Os embargos de declaração visam corrigir decisões judiciais que contenham ambiguidade, obscuridade, contradição ou omissão. Podem ser interpostos por qualquer parte legítima no prazo de 2 dias contra sentenças ou de 5 dias contra acórdãos, devendo apontar especificamente os pontos a serem esclarecidos.
Os embargos de declaração visam corrigir decisões judiciais que contenham ambiguidade, obscuridade, contradição ou omissão. Podem ser interpostos por qualquer parte legítima no prazo de 2 dias contra sentenças ou de 5 dias contra acórdãos, devendo apontar especificamente os pontos a serem esclarecidos.
Os embargos de declaração visam corrigir decisões judiciais que contenham ambiguidade, obscuridade, contradição ou omissão. Podem ser interpostos por qualquer parte legítima no prazo de 2 dias contra sentenças ou de 5 dias contra acórdãos, devendo apontar especificamente os pontos a serem esclarecidos.
Disciplina: Processo Penal IV Unicruz Natureza jurídica “Há divergência na doutrina quanto à natureza jurídica dos embargos de declaração. Predomina o entendimento de que se trata de recurso, embora haja vozes em sentido contrário. Ainda que se trate de impugnação para o mesmo órgão prolator da decisão, e não para uma instância superior, e por isso tenha um acentuado caráter de retratação, os embargos de declaração são meio voluntário para a reparação do gravame causado por decisão judicial, utilizado na mesma relação processual, possuindo assim, natureza recursal.” (BADARÓ, 2016) “Conquanto alguns autores afirmem que os embargos de declaração não têm, propriamente, natureza recursal, constituindo meio para correção da decisão (Julio Fabbrini Mirabete e Fernando Capez), é mais sólido o entendimento de que se trata de recurso, na medida em que são instrumentos voluntários de impugnação de decisões, exercitáveis no seio da mesma relação processual.” (REIS e GONÇALVES, 2016) Previsão legal “Para impugnar as decisões proferidas por juiz singular (primeiro grau, portanto), utiliza-se o art. 382 do CPP. Em se tratando de acórdãos proferidos por tribunais, os embargos declaratórios estão previstos nos arts. 619 e 620 do CPP.” (LOPES JR., 2015) “Art. 382. Qualquer das partes poderá, no prazo de 2 (dois) dias, pedir ao juiz que declare a sentença, sempre que nela houver obscuridade, ambigüidade, contradição ou omissão. [...]. Art. 619. Aos acórdãos proferidos pelos Tribunais de Apelação, câmaras ou turmas, poderão ser opostos embargos de declaração, no prazo de dois dias contados da sua publicação, quando houver na sentença ambiguidade, obscuridade, contradição ou omissão.” (Código de Processo Penal) “O CPP apresenta uma duplicidade de tratamento para os embargos de declaração: (i) cabem embargos de declaração dos acórdãos proferidos pelos Tribunais (CPP, arts. 619 e 620); (ii) há previsão, no Título da sentença, sem nominá-lo (CPP, art. 382), tendo ficado conhecido com embarginho.” (BADARÓ, 2016) Nos Juizados Especiais Criminais, a Lei 9.099/95 prevê os embargos declaratórios no art. 83. “Art. 83. Cabem embargos de declaração quando, em sentença ou acórdão, houver obscuridade, contradição ou omissão.” (Lei 9.099/95) Embargos de declaração e decisões interlocutórias “Todo ato judicial que tenha um caráter decisório, ainda que mínimo, é passível de embargos declaratórios, mesmo que seja considerado “irrecorrível”, como sucede com as decisões interlocutórias simples. Pode parecer contraditório dizer “decisão irrecorrível” mas impugnável por embargos de declaração, mas não o é. A garantia constitucional da motivação das decisões judiciais e a própria legitimidade do exercício do poder jurisdicional no curso do processo penal impõem a clareza e possibilidade de compreensão dessas decisões, sejam elas recorríveis ou não. O que está em discussão é o direito das partes de saberem o que e por que tal ou qual decisão foi tomada.” (LOPES JR., 2015) “Embora sem previsão legal, os embargos de declaração também são cabíveis contra decisões interlocutórias. Aliás, o novo Código de Processo Civil admite o cabimento dos embargos de declaração “contra qualquer decisão judicial” (art. 1022, caput).” (BADARÓ, 2016) “Art. 1.022. Cabem embargos de declaração contra qualquer decisão judicial para: I - esclarecer obscuridade ou eliminar contradição; II - suprir omissão de ponto ou questão sobre o qual devia se pronunciar o juiz de ofício ou a requerimento; III - corrigir erro material.” (Código de Processo Civil) “Art. 3o A lei processual penal admitirá interpretação extensiva e aplicação analógica, bem como o suplemento dos princípios gerais de direito.” (Código de Processo Penal) Hipóteses de cabimento “No CPP, os embargos de declaração são cabíveis quando houver ambiguidade, obscuridade, contradição ou omissão (arts. 382 e 619). Na Lei 9.099/1995, são previstos no caso de obscuridade, contradição, omissão ou dúvida (art. 83).” (BADARÓ, 2016) O CPC de 2015 alterou o texto do art. 83 da Lei 9.099/95, excluindo a hipótese de embargos declaratórios no caso de dúvida. “ambiguidade – quando parte da decisão permite duas ou mais interpretações inconciliáveis, de forma a impedir a conclusão acerca de seu real significado;” (REIS e GONÇALVES, 2016) “ambiguidade: é aquela decisão que se pode tomar em mais de um sentido, é equívoca, indeterminada, imprecisa ou incerta;” (LOPES JR., 2015) “obscuridade – falta de clareza da decisão, que se torna, no todo ou em parte, ininteligível;” (REIS e GONÇALVES, 2016) “obscuridade: no sentido de ser difícil de entender, confusa, enigmática, vaga;” (LOPES JR., 2015) “contradição – quando algumas das proposições insertas na decisão não se concilia com a outra;” (REIS e GONÇALVES, 2016) “contradição: é a decisão que contém um conflito de ideias, uma dicotomia, uma incompatibilidade entre as teses expostas ou entre as teses e o dispositivo. Contraditório aqui é empregado no sentido de ilogicidade da própria decisão, em que a fundamentação não conduz à conclusão ou a fundamentação é incompatível em si mesma;” (LOPES JR., 2015) “omissão – caracteriza-se pelo silêncio da decisão acerca de matéria que deveria apreciar.” (REIS e GONÇALVES, 2016) “... omissão: trata-se da “falta” juridicamente relevante, ou seja, a falta de enfrentamento de todas as teses acusatórias ou defensivas, sejam fáticas ou jurídicas, ou ainda, de valoração da prova produzida no processo. Nas decisões interlocutórias proferidas no curso da instrução, a omissão pode existir em relação aos pedidos de diligências e provas postulados pelas partes e não decididos pelo juiz.” (LOPES JR., 2015) Interesse recursal “O gravame é inerente ao fato de se ter uma manifestação jurisdicional ambígua, obscura, contraditória ou omissa. Não há prejuízo mais evidente do que estar submetido a uma decisão incompreensível ou incompleta. O interesse recursal está vinculado à (in)eficácia da garantia da motivação das decisões judiciais.” (LOPES JR., 2015) “Quanto ao interesse, cabe destacar que mesmo a parte beneficiada pela decisão pode ter interesse em interpor embargos de declaração. O gravame advirá de uma decisão judicial, ainda que favorável, que não seja plenamente compreensível e inteligível, com clareza, ou que seja incompleta.” (BADARÓ, 2016) Legitimidade “Os embargos de declaração podem ser interpostos pelos sujeitos que têm legitimidade geral para recorrer (CPP, art. 577, caput): Ministério Público, querelante, acusado e seu defensor.” (BADARÓ, 2016) “No que tange aos requisitos objetivos, estão legitimados a embargar o Ministério Público, assistente de acusação, o querelante e o réu (ou querelado).” (LOPES JR., 2015) Tempestividade “Nos procedimentos em geral, os embargos serão opostos no prazo de 2 dias, contados da intimação, e serão endereçados ao juiz (na hipótese de sentença) ou ao relator (na hipótese de acórdão). Nos procedimentos do Juizado Especial Criminal, porém, o prazo para oposição dos embargos declaratórios é de 5 dias (art. 83, § 1º, da Lei n. 9.099/95).” (REIS e GONÇALVES, 2016) “O prazo para interposição dos embargos de declaração é de dois dias (CPP, arts. 382 e 619), a contar da data da intimação da decisão, sentença ou do acórdão. No STF, o prazo é de 5 dias (RISTF, art. 337, § 1º); no STJ, será de 2 dias (RISTJ, art. 263, caput). Nos Juizados Especiais Criminais, o prazo para os embargos de declaração é de cinco dias (Lei 9.099/1995, art. 83, § 1º).” (BADARÓ, 2016) Regularidade formal “Os embargos de declaração devem ser opostos por escrito, com as razões inclusas, em que a parte demonstre o ponto a ser aclarado. A exceção a essa regra fica por conta dos Juizados Especiais Criminais, em que o art. 83, § 1º da Lei n. 9.099/95 possibilita a interposição de embargos declaratórios oralmente ou por escrito e também amplia o prazo, que será de 5 dias.” (LOPES JR., 2015) “Os embargos de declaração devem ser interpostos por escrito, mediante petição (CPP, art. 620, caput), não sendo possível a interposição oral, por termo nos autos, segundo a regra geral do art. 578, caput. Isso porque, o art. 620, caput, exige que do “requerimento” constem os pontos em que o acórdão é ambíguo, obscuro, contraditório ou omisso, sob pena de o relator indeferir, de plano, os embargos, nos termos do § 2º do mesmo art. Trata-se, portanto de recurso que precisa ser fundamentado.” (BADARÓ, 2016) “Diverso, porém, é o regime de interposição dos embargos de declaração no procedimento sumaríssimo dos Juizados Especiais Criminais, em que há regra expressa prevendo a interposição oral dos embargos de declaração (Lei 9.099/1995, art. 83, § 1º).” (BADARÓ, 2016) “Art. 620. Os embargos de declaração serão deduzidos em requerimento de que constem os pontos em que o acórdão é ambíguo, obscuro, contraditório ou omisso. § 1o O requerimento será apresentado pelo relator e julgado, independentemente de revisão, na primeira sessão. § 2o Se não preenchidas as condições enumeradas neste artigo, o relator indeferirá desde logo o requerimento.” (Código de Processo Penal) “Art. 83 [...]. § 1º Os embargos de declaração serão opostos por escrito ou oralmente, no prazo de cinco dias, contados da ciência da decisão.” (Lei 9.099/95) Contraditório “Como regra, uma vez interpostos os embargos de declaração, não há contraditório, ou seja, não há manifestação da outra parte, apenas do juiz. Contudo, quando houver possibilidade de radical modificação na decisão (efeitos modificativos ou infringentes), que possa, inclusive, inverter o gravame [...], é aconselhável que o juiz determine a intimação da parte contrária (que poderá ser afetada pela nova decisão proferida) para que apresente contrarrazões. Trata-se de uma medida salutar, com vistas a dar eficácia ao contraditório e que em nada prejudica a celeridade do recurso e do processo.” (LOPES JR., 2015) “Não há previsão de manifestação do embargado, até mesmo porque os embargos, em tese, não poderiam agravar sua situação. [...]. Todavia, em respeito ao contraditório, e principalmente se houver possibilidade de o julgamento ter efeitos infringentes, o juiz deve abrir vista à parte contrária para contrarrazões. Aplica-se, no caso, por analogia, mas com as devidas adaptações, o § 2º do art. 1.023 do CPC/2015 [...]. A adaptação, para respeitar a isonomia, é que o prazo de manifestação deverá ser de dois dias, no caso embargos de declaração contra sentença ou acórdão dos TJs e TRFs, pois esse é o prazo que o embargante tem para recorrer já apresentada suas razões.” (BADARÓ, 2016) “Art. 1023 [...]. § 2º O juiz intimará o embargado para, querendo, manifestar-se, no prazo de 5 (cinco) dias, sobre os embargos opostos, caso seu eventual acolhimento implique a modificação da decisão embargada.” (Código de Processo Civil) Efeitos “Os embargos de declaração terão efeito devolutivo delimitado ao âmbito da ambiguidade, obscuridade, contradição ou omissão. De se ver, contudo, que se trata de uma “devolutividade” diferente da maioria dos recursos, na medida em que os embargos de declaração são recursos do juiz a quo para o juiz a quo. Numa acepção vulgar, portanto, talvez esse fosse o verdadeiro “efeito devolutivo”, na medida em que a matéria seria devolvida a quem proferiu a decisão recorrida. Por outro lado, em se considerando que o duplo grau implica que a decisão seja revista por órgão superior, isto é, diverso do que proferiu a decisão, os embargos de declaração não seriam, propriamente, dotados de efeito devolutivo.” (BADARÓ, 2016) “Quanto ao efeito suspensivo, na verdade os embargos declaratórios interrompem o prazo para interposição de qualquer outro recurso, desde que a decisão seja recorrível, é claro. Não se trata de suspender, mas sim de interromper o prazo dos demais recursos, na medida em que deverá fluir por inteiro.” (LOPES JR., 2015) “Uma vez que o Código de Processo Penal não disciplina as consequências da oposição dos embargos para a fluência dos prazos para os demais recursos, aplicam-se, por analogia, as disposições da legislação processual civil em relação à matéria: de acordo com a redação do art. 1.026, caput, do Novo Código de Processo Civil, a oposição dos embargos acarreta a interrupção do prazo para outros recursos. Assim, o manejo dos embargos faz com que o prazo para a interposição de outro recurso passe a ser contado novamente em sua integralidade, a partir do julgamento dos aclaratórios. A oposição de embargos por qualquer das partes acarreta a interrupção do prazo também para o adversário.” (REIS e GONÇALVES, 2016) “Art. 1.026. Os embargos de declaração não possuem efeito suspensivo e interrompem o prazo para a interposição de recurso.” (Código de Processo Civil) “Nos Juizados Especiais Criminais, de acordo com a nova redação dada ao art. 83, § 2º, da Lei n. 9.099/95 (Lei n. 13.105/2015) a oposição dos embargos também implica interrupção do prazo para a interposição de outros recursos, e, não mais, a mera suspensão desse prazo.” (REIS e GONÇALVES, 2016) “Excepcionalmente, contudo, os embargos terão efeitos modificativos (também denominados efeitos infringentes): quando do reconhecimento do defeito decorrer, necessariamente, a alteração do que foi julgado.” (REIS e GONÇALVES, 2016) “Trata-se de uma modificação da decisão por imposição lógica, como sucede, por exemplo, na sentença condenatória que fixa a pena em 2 anos de detenção, por um delito cometido sem violência ou grave ameaça, e determina a expedição de mandado de prisão, por negar o direito de apelar em liberdade. O réu, antes da apelação, interpõe embargos declaratórios, alegando uma grave omissão: o não enfrentamento da possibilidade de substituição da pena, nos termos do art. 44 do CP. O juiz, acolhendo o pedido, declara o ponto omisso e, com isso, modifica substancialmente a sentença, na medida em que substitui a pena privativa de liberdade por uma restritiva de direitos.” (LOPES JR., 2015) “Mas há casos em que a modificação é mais profunda, especialmente quando há contradição entre a fundamentação e a decisão, ou grave omissão, em que a decisão dos embargos de declaração acaba por modificar completamente a natureza da sentença. Imagine-se uma decisão que, na fundamentação e análise da prova, afirme autoria e materialidade, tomando o caminho da condenação. Contudo, inexplicavelmente, o dispositivo absolve o réu. O Ministério Público apresenta embargos de declaração apontando a grave contradição entre a fundamentação e o dispositivo. Se acolhidos os embargos, haverá, claramente, efeitos modificativos ou infringentes, pois o juiz deverá refazer o dispositivo, com a respectiva dosimetria e proferindo uma sentença condenatória.” (LOPES JR., 2015) “Os embargos declaratórios têm efeito iterativo ou regressivo, pois atribuem ao próprio juiz ou tribunal, que ditou a decisão, o poder de reexaminá-la, ou seja, regressa para o mesmo órgão decisório.” (LOPES JR., 2015) “Os embargos de declaração não têm “efeito regressivo”. Embora o próprio juiz ou turma que proferiu a decisão embargada volte a analisar a questão, não se trata de juízo de retratação, mas julgamento do recurso pela mesma autoridade jurisdicional que proferiu a decisão recorrida.” (BADARÓ, 2016) “Os embargos de declaração poderão ter o chamado efeito extensivo, previsto no art. 580 do CPP. Por exemplo, tendo havido omissão na análise da ilegitimidade de parte do Ministério Público, se os embargos de um dos réus forem acolhidos, e, suprindo a omissão, seja reconhecida a carência da ação, obviamente a decisão valerá para todos os acusados.” (BADARÓ, 2016) Embargos de declaração meramente protelatórios “Evidente que o acusado tem o direito à ampla defesa que implica poder se valer de todos os recursos que a lei lhe possibilita. Recorrer é usar o direito de defesa. Mas há uma linha, nem sempre claramente demarcada, mas que não há como negar que pode ser ultrapassada, que separa o uso do abuso do direito de defesa.” (BADARÓ, 2016) “Também não podem ser equiparados os embargos meramente protelatórios aos embargos conhecidos e julgados improcedentes. Improcedência significa não ter razão no mérito recursal, mas não significa, consequentemente, que o único propósito do recorrente foi protelar, sem qualquer outro objetivo. Assim, somente os embargos de declaração claramente abusivos, sem nenhum outro propósito a não ser retardar o trânsito em julgado, cuja matéria de fundo é manifesta e gritantemente improcedente, por não haver qualquer omissão, contrariedade ou obscuridade a ser sanada, é que poderá gerar tal efeito.” (BADARÓ, 2016) Nesse ponto, as regras do CPC/2015, dispostas nos artigo 1026, §§ 2º, 3º e 4º, são aplicáveis ao Processo Penal? “Art. 1026. [...]. § 2º Quando manifestamente protelatórios os embargos de declaração, o juiz ou o tribunal, em decisão fundamentada, condenará o embargante a pagar ao embargado multa não excedente a dois por cento sobre o valor atualizado da causa. § 3º Na reiteração de embargos de declaração manifestamente protelatórios, a multa será elevada a até dez por cento sobre o valor atualizado da causa, e a interposição de qualquer recurso ficará condicionada ao depósito prévio do valor da multa, à exceção da Fazenda Pública e do beneficiário de gratuidade da justiça, que a recolherão ao final. § 4º Não serão admitidos novos embargos de declaração se os 2 (dois) anteriores houverem sido considerados protelatórios.” (Código de Processo Civil) (Grifei) “Por outro lado, não nos parece possível aplicar, no Processo Penal, a multa prevista no Código de Processo Civil, pois seria criar, por analogia, uma sanção não prevista em lei. Além disso, o valor da multa que o embargante pagará ao embargado tem por base o “valor da causa” (CPC/2015, art. 1026, § 2º) ou o “valor atualizado da causa” (CPC/2015, art. 1026, § 3º), o que é inaplicável no processo penal.” (BADARÓ, 2016) No Processo Penal, existe o precedente julgado pelo STF na Ação Penal 470, que determinou o imediato reconhecimento do trânsito em julgado do acórdão condenatório, independentemente da publicação do acórdão nos segundos embargos, com finalidade meramente protelatória. “No Processo Penal, reconhecido o caráter meramente protelatório dos embargos de declaração em recurso especial ou extraordinário, o que se tem feito é determinar a baixa dos autos, independentemente da publicação do acórdão ou de eventual interposição de outro recurso, para o início do cumprimento da pena.” (BADARÓ, 2016) “Trata-se, porém, de regra de jurisprudência, que ainda não definiu, claramente, quando considerar os embargos de declaração protelatórios nem, muito menos, se isso poderá se dar nos primeiros embargos, ou somente em caso de reiteração dos declaratórios com caráter eminentemente protelatório.” (BADARÓ, 2016) Referências BADARÓ, Gustavo Henrique. Manual dos Recursos Penais. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2016. LOPES JR., Aury. Direito Processual Penal. 12ª ed. São Paulo: Saraiva, 2015. REIS, Alexandre Cebrian Araújo; GONÇALVES, Vitor Eduardo Rios. Direito Processual Penal Esquematizado. Coordenador Pedro Lenza. 5ª ed. São Paulo: Saraiva, 2016.