com o anel
entre elas. Ele deverá deslizar suas
mãos juntas entre as palmas de
cada companheiro e passará o anel
Brincadeiras Selecionadas 41

que prefiram a mesma fruta que


ele escolheu no início da
brincadeira.
Letra da música:
Passarás, passarás
A bandeira há de ficar
Se não o da frente
Pode ser o de trás
Tenho dois filhos pequeninos
Não posso mais demorar
Demorar, demorar

,
Passaras
O r i g e m :
desconhecida
Como se brinca:
antes de começar,
dois participantes
escolhem uma
fruta de sua
preferência (por exemplo, pera e
maçã). Depois, se colocam um de
frente para o outro, com os braços
esticados para o alto e as mãos
juntas, formando uma ponte. Os
demais, passam por baixo, em fila,
cantando. Quando a música
termina, a dupla prende entre os
braços quem estiver passando
naquele momento e pergunta,
sem que os outros ouçam: “Pera
ou maçã?” O participante escolhe
e vai para trás de quem representa
a fruta escolhida. Repete-se tudo.
Ganha o participante que tiver
mais pessoas atrás de si, ou seja,
42 Revivendo as Brincadeiras de Crianca
,

v
,

,
Pera, uva, maca,
salada mista
O r i g e m : levantar e realizar a ação com
desconhecida. aquela que teve os olhos tapados e
Como se brinca: assumir seu lugar na próxima
são escolhidos dois rodada.
participantes. Um
deles tapa os olhos
do outro, enquanto
os demais se sentam, lado a lado ou
em círculo ao redor da dupla. Quem
tiver os olhos tapados, deve girar e
apontar na direção dos
participantes. Ainda sem saber
para quem apontou, deve escolher
uma fruta, sendo que cada uma
significa uma ação:
Pera - dar as mãos.
Uva - dar um abraço.
Maçã - beijo no rosto.
Salada mista – todas as três ações
anteriores.
A criança que foi apontada deve
Brincadeiras Selecionadas 43

concentra a maior parte de seu


peso, em geral feita de borracha, e
uma extensão mais leve,
geralmente feita de penas, para dar
equilíbrio e orientar sua trajetória
no ar quando arremessada. Pode-
se brincar em dupla ou em grupo.
Um participante inicia,
impulsionando a peteca para o alto,
numa manobra semelhante ao
saque usado no vôlei: ele segura a
peteca com uma das mãos e com a
outra dá um tapa, de baixo para
cima. Os demais precisam mantê-la
no ar com tapas, para impedi-la de
Peteca cair no chão. Quem deixá-la cair, sai
do jogo ou perde um ponto,
dependendo do combinado entre os
Origem: alguns participantes no início.
historiadores
sugerem que a
peteca já estava
presente na cultura
d o s í n d i o s
brasileiros, mesmo
antes da chegada dos portugueses.
Seu nome tem origem tupi,
significando a ação de golpear algo
com a mão espalmada. Tornou-se
um jogo tradicional na região
centro-sul do Brasil, principalmente
e m M i n a s G e ra i s . E ra f e i t a
artesanalmente, com palha de
milho ou com folhas e penas de
pássaros, mas, atualmente, é
fabricada em diversos materiais. O
jogo de peteca se espalhou pelo
mundo, ganhou regras e, hoje, é
considerado um esporte com
torneios oficiais.
Como se brinca: a peteca é
constituída de uma base, que
45 Revivendo as Brincadeiras de Crianca
,

