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Ribeiro, Laura Cançado.

Atlas para identificar e codificar os aspectos gerais dos desenhos de Figuras humanas
(Texto-Atlas, 26 p.)

Análise simbólica do desenho da pessoa humana, texto 6

Atlas para identificar e codificar os aspectos gerais


dos desenhos das duas figuras humanas
Como no Texto 5, você vai continuar a identificar e codificar traços gráficos presentes no
desenho feito por PSJ1. Aconselho a ler a introdução do Texto 5, para conhecer fundamentos e
metodologia da construção deste Atlas, que é continuação do anterior. Você viu no Quadro de Classes
Classes e categorias referentes aos Nº de e Categorias a visão geral da organização
aspectos gerais dos desenhos das duas traços atingida, que é a mesma em todos os textos que
figuras humanas estão neste site. No Texto 5, você trabalhou
AP - APRESENTAÇÃO DA FIGURA apenas com a classe PF, Partes da Figura. O
Tema da figura 32 termo Figura nomeia a pessoa humana
Expressão da figura 21 desenhada. O Quadro ao lado mostra as classes
Movimento 10 e categorias que constituem os Aspectos Gerais
Postura corporal 13 do desenho das duas figuras humanas como um
Tamanho da figura 13 todo. Veja que alguns deles se referem às
Localização da figura na folha 12 figuras, outros se referem ao desenho
Ambientação da figura (fundo) 16 propriamente dito, e até ao comportamento de
ES - ESTRUTURA (da composição e da figura) PSJ.
Sucessão ao desenhar 13 A classe Apresentação da Figura engloba as
Simetria do desenho 09
categorias tema, posição corporal e movimento,
Perspectiva básica 06
tamanho, localização da figura na folha e
Perspectiva por sombreamento 06
tratamento dado ao fundo. A classe Estrutura da
Esquema corporal e detalhes 24
TD - TRATAMENTO DIFERENCIAL ENTRE
composição e da figura refere-se ao
FIGURAS planejamento geral da composição, esquema
Semelhança e diferenciação geral 14 corporal e complexidade da representação da
Semelhanças e diferenças específicas 28 figura humana pelo desenho. A classe
Idade relativa das figuras 09 Tratamento diferencial entre figuras envolve a
Valorização relativa das figuras 13 comparação das diferenças de representação
Atribuição diferencial de qualidades das figuras dos dois sexos. Finalmente, a classe
afetivas e de integração pessoal 21 Traçado e estilo se refere à expressão
TE - TRAÇADO E ESTILO psicomotora e aos padrões de comportamento
Traçado em geral 06 observados ao longo da tarefa.
Pressão ao fazer as linhas 06
Como fazer a codificação? Como no
Amplitude das linhas 03
Texto 5, para codificar você tem de identificar o
Forma das linhas do desenho 03
aspecto presente no desenho. Como o Atlas está
Tipo e modo de fazer as linhas 11
Correções e retoques organizado por categorias (Ex. Idade relativa das
09
Estilo de ação (reações ao teste) figuras, na Classe TD, ou Amplitude das linhas,
30
na Classe TE), ao começar a analisar cada uma,
é bom ler todos os códigos contidos nela. De posse dessa visão global sobre cada categoria, você
começa a identificar e codificar os traços que estão presentes no desenho de seu PSJ. Ler todos os

1 PSJ é abreviação de pessoa- sujeito: o seu cliente, a sua cliente, o desenhista, a desenhista.
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psicologiaclinicatextos.com.br, aba Análise Simbólica. Coletânea Análise simbólica do desenho da figura
humana, texto 6. Inserido em 11/2014
Ribeiro, Laura Cançado. Atlas para identificar e codificar os aspectos gerais dos desenhos de Figuras humanas
(Texto-Atlas, 26 p.)

possíveis códigos antes de fazer a identificação vai ajudar você a discriminar. Algumas descrições se
tornam mais precisas, quando comparadas a outras, similares a elas, mas levemente distintas. Algumas
descrições são mutuamente exclusivas; isso é avisado. As mesmas limitações relatadas no Texto 5
estão presentes neste; e recomendo a mesma cautela ao considerar a realidade de PSJ e suas situações
de fato. Para registrar sua codificação, oriente-se pelo Anexo.
Classe AP: apresentação da Figura
A primeira classe (Classe AP) é a da apresentação da figura e engloba as categorias: tema
escolhido, expressão da figura, movimento sugerido, posição corporal em que a figura é apresentada,
tamanho da mesma, localização dela na folha de papel e o fundo. Cada categoria é explorada numa
Seção à parte. O tema (embora tenha sido delimitado que se fizesse o desenho de uma pessoa
humana) pode variar desde figura de animal, a uma figura de pessoa, a uma figura abstrata que
representaria para o sujeito o ser humano, pois a capacidade simbólica do sujeito humano é ilimitada.
Recomendo sempre o trabalho em dupla. Se isso não for possível, em caso de dúvida, consulte alguém.
Recomendo também não codificar traços que lhe pareçam duvidosos.
CLASSE AP DO ATLAS E SUAS CATEGORIAS: DEFINIÇÕES PARA IDENTIFICAÇÃO E CODIFICAÇÃO
DAS CARACTERÍSTICAS DE APRESENTAÇÃO DA FIGURA DESENHADA

AP01.-Tema da figura. Refere-se à caracterização geral que o sujeito dá à figura desenhada. Exs: desenho
de si mesmo, desenho de vaqueiro, de criança, de fantasma.
AP01.00- Figura humana. Esse é um código básico— leia todos os outros, para discriminação. Os sujeitos normais
em geral apresentam essa codificação. Se o sujeito tiver desenhado uma figura que se afasta muito do
humano, ou muito empobrecida, as codificações AP01.20 em diante costumam se adaptar.
AP01.00.01- Desenho de si mesmo. A pessoa faz um desenho de si própria. Verificar pela história e diálogo.
AP01.01- Figura humana do próprio sexo, de idade mais jovem do que PSJ. Desenho de figura humana do próprio
sexo que está numa faixa de idade inferior à de PSJ. Primeiro situe PSJ numa faixa de idade: adolescente (se
tiver de 14 a 17 a.), ou jovem (de 18 a 24 a.), ou adulto jovem (de 25 a 39 anos), adulto maduro (de 40 a 69
a.), ou velho. E aplicar esse código quando a figura desenhada for de uma faixa de idade menor. Indique
também a faixa de idade da figura desenhada; por ex., adolescente (quando PSJ é adulto); adulto jovem,
(quando PSJ é adulto maduro ou idoso). Se a figura desenhada for infantil, as faixas são: bebê, criança
pequena (2-6 a.), menino/a (7-10 a.), púbere (11-13 a.). Em dúvida, use segunda opinião.
AP01.02- Figura com roupas menos adultas que a idade de PSJ. Figura com roupas menos adultas que a idade de
PSJ, não importando se o corpo é adulto.
AP01.03- Figura de mesma idade que PSJ. Verificar se a figura humana desenhada está na mesma faixa de idade
de PSJ. Estando na mesma faixa, é codificada AP01.03. Em dúvida, use segunda opinião.
AP01.04- Figura de idade superior à de PSJ. Figura de faixa de idade superior à faixa de idade de PSJ. Ver as faixas
em AP01.01 e comparar com a faixa de idade de PSJ. (O trabalho analítico é análogo ao descrito para figura
mais jovem que PSJ).
AP01.05- Figura com roupas mais adultas que o adequado para a idade de PSJ. Figura com roupas próprias de
pessoa mais adulta que a idade de PSJ, não importando se o corpo é adequado à idade de PSJ.
AP01.06- Figura de velho.
AP01.07- Desenho de pessoa específica. PSJ desenha figura com características fortes de pessoa do seu
relacionamento, exceto pai e mãe. Para saber, pergunte a PSJ se desenhou alguém de suas relações.
AP01.08- Figuras parentais. PSJ desenha as figuras do pai e da mãe. Identifique perguntando.
AP01.09- Estereótipos em geral. PSJ desenha clichê, ou lugar comum, ou personagem histórico conhecido. Exs.:
Papai Noel, Jesus Cristo, Napoleão, soldado, policial, gangster, desportista, atletas, etc.. Assinale esse código
e procure, nos códigos seguintes, se o estereótipo está descrito. Se não houver descrição, estude o significado
cultural corrente para o símbolo (por dicionários, dicionários de símbolos), e explore o sentido dessa escolha
no diálogo e na história escrita por PSJ.

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AP01.10- Figura de caipira ou jeca.


O desenho mostra pessoa com chapéu de palha, calça pega-frango, remendos nas calças e pés no chão, ou
botinas; ou mulher com roupas de pessoa simples, de roça. Verificar a história contada por PSJ, para captar
o sentido atribuído por PSJ à figura (situação de vida?).
AP01.11- Figura de selvagem. Desenho de índio, selvagem, ou de pessoas desnudas em ambiente de florestas,
ou ambiente selvagem.
AP01.12- Personagem ridículo. Figuras que provocam riso ou surpresa (caricaturas, palhaços, anões,
espantalhos). São figuras que intencionalmente se destinam a causar impacto, e não figuras que se tornam
engraçadas por inabilidade do desenhista.
AP01.13- Cabeça de palhaço, sem o resto do corpo. Cabeça somente, + as feições de palhaço.
AP01.14- Figura corcunda. A figura está de perfil e apresenta corcova.
AP01.15- Figuras combativas. Figuras ligadas a lutas corporais ou que usam armas. Exs. guerreiro, soldado,
guarda, boxeador, gladiador, caçador.
AP01.16- Figuras desportistas. Figuras ligadas a esportes. Exs.: atleta, jogador de futebol, alpinista, patinadora.
AP01.17- Figuras de autoridade e poder. Estereótipos de figuras dominadoras, de influência, que exercem poder.
Ex.: rei, rainha, Napoleão, oficial, guarda, general.
AP01.18- Figuras de divindades, ou de religiosos. Figuras que representam entidades religiosas, como Jesus,
Virgem Maria, Deus, anjo, santo, Krishna, Iemanjá, ou de religiosos, como padres, freiras.
AP01.19- Figura de bandido. Figura que está com roupa de gangster, ou figura com revólver, facas, etc..
AP01.20- Figura de boneco. Figura que tem aspecto de boneco ou boneca, em geral com braços horizontais ou
para cima, ou segurando flores, com avental, chapeuzinho; Pinóquio, títere. A figura dá impressão de pouca
humanização e de pouca autonomia de movimento.
AP01.21- Figuras fantasmagóricas. Estereótipos de figuras irreais, imaginárias. Exs: feiticeiras, vampiros,
fantasmas.
AP01.22- Estátuas e múmias. Estereótipos e figuras humanas que dão impressão de imobilidade, morte, ou que
se apresentam como escultura, estátua, sobre pedestal, etc.
AP01.23- Figura não humana. Figura de animal, como macaco, percevejo, ou outro bicho.
AP01.24- Figuras zoomórficas. PSJ desenha figura humana com semelhança a animais. Ex.: desenhar homem,
mas que parece macaco, ou porco, à primeira vista. Consulte segunda opinião.
AP01.25- Figura despersonalizada. Figura sem qualidades de humanização; despersonalizada, inexpressiva,
vazia.
AP01.26- Figuras abstratas. Figuras geométricas ou cabalísticas, concebidas no mundo das ideias, sem base
material. Ex.: "pessoa" feita com retângulos e losangos, que se ligam, formando rede ou vitral.
AP01.27- Figuras mitológicas formadas de soma de dois seres. Figuras humanas mescladas com animais, como
centauros, mulheres aladas, sereias, etc.
AP01.20- Figura de AP01.25- Figura AP01.29- Figura com AP01.30- Figura mecânica
boneco. despersonalizada. aspecto esquisito. ou robotizada.

