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EXERCÍCIOS DE RECUPERAÇÃO PARALELA DE FILOSOFIA

São Paulo, _____de __________________ de 2016.


Nome:_____________________________ Nº: ________ 1 º _____
Disciplina: Filosofia Professor: Walmir Período: __________

1 Jean-Paul Sartre (1905 – 1980) encontrou um motivo de reflexão sobre a


liberdade na obra de Dostoiévski Os irmãos Karamazov: “se Deus não existe, tudo
é permitido”. A partir daí teceu considerações sobre esse tema e algumas
consequências que dele podem ser derivadas.

[...] tudo é permitido se Deus não existe e, por conseguinte, o homem está
desamparado porque não encontra nele próprio nem fora dele nada a que se
agarrar. Para começar, não encontra desculpas. [...] Estamos sós, sem desculpas.
É o que posso expressar dizendo que o homem está condenado a ser livre.
Condenado, porque não se criou a si mesmo, e como, no entanto, é livre, uma vez
que foi lançado no mundo, é responsável por tudo o que faz.

SARTRE, Jean-Paul. O existencialismo é um humanismo. São Paulo: Nova


Cultural, 1987, p. 9 (coleção “Os Pensadores”).

Com base em seus conhecimentos sobre a filosofia existencialista de Sartre e nas


informações acima, assinale a alternativa correta.
a) Porque entende que somos livres, Sartre defendeu uma filosofia não engajada,
isto é, uma filosofia que não deve se importar com os acontecimentos sociais e
políticos de seu tempo.
b) Para Sartre, a angústia decorre da falta de fé em Deus e não do fato de sermos
absolutamente livres ou como ele afirma “o homem está condenado a ser livre”.
c) As ações humanas são o reflexo do equilíbrio entre o livre-arbítrio e os planos
que Deus estabelece para cada pessoa, consistindo nisto a verdadeira
liberdade.
d) Para Sartre, as ações das pessoas dependem somente das escolhas e dos
projetos que cada um faz livremente durante a vida e não da suposição da
existência e, portanto, das ordens de Deus.

Justifique a escolha pela alternativa


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2. “Só pelo fato de que tenho consciência dos motivos que solicitam minha ação,
esses motivos já são objetos transcendentes para minha consciência, estão fora;
em vão buscaria agarrar-me a eles, escapo disto por minha existência mesma.
Estou condenado a existir para sempre além de minha essência, além dos móveis
e dos motivos de meu ato: estou condenado a ser livre. Isto significa que não se
poderia encontrar para a minha liberdade outros limites senão ela mesma, ou, se
se prefere, não somos livres de cessar de ser livres. (...) O sentido profundo do
determinismo é o de estabelecer em nós uma continuidade sem falha da
existência em si. (...) Mas em vez de ver transcendências postas e mantidas no
seu ser por minha própria transcendência, supor-se-á que as encontro surgindo no
mundo: elas vêm de Deus, da natureza, da ‘minha’ natureza, da sociedade. (...)
Essas tentativas abortadas para sufocar a liberdade – elas desmoronam quando
surge, de repente, a angústia diante da liberdade – mostram bastante que a
liberdade coincide no fundo com o nada que está no coração do homem”.
Sartre.

Com base no texto, seguem as seguintes afirmativas:


I. No homem, a existência precede a essência.
II. Em sua essência, o homem é um ser determinado quer seja, ou por Deus, ou
pela natureza, ou pela sociedade.
III. Os limites da minha liberdade são estabelecidos pelos valores religiosos,
estéticos, políticos e sociais.
IV. “O homem não está livre de ser livre”, pois não é possível “cessar de ser livre”.
V. A liberdade humana, em suas escolhas, se orienta por valores objetivos e pré-
determinados.

Assinale a alternativa correta.


a) Apenas II está correta.
b) Apenas I e IV estão corretas.
c) Apenas II e IV estão corretas.
d) Apenas III e V estão corretas.
e) Todas as afirmativas estão corretas.