pique para o outro que será o


pegador.
Pique-alto (ou pega-alto, pique-
altinho, pique-escada) – o pegador
fecha os olhos e conta até
determinado número, enquanto os
demais procuram lugares altos
(piques) para subir. Assim, eles
ficam a salvo do pegador que só
poderá pegá-los se estiverem no
chão. Aquele que for pego, passa a
ser o pegador.
Pique Pique-parede: semelhante ao
p i q u e - a l t o , p o r é m , p a ra se
salvarem do pegador os
O r i g e m : participantes devem encostar as
desconhecida mãos numa parede.
Como se brinca: Pique-ajuda (ou pique-polícia,
basicamente, um Deus me ajude) – quem for pego
participante é pelo pegador, passa a ajudá-lo a
escolhido para ser capturar os outros.
o “pegador”. A um
sinal, a brincadeira começa, todos
correm e o pegador deverá
capturar os colegas, um a um. Na
brincadeira, a palavra pique pode
significar um lugar seguro onde se
está a salvo do pegador ou algo
imaginário que a função do
pegador que é transferida de uma
pessoa para a outra (com quem
está o pique).
Variantes:
Pique Pega (ou pique-tá) - o
pegador, ou seja, quem está com o
pique deve alcançar outro
participante, tocando-o o dizendo
“tá” ou “peguei”. Assim ele passa o
Brincadeiras Selecionadas 45

Pique-esconde

O r i g e m :
desconhecida.
Como se brinca: o
participante
escolhido para ser
o pegador fecha os
olhos e conta até determinado
número para que os outros
tenham tempo de se esconder.
Terminada a contagem, sai em
busca dos esconderijos. Para
ganhar, terá que encontrar todos
os participantes. O primeiro a ser
encontrado, assume o lugar de
pegador na próxima rodada.
46 Revivendo as Brincadeiras de Crianca
,

,
Pular carnica
Origem: não há último da fila. Quanto mais
consenso sobre a participantes, mais divertido fica!
o r i g e m d a
brincadeira, mas Variantes: formar dois times e
e l a é fazer uma “corrida de carniça”.
internacionalmente Ganha, o time que conseguir que
c o n h e c i d a , todos os seus participantes saltem
praticada entre crianças do mundo pela fila primeiro.
inteiro. Em algumas regiões do
Brasil, também é conhecida como
pular sela.
Como se brinca: os participantes,
distantes cerca de dois metros um
do outro, fazem uma fila, todos
curvados, com as mãos apoiadas
sobre os joelhos. O último da fila,
deve saltar sobre os outros à sua
frente, apoiando as mãos nas
costas dos companheiros e abrindo
as pernas no momento do salto.
Quando chegar no início da fila, ele
também se agacha e tudo se repete
até que quem começou volte a ser o
Brincadeiras Selecionadas 47

vão subindo a altura, aumentando a


distância entre a corda e o chão. Os
outros participantes devem saltar
ela. Ganha aquele que conseguir
saltar mais alto, sem esbarrar na
corda. 

Chinelinho
Dois participantes, um em cada
ponta, seguram a corda a uma
altura suficiente do chão para poder
volteá-la. Quando falarem
Chinelinho (marcando as sílabas
com as batidas da corda), quem
estiver pulando, deverá deixar o
Pular corda chinelo ou sapato no chão na sílaba
final (nho), sem parar de pular. Na
próxima vez em que a palavra for
Origem: na Grécia dita, deverá pegar o chinelo,
e na Roma antiga, também na sílaba final. Se errar, dá
pular corda era um a vez para outro participante.
comportamento
muito utilizado para Chicote! Chicote Queimado!
celebrar a chegada Pimenta!
das novas estações. Consiste em aumentar o grau de
Há evidências da brincadeira em dificuldade, torneando a corda cada
pinturas medievais. vez mais rápido, de maneira que
esta, ao bater no chão, estale como
Como se brinca: se brinca com a um chicote.
corda parada ou em movimento,
quando deve ser volteada por dois
dos participantes, enquanto os
outros pulam sobre ela, no ritmo
das batidas, sem tropeçar. Uma
opção para fazer isso em dupla é
usar um lugar para amarrar uma
das pontas da corda. Podem ser
determinados vários graus de
dificuldade.
Altura, alturinha
Dois participantes, um em cada
ponta, seguram a corda parada,
estendida no chão. A cada rodada,
48 Revivendo as Brincadeiras de Crianca
,

cada rodada, sobem o elástico,


aumentando a distância entre este
e o chão. O outro participante, deve
pular, numa sequência de saltos.
Os pulos são alternados de acordo
com sequências estipuladas pelos
participantes e, também, de acordo
com a movimentação do elástico
(mais alto, mais baixo ou cruzado).
Uma canção ou, até mesmo, as
palavras que dão nome aos
diversos tipos de saltos, cantadas
com as sílabas divididas no ritmo
das batidas da corda, pode
, determinar os movimentos de
Pular elastico quem pula.

