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UNIVERSIDADE FEDERAL MARANHÃO – UFMA

CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS


DEPARTAMENTO DE SOCIOLOGIA E ANTROPOLOGIA
Curso de Licenciatura Plena em Ciências Sociais

Paulo Alfredo Donjie de Oliveira

ANTROPOLOGIA II: Conceito de Função em Ciências Sociais,


Resumo da obra de Alfred Reginald Radcliffe Brown

São Luis
2012
Paulo Alfredo Donjie de Oliveira

ANTROPOLOGIA II: Conceito de Função em Ciências Sociais,


Resumo da obra de Alfred Reginald Radcliffe Brown

Trabalho apresentado como exigência da disciplina


Antropologia II ao curso de Ciências Sociais da
Universidade Federal do Maranhão, sob a orientação da
Profª. Madian.

São Luis
2012
“Quando não se sabe onde ir, qualquer
lugar serve”
Autor desconhecido
BROWN, Alfred Reginald Radcliffe. Conceito de Função em Ciências Sociais

1 Informações sobre a obra

Sabe-se que a obra que contém o capítulo “conceito de Função em Ciências


Sociais” é um trabalho que teve formulações de alguns autores entre eles Emile
Durkheim, com as Regras do Método Sociológico de 1895 que define função de uma
instituição social como uma correspondência entre ela e as necessidades da organização
social.

2 Informações técnicas

Segundo o autor é preciso ter cautela com definição de Durkheim para evitar
ambiguidades e dar margem à interpretação teleológica no que substitui o termo
“necessidades” por “condições necessárias de existência” ou o próprio significado do
autor. A tentativa de aplicar conceito de função em ciências sociais remete às condições
necessárias de existência para as sociedades humanas e organismos animais.

O autor utiliza com cautela a analogia entre vida social e vida orgânica. Destaca
que, por exemplo, os organismos compõem de células e moléculas que fazem parte de
uma estrutura em funcionamento e tem inter-relações. A vida de um organismo é
interpretada como o funcionamento de sua estrutura. Cada órgão, célula desse processo
tem um papel ou contribuição para a vida do organismo, ou seja, exerce uma função.

Na vida social há uma estrutura social em que os seres humanos têm relações
dentro de um todo integrado. A destruição de uma unidade não afeta a estrutura, como é
o caso da morte de um indivíduo. A estrutura continua através da vida social pelas
interações dos indivíduos. A vida social é o funcionamento da estrutura social que
contribui para a manutenção da continuidade estrutural. Neste caso o conceito de função
pressupõe uma noção de estrutura composta de uma série de relações.

O autor destaca três problemas na utilização desses conceitos: problema de


morfologia social – semelhanças e diferenças de estruturas sociais. Problema de
fisiologia social – como funcionam? E problemas de desenvolvimento – como vêm a
existir novos tipos de estrutura social?
Radcliffe afirma que na sociedade humana a estrutura social como um todo só
pode ser observada em seu funcionamento e aqui cessa a analogia entre organismo e
sociedade. Alguns aspectos da estrutura social só podem ser observados quando as
relações estão funcionando.

Outra questão é que na vida orgânica o tipo estrutural não muda, na vida social o
tipo estrutural muda sem que haja quebra de continuidade. Portanto, função se define
como a contribuição de certa atividade da qual é parte. Um costume social contribui
para a vida social total. Toda estrutura social tem sua unidade funcional do sistema
social.

O autor também menciona a questão da eficiência ou não de um organismo ao


que por analogia na sociedade chama de eunômica ou disnômica. Durkheim escreveu
sobre o assunto no que deu uma base objetiva para a ciência da patologia social. A
sociedade pode alterar sua estrutura sem que a disnomia social leve a sua extinção.

O conceito de função proposto pelo autor é considerado como hipótese de


trabalho, assim afirma que nem tudo na vida social tem função, apenas pressupõe-se que
tem e pode ser investigada. Um costume social pode ter funções diferentes em duas
sociedades distintas. A aceitação do ponto de vista funcional leva a uma série de
problemas que devem ser estudados amplamente.

Radcliffe faz algumas considerações sobre o Dr. Lesser que estabelece a


diferença entre antropologia funcional e não funcional. Afirma que o conteúdo da
antropologia social é toda a vida social de um povo em todos os seus aspectos. Dr.
Lesser percebe a vida social como um todo, como unidade funcional. Os aspectos da
vida social do ponto de vista funcionalista devem ser investigados mais completamente
considerando uns em relação aos outros e como o indivíduo é modelado pela vida social
ou ajustado a ela.

Por fim, Radcliffe assinala duas opiniões conflitantes do Dr. Lesser entre o
ponto de vista funcional e o histórico, o autor rebate de que não há conflito, mas sim
diferenças. Afirma ainda que alguns funcionalistas e alguns etnólogos acreditam que
não há leis sociológicas a descobrir, mas eles não têm como provar tal hipótese, bem
como não podem sustentar que não há generalizações sobre a sociedade humana, porque
eles mesmos sustentam tais generalizações e até formulam suas próprias.

Paulo Alfredo Donjie de Oliveira é acadêmico do Curso de Licenciatura Plena


em Ciências Sociais.

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