Justifique a escolha pela alternativa


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3 Texto 1

Sobre o estupro coletivo de uma estudante de 23 anos em Nova Déli, o advogado


que defende os suspeitos declarou: “Até o momento eu não vi um único exemplo
de estupro de uma mulher respeitável”. Sobre esta declaração, o advogado
garantiu que não tentou difamar a vítima. “Eu só disse que as mulheres são
respeitadas na Índia, sejam mães, irmãs, amigas, mas diga-me que país respeita
uma prostituta?!”

(Advogado de acusados de estupro na Índia denuncia confissão forçada.


http://noticias.uol.com.br. Adaptado.)
Texto 2

Na Índia, a violência contra as mulheres tomou uma nova e mais perversa forma,
a partir do cruzamento de duas linhas: as estruturas patriarcais tradicionais e as
estruturas capitalistas emergentes. Precisamos pensar nas relações entre a
violência do sistema econômico e a violência contra as mulheres.

(Vandana Shiva, filósofa indiana. No continuum da violência. O Estado de S.Paulo,


12.01.2013. Adaptado.)

Os textos referem-se ao fato ocorrido na Índia em dezembro de 2012. Pela leitura


atenta dos textos, podemos afirmar que:
a) segundo a filósofa, fatos como esse explicam-se pela confluência de fatores
históricos e econômicos de exclusão social.
b) para a filósofa, a violência contra as mulheres na Índia deve- se exclusivamente
ao neoliberalismo econômico.
c) as duas interpretações sugerem que a prevenção de tais atos violentos
depende do resgate de valores religiosos.
d) sob a ótica do advogado, esse fato ocorreu em virtude do desrespeito aos
direitos humanos.
e) as duas interpretações limitam-se a reproduzir preconceitos de gênero
socialmente hegemônicos naquele país.

Justifique a escolha pela alternativa


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4. Segundo Norberto Bobbio, a concepção política do contratualismo
(jusnaturalismo) clássico baseia-se na dicotomia “estado (ou sociedade) de
natureza/estado (sociedade) civil”, sendo que a passagem de um estado para o
outro se realiza através de um contrato (pacto) dos indivíduos entre si para a
constituição do poder soberano. Thomas Hobbes é um dos principais filósofos que
elaboram esta concepção política.
Assinale a alternativa que não corresponde ao pensamento político de Hobbes.
a) O estado de natureza é pensado como um estado não político ou antipolítico,
por nele predominar o direito de todos a todas as coisas.
b) O Estado (sociedade) civil surge como antítese ao estado de natureza, com a
finalidade de corrigir ou eliminar os problemas existentes neste estado.
c) No estado de natureza, os homens são todos iguais tanto no que diz respeito às
faculdades do corpo quanto às faculdades do espírito, como também na
esperança de atingir seus próprios fins.
d) O poder soberano, no Estado civil, não é absoluto e inalienável.
e) O estado de natureza é um estado de guerra de todos contra todos.

Justifique a escolha pela alternativa


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5. O filósofo inglês John Locke (1632-1704) construiu uma teoria político-social


da propriedade que é, até hoje, uma das referências principais sobre o tema.
Afirma ele:

“A natureza fixou bem a medida da propriedade pela extensão do trabalho do


homem e conveniências da vida. Nenhum trabalho do homem podia tudo dominar
ou de tudo apropriar-se. [...] Assim o trabalho, no começo (das sociedades
humanas), proporcionou o direito à propriedade sempre que qualquer pessoa
achou conveniente empregá-lo sobre o que era comum.”

(LOCKE, J. Segundo tratado sobre o governo civil. São Paulo: Abril Cultural, 1983,
p. 48; 45; 52)

Em consonância com essa concepção de propriedade do filósofo, é correto afirmar


que
a) o direito à propriedade é, prioritariamente, fruto do trabalho.
b) o direito à propriedade é fundado naquele que primeiro se apossou do bem
(terra, animais etc.).

