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Olá Amiga secreta

Esse livro não vai ser uma leitura fácil, vai fazer você chorar, odiar, se revoltar, chorar
outra vez, se revoltar de novo, mas vai fazer você ter esperança, vai te apresentar a
mulheres fortes e a uma cultura fascinante. Esse livro foi enviado pela TAG Inéditos
em Março de 2020, e já entrou pra minha lista de melhores leituras da vida e espero
que essa leitura possa entrar para a sua lista das melhores da vida também.

Sinopse:

"Sempre olhe para a praia quando voltar à superfície, senão você pode perder o
norte", a mãe disse, virando o rosto de Hana para que ela enxergasse a terra. Na
areia, sua irmã estava sentada, protegendo os baldes que continham a pesca do dia.
"Procure sua irmã depois de cada mergulho. Nunca se esqueça disso. Se puder vê-la,
você estará segura."

Quando Hana nasceu, a Coreia já estava sob ocupação japonesa, e por isso a garota
sempre foi considerada uma cidadã de segunda classe, com direitos renegados. No
entanto, nada diminui o orgulho que tem de sua origem. Assim como sua mãe, Hana é
uma haenyeo, ou seja, uma mulher do mar, que trabalha por conta própria seguindo
uma tradição secular. Na Ilha de Jeju, onde vivem, elas são as responsáveis pelo
mergulho marinho -- uma atividade tão perigosa quanto lucrativa, que garante o
sustento de toda a comunidade.
Como haenyeo, Hana tem independência e coragem, e não há ninguém no mundo
que ela ame e proteja mais do que Emi, sua irmã sete anos mais nova. É justamente
para salvar Emi de um destino cruel que Hana é capturada por um soldado japonês e
enviada para a longínqua região da Manchúria.
A Segunda Guerra Mundial estava em curso e, assim como outras centenas de
milhares de adolescentes coreanas, Hana se torna uma "mulher de consolo": com
apenas dezesseis anos, ela é submetida a uma condição desumana em bordéis
militares. Apesar de sofrer as mais inimagináveis atrocidades, Hana é resiliente e não
vai desistir do sonho de reencontrar sua amada família caso sobreviva aos horrores da
guerra.
Em Herdeiras do mar, Mary Lynn Bracht lança mão de uma narrativa tocante e
inesquecível para jogar luz sobre um doloroso capítulo da Segunda Guerra Mundial
ainda ignorado por muitos.

Filme:

HAENYEO - A FORÇA DO MAR

https://vimeo.com/401995302
a História das Haenyeos

Haenyeo  um termo coreano que designa as mulheres mergulhadoras da ilha sul-


coreana de Jeju. São conhecidas pelo seu espírito independente, férrea vontade e
determinação, e representam a estrutura familiar semi-matriarcal desta ilha coreana.
Na atualidade constituem um dos principais símbolos turísticos e culturais da Coréia
do Sul.

A tradição das mergulhadoras de Jeju remonta ao ano 434. Originalmente, este tipo de


mergulho era uma profissão exclusivamente masculina, com a exceção das mulheres
que trabalhavam junto aos seus maridos. Não foi senão no século XVII que surgiu a
primeira menção escrita às mergulhadoras, numa monografia sobre a geografia de
Jeju que as descreve como jamnyeo (lit., «mulheres mergulhadoras»). No século XVIII
as mergulhadoras, que então eram denominadas habitualmente como haenyeo,
superou em número os mergulhadores homens. Outra explicação deste fenômeno é a
condição fisiológica feminina: as mulheres têm uma maior gordura subcutânea e um
limite de tremor mais alto que os homens, tornando-as mais aptas para suportar a
imersão em águas frias. Um documento do século XVIII registrou a imposição de um
tributo pago em espécie de abalones secos, fato que obrigou muitas mulheres a
mergulhar em águas frias em busca deste tipo de molusco.
Uma vez que o mergulho no mar acabou por se converter numa indústria praticamente
dominada pelas mulheres, muitas das haenyeo substituíram posteriormente os seus
maridos como principal sustento da família. Esta tendência incrementar-se-ia
especialmente depois de a Coréia se ter convertido em colônia japonesa e o mergulho
se ter tornado numa atividade muito mais lucrativa. Até ao período anterior à
colonização japonesa, grande parte das capturas que realizavam as mergulhadoras
eram entregues às autoridades de Choson como tributo. Porém, quando os japoneses
se instalaram na Coréia, aboliram esta tradição, permitindo que as haenyeo pudessem
vender as suas capturas no mercado livre e pudessem retirar benefícios. Além disso,
os comerciantes japoneses e coreanos contratavam as mergulhadoras para que
trabalhassem para si no Japão ou na península coreana como trabalhadoras
assalariadas, contribuindo para melhorar significativamente a sua situação financeira.
Desde 1903 as haenyeos começaram a ser contratadas para trabalhar no Japão, onde
coexistiram com as ama nipônicas; até 1937 o número de haenyeos que mergulhavam
em águas japonesas era de 1601 mulheres. Em Yeonpyeong-ri — uma ilha próxima
de Incheon, onde trabalham muitas haenyeo— os seus salários constituíam, em
média, cerca de 40-48 % dos rendimentos totais de uma família típica da zona. A
posição preeminente das mergulhadoras na economia de Jeju e nas unidades
familiares continuaram a exibir uma certa importância mesmo depois da colonização
japonesa. No início da década de 1960, por exemplo, as colheitas das Haenyeo
representavam cerca de 60% dos rendimentos da pesca de Jeju, enquanto entre os
maridos existiam fortes taxas de desemprego.
Época recente

Figuras de Haenyeo tradicionais, num museu.


Após esse período de maior êxito, a indústria das Haenyeo entrou em declínio. Tal
como em toda a Coréia, na própria ilha de Jeju a estrutura econômica mudou e em
1978 o turismo já tinha superado os setores econômicos tradicionais, como a
agricultura. Esta circunstância teve um impacto considerável no número de
mergulhadoras Haenyeo. Devido ao aumento de alternativas ao que era um trabalho
duro e penoso, muitas mulheres abandonaram a indústria da pesca subaquática. Entre
1965 e 1970 o número de mergulhadoras caiu a pique, passando de 23081 para
apenas 14143. Maiores danos causaria à indústria das Haenyeo o fato de as novas
gerações se desligarem praticamente deste mundo, ao lhes serem abertas melhores
oportunidades econômicas. A ausência de novas aspirantes traduziu-se num
progressivo envelhecimento das mergulhadoras. Em 1970 cerca de 31% das
mergulhadoras Haenyeo tinham 30 anos ou menos, enquanto 55% tinha idade entre
30 e 49 anos e apenas 14% tinham mais de 50 anos; no entanto, em 2014 os números
tinham mudado radicalmente: então 98% das mergulhadoras tinham idade média
superior a 50 anos.
Apesar deste panorama, a situação mudou. Na atualidade as Haenyeo são
consideradas como um dos mais valiosos tesouros de Jeju. O governo sul-coreano
subsidiou a aquisição de equipamento para as mergulhadoras e concedeu-lhes
direitos exclusivos para a venda de marisco fresco. Além disso, em março de 2014 o
governo sul-coreano solicitou à UNESCO que as Haenyeo fossem inscritas na lista do
Património Cultural Imaterial da Humanidade.

Fonte:Wikipédia

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