AP01.28- Desenhos monstruosos. Seres aberrantes: seres com duas cabeças, ou vários braços, pernas, ou vários
olhos.

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AP01.29- Figura com aspecto esquisito. Figura com aspecto geral grotesco, extravagante, estranho.
AP01.30- Figura mecânica ou robotizada. Figura feita por junção de partes, como armaduras, ou parecendo robô.
AP02.- Expressão da figura. Refere-se às características de sentimento, atitude ou personalidade que a
figura sugere ao observador. Avaliar usando duas opiniões. Esse aspecto mostrou ser de avaliação difícil.
AP02.01- Expressão autista. Figura que sugere movimento interno, mas com pose estática, associada a tamanho
aumentado e movimento bloqueado.
AP02.02- Figura inexpressiva. Figura com expressão que não revela afeto.
AP02.03- Figura que mostra pouca capacidade de contato. Traços faciais tênues e/ou braços frágeis, ou muitos
detalhes na área do corpo, mas braços colados nele, olhos semicerrados ou cerrados, boca receptiva ou
côncava; também desenho com lesões em partes com função de intercâmbio pessoal (lesões em boca, mãos;
ausência de olhos).
AP02.04- Figura com aspecto ameaçador. Figura com aspecto mau, sinistro, persecutório.
AP02.05- Figura agradável, mas com conotação hostil. Figura agradável no conjunto, mas com elementos sutis
de agressividade que causam repulsa.
AP02.01- AP02.02- Figura AP02.03- AP02.04- Figura com AP02.05- Figura
Expressão autista. inexpressiva Figura com aspecto ameaçador. agradável ... hostil
pouca
capacidade
de contato.

AP02.06- Figura muscularmente desafiante. Figuras com exaltação da capacidade física, atitude ameaçadora, ou
de desafio, como boxeadores, atletas, ou com onipotência física. Não é excluída pelo código "figura
desportista", pois a figura desportista não precisa expressar desafio muscular.
AP02.07- Figuras poderosas. (Não exclui a cotação atribuída na seção AP01.) Figuras com atributos de poder,
magia, onipotência, comando, idealmente boas ou persecutórias. Ex.: reis, rainhas, deuses, santos, policiais,
fadas, bruxas, magos, etc.. (Para essa atribuição, considerar o aspecto de exagero da qualidade.)
AP02.08- Figuras fortes e seguras. Figuras de tamanho médio, mas bem plantadas, fortes, de modo que chamam
a atenção pela impressão de firmeza e segurança.
AP02.09- Figura agressiva bloqueada. Figura com aspecto agressivo, grande, e com intenção de movimento, mas
rigidez.
AP02.10- Figura com força muscular localizada. Figura com tratamento diferencial dado a qualquer área, em
relação à potência muscular.
AP02.11- Figura com aspecto protetor. Figura que expressa capacidade de proteção dos fracos, desde as mais
protetoras, como Batman, Super-homem, até as figuras com aspecto maternal, etc.. São em geral grandes,
mas não necessariamente.
AP02.12- Figura com aspecto de docilidade. Figura cuja principal faceta é a falta de agressividade.
AP02.13- Figura infantil simpática, ou esperta. Figura com aspecto infantil, simpático e alegre; ou com ausência
de traços genitais e expressão divertida, ou astuta.
AP02.14- Figura harmoniosa e pouco sexualizada. Figura agradável, muito vestida, "tapada", com pouca
preocupação com detalhes da roupa.

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AP02.15- Figura feliz. Figura grande, harmoniosa, bonita, com ênfase na expressão feliz, com enfeites e posse de
conteúdos não agressivos (flores, coração como broche, laço de fita).
AP02.16- Figura infantil com expressão de cortesia forçada. Figura infantil, com sorriso forçado, ou cabeça
levemente abaixada, olhos semicerrados que transmitem impressão de humildade e subserviência.
AP02.17- Figura vívida e chamativa. Figura expressiva, que
AP02.12- Figura com AP02.13- Figura
tem vivacidade.
aspecto de docilidade infantil simpática, ou
AP02.18- Figura com medo. Figura com expressão de pavor,
esperta.
ou assustada, ou que parece correr, fugindo de algo ou com
as mãos para o alto como se quisesse se segurar em algo.
AP02.19- Figura fazendo pose ou em exibição. Figuras em
desfiles, manequins, etc.
AP02.20- Figura triste. Figura infeliz, deprimida,
desalentada, abatida, chorando.
AP02.21-Figuras fracas. Figuras pequenas, dando impressão
de fragilidade ou incerteza.

AP03.- Movimento expresso pela figura. Por traços específicos, ou pela expressão, a figura transmite
a impressão de movimento funcional (andar, pegar) ou de atividade interior (pensar, sonhar, alegrar-se).
AP03.00- Movimento adequado à idade. A figura expressa movimento em harmonia com a idade, inteligência,
ocupação ou atividade de PSJ. Se tiver dificuldade em categorizar, pense em pessoas que você conhece, da
idade de PSJ, e imagine se elas expressariam aquele movimento que a figura expressa. Se necessário, fique
na posição desenhada por PSJ para a figura do próprio sexo, para poder ajudar sua apreciação. Use segunda
opinião.
AP03.01- Ausência de movimento. Figura parada, desvitalizada, dando impressão de falta de vida, ou de estátua.
AP03.02- Figuras paralisadas e grandes que contrastam com histórias dramáticas e agressivas. Figuras
"depositárias" da agressividade projetada por PSJ.
AP03.03- Figura com movimento robotizado. Figura com rigidez de expressão facial e de movimentos, ou "dura
e rígida como se estivesse com uma couraça", ou "com ênfase na capacidade defensiva", ou "blindada",
"invulnerável", ou "autômato ou boneco de corda".
AP03.04- Movimento coartado. Figura com impulso para movimento, mas bloqueado; figura tensa, de pé, corpo
e cabeça bem eretos, pernas bem juntas e/ou tensas e braços colados ao corpo, sem movimento dos
membros, podendo mostrar olhos introspectivos e boca receptiva.
AP03.05- Figura em posição de ação. Figura com os pés separados e braços separados do corpo, mas dando
impressão de prontidão para agir. Em AP03.04, há impressão de que o movimento não ocorrerá; este código
é atribuído quando se tem a impressão de início dele.
AP03.06- Figura com pouca quantidade de movimento. A figura apresenta poucos elementos que sugiram
movimento. Excetuar ausência de movimento, movimento robotizado e coartado.
AP03.07- Figura flutuando no ar. Figura que não dá a impressão de estar de pé, mas de voar.
AP03.08- Grande quantidade de movimento. Figura com elementos que sugerem excesso de movimento.
AP03.09- Movimento não gracioso e com força muscular. A figura apresenta qualidade de ameaça ou desafio,
aparentando investimento intencional na musculatura.
AP04.- Postura corporal em que se apresenta a figura. Refere-se à posição corporal (de pé,
assentada, recostada, etc.) em que a figura foi representada, à verticalidade do seu eixo longitudinal, quando
de pé, e à direção (esquerda/direita) do desvio desse eixo, por inclinação ou rotação.
AP04.00- Figura do próprio sexo de pé, de frente, no eixo vertical, sem partes em perfil. Figura de pé e de frente.
Trace um eixo central vertical longitudinal em linha pontilhada, passando pelo meio da cabeça, nariz, meio
do pescoço, meio da cintura, e metade da distância entre os pés. Esse eixo não deve ter inclinação, estando
na vertical do papel. Pequenas inclinações, razoáveis pelo movimento da figura, são aceitáveis. Figuras cujos
pés estejam parcialmente em perfil, mas sendo possível à pessoa desenhada ficar equilibrada na posição
escolhida, são cotadas AP04.00. Um bom sistema de avaliação de possível é o analista tentar ficar na mesma
posição, mimetizando o desenho e sentir que lhe seria possível se equilibrar na posição.

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AP04.00.01- Figura do próprio sexo de pé, de frente, no eixo vertical, mas com pés em perfil. De pé, de frente,
mas os dois pés estão para um só lado, ou um para cada lado.
A pessoa desenhada não se sustentaria na posição, mas é representação comum (Daí ser AP04.00); é resíduo de
desenho infantil. Compare com AP04.03.
AP04.00- Figura do AP04.01- Figura de frente, AP04.01- Figura de frente, em pé, inclinada. A
próprio sexo de pé, no eixo em pé, inclinada. figura está de pé e de frente, mas o eixo
vertical, sem partes em longitudinal está inclinado, dando a impressão de
perfil. que a figura pode cair, ou está caindo.
AP04.02- Figura de frente em outras posições que
não de pé. Figura de frente, no eixo vertical, mas
assentada, ou similar. Nesta classificação só se
incluem figuras que dão impressão de tônus vital
adequado. Cf. AP04.06.
AP04.03- Figura de frente, sem condição de se
apoiar nos pés. Figura de frente, no eixo vertical,
mas que não pode ser considerada de pé porque
faltam os pés, ou estão mutilados, ou são
vazados,
ou em linha, de modo que ocorre um arremedo
da postura de pé. Não inclui figuras de tamanho
excessivo, em que os pés não cabem na folha.
AP04.04- Figura na ponta dos pés. Figura de frente, de pé, somente com a ponta dos pés em contato com o chão.
AP04.05- Figura com braços e pernas apertados. Braços e pernas estão unidos, os braços juntos ao corpo, dando
impressão de bloco fechado.
AP04.06- Figura flutuando enviesada, sem apoio, com pernas separadas. Evidente. Assinalar também: (a) se a
linha é desvanecida e a pressão variável ou (b) se a linha é tremida ou dentada com pressão constante.
AP04.07- Figura com corpo em posição de inatividade. Figura agachada, recostada, deitada, assentada por
cansaço, encostada por estar sem forças, apoiada, estirada, morta ou caída.
AP04.08- Figura de costas ou parcialmente de costas. (Traço muito raro) A pessoa humana desenhada está
totalmente de costas ou com grande parte do corpo de costas.
AP04.09- Figura de costas com ênfase nas nádegas, desenhadas por homens. A figura se apresenta de costas, e
há repasse, ou outra ênfase nas nádegas.
AP04.10- Figura de perfil total. Figura com cabeça e corpo de perfil, com partes adequadamente inseridas. Obs.:
canhotos tendem a fazer o perfil para a direita e destros tendem a fazer o perfil para a esquerda.
AP04.11- Perfil repassado e enfatizado, mas com linhas da figura confusas e imprecisas, que dão sensação de
pouco equilíbrio. A figura é desenhada em perfil, e o perfil está reforçado por repasse na linha, e as linhas da
figura “mal feitas” individualmente, ou formando conjunto tosco, dão impressão de pouco equilíbrio.
AP04.12- Figura de frente, com cabeça em outras direções. Figura com corpo de frente e cabeça para a esquerda,
para a direita ou quase para trás. (Ver AP02.01)
AP05.- Tamanho da figura. Refere-se à distância que vai desde o alto da cabeça até à ponta dos pés,
que vai definir a medida relativa do tamanho da Figura em relação ao tamanho da folha ofício usada para o
desenho. Não se classificam figuras assentadas ou recostadas. Em figuras com chapéu, há autores que
recomendam imaginar onde estaria o topo da cabeça; outros recomendam medir a figura com o chapéu.
Chão e paisagem não são Figura.
AP05.00- Figura média ou modal. Figura medindo de 12,7 a 20,5 cm de altura. Pela nossa experiência,
universitários podem ser avaliados de acordo com este critério (a média foi de 15,5 cm de altura). Há autores
que colocam o limite mínimo em 10,5 cm. Para indivíduos de supletivo de 1º e 2º graus, a norma do mínimo
em 10,5 cm mostrou-se mais adequada, pois a média foi de 12,3 cm. Pode-se registrar uma leve tendência a
grande (ou leve tendência a pequena) para a figura que se encontrar próxima dos limites superior ou inferior
do intervalo modal.