Origem: não há
o r i g e m
determinada mas
pode derivar de
brincadeiras
africanas.
Outros nomes: os nomes mudam
dependendo do movimento que se
pede para fazer e da região do país:
cebolinha, estrelinha, laranjinha,
castelinho, bigode, vassourinha,
cruzada de Belém etc.
Como se brinca: é preciso um
elástico, com cerca de 3 metros de
comprimento, unidos pelas pontas
em um nó. Dois dos participantes,
afastados um do outro, seguram o
elástico, esticando-o ao redor das
pernas, formando um retângulo. A
Brincadeiras Selecionadas 49

de volta para acertar um jogador


adversário, mas sem sair de onde a
pegou. O arremessador só pode
andar com a bola se pegá-la no ar.
Quem for atingido e deixar a bola
cair no chão, é queimado, vira
“prisioneiro” e tem que ir para o
espaço atrás da linha de fundo do
campo do seu adversário (a
prisão). Não será queimado se,
depois de ser atingido, ele ou algum
companheiro conseguir pegar a
bola antes que ela caia no chão.
Queimada Os jogadores queimados só podem
pegar a bola se ela cair dentro da
prisão. De lá, tentam queimar os
O r i g e m : adversários ou passar a bola para
encontramos seus companheiros de time. Os
referências à China, prisioneiros do mesmo time podem
Egito, Grécia e passar a bola entre si na área da
Colômbia. Todavia, prisão, desde que não a deixem
sabe-se que é uma cair. Mas, cada prisioneiro têm
prática muito antiga apenas uma chance de voltar a
entre as crianças de várias épocas. jogar na área de seu time: se
conseguir queimar um adversário
Como se brinca: os participantes na primeira vez que tiver a posse da
são divididos em dois times. O bola na prisão. Ganha o time que
campo é dividido ao meio, por uma conseguir o maior número de
linha reta (fronteira). Deve haver, prisioneiros ou que conseguir
ainda, um pequeno espaço atrás da queimar todos os adversários.
linha de fundo de cada campo
(prisão). O objetivo é “queimar”
todos os integrantes do time
adversário, acertando cada um com
a bola. Sorteia-se um time para
começar. Um dos jogadores
arremessa a bola de dentro do seu
campo sem ultrapassar a fronteira,
e os adversários desviam, sem sair
dos limites da sua área. Se a bola
não atingir ninguém, um jogador do
outro time pode pegá-la e atirá-la
50 Revivendo as Brincadeiras de Crianca
,

as bases. A outra, fica com a bola


(lançadores) e terá que derrubar
as bases. Os jogadores se
posicionam, sendo um lançador
de cada lado, atrás da base e um
rebatedor na frente de cada base.
Um lançador arremessa a bola
mirando a base oposta. O
rebatedor tenta acertar a bola,
rebatendo-a para longe. Caso não
consiga, o lançador posicionado
atrás dele pega e lança a bola,
tentando acertar a base oposta.
Se o rebatedor acertar a bola, o
Taco lançador que a arremessou deve
correr para pegá-la. Enquanto
isso, os rebatedores correm de
uma base para a outra, batendo os
Origem: este jogo tacos quando se cruzam no centro
de rua tem várias do campo e pousam seus tacos
versões para o seu nos círculos, quantas vezes
surgimento. Uma puderem, antes que o lançador
delas é que, assim volte com a bola. Se um rebatedor
como o beisebol, não pousar seu taco, o lançador
seja derivado do poderá acertá-lo com a bola,
críquete britânico. Outra, diz que trocando de lugar com ele. Os
foi criado por jangadeiros papéis também se invertem caso
brasileiros no século 18. um lançador consiga derrubar a
Outros nomes: bete, betes, base.
castelo, casinha ou tacobol.
Como se brinca: é preciso dois
tacos uma bola pequena, feita de
meia ou de borracha. Jogam duas
duplas de cada vez. Desenhar dois
círculos, bem distantes um do
outro. Dentro deles, coloca-se
uma lata ou uma garrafa, que será
a “base”. Uma dupla é escolhida
para ficar com os tacos
(rebatedores), e terá que defender
Brincadeiras Selecionadas 51

