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Biografia do autor

Luis Sepúlveda nasceu em Ovalle, no


Chile no dia 4 de outubro de 1949. Ele foi
romancista, realizador, roteirista, jornalista e
ativista político chileno.

Viajou e trabalhou no Brasil, Uruguai e


Perú. Viveu no Equador entre os índios Shuar,
participando numa missão de estudo da
UNESCO.

Ele começou a escrever quando


frequentava o Instituto Nacional. Ingressou
nas fileiras da Juventude Comunista chilena
em 1964, o que não o impediu de continuar a escrever, desta feita poesia
e contos de natureza mais séria.

Este autor conquistou vários prêmios, como, em 1970, Prémio da


Casa das Américas, em 2009, Prémio Primavera Romance e em 2016,
Prémio Eduardo Lourenço.

No dia 29 de fevereiro de 2020, foi diagnosticado com COVID-19,


tendo sido o primeiro caso diagnosticado nas Astúrias, em Espanha.
Morreu nessa região a 16 de abril de 2020, vítima dessa doença

Bibliografia do autor
Da sua vasta obra (toda ela traduzida em português), destacam-se
os romances O Velho que Lia Romances de Amor e História de uma
Gaivota e do Gato que a Ensinou a Voar. Mas Mundo do Fim do Mundo
Patagónia Express, Encontro de Amor num País em Guerra, Diário de um
Killer Sentimental ou A Sombra do que Fomos foram, também, livros
bastante apreciados por milhões de leitores de todo o mundo.
Referência bibliográfica
Sepúlveda, Luis (2018). História de uma baleia branca. Lisboa: Porto
Editora.

Notas de leitura
Páginas 11-29

As primeiras páginas deste livro que comecei a ler são bastante


interessantes e empolgantes. Esta história começa no verão austral, no
Chile de 2014, onde gostaria de comentar um facto muito importante no
enredo, que foi quando um cachalote encalhou na costa e houve uma
embarcação que decidiu respeitá-lo, amarrando cordas à sua barbatana
caudal, arrastando-o até ao mar alto, abrindo-lhe o corpo e deixando-o
afundar no oceano, eu achei um bonito ato de solidariedade.

Também há a parte, em que uma baleia da cor da lua fala um pouco


do que pensa sobre os homens e do que vê neles, como, da forma com
que eles se deslocavam no mar, e, acaba, certamente, por dar a conhecer,
um bocado do seu mundo e de si própria.

Páginas 33-64

As próximas páginas falam do que a baleia aprendeu com o homem,


e há um trecho que queria compartilhar, que ocorreu quando a baleia viu
um acontecimento trágico, uma luta entre duas embarcações, que com os
seus canhões disparavam balas entre si, e, quando uma delas acabou por
vencer, os homens celebraram a vitória, enquanto os perdedores iam
morrendo afogados, e, a baleia ficou horrorizada, porque nenhum animal
atacava outro da mesma espécie, mas o homem fazia isso
frequentemente, e ela não gostou do que aprendeu com ele, e eu próprio
concordei com ela.
Um dia ela encontrou uma baleia-piloto gravemente ferida por um
arpão que foi espetado pelos homens que caçavam baleias, e davam pelo
nome de baleeiros, e eu novamente fiquei surpreso com a crueldade dos
homens, e estava cada vez mais curioso para o que vinha a seguir, no qual
descobri a triste verdade da razão porque caçavam as baleias, que não era
por causa da sua carne, mas sim pelo óleo dos seus intestinos, que servia
de iluminação para as sua casas.

Mas nem todos eram maus, os lafkenche ou Gente do Mar, só


tiravam do mar aquilo de que necessitavam para o seu sustento, e a baleia
da cor da lua recebeu uma missão de uma grande e velha baleia macho:
ficar entre a ilha Mocha e a costa protegendo dos perigosos baleeiros, os
lafkenche e as quatro velhas baleias fêmeas, que lá habitavam e faziam
viagens até à ilha para deixar os corpos falecidos da Gente do Mar, até ao
momento em que o último morrer, para fazerem a grande travessia. Eu
creio que a baleia da cor da lua consiga cumprir o seu dever.

Páginas 69-90

Depois, a baleia fala dos seus dias entre a ilha Mocha e a costa, e
fiquei fascinado no momento em que eu descobri que as quatro velhas
baleias eram mulheres idosas, que saíam das suas casas quando os
lafkenche gritavam «trempulkawe!», e, quando mergulhavam no mar e
emergiam transformavam-se em baleias.

Pulando um bocado a história, há uma parte que adorei imenso,


que se desenrolou enquanto as quatro velhas baleias se deslocavam até à
ilha para deixar um corpo, acompanhadas da baleia da cor da lua, que se
apercebeu de um navio de baleeiros a entrar no canal, mas ela com a sua
agilidade, astúcia e coragem, conseguiu se defender a si e às baleias dos
homens da cobiça. Depois desse acontecimento, os homens, furiosos,
passaram-lhe a chamar Mocha Dick. Até eu fiquei admirado com a sua
bravura.
Páginas 95-136

A seguir a este ataque dos baleeiros, vários outros que sucederam,


mas, a imponente baleia branca conseguiu diversas vezes desviar-se deles
e assim proteger as quatro velhas baleias. Para mim, ela era uma
verdadeira heroína.

Ela também sacrificou-se pelas quatro baleias, sendo ferida várias


vezes por arpões que lhe causavam grande dor, para as conseguir salvar.

Um dia, a baleia da cor da lua vira duas embarcações, uma à


entrada e outra à saída do canal, e, infelizmente, enquanto as baleias
faziam a viagem até à ilha com um corpo, elas morreram ou ficaram
feridas, e aí ela percebeu que nunca mais fariam a grande viagem por
causa da cobiça dos baleeiros que não os deixavam em paz. Eu fiquei
bastante triste no final, por causa da impiedade dos homens, que são
capazes de fazer de tudo para obterem aquilo que querem. No geral,
gostei bastante do livro porque, para além de ter uma história lindíssima
também sensibiliza-nos um pouco sobre a vida marinha.
Biografia do autor
Michel Tournier foi um escritor francês que nasceu a 19 de
dezembro de 1924 em Paris. Estudou

faleceu a 18 de janeiro de 2016 em Choisel, França.


Referência bibliográfica
Tournier, Michel (1985). Sexta-Feira ou a Vida Selvagem. Lisboa:
Editorial Presença.

Notas de leitura

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