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AP05.01- Figura grande saindo do papel. Figura que começa a ser desenhada muito grande, do modo que PSJ
tenha de “apertar” a figura nas extremidades (inferior e/ou superior) da folha, ou pedir outra folha, para
continuar ou completar o desenho.
AP05.02- Figura muito grande. Figura medindo 25,5 cm ou mais, quase atingindo os limites da folha; figura
grande e dispersa sobre a página, espalhada no papel, mas cujos limites não atingem a margem.
AP05.03- Figura grande. Figura com medida em torno de 23 cm, isto é entre 20,6 e 25,4 cm de altura. Há autores
que indicam "figuras que ocupam entre metade e 2/3 da folha".
AP05.04- Figura maior e elaborada. Figura ultrapassando 20,5 cm e feita com cuidado.
AP05.05- Figura grande e rígida, com olhos como ponta de alfinete e dedos pontiagudos. Figura ultrapassando
20,5 cm, com olhos em pontinho e dedos em lança.
AP05.06- Figura pequena. Figura de 7,5 a 10,5 cm.
AP05.07- Figura muito pequena. Figura medindo de 7,4 cm a 4,1 cm.
AP05.08- Figura minúscula. Figura de menos de 4 cm.
AP05.09- Figura pequena e no alto da página. AP05.07+ e na metade superior da folha.
AP05.10- Figura pequena com traços simples e falta de proporção. AP05.07 e distorções evidentes de
proporção e partes em esquematismo, ou vazias.
AP05.12- Figura muito pequena, com detalhamento e áreas de conflito indicadas. AP05.08 + clareza de detalhes
+ sombreamentos, ênfases; frequente a omissão dos pés.
AP06.- Localização da figura na folha de papel. Refere-se à situação da figura em qualquer parte
da página (centro, esquerda, alto, etc.). Use como referência uma cruz formada por
um eixo vertical perpendicular a um eixo horizontal; a cruz surge ao dobrar a folha 4 1
ao meio, vertical e horizontalmente. O centro da cruz coincide com o centro da folha. QSD
QSE
Esses eixos dividem a folha em quatro quadrantes. Como num relógio, o quadrante
E
1, superior direito, é a região entre 0 e 3 horas; o quadrante 2, inferior direito, entre
3 e 6 horas; o quadrante 3, inferior esquerdo, entre 6 e 9 horas; e o quadrante 4,
3 2
superior esquerdo, entre 9 e 12 horas. Se PSJ tiver virado a folha antes de iniciar o
QIE QID
desenho, registre TE08.03 e avalie a localização em relação à nova posição.
AP06.00- Figura no centro vertical e horizontal. Considerando-se o ponto médio
localizado na interseção dos eixos vertical e horizontal da página, atribuir este código a figura que está
relativamente centralizada, de modo que há porções dela ocupando todos os quadrantes, mas podendo estar
levemente desviada para um dos lados. É importante que a figura não se encaixe em outro código.
AP06.01- Figura totalmente à esquerda. Figura localizada muito próxima à margem esquerda da folha, ou nela
encostando, mas que ocupe parte dos dois quadrantes esquerdos (superior e inferior). Se a figura estiver
ocupando somente um dos dois quadrantes da esquerda, assinalar AP06.07 ou AP06.10.

AP06.07 AP06.04 06.04.0 AP06.02 AP06.01 AP06.00 AP06.03 AP06.10 AP06.05 AP06.0
1
AP06.02- Figura no lado esquerdo, não muito próxima à margem. Figura localizada entre o centro e a6margem
esquerda da folha, tendo como referência o observador, mas de modo que ocupe parte dos dois quadrantes
da esquerda (superior e inferior), e esteja mais próxima do centro do que da margem esquerda. Se apenas
parte do braço, da mão ou da perna estiver ocupando quadrantes da direita, aplica-se este código.
AP06.03- Figura no lado direito. Figura localizada próxima à margem direita da folha, tendo como referência o
observador, e ocupando os dois quadrantes da direita.
AP06.04- Figura na metade superior Figura localizada entre o centro e a borda superior da folha. Assinalar
também as letras: (a) se ela estiver localizada no terço superior (11 cm do alto da folha); (b) se estiver na
metade superior.

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AP06.04.01 Figura levemente desviada para cima. A figura está relativamente centralizada, ou levemente à
esquerda, e a maior parte dela (das coxas para cima, por exemplo) está na metade superior.
AP06.05- Figura na metade inferior. Figura desenhada entre o centro e a borda inferior da folha. Não exclui
AP06.06.
AP06.06- Figuras que utilizam a margem inferior como solo. A figura é desenhada sobre a margem inferior do
papel, de modo que a borda do papel é o “chão”. Não exclui 06.09 ou 06.10.
AP06.07- Figura no quadrante superior esquerdo. Figura localizada no quadrante 4 (QSE).
AP06.08- Figura no quadrante superior direito. Figura localizada no quadrante 1 (QSD).
AP06.09- Figura no quadrante inferior direito. Figura localizada no quadrante 2 (QID). Não exclui AP06.06.
AP06.10- Figura no quadrante inferior esquerdo. Figura no quadrante 3 (QIE). Não exclui AP06.06.
AP07.- Ambiente (fundo) em que a figura se apresenta. Refere-se a desenhos feitos além da
figura humana solicitada (Exs: chão, grama, escrivaninha, borboleta, etc.) e que a ambientam.
AP07.00- Figura sem fundo ou chão. O sujeito só desenha o que foi pedido (a figura humana) e não a ambienta
nem coloca suporte. Fica a Figura sobre o branco da folha ofício. É a resposta mais frequente dos sujeitos.
AP07.01- Desenho de chão. Desenho de linha(s) de base onde a figura se apoia.
AP07.02- Desenho de linhas ambíguas ou vagas na folha de papel O espaço da folha apresenta desenhos e
detalhes não relacionados com a pessoa humana desenhada, como rabiscos, “gotas de chuva”, sombreados,
relâmpagos, movimentos cósmicos, que podem ou não significar um fundo para a figura.
AP07.03- Desenho de fundo estruturado ou diferenciado. O espaço da folha é usado como fundo para a Figura,
com desenho de objetos com qualidades reais e completas, havendo uma composição convencional figura-
fundo. Exclui fundos ambíguos. Ex.: indicação de móveis, etc. que seriam parte do ambiente adequado à
pessoa desenhada.
AP07.04- Desenho de paisagem como fundo. O fundo é paisagem completa.
AP07.05- Desenho de elemento irradiador de calor, não perigoso. Além da figura, há um sol desenhado na folha,
ou a figura está diante de lareira. Excluem-se incêndio, vulcões, etc..
AP07.06- Desenho de mato alto ocultando os pés.
AP07.07- Desenho de apoio alto para os pés. Desenho de toco ou degrau onde a figura está colocada.
AP07.08- Desenho de grafismos junto à figura. Dizeres, versos, rabiscos sem significado, próximos da figura;
combinação de desenhos e escrita, com escrita muito elaborada, letras, símbolos aritméticos, notas
explicativas.
AP07.09- Desenhos espalhados por toda a folha. Vários desenhos sem conexão, ou fragmentações minúsculas
por toda a folha, o aglomerado produzindo efeito confuso.
AP07.10- Figura envolvida por sombras.
AP07.11- Figura envolvida por um halo. Figura envolvida por traços que indicam energia, auréola.
AP07.12- Figura enquadrada. Figura envolvida por moldura, como retrato, ou há linhas que a separam do
ambiente.
AP07.13- Confusão entre figura e fundo. Há mistura dos limites entre figura e fundo.
AP07.14- Fundo cheio sujo com figura pequena. O fundo está borrado e sujo, e a figura se apresenta com menos
de 10,5 cm de tamanho.
AP07.15- Desenho adicional em um quadrante específico. Há um desenho qualquer (flor, etc.) em um quadrante
específico, diferente daquele em que está a figura humana.