Tamanco de lata pode ser livre ou organizado como


uma corrida, com ou sem
obstáculos.
Uma diversão a mais é decorar as
latas, usando tecidos, adesivos,
O r i g e m : tinta etc.
desconhecida.
Outro nome: pé de
lata.
Como se brinca:
será preciso duas
latas (como as de leite em pó) para
cada participante. Fazer dois furos
no fundo, diametralmente opostos
e passar uma corda por eles. Unir
as extremidades da corda, na parte
de dentro, com um nó bem forte e
tampar a lata. O comprimento da
corda deve se ajustar à altura dos
participantes. Eles sobem nas latas
e, usando as cordas como alças,
têm que conseguir andar, se
equilibrando sobre elas. O percurso
52 Revivendo as Brincadeiras de Crianca
,

envolver, praticamente, todas as


outras artes, desde o desenho e a
pintura, para criação de cenários até
o canto e a dança, na performance
propriamente dita. Pode-se criar
uma peça, partindo de um
argumento ou texto ou pequenas
cenas, preparadas ou improvisadas.
O uso de figurinos e adereços dá
tempero especial à encenação.
Algumas variações interessantes,
são:
, - usar diversos tipos de fantoches e
Teatro e Historias marionetes.
- usar uma fonte de luz e um lençol
para fazer um teatro de sombras.
O r i g e m : a - propor exercícios de mímica facial
dramatização (alegre, triste, surpreso etc.) e
remonta à Pré- corporal (carregando objetos
história, quando o imaginários de peso e tamanhos
homem primitivo diferentes, imaginar-se andando
imitava os animais em diversos tipos de terreno –
para se aproximar areia, gelo, asfalto quente etc.).
de suas presas e
dramatizava suas façanhas para sua - explorar livremente as diversas
tribo, quando ainda não tinha possibilidades de um único objeto,
desenvolvido a linguagem oral. usando a imaginação: um pedaço
de tecido pode ser uma roupa, um
Como espetáculo, o teatro é barco, uma toalha... um pedaço de
praticado desde a Antiguidade, jornal que se transforma em uma
tendo se firmado nas culturas grega prancha de surf, um leque, um
e romana. No Brasil, foi introduzido chapéu etc.
no século XVI pelos jesuítas, que o
utilizavam na catequização dos
índios. Crianças, naturalmente,
usam a imitação para internalizar
valores e regras sociais durante seu
desenvolvimento, como na
brincadeira de casinha, de boneca,
de guerra etc.
Como se brinca: as possibilidades
do teatro são infinitas e podem
Brincadeiras Selecionadas 53

telhos, chocos, nécara,


mariquinha etc.
Como se brinca: pode ser
praticado de diversas maneiras. A
mais simples é lançar uma pedra
para o alto e, antes que ela caia no
chão, pegar outra peça. Depois
tentar pegar duas, três, ou mais,
lançando e pegando, cada vez
mais pedras.

v
Tres Marias

Origem: há
registros desse
jogo em relatos da
Antiguidade,
j o g a d o c o m
ossinhos ou
pequenas pedras.
Conta-se que os reis praticavam
com pepitas de ouro, pedras
preciosas, marfim ou âmbar.
Conhecido por pentha litha, na
Grécia, e por astragulus, em
Roma, era tão popular a ponto de
Homero fazer referência à ele na
sua famosa Odisséia. No Brasil,
costuma ser jogado com
pedrinhas, sementes, caroços de
frutas ou saquinhos de pano cheios
de areia.
Outros nomes: jogo de pedrinhas,
jogo do osso, onente, bato, arriós,
54 Revivendo as Brincadeiras de Crianca
,

Vivo ou Morto

O r i g e m : mais atenção dos participantes.