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c) o fato de os recursos naturais serem comuns a todos os homens gera um
impedimento à propriedade individual.
d) o trabalho individualiza o que era propriedade comum, pois agrega algo
particular ao bem.
e) o trabalho antecede a propriedade do bem e não o contrário.

Justifique a escolha pela alternativa


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6 . “Hobbes não viu que a mesma causa que impede os selvagens de usarem
sua razão, como o pretendem os nossos jurisconsultos, impede-os também de
abusar das suas faculdades, como ele próprio o pretende; de sorte que se poderia
dizer que os selvagens não são maus precisamente porque não sabem o que é
ser bom”

(ROUSSEAU, Jean-Jacques. Discurso sobre a origem e os fundamentos das


desigualdades entre os homens. In: Antologia de textos filosóficos. Curitiba:
SEED-PR, 2009, p.590).

A partir disso, assinale o que for correto.


a) Jean-Jacques Rousseau aplica à política o princípio ontológico aristotélico,
segundo o qual o homem é uma criatura criada por Deus.
b) As concepções diferentes que Thomas Hobbes e Jean-Jacques Rousseau têm
sobre a natureza humana os levam a divergir sobre a forma de organização
que deve fundamentar a sociedade civil.
c) De acordo com Rousseau, são dois os motivos de o homem não ser mau no
estado de natureza: em primeiro lugar, sendo isolado e não tendo as paixões
do homem civil, o homem natural não ataca, não se vinga, não mata. Além
disso, há no homem natural, o sentimento de piedade.
d) Para Rousseau, o homem torna-se o lobo do homem, quando, ao afastar-se do
estado de natureza, ele se perverte.
e) Segundo Hobbes, os homens tendem sempre para a guerra, pois, se dois
homens desejam a mesma coisa ao mesmo tempo, e esta é impossível de ser
obtida por ambos, eles se tornam inimigos.

Justifique a escolha pela alternativa


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7. “Na abertura de sua obra Política, Aristóteles afirma que somente o homem é
um ‘animal político’, isto é, social e cívico, porque somente ele é dotado de
linguagem. Os outros animais, escreve Aristóteles, possuem voz (phoné) e com
ela exprimem dor e prazer, mas o homem possui a palavra (lógos) e, com ela,
exprime o bom e o mau, o justo e o injusto. Exprimir e possuir em comum esses
valores é o que torna possível a vida social e, dela, somente os homens são
capazes.” (CHAUÍ, M. Convite à Filosofia. 14ª edição. São Paulo: Ática, 2011, p.
185). A partir dessa reflexão sobre o homem e a linguagem, assinale o que for
correto.
a) O homem se distingue dos animais porque possui linguagem simbólica, isto é,
capaz de estabelecer ligações entre os signos e as coisas.
b) Expressões artísticas, como a pintura, a fotografia e a dança, não podem ser
consideradas formas de linguagens.
c) A linguagem é um instrumento político, pois o domínio da linguagem culta é
uma forma de segregação entre distintas classes sociais.
d) A Lógica se distingue da linguagem natural porque não se ocupa com a
significação dos conteúdos do pensamento, mas sim com sua expressão
formal.
e) Palavras “tabu” são aquelas proibidas de serem pronunciadas, sob pena de
punição, como forma de reforçar laços sociais e reprimir costumes.

Justifique a escolha pela alternativa


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8. “Porque as leis de natureza (como a justiça, a equidade, a modéstia, a


piedade, ou, em resumo, fazer aos outros o que queremos que nos façam) por si
mesmas, na ausência do temor de algum poder capaz de levá-las a ser
respeitadas, são contrárias a nossas paixões naturais, as quais nos fazem tender
para a parcialidade, o orgulho, a vingança e coisas semelhantes. E os pactos sem
a espada não passam de palavras, sem força para dar qualquer segurança a
ninguém. Portanto, apesar das leis de natureza (que cada um respeita quando tem
vontade de respeitá-las e quando pode fazê-lo com segurança), se não for

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instituído um poder suficientemente grande para nossa segurança, cada um
confiará, e poderá legitimamente confiar, apenas em sua própria força e
capacidade, como proteção contra todos os outros.”

MALMESBURY, Thomas Hobbes de. Leviatã ou matéria, forma e poder de um


Estado eclesiástico e civil.

Sobre o pensamento de Hobbes, assinale a alternativa incorreta:


a) O contrato social que dá origem ao Estado só é obedecido pela força e pelo
temor.
b) Os homens, na sua condição natural, observam apenas as suas paixões
naturais.
c) O contrato social que dá origem ao Estado pode ser desfeito quando o
soberano desrespeita os direitos dos súditos e age de forma parcial, visando a
seus próprios interesses.
d) A concepção de homem natural de Hobbes é marcada por um profundo
pessimismo antropológico.
e) A filosofia política hobbesiana é atomista.

Justifique a escolha pela alternativa


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9. “(...) o ataque de 11 de setembro [de 2001] é de fato um ataque bárbaro, e por


ser bárbaro é que exige uma resposta civilizada. É bárbaro tanto na forma como
no fundo, não por ser organizado por uma religião ou cultura bárbara, mas por ser
organizado em nome da ideia do Bem absoluto. E ele exige uma resposta
civilizada, ou seja, uma luta sem hipocrisia, não em nome da ideia do Bem ou da
civilização, mas em nome da luta pela diversidade da humanidade, da qual todas
as civilizações são garantia.”

(WOLFF, Francis. In: ARANHA, M. L. A.; MARTINS, M. H. P. Temas de Filosofia.


3.ª ed. São Paulo: Moderna, 2005, p. 292).

A partir do trecho citado, assinale o que for correto.


a) Todas as civilizações têm a obrigação de garantir a existência da humanidade;
nesse sentido, elas não podem defender o extermínio de seres humanos,
sejam eles de qualquer raça ou etnia.

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b) Uma resposta bárbara a um ataque bárbaro implica, pelo raciocínio do autor,
uma vitória da barbárie sobre a civilização.
c) Não é sinal de justiça tratar terroristas por regras que eles mesmos não
reconhecem, como o respeito aos direitos humanos.
d) As populações consideradas civilizadas têm como Bem absoluto a defesa de
seu próprio modelo de civilização.
e) Uma resposta civilizada está calcada nos princípios que fundam a civilização
moderna ocidental, particularmente, no respeito aos direitos humanos.

Justifique a escolha pela alternativa


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10. Desde a Idade Moderna, quase todas as sociedades enfrentaram o dilema de


optar entre duas concepções distintas e opostas sobre o poder. Dois filósofos
ingleses Thomas Hobbes e John Locke foram responsáveis por sintetizarem essas
concepções. Segundo Thomas Hobbes, o ser humano em seu estado natural é
selvagem e cada um é inimigo do outro; mas, quando o ser humano abre mão de
sua própria liberdade e a autoridade plena do Estado é estabelecida, passam a
predominar a ordem, a paz e a prosperidade. Para John Locke, o ser humano já
é dotado em seu estado natural dos direitos de vida, liberdade e felicidade e,
assim, a autoridade do Estado só é legítima quando reconhece e respeita esses
direitos e, para que isso se concretize, é necessário limitar os poderes do Estado.

Assinale a alternativa que apresenta as duas concepções políticas associadas,


respectivamente, a esses filósofos.
a) Mercantilismo e Fisiocracia.
b) Classicismo e Barroco.
c) Absolutismo e Liberalismo.
d) Subjetivismo e Objetivismo.
e) Nacionalismo e Internacionalismo.

Justifique a escolha pela alternativa


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