Classe ES: estrutura da composição e da figura


A Classe ES contempla as características estruturais da figura. Os aspectos de estrutura podem
ser divididos em dois grandes grupos: a estrutura da composição e a estrutura da figura humana
desenhada. A estrutura da composição engloba as categorias sucessão, simetria, perspectiva básica e
de realce. A estrutura da figura refere-se ao esquema corporal da figura desenhada, à proporção das
partes da figura e ao montante de detalhes que PSJ adicionou à figura humana. Essa divisão é um tanto
arbitrária; por exemplo, optei por encaixar a simetria na estrutura da composição, em vez de ser

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humana, texto 6. Inserido em 11/2014
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(Texto-Atlas, 26 p.)

categoria da estrutura da figura. O motivo para isso foi que, na representação de perfil, não se
enfatizam os aspectos de simetria do corpo humano.
O eixo de análise da estrutura da figura é a preservação da boa forma (gestalt) do esquema
corporal do ser humano na sua conformação básica. Incluem-se também na boa forma a proporção
existente entre as partes da figura, o montante de detalhes que o desenhista acrescentou à
configuração básica, e o nível de adequação desses detalhes. Antes de passar à apresentação do Atlas
para a Classe ES, vou acrescentar informações de caráter geral sobre o esquema corporal humano e
suas proporções.
Pelos estudos realizados, temos a seguinte proporção
ideal para a figura humana. A cabeça é ovoide, e a
altura total do corpo equivale a 7,5 cabeças — ou seja,
a cabeça corresponde a mais ou menos 1/7 do corpo.
A linha do púbis divide aproximadamente o corpo em
duas partes iguais (mais precisamente, 4 partes/3,5
partes, ou 54/46%); portanto, do topo da cabeça ao
púbis deveríamos ter uma altura um pouquinho maior
que do púbis aos pés. Um desenho respeitando o ideal
das proporções mostraria o conjunto pescoço—tronco
dividido em três partes iguais, cada uma equivalendo à
altura de uma cabeça: o primeiro terço iria do queixo
ao mamilo, o segundo do mamilo à cintura e o terceiro,
da cintura ao púbis. Nas pernas, o joelho divide
aproximadamente ao meio a distância entre a
entrepernas e o tornozelo. Os braços estendidos, com os dedos estendidos, atingem o meio da coxa.
Essas proporções são, na realidade, proporções ideais. Em nosso trabalho de pesquisa
empírica, a altura da figura mediu aproximadamente cinco cabeças; logo, esta equivalia a mais ou
menos 1/5 do corpo. A linha do
púbis dividiu, como previsto, a
figura em duas partes quase iguais,
de 55-58/45-42 % da figura. Por
isso, nos desenhos obtidos, a
cabeça pareceria ainda maior em
relação ao corpo do que a
informação acima faz pensar, pois
a proporção pernas/total mostra-
se relativamente de acordo com o
ideal, mas a cabeça ocupa mais
Figura 1. Proporções da figura humana obtidas com universitários, espaço (1/5 em relação aos 1/7,5
com pessoas do supletivo de 2º grau e supletivo de 1º grau previstos).
Logo, a cabeça ficou aumentada principalmente em relação ao tronco.
Além disso, observou-se uma diferença entre os desenhos dos indivíduos de supletivo e os
universitários. Enquanto os universitários apresentaram a proporção entre a largura da cabeça (orelha
a orelha) próxima do ideal (± 45% da medida ombro-ombro, ou 50% do tórax), os indivíduos de
supletivo mostraram uma proporção de ± 75%.
É instigante que a literatura aponte, como uma razão para o desenho de cabeças muito
grandes, a frustração das aspirações intelectuais; por outro lado, aponta também que crianças
desenham cabeças desproporcionais “para mais”. Nesse caso, não sabemos se a desproporção aponta

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(Texto-Atlas, 26 p.)

a manutenção cognitiva de uma forma de representação, ou se simboliza uma situação vivida


afetivamente por estes sujeitos.
Aconselho a utilização de segundos avaliadores em caso de dúvida e a não consideração do
item, em caso de persistência de dúvida. Recomendo também a leitura de todas as descrições relativas
a cada categoria, para maior visão geral. Apresento também definições detalhadas para cada categoria
e para os traços que a compõem, e indico o que seria um resultado de elite, e o mais frequente, ou
modal ("normal" estatístico). As mesmas limitações dos Atlas anteriores estão presentes nesse, e
recomendo as mesmas cautelas quanto à consideração da realidade do sujeito e suas situações de
fato.
CLASSE ES DO ATLAS E SUAS CATEGORIAS: DEFINIÇÕES PARA IDENTIFICAR E CODIFICAR
CARACTERÍSTICAS DE ESTRUTURA DA COMPOSIÇÃO E DA FIGURA
ES01.-Sucessão obedecida ao desenhar a figura. Refere-se ao planejamento de desenho que a
pessoa obedeceu ao fazer o desenho da pessoa. (O aplicador anota a sequência, enquanto PSJ desenha.)
ES01.00- Sucessão modal. Sucessão sem irregularidades flagrantes, no sentido da cabeça para os pés: cabeça ou
contorno do rosto (83% assim iniciaram), traços faciais e outras partes da cabeça, pescoço, ombros. A partir
dos ombros, 92% permanecem na sequência céfalo-caudal, mas com variações: 42% desenham em seguida
o tórax até cintura, braços e mãos, abdome, pernas e pés por último; 28% desenham o tórax, abdome, e pés
e depois membros superiores; e 22% desenham braços e mãos, e depois voltam ao tórax, abdome e pés.
ES01.01- Sucessão bilateral rígida. PSJ desenha as partes opostas do corpo da figura sucessivamente e em
pequenas unidades simétricas.
ES01.02- Sucessão desordenada ou confusa. Sucessão sem plano identificável, o sujeito faz uma parte, vai a outra
sem sequência, desenhando partes não ligadas entre si. Usualmente, mais de três desvios da sucessão modal
tornam a sucessão confusa.
ES01.03- Sucessão invertida. Sucessão no sentido base-topo, primeiramente os pés, pernas, depois tronco,
braços, pescoço, cabeça.
ES01.04- Sucessão não iniciada pela cabeça. Desenho iniciado por qualquer outra parte do corpo que não seja a
cabeça (anotá-la). Ex.: traços faciais, depois cabeça; chapéu, cabeça. ES01.05 a ES01.10 excluem esta
categoria.
ES01.05- Sucessão com início pelas pernas ou pés. Os pés ou pernas são desenhados em primeiro lugar, com mais
cuidado, voltando depois à cabeça, retomando a sucessão de cima para baixo.
ES01.06- Sucessão com início pelos braços ou mãos. O desenho começa pelos braços e mão, dirige-se à cabeça,
de onde retoma a sucessão na direção dos pés.
ES01.07- Sucessão com início ou término pelos traços faciais. PSJ desenha os traços faciais para depois fazer o
contorno da cabeça; é relativamente frequente. Ou, mais raramente, faz todo o desenho e, por último, faz
os traços faciais.
ES01.08- Sucessão com início pelos ombros. PSJ começa pelos ombros e depois retorna à sucessão da cabeça
para os pés.
ES01.09- Sucessão com início pelo pescoço ou cintura. PSJ começa pelo pescoço e depois retorna à sucessão
normal. Ou começa pela cintura e vai desenhando as partes de cima e de baixo, com plano, do centro para a
periferia.
ES01.10- Sucessão com início ou término pelo cabelo. PSJ começa pelo cabelo e depois faz a cabeça, retornando
à sucessão normal. Ou PSJ começa pela cabeça, faz todo o desenho e depois faz o cabelo, ou o retoma e
detalha.
ES01.11- Sucessão normal, com algum desvio e posterior desenho ou detalhamento deste(s) elemento(s). PSJ
obedece à sucessão normal, mas salta um ou dois elementos, que posteriormente ou por último, completa;
ou volta posteriormente a um elemento e o detalha. Observe-se que PSJ mantém um plano básico céfalo-
caudal de execução, apenas com algum desvio. Ex.: ir desenhando, saltar a mão e depois, fazê-la ao final.
Anotar o(s) elemento(s) de desvio. É modo de sucessão bastante frequente, e, a não ser que haja muita
ênfase, não tem significado clínico marcante, embora tenha significado qualitativo.

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(Texto-Atlas, 26 p.)

ES01.12- Fazer o esboço da estrutura do desenho e depois retomá-lo, fazendo os detalhes. O sujeito faz a
estrutura básica da figura e depois a retoma, ou então faz o corpo total e depois faz os detalhes.
ES02.- Simetria do desenho. Refere-se ao nível de concordância, na horizontal, das partes pares do
corpo, e à sua equidistância do eixo central vertical do corpo. Não se avaliam figuras de perfil.
ES02.00- Simetria natural. Há uma simetria relativa entre as metades esquerda e direita, quanto à distância das
partes ao eixo vertical. Imaginando uma linha perpendicular central (meio da cabeça, meio do tronco), a
distância de cada parte dos lados ao eixo não deve chegar a ser o dobro da outra, a não ser que sejam
movimentos desenhados como tais. Na horizontal, as partes do corpo estão aproximadamente na mesma
altura, em geral com discrepâncias leves entre um lado e outro. A largura de braços e pernas é equivalente.
É modal nos universitários (80%), e somente 26% dos menos escolarizados a apresentam.
ES02.01- Simetria ES02.02- Simetria confusa. ES02.03- Acentuação da linha
pobre. média.

ES02.01- Simetria pobre. Há simetria entre as metades esquerda e direita, mas, passando-se uma linha virtual do
meio da cabeça, nariz, ao meio do tronco (posição aproximada do umbigo ou fivela do cinto), a distância de
uma das pernas ao eixo central chega a ser o dobro da outra, ou um dos lados do rosto é o dobro do outro,
ou a inserção de um dos braços está no dobro da distância do ombro que o outro, ou um dos braços apresenta
estreitamento, tendo metade da largura do outro braço. É modal nos menos escolarizados (65%).
ES02.02- Simetria confusa. O desenho apresenta pouca ou nenhuma simetria, e.g., com diferenças grandes entre
os dois lados da cabeça, na largura ou tamanho das pernas, na altura dos braços, no tamanho dos ombros.
Não se encaixam assimetrias intencionais, como um braço para o alto, outro para baixo.
ES02.03- Acentuação da linha média. Há acentuação da linha média ou eixo vertical da figura, por detalhes como
carreira de botões, gravata, braguilha, pomo de Adão, etc.. Se houver simetria rígida, assinalar também
ES02.04. Pode haver pressão forte do lápis.
ES02.04- Simetria excessiva e rígida. Para todos os traços da figura, há somente diferenças mínimas entre a
esquerda e a direita, tanto na altura como no afastamento da linha média virtual central da figura. Raro.
ES02.04.01- Simetria rígida, garantida por rascunho ou uso de medida. Simetria rígida, para a qual PSJ faz antes
um rascunho, ou faz medidas das distâncias. Muito raro.
ES02.05- Destaque a órgãos não-bilaterais. Ênfase a órgãos ímpares, como coração, estômago, cérebro, pescoço,
pênis, etc..
ES02.06- Diferenças marcantes no tamanho de braço esquerdo e direito. Um braço é muito maior, ou muito
menor que outro. Verificar primeiro se um dos braços é maior ou menor do que o normal. Verificar depois
qual dos braços (direito ou esquerdo) se encaixa na situação de braço fora de medida. Verificar instruções de
aplicação.
ES02.07- Diferenças marcantes no tamanho das pernas esquerda e direita. Uma perna é muito maior, ou muito
menor que a outra.

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(Texto-Atlas, 26 p.)