nordeste do A q u e l e q u e e r ra r, s a i d a
Brasil. brincadeira. Quem ficar até o
Outros nomes: final será o novo líder.
morto-vivo, duro
ou mole, senta-levanta.
Como se brinca: é escolhido
um participante para ser o líder.
Ele dá os comandos e os
d e m a i s d e v e m o b e d e c e r.
Quando ele disser “morto!”,
todos se agacham. Quando
disser “vivo!” todos pulam e
ficam de pé. O líder deve variar
os comandos, ora alternando,
ora repetindo e cada vez mais
rápido. Essa variação exigirá
Brincadeiras Selecionadas 55

Notas
1 MARTINS, Marilena Flores (Coord.). Guia http://mundoestranho.abril.com.br/mater
O direito de brincar de todas as ia/qual-ea-origem-do-domino
crianças. Fortaleza/CE: Rede Nacional http://www.historia.templodeapolo.net
Primeira Infância, 2014. http://www.brasilescola.com
2 A RNPI é um grupo articulado de http://www.dicionariotupiguarani.com.br/
organizações da sociedade civil, dicionario/peteca/
representantes do governo, institutos e http://mapadobrincar.folha.com.br/brinca
fundações empresariais ou privadas, deiras/diversas/
outras redes e organizações multilaterais, http://chc.cienciahoje.uol.com.br/amareli
fundada em maio de 2006. Atualmente, nha-e-outras-linhas/
mais de 135 organizações compõem a http://blog.kyly.com.br/blog/brincadeira-
RNPI, buscando concretizar ações em da-semana-alerta
vários âmbitos (mais de 20 organizações http://revistaescola.abril.com.br/creche-
do RJ). pre-escola/brincadeiras-regionais-sul-
3 A SFB é uma Organização Não elastico-700354.shtml
Governamental fundada em 1986 por http://www.botucatu.sp.gov.br/Eventos/2
franceses e brasileiros, de utilidade pública 007/contHistorias/#
federal, sem fins lucrativos e sem http://escola.britannica.com.br/article/48
vinculação religiosa ou partidária. Atua na 2590/contacao-de-historias
defesa e promoção dos direitos de crianças http://www.contadoresdehistorias.com.br
e adolescentes, incidindo sobre políticas http://www.cpt.com.br/cursos-educacao-
públicas e investindo nas áreas de infantil/artigos/tecnicas-para-a-contacao-
educação, saúde, mobilização social, de-historias
organização popular, objetivando a http://www.lendo.org/guia-definitivo-
disseminação de metodologias contacao-historias/
participativas, a equidade social e a prática http://criandocriancas.blogspot.com.br/2
da cidadania. 008/04/brincadeira-de-rua-amarelinha-
4 MARTINS, Marilena Flores (Coord.). Guia 1.html
O direito de brincar de todas as http://pedagogiaufsc.blogspot.com.br/20
crianças. Fortaleza/CE: Rede Nacional 10/09/pe-na-lata-turma-devera-escolher-
Primeira Infância, 2014. o.html
5 TESSARO, Josiane Patrícia. Discutindo a http://www.jangadabrasil.com.br/temas/
importância dos jogos e atividades em sala outubro2010/te14110e.asp
de aula. psicologia.com.pt, 2007. http://meusbrinquedosantigos.blogspot.c
D i s p o n í v e l e m : om.br/2013/01/garrafao.html
<http://www.psicologia.pt/artigos/textos/ http://territoriodobrincar.com.br/wp-
A0356.pdf>, acesso em 02/05/2015. content/uploads/2015/06/Crian%C3%A7a
6 Os textos foram extraídos principalmente s-de-%C3%A1reas-rurais.pdf
das seguintes fontes: Revista eletrônica de crítica e teoria de
http://delas.ig.com.br/filhos/brincadeiras/ literaturas Sessão aberta PPG-LET-UFRGS
https://brasileirinhos.wordpress.com/brin – Porto Alegre – Vol. 04 N. 01 – jan/jun
cadeiras 2008 - Contação de histórias: resgate da
http://casa.hsw.uol.com.br memória e estimulo à imaginação - Shirlei
http://origemdapalavra.com.br Milene Torres, Ana Lúcia Liberato
http://www.infoescola.com/folclore Tettamanzy
http://www.livresportes.com.br/reportage http://www.seer.ufrgs.br/NauLiteraria/arti
m/historia-e-as-regras-do-jogo-de-damas cl/viewFile/5844/3448
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