ES03.- Perspectiva básica. Refere-se às qualidades básicas do desenho de representar a figura no plano com
todas as modificações aparentes ou aspectos que a sua posição e situação determinam, em relação à visão
do observador.
ES03.00- Perspectiva básica com realismo visual (elite). O desenho apresenta uma perspectiva visual completa,
i.e, a figura só apresenta à visão o que seria visível naquele ângulo; partes ficam ocultas por partes
interpostas, há proporção adequada das várias partes do corpo, e a figura está toda de frente, ou toda de
perfil, sem mudanças de perspectiva na mesma figura. É rara.
ES03.01- Perspectiva visual quase estabelecida. O desenho apresenta um ou dois erros de perspectiva comuns,
como corpo de frente e pés um para cada lado.
Transparências leves pedem esse código, como linha da saia aparecendo sob o braço, ou parte da linha de cabeça,
ou orelha aparecendo sob o cabelo.
ES03.02- Perspectiva básica mediana. O desenho apresenta alguma perspectiva visual, mas, como é comum,
apresenta três ou até quatro erros leves de perspectiva como os citados em ES03.01. É categoria modal (75%).
ES03.03- Perspectiva confusa. O desenho apresenta pouca ou nenhuma noção de perspectiva, com PSJ
desenhando o que sabe do objeto, e não o que vê (coisas nos bolsos, mãos aparecendo dentro dos bolsos,
pernas dentro das calças); Também torções nos perfis, dois ângulos de visão simultâneos na mesma figura
(e.g., rosto de frente e corpo de perfil), proporção deformada, transparências raras.
ES03.04- Perspectiva confusa do rosto. O desenho apresenta confusão de perspectiva no rosto, e.g., cabeça de
perfil e olhos ou boca de frente.
ES03.05- Transparências incomuns, localizadas ou generalizadas. Parte(s) do corpo, como pernas, braços, tronco,
é(são) mostrada(s) através da roupa, ou os órgãos internos são vistos através da pele ou roupa. Indicar se (a)
generalizada; b) localizada.
ES04.- Perspectiva dada por sombreamento. Refere-se à visão específica gerada pela incidência
dos raios de luz imaginados pelo sujeito que desenha. Operacionalmente, trata-se dos efeitos de luz e sombra
causados pelo lápis que percorre várias vezes o mesmo local do desenho. Ver o tipo de sombreamento. Na
Classe PF, relativa às partes da figura (Texto 5), os sombreamentos localizados já receberam códigos. Esta
seção contempla o sombreamento em si: presença, estilo e modo de execução.
ES04.00- Presença de sombreamento leve. O desenho apresenta efeitos de luz e sombra não excessivos, aplicados
com facilidade e sensibilidade, de modo a realçar partes da figura e formar conjunto harmonioso.
ES04.01- Presença de sombreamento estilizado ou estruturado. Efeito de luz e sombra causado pelo lápis, feito
por linhas retas que se cruzam em xadrez, ou em linhas paralelas.
ES04.02- Presença de sombreado tipo luz e sombra. Efeito de luz e sombra dado pelo lápis, que é aplicado
suavemente sobre áreas, realçando-as.
ES04.03- Presença de sombreado vigoroso. Uso de sombreamento forte, com riscos abundantes, dando à figura
um aspecto borrado.
ES04.04- Presença de sombreado em todo o corpo. Linhas feitas casualmente, ou com intenção de indicar
contorno, ou com intenção de jogo de claro-escuro, ou ainda, vigorosamente, mas de modo que todo o corpo
da figura fica sombreado.
ES04.05- Sombreamento forte para dissimular parte do corpo. Sombreamento vigoroso e agressivo, que traz
como efeito ocultar parte do corpo ou desenho.
ES05.- Estrutura da figura: tratamento dado ao esquema corporal e presença de
detalhes. Refere-se às características estruturais da figura desenhada, i. e, o esquema corporal, com sua
boa forma (Gestalt), proporção e os detalhes que lhe são adicionados.
ES05.00- Desenho com muitos detalhes adequados em esquema corporal preservado. O desenho representa
figura humana com partes do corpo integradas adequadamente, dando-lhe aparência de completa (sem
omissões essenciais), sólida (estão afastadas figuras esquemáticas, vazias, vazadas, lesadas) e proporcional.
Há detalhes em boa quantidade, o desenho não chamando a atenção pela minúcia, nem pela simplicidade. O
vestuário é completo, com indicação de blusa e saia ou calça, claramente identificadas e discriminadas do
corpo, cinto ou faixa indicado, sapato discriminado da perna e alguns detalhes nas peças de roupa, como
algum feitio, ou bolsos, abotoamento. É modal nos universitários.

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(Texto-Atlas, 26 p.)

ES05.01- Desenho minucioso e com excesso de detalhes em esquema corporal preservado. Desenho com excesso
de minúcias de vestimenta ou anatomia, com muito pouco espaço em branco, como: além das peças de
roupa, lenço no bolso, luvas, chapéu com enfeite, enfeites no vestido, bolsa ou objetos na mão, ilhoses nos
sapatos.
ES05.02- Desenho com excesso de detalhes, rígidos, em esquema corporal preservado. Desenho bem concebido
quanto à boa forma (Gestalt) e proporção, mas com preocupação excessiva com perfeição, sem flexibilidade
de linhas, com minúcias excessivas que tornam a aparência densa e pesada. Obs.: detalhes não relacionados
com o desenho são indicadores de distúrbios e devem receber anotação à parte (por exemplo, figura humana
montada em galho de árvore e serrando o galho de árvore).
ES05.00- Desenho com muitos ES05.03- Desenho ES05.04- Desenho ES05.05- Desenho com
detalhes adequados em simples com poucos entre simples e pobreza de detalhes
esquema corporal preservado detalhes essenciais, em pobre.
esquema corporal
preservado

ES05.03- Desenho simples, com poucos detalhes essenciais, em esquema corporal preservado. Desenho bem
concebido em suas proporções, completo, com duas a quatro peças de roupa não trabalhadas, podendo ser
considerado simples. O vestuário apresenta blusa sugerida por decote ou cava, cinto melhor que linha, e
algum detalhe de feitio, ou blusa sem detalhes mas claramente discriminada do corpo; saia melhor que
triângulo ou trapézio, mas sem detalhes, ou calça melhor que tubos simples e sugestão de calçados.
ES05.04- Desenho entre simples e pobre. Desenho menos detalhado que a categoria ES05.03, mas excede aos
critérios da categoria ES05.05.
ES05.06- Desenho ES05.05- Desenho com pobreza de detalhes. Desenho de qualidade pobre, com
primitivo e vazio mínimo de detalhes, onde a maior parte do corpo fica em branco. Ex. 1: Desenho
com carreira de botões ou cinto como único detalhe. Ex. 2: Não inclusão de pelo
menos dois dos itens a seguir: óculos, detalhes internos dos olhos, cinto com
fivela, roupa identificável, estilo específico de cabelo, sobrancelha ou pestana, e
sombreamento que mostre maquiagem (OAS).
ES05.06- Desenho primitivo e vazio. Desenho de figuras vagas, com limites
imprecisos, ou desproporcionais e com o interior vazio.
ES05.07- Esquematismo da figura. Simplificação da cabeça e/ou do corpo,
formando boneco esquemático com corpo e membros em uma só dimensão
e/ou sem vida. Ex.: figura em palitos, boneco de neve, figura em forma de
amendoim, cabeça com braços e pernas semelhantes a aranha. Ver se foi feita
aplicação correta.
ES05.08- Figura pobre, mas superdetalhada. Figura esquemática ou vazia e com ênfase em detalhes não
essenciais.

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ES05.09- Desenho com (a) falhas, ou (b) excessos, no traçado dos limites corporais. (a) Limites vagos, com zonas
abertas (ver na figura abaixo); (b) excessiva marcação dos limites corporais, com linha repassada fortemente
ou reforçada no contorno da figura, ou linha que contém a figura.
ES05.10- Perda do esquema corporal (por distorções). Objeto gráfico desorganizado em sua boa forma (Gestalt),
rompido, sujo, com falhas na organização da forma (perturbações do esquema corporal), da coerência e do
movimento harmônico (L). Exs.: Olhos fora do rosto; braços e pernas saindo do colo ou da cabeça; partes do
corpo distorcidas com deslocamentos espaciais; desorganização da boa forma (Gestalt) e alterações dos
limites, com características simiescas ou persecutórias; garatujas.
ES05.11- Desenho com desproporções grosseiras. Desenho com alteração grave da largura e altura das partes
relativas do corpo.
ES05.09- Desenho com falhas, ou ES05.15- Cabeça - ES05.16- Separação ES05.17- Corpo cortado
excessos, no traçado dos limites tronco - cintura mal entre tórax e zona por linha vertical
corporais. alinhados. inferior do corpo.

ES05.12- Desenho com ênfase na proporção. Preocupação excessiva com a distribuição proporcional das partes
do corpo.
ES05.13- Desenho de figura parcial. Desenho de uma fração da figura, ou uma parte do corpo. Não engloba
omissão de braços ou pernas, que é contemplada em ES05.14. Ex.: desenhar só cabeça.
ES05.14- Presença de amputações gerais. Omissão de partes que deveriam estar presentes no desenho. Ex.:
omissão de braços, pernas.
ES05.15- Cabeça - tronco - cintura mal alinhados. Cabeça, tronco e/ou cintura deslocados do eixo vertical da
figura.
ES05.16- Separação entre o tórax e a zona inferior do corpo. Desenho com zona aberta na região da cintura.
ES05.17- Corpo cortado por linha vertical. O desenho apresenta linha vertical que divide a figura ao meio.
ES05.18- Desenhar mal ou omitir a parte inferior do corpo. Recusar a desenhar, ou desenhar com poucas linhas,
o corpo na região abaixo da cintura; desenho de busto humano.
ES05.19-Separação corpo-cabeça. Desenho em que há zona aberta na região do pescoço.
ES05.20-Desenho de círculos em toda a figura. Desenhar círculos vazios em toda a figura, como o nariz, boca,
olhos, e botões ou, ainda, desenhar partes do corpo como ovos superpostos.
ES05.21- Tratamento diferencial dado a qualquer área quanto à proporção. Uma área específica mostra-se
desproporcional em relação ao conjunto da figura: anotar a área desproporcional; anotar somente se a
desproporção não tiver sido cotada em PF.
ES05.22-Linha média vaga na parte inferior do desenho. Linha média, suave, descendente, que se inicia a partir
da metade do tronco.

Classe TD: tratamento diferencial dado às duas figuras


A Classe TD engloba as semelhanças e diferenças de representação existentes entre as figuras
do sexo de PSJ e do sexo oposto ao de PSJ. As diferenças de tratamento foram agrupadas nas
categorias: (a) nível de semelhança e diferença global entre as figuras dos dois sexos; (b) semelhanças

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humana, texto 6. Inserido em 11/2014
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(Texto-Atlas, 26 p.)

e diferenças específicas observadas entre as figuras dos dois sexos; (c) relações projetadas em função
das idades relativas das figuras; d) relações projetadas em função da valorização e desvalorização de
uma figura em relação à outra; e (e) relações projetadas com base nas características afetivas e de
integração pessoal de cada figura. Cada uma dessas categorias é composta de traços, a maioria deles
envolvendo comparação entre as figuras desenhadas.
A consideração das diferenças entre as figuras envolveu certo número de opções, em função
das falhas existentes no material publicado sobre o desenho da figura humana. Muitas vezes, a
literatura não informa se está sendo discutido um desenho feito por homem, ou por mulher, ou qual
a idade dos sujeitos. Optei, assim, por consolidar aqui somente os traços específicos para os quais
havia, na fonte, uma referência explícita ao sexo da figura e ao sexo de PSJ, ou quando se tratava de
dados de nossas pesquisas.
Como você já sabe, aconselhamos utilizar segunda opinião, em caso de dúvida, e não atribuir
código, em caso de persistência de dúvida. Essa recomendação é mais pertinente ainda nas Seções
que permitem identificar as "relações projetadas entre as figuras", pois elas implicam em uma
impressão do examinador diante das características simbólicas e expressivas dos desenhos.
Recomendo que você primeiramente leia todos os traços descritos em cada categoria, para maior visão
geral. Apresento definições detalhadas para cada traço e para as categorias que os agrupam, e indico
configurações que seriam mais frequentes. As mesmas limitações dos Atlas anteriores estão presentes
neste, e recomendo a mesma cautela quanto à consideração da realidade do sujeito e de suas
situações de fato.
CLASSE TD DO ATLAS E SUAS CATEGORIAS: DEFINIÇÕES PARA IDENTIFICAR E CODIFICAR O
TRATAMENTO DIFERENCIAL DADO ÀS DUAS FIGURAS DESENHADAS
TD01.- Assemelhação e diferenciação geral entre as figuras. Refere-se ao quanto as duas
figuras são parecidas e ao quanto se mostram diferentes uma da outra. Envolve representação de
diferenciação sexual e pessoal. É modal que, olhando-se as duas figuras lado a lado, fique "evidente" qual
figura pertence a qual sexo; entretanto, a literatura recomenda que sempre se pergunte ao sujeito qual figura
é de qual sexo. As figuras podem se mostrar individualizadas também como pessoas, com fisionomias e
expressões diferentes. Leia primeiro as descrições de todos os códigos, para compreender a forma da
assemelhação e/ou diferenciação.
TD01.01- Indiferenciação sexual. Casal vestido ou desnudo sem diferenciação sexual. Não dá para determinar a
que sexo pertence cada figura por características sexuais primárias e/ou secundárias (p. ex., não há indicação
de barba, bigode, seios, a conformação do corpo é a mesma), ou indicadores da cultura adequados aos
gêneros (por ex., saias x terno ou calças; cabelos longos com feitio x cabelos “de homem”).
TD01.02- Figuras semelhantes demais por pobreza de desenho. É difícil ou arbitrário saber qual figura pertence
a qual sexo, porque o desenho das duas figuras é muito semelhante, pela esquematização do desenho, corpo
vazio, ou indefinição do corpo. (Não exclui TD01.01.), mas em TD01.02 se enfatiza que a pobreza do desenho
foi o determinante evidente da semelhança entre as figuras.
TD01.03- Figuras pobres e semelhantes, mas com sexo identificável pelas roupas ou cabelo. Figuras com
identificação sexual restrita a um ou dois traços, como cabelos longos em uma e curtos na outra; em figuras
esquemáticas, bigode em uma das figuras; desenho de genitália em figuras com corpo geométrico "nuas";
figuras muito iguais, mas em que uma se mostra com calças tipo tubo e outra com um triângulo como saia.
TD01.04- Figuras com sexo identificável, mas corpo infantil ou pouco adulto. É possível ver qual figura pertence
a qual sexo; as figuras apresentam trajes convencionais, a feminina com saia, cabelos longos, laço de fita, e a
masculina com calças, chapéu, etc., mas o corpo é infantil, não tendo as proporções de um corpo adulto
masculino ou feminino. É traço modal (52%) nos menos escolarizados, e é frequente nos universitários.
TD01.05- Figuras com sexo identificável, mas a figura feminina parece masculina. É possível ver qual figura é a
masculina e qual é a feminina, mas esta se mostra forte e musculosa; ou mostra-se viril, dando impressão de
força e poder; ou, ainda, apresenta-se com queixo quadrado ou volumoso, ou reforçado.

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humana, texto 6. Inserido em 11/2014
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(Texto-Atlas, 26 p.)

TD01.06- Desenho de figura feminina com trajes masculinos, feito por homem. A figura feminina está vestida com
terno, ou com camisa e calça, ou outra roupagem “masculina”. Excluem-se figuras femininas com blusas e
calças compridas que pareçam roupas femininas; refere-se mais à impressão do desenho, do que à presença
de calças compridas.
TD01.07- Desenho de figura feminina com barba e bigode. A figura feminina apresenta barba e/ou bigode, sob
qualquer pretexto (p. ex., pretendeu-se desenhar maquiagem, e desenhou-se barba). A apresentação final
importa mais que a intenção do desenhista (e.g., chiste).
TD01.08- Figuras com sexo identificável, mas a figura masculina parece feminina. É possível distinguir o sexo das
figuras, mas a figura masculina é delicada, tem feições gentis; ou formas arredondadas; ou quadris mais largos
que os ombros ou volumosos como os de mulher; ou cabelos longos e chamativos, ou peitos simulando seios.
TD01.09- Figuras diferenciadas por sexo, mas com traços faciais semelhantes demais. As figuras apresentam clara
diferenciação sexual, inclusive com corpos adultos, claramente masculino e feminino, mas apresentam rostos
muito parecidos. É traço bastante frequente, sendo, pois, aparentemente destituído de significado clínico.
TD01.10- Figuras diferenciadas por sexo, mas com roupagem igual ou análoga. Os desenhos apresentam pessoas
com corpos adultos claramente diferenciados por sexo, mas com roupas semelhantes, estando ambos de
calças compridas e blusa esportiva, ou trainings iguais, ou uniformes; ou com calção e biquíni, por exemplo.
TD01.11- Figura masculina com calças sem braguilha, feita por mulheres. A calça da figura masculina é lisa, ou
somente dividida ao meio por costura, como as calças femininas, não havendo desenho de braguilha.
TD01.12- Figura do sexo oposto com problemas de desenho na área genital. Na figura do sexo oposto, há espaço
vazio na zona genital; ou a linha das entrepernas se acha claramente fragmentada; ou há um V invertido tão
marcado na zona genital que a figura parece partida; ou há traços não explicáveis que cortam, ou mutilam,
ou tornam a zona genital estranha, ou realçada de forma negativa.
TD01.13- Figuras diferenciadas por sexo, com roupas diferenciadas e adultas e com traços faciais personalizados.
As figuras apresentam traços faciais próprios a cada uma; roupagem própria, não desviante em relação ao
gênero; formato do corpo mais reto na figura masculina, e mais arredondado, na feminina; ombros mais
largos que cintura e quadril na figura masculina; cintura mais fina e quadris mais largos e/ou redondos na
figura feminina, o conjunto transmitindo impressão de clareza da identidade pessoal e psicossexual (duas
pessoas diferentes, claramente sexuadas). Não exclui TD01.15.
TD01.14- Indicadores masculinos excessivos na figura masculina feita por homem. Figura masculina com barba,
bigode, pelos no braço e peito, e apresentando ênfase na força física, ou com roupas com marcante padrão
masculino.
TD01.15- Figuras que se situam num fundo similar ou que compartilham símbolos. As figuras, mesmo que estejam
com corpos e/ou rostos diferenciados, estão: a) em um ambiente (fundo) similar, como uma paisagem
bucólica, idealizada ou fantástica; ou b) ostentando símbolos semelhantes, como símbolos hippies, de paz e
amor, bandeiras, bótons de mesmo partido político, estetoscópios, etc.; ou c) situam-se num ambiente
específico semelhante, como ambos em escrivaninhas, ou ambos em lojas, etc.
TD02.- Semelhanças e diferenças específicas entre figuras. Nesta seção abordam-se traços
específicos traçados de modo semelhante ou diferente. Operacionalmente, corresponderia a códigos iguais
ou diferentes atribuídos na Classe PF (Partes da Figura). Bonilha considera normal a semelhança nos traços,
sendo a diferença uma exceção. É claro que, sempre que uma parte do corpo estiver desenhada de modo
diferente numa e noutra figura, estamos diante de uma diferença específica. As diferenças específicas entre
as figuras referem-se às diferenças que, não sendo diferenças geradas pela simples diferença de gênero ou
personalidade das figuras, chamam a atenção; por ex., quando alguém desenha dedos em pétala de flor na
figura do próprio sexo e dedos alongados e bem conformados na figura do sexo oposto. Esta seção apresenta
apenas algumas categorias possíveis. Um tratamento sistemático desta variável envolve a comparação das
codificações PF obtidas para a figura do próprio sexo com a do sexo oposto, o registro das repetidas e a
análise das diferenças (Lourenção Van Kolck recomenda esse sistema).
TD02.00- Semelhanças específicas entre as figuras. Referem-se a qualquer traço compartilhado pelas duas
figuras. Se você estiver fazendo o tratamento sistemático, basta assinalar a cada traço registrado na figura
do próprio sexo um sinal adicional, quando o traço estiver repetido. (Por exemplo, "PF01.03- Cabeça

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(Texto-Atlas, 26 p.)

pequena"**). As semelhanças específicas entre as figuras referem-se ao compartilhar de um traço específico,


sendo mais relevantes os traços marcantes. As semelhanças específicas abaixo relacionadas foram
encontradas na literatura e foram confirmadas em nosso trabalho com o teste e são mais sutis que a simples
repetição do traço. Foram colocadas aqui como exemplo e estímulo para a atenção do analista para
possibilidade e análise mais aguda.
TD02.00.01- Ênfase no calcanhar da figura masculina e no salto da figura feminina em desenho de homens. O
calcanhar e o salto recebem tratamento que chama a atenção: traço especial, forma, ou repasse, etc.
TD02.00.02- Ênfase na extremidade dos dedos das duas figuras. Os dedos das mãos das duas figuras realçam
pelo mesmo motivo: borrões, ou repasse, ou número, ou formato especial.
TD02.01- Diferenças específicas entre figuras. As diferenças geradas pela diferenciação psicossexual e pelos
traços que personalizam as figuras são esperadas. Em TD02.01.01 dá-se um exemplo de uma diferença desse
tipo, para incentivar a observação. Tratamentos diferentes do habitual dados à figura do sexo oposto
envolvem diferenças de proporção, ou traçado, ou forma, que chamam a atenção e que não são as diferenças
esperadas. Aconselho ler as descrições de todos os códigos desta categoria, para maior entendimento;
analisar depois para atribuir o código. Sugiro também que pergunte a PSJ, durante o diálogo, a respeito das
diferenças observadas.
TD02.01.01- Diferenças no tratamento dados aos cabelos. É modal haver diferença no tratamento dado aos
cabelos, pois se trata de um traço ligado à diferenciação de gênero. Cotar por PF08 as duas figuras e registrar
as diferenças. Ex. clínico: PSJ do sexo masculino, cotação do desenho da fig. masculina PF8.03 e desenho da
fig. feminina, cotações PF08.01, 08.14 e 08.16. Pode-se usar do diálogo para explorar essas diferenças. As
categorias TD02.02/03 trabalham outras diferenças no desenho de cabelos.
TD02.02- Figura do sexo oposto com cabelo desordenado e/ou abundante e figura do próprio sexo com cabelos
acertados. Os cabelos da figura do próprio sexo transmitem impressão de cuidado e capricho, mas a figura
do sexo oposto tem os cabelos em desalinho, com fios em todas as direções, conotando desorganização.
TD02.03- Figura do sexo oposto com cabelo omitido, pobre ou ralo e figura do próprio sexo com cabelo normal.
A figura do próprio sexo apresenta cabelo claramente desenhado, enquanto a do sexo oposto é careca,
apresenta cabelo escasso ou indicação rápida de pelo.
TD02.04- Figura do sexo oposto com orelha enfatizada. A figura do próprio sexo está com orelha normal, mas a
orelha do da figura do sexo oposto está enfatizada (repassada, mal situada, aumentada, estranha,
aparecendo por transparência sob o cabelo).
TD02.05- Figura do próprio sexo com pescoço comprido e do outro sem pescoço.
TD02.06- Figura masculina com ombros frágeis e figura feminina com ombros realçados, desenhados por homem.
Os ombros da figura masculina apresentam-se pequenos ou delgados e a figura feminina apresenta ombros
marcados por reforço, em linha mais reta e/ou mais largos que os quadris, o conjunto dando impressão
imponente ou de força física.
TD02.07- Figura do sexo oposto com tronco sombreado. O tronco é sombreado somente na figura do sexo oposto.
TD02.08- Seios enfatizados na figura feminina, desenhados por homens. Desenho em que há seios borrados, ou
sombreados, ou com contornos adicionais, ou aparecendo sob a roupa por transparência, ou desenhados
como duas circunferências com ponto interno, de modo que chamam a atenção imediata do observador.
TD02.09- Seios grandes na figura feminina, desenhados por homens. Os seios da figura feminina são volumosos,
desenhados como círculos grandes, ou como volume que realça na lateral da blusa, ou como grandes linhas
curvas na blusa, sendo o desenhista homem.
TD02.10- Desenho de dois bolsinhos no lugar dos seios, na figura do sexo oposto. A figura do sexo oposto
apresenta dois bolsinhos, um de cada lado do peito, no lugar em estariam os seios de uma mulher.
TD02.11- Marcada indicação de músculos no sexo oposto. A figura do sexo oposto é a única que tem braços
grossos, tórax desenvolvido, com musculatura evidente e desenvolvida. A ênfase é na força muscular.
TD02.12- Botões enfatizados somente na figura do sexo oposto. Na figura do sexo oposto, os botões realçam ao
observador pelo tamanho muito grande, ou pelo repasse, ou pelo feitio.
TD02.13- Umbigo (ou substituto) com ênfase somente no sexo oposto. Na figura do sexo oposto, o umbigo (ou
botão no lugar do umbigo, ou fivela redonda) está muito grande, ou repassado, ou escurecido, chamando a
atenção imediata do observador.

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(Texto-Atlas, 26 p.)

TD02.14- Quadris grandes ou enfatizados na figura feminina, desenhados por homens. Figura feminina com
quadris grandes, arredondados, do que resulta o corpo de "violão", ou quadris enfatizados de qualquer outra
modo.
TD02.15- Ênfase na entreperna do sexo oposto. Mudança de traço, ou reforço, ou borrões, ou transparência, o
correção, ou apagamento na entrepernas do sexo oposto.
TD02.16- Parte inferior do tronco ou roupa do sexo oposto com problemas de definição. Na figura do sexo oposto,
não se sabe definir ao certo se PSJ desenhou saia ou calça: veem-se linhas que sugerem saias e calças, ou
início de saia e depois calças, ou pernas como calças com saia por cima, ou linhas muito tênues ou leves em
relação ao resto da figura, ou traços estranhos não identificáveis, ou não se identifica se se trata da parte
inferior de tronco de uma mulher ou de um homem, ou os genitais não são identificáveis em figuras desnudas.
TD02.16- Parte inferior do tronco ou roupa do sexo oposto com problemas TD02.17- Área genital do sexo
de definição. (Os desenhos referem-se a figuras denominadas masculinas oposto sombreada. A zona da
por seus autores.) genitália da figura do sexo
oposto é sombreada.
TD02.18- Botões enfatizados na
braguilha ou na zona genital da
figura do sexo oposto. Os botões
desenhados na braguilha da
calça da figura do sexo oposto,
ou na parte inferior da saia da
figura do sexo oposto realçam,
de imediato, à observação, por
serem repassados, ou grandes,
ou em número excessivo, ou de
feitio peculiar.
TD02.19- Presença de saliência anatômica não explicada no sexo oposto. PF16.12 na figura do sexo oposto.
Anotar a zona corporal onde aparece. Sempre se deve conversar sobre a saliência observada na figura,
durante o diálogo.
TD02.20 Braços somente na figura do próprio sexo. A figura do próprio sexo tem braços, enquanto a figura do
sexo oposto não os tem.
TD02.21- Mãos ou dedos com formato especial somente no sexo oposto. A figura do sexo oposto apresenta dedos
rígidos, ou em garra, ou como ferramenta mecânica, ou como patas de animal.
TD02.22- Pernas fechadas em figura feminina desenhada por homens. A figura feminina apresenta pernas
coladas uma na outra.
TD02.23- Figura do outro sexo com linha quebrada ou com sombreamento. Enquanto a figura do próprio sexo
apresenta linhas normais, flexíveis e variadas, a figura do sexo oposto está sombreada ou com padrão
tremido.
TD02.24- Figura do outro sexo com omissões. Na figura do sexo oposto há omissões específicas, como falta uma
mão, ou falta a boca, ou faltam olhos, ou faltam pernas.
TD03.- Idade relativa das duas figuras. Pelo Atlas da Classe AP: Apresentação da figura, você já
identificou e codificou a idade da figura do próprio sexo de PSJ, em relação à idade real de PSJ. TD03 abarca
uma avaliação da idade relativa das duas figuras desenhadas, relacionando essas idades também à idade de
PSJ. Para essa avaliação, use duas a três opiniões diferentes, mostrando as figuras e perguntando: ― Quantos
anos você pensa que esta pessoa desenhada aqui tem?" As diferenças de faixa de idade entre as duas figuras
são mais relevantes; contudo, diferenças perceptíveis na mesma faixa de idade podem ser consideradas. As
faixas de idade são: bebê: criança ainda incapaz de locomoção própria; criança pequena: de 2 a 6 anos;
menino/a: 7 a 10 anos; pré-adolescente: 11 a 13 a.; adolescente: de 14 a 17 anos; jovem: de 18 a 24 anos2;

2 O limite da adolescência ― juventude foi idade de ingresso no 3º grau ou no mercado de trabalho, sem programas
especiais para menores; o da juventude ― idade adulta foi a impossibilidade de inclusão como dependente no Imposto
de Renda, e o da velhice foi a idade da aposentadoria compulsória .
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(Texto-Atlas, 26 p.)

adulto/a jovem: de 25 a 39 anos; adulto maduro: 40 a 69 anos; velho/a: 70 anos e mais. Lembre-se sempre
de que estamos estes textos se destinam à análise de desenhos de adolescentes ou adultos.
TD03.01- Figura do próprio sexo e do sexo oposto aparentando idade infantil. As figuras desenhadas se encaixam
nas faixas bebês, crianças pequenas, menino/a.
TD03.02- Figura do próprio sexo e do sexo oposto com aspecto adolescente. As figuras desenhadas se encaixam
na faixa de idade da pré-adolescência ou adolescência.
TD03.03- Figura do próprio sexo infantil ou pré-adolescente (ou adolescente, se PSJ for adulto) e figura do sexo
oposto aparentando idade acima da de PSJ. A figura do próprio sexo é bebê, criança, menino/a ou pré-
adolescente, e a figura do sexo oposto é jovem (18-24 anos), jovem adulto/a (25-39 anos), adulto/a maduro/a
(40-69 anos) ou velho/a (70 ou mais).
TD03.04- Figura do próprio sexo com idade aproximada à de PSJ e figura do sexo oposto infantil ou adolescente.
A figura do próprio sexo é da mesma faixa de idade de PSJ ou bem próxima, e a figura do sexo oposto é bebê,
criança, menino/a, pré-adolescente ou adolescente (se PSJ for adulto/a).
TD03.05- Figura do próprio sexo e do sexo oposto aparentando idade equivalente à de PSJ. Tanto a figura do
próprio sexo como a figura do sexo oposto aparentam idades na mesma faixa de idade real de PSJ.
TD03.06- Figura do próprio sexo com idade aproximada da idade real de PSJ e figura do sexo oposto aparentando
ter mais idade que PSJ. A figura do próprio sexo está na faixa de idade de PSJ, e a figura do sexo oposto é
também adulta, mas aparenta faixa de idade superior à de PSJ.
TD03.07- Figura do próprio sexo com idade acima da de PSJ e figura do sexo oposto com idade abaixo da de PSJ.
A figura do próprio sexo está numa faixa de idade superior à de PSJ. E a figura do sexo oposto é de uma faixa
de idade inferior à de PSJ.
TD03.08- Figura do próprio sexo com idade acima da de PSJ e do sexo oposto aparenta ter idade adulta, mas mais
jovem que a do próprio sexo. A figura do próprio sexo é adulta, mas situa-se em faixa de idade superior à de
PSJ (por ex., figura desenhada é adulta ou velha, sendo que PSJ é adolescente ou jovem; a figura do próprio
sexo é velha, sendo que PSJ é um adulto). E a do sexo oposto é adulta, embora visivelmente mais jovem do
que a figura do próprio sexo, de tal forma que ambos resultam mais velhos que PSJ, mas persistem, entre
ambos, diferenças de faixa etária.
TD03.09- Figura do próprio sexo e figura do sexo oposto com idade acima de PSJ. A figura do próprio sexo e a do
sexo oposto são de faixa de idade superior à de PSJ Ambas adultas, se PSJ é jovem; ambas velhas, se PSJ é
adulto/a. Neste código, ambas são de faixa de idade superior à faixa etária de PSJ, mas são equivalentes. No
caso de velhice, ver se existem sinais de decadência.
TD04- Valorização relativa das duas figuras. Refere-se a quanto uma figura é mais valorizada (ou
desvalorizada) do que a outra. Indicadores relativos ao aspecto das figuras (mais moderno, mais primitivo,
com aspecto animalesco, ou de caipira) são tratados na Seção TD05.- Características afetivas das figuras. Os
sinais de valorização são: maior tamanho (são equivalentes, se o tamanho é igual ou uma delas um pouco
maior); figura mais completa (são equivalentes, se as duas figuras estão sem omissões); maior cuidado no
desenhar (são equivalentes, se as duas foram feitas com cuidado igual); desenhar em primeiro lugar (é modal
o próprio sexo desenhado em primeiro lugar); posição de maior equilíbrio físico (são equivalentes, se as duas
estão bem equilibradas); maior movimento e potência. Obs.: comparar os dados desta Seção com a análise
da história construída por PSJ.
TD04.00- Figura do próprio sexo desenhada em primeiro lugar. PSJ desenha sob a primeira ordem uma figura de
seu sexo. É a representação mais frequente em 80 a 90% dos homens (de qualquer orientação sexual) e em
60% das mulheres.
TD04.01- Figura do sexo oposto desenhada em primeiro lugar por mulheres. A mulher desenha sob a primeira
ordem a figura do sexo masculino. Obs.: em aplicações coletivas para grupos de mesmo sexo, há leve
tendência a aumentar a incidência de TD04.01 se o aplicador é homem; supõe-se um efeito de halo do
aplicador.
TD04.02- Figura do sexo oposto desenhada em primeiro lugar por homem. O homem desenha, sob a primeira
ordem, a figura feminina.
TD04.03- Desenho do sexo oposto em primeiro lugar com traços de inversão sexual na figura. É mais importante
a impressão causada do que a presença dos indicadores, que foram colocados como exemplo. A figura do

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sexo oposto ao de PSJ é feita em primeiro lugar e: (A) ― se é a figura masculina, apresenta caracteres como
cílios revirados, olhos pintados, boca com batom, camisas com babados ou rendas, calças como saias, ou
corpo com formas de mulher; (B) ― se é a figura feminina, apresenta ombros muito largos, força física
excessiva, terno com gravata, símile de barba, partes sexuais mal situadas.
TD04.04- Desenho da figura do sexo oposto com tamanho muito maior que a do próprio sexo. A figura do sexo
oposto é maior que a figura do próprio sexo, de modo tal que a menor não chega aos ombros da figura maior.
(A) Se PSJ for um homem, a literatura sugere os seguintes critérios: figura feminina pelo menos 5% maior na
altura que a masculina e mais larga (pelo menos 15% em cm2 de área total da figura); ou figura maior
parecendo mais forte ou agressiva; ou maior, com cabeleira vasta e feita com traços mais firmes que a figura
masculina. (B) Se PSJ for uma mulher, verificar se o parceiro não é muito mais alto (ou os homens da família
dela). Obs.: Na história, verifique, em número de linhas, se o sexo oposto ocupa mais espaço também.
TD04.05- Figura do próprio sexo com tamanho muito maior do que a do sexo oposto. A figura do próprio sexo é
maior que a figura do sexo oposto, de modo tal que a menor não chega aos ombros da figura maior. Em caso
de homens, verificar se a parceira do desenhista não é efetivamente muito menor. Se a diferença registrada
for impossível na prática (figura menor na altura da cintura da maior, e.g.), marca-se essa categoria de
qualquer forma. Obs.: na história, verifique se o montante de informações a respeito do sexo oposto é menor.
TD04.06- Figura do próprio sexo feita com mais cuidado. A figura é mais bem elaborada, levando mais tempo na
execução, ou com mais capricho no fazer, ou apresenta mais partes do corpo, mais peças de vestuário, melhor
proporção que a outra, ou a figura mostra aparência mais organizada que a outra; em casos extremos, a
figura do sexo de PSJ é bem feita e a outra é esquemática, tipo boneco de neve ou palitos. Obs.: Na história,
verifique se as qualidades humanas e morais atribuídas ao próprio sexo são superiores às atribuídas ao sexo
oposto.
TD04.07- Figura do sexo oposto feita com mais cuidado. A figura do sexo oposto é mais bem elaborada, gastando-
se nela mais tempo, feita com mais capricho, ou tem mais partes do corpo, mais peças de roupa, melhor
proporção, ou aparência mais organizada que a do próprio sexo. Em casos extremos, ela é bem feita e a do
próprio sexo é esquemática, tipo boneco de neve ou palitos. Obs.: Na história, verifique se as qualidades
humanas e morais atribuídas ao sexo oposto são superiores às atribuídas ao próprio sexo.
TD04.08- Figura feminina com cabeça exagerada desenhada por homem. A cabeça da figura feminina é maior,
ocupando muita área, podendo ser pela área da cabeleira (conjunto da cabeça e cabeleira maior que a área
do tórax).
TD04.09- Figura do sexo oposto mais potente, ou com mais movimento, ou com braços maiores. A figura do sexo
oposto é muito forte, e a do próprio sexo é franzina; ou a figura do sexo oposto parece caminhar, enquanto
a do próprio sexo se encontra robotizada, ou bloqueada, ou em posição inativa; ou a figura está em posição
parada, mas mais natural e ativa que a do próprio sexo; ou, finalmente, a figura do sexo oposto tem os braços
maiores que a figura do próprio sexo. Obs.: Na história, observe se as qualidades de poder, de capacidade de
ação e de buscar a satisfação das próprias necessidades atribuídas ao sexo oposto são superiores às atribuídas
ao próprio sexo.
TD04.10- Figura do próprio sexo muito mais potente ou com muito mais movimento que a do sexo oposto. A
figura do próprio sexo é muito mais forte que a do sexo oposto; ou parece caminhar, enquanto a outra se
encontra robotizada ou bloqueada; ou a figura está em posição parada, mas mais natural e ativa que a do
outro sexo. Na história, compare a potência atribuída aos personagens dos dois sexos.
TD04.11- Figura do próprio sexo com posição de mais equilíbrio do que a figura do sexo oposto. A figura do próprio
sexo está de pé e a outra deitada ou assentada, ou está de pé, de frente, bem apoiada no chão, e a do sexo
oposto não tem pés, ou os tem pequenos, ou os tem mal apoiados, parecendo flutuar no chão. Obs.: Na
história, observe se as qualidades de equilíbrio emocional atribuídas ao próprio sexo são superiores às
atribuídas ao sexo oposto.
TD04.12- Figura do sexo oposto com posição de mais equilíbrio que a figura do sexo próprio. A figura do sexo
oposto está de pé e a outra deitada ou assentada, ou está de pé, de frente, bem apoiada no chão, e a do
próprio sexo não tem pés, ou os tem pequenos, ou os tem mal apoiados, parecendo flutuar no chão. Na
história, observe se as qualidades de equilíbrio emocional atribuídas ao próprio sexo são inferiores às
atribuídas ao sexo oposto.

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(Texto-Atlas, 26 p.)

TD04.13- Figuras com indicadores de valorização similares. As figuras têm indicadores equivalentes aos padrões
da realidade de PSJ, ou não são muito diferentes entre si na altura, não são muito discrepantes na potência,
equilíbrio físico, e qualidades de integração corporal e de organização do desenho (reler TD04). Figuras
pobres não recebem esta cotação (v. TD01).
TD05.- Características afetivas e de integração pessoal atribuídas às duas figuras. Esta
categoria engloba a observar e comparar as características afetivas e de integração pessoal de uma e outra
figura. Operacionalmente, as características afetivas, ou de integração pessoal, englobam qualidades de ser
completa, ou de transmitir sentimentos "agradáveis" ou "desagradáveis" ao analista de desenhos.
Entretanto, embora de natureza subjetiva, isso não tem sido muito difícil de avaliar, por envolver
comparações muito diretas. Por prudência, use segunda opinião, para evitar erros de atribuição. Você,
depois, pode comparar os dados dessa categoria com as características dos personagens, descritas na história
contada por PSJ.
TD05.00- Figuras com qualidades, afetivas e de integração pessoal, não muito discrepantes. Figuras
humanizadas, personalizadas, que não lembram opostos de atratividade, de bondade, de capacidade, ou
outros quaisquer, nem sugerem forte discrepância em potencial de contato ou realização. Figuras
equivalentes, mas pobres, excluem esta cotação (devem ter sido cotadas TD01.01 ou TD01.02, ou TD01.03).
TD05.01- Desenho de pares antitéticos. A figura de um dos sexos representa o oposto do que representa a figura
do outro sexo, de tal forma que se pode imaginar para cada figura uma palavra, as duas formando um par de
opostos. Podem ser opostos no conteúdo, ou na forma de representação. Exemplos de opostos no conteúdo
seriam: Padre (espiritual) x prostituta (carnal); Santo ou Jesus (bem) x demônio (mal); criança (indefesa) x
atacante (perseguidor). Exemplos de opostos na forma de representação seriam: figura arredondada (com
linhas curvas) x angulosa (com retas e ângulos). Antes de atribuir este código, verifique se os opostos já se
encontram contemplados nas descrições que se seguem. Obs.: Na história, compare as qualidades opostas
dos dois personagens com as qualidades expressas para eles no desenho, pois o sentimento subjacente,
expresso no desenho, pode se opor aos aspectos mais conscientes aceitos por PSJ e descritos na história.
TD05.02- Uma figura é desprotegida e a outra é claramente persecutória. Uma figura é criança e a outra é adulto
ameaçador; uma é o roubado e a outra, o ladrão; ou uma figura é dócil e a outra é agressiva, excessivamente
forte, ou hostil, etc.. Obs.: Na história, compare com as qualidades de cada um dos dois personagens.
TD05.03- Uma figura é desprotegida e a outra é claramente protetora. Uma figura é criança e a outra é adulto
protetor; ou uma é assustada e medrosa e a outra é claramente tranquilizadora e segura. Obs.: Na história,
compare como já foi orientado.
TD05.04- Par antitético quanto às possibilidades reparadoras. Uma figura está reparada, completa, possuidora
de riquezas e a outra se mostra depreciada e destruída. Por exemplo: médico e acidentado; rei ou rainha, e
mendigo; figura cuidada e completa e figura empobrecida, mutilada. Obs.: Na história, compare como já foi
orientado.
TD05.05- Par antitético quanto ao exibicionismo. Uma das figuras está pouco vestida, ou muito sedutora, e o da
outra muito vestida, ou formal. Por exemplo: uma dá a impressão de "bom" menino, enquanto a outra parece
"devassa".
TD05.06- Par antitético quanto à atividade e passividade. Desenho de uma das figuras muito grande, com aspecto
severo e punitivo, com os pés firmemente plantados no chão e a outra, pequena, ou com ombros caídos, ou
atitude de submissão, dependência (como cabeça baixa, ou os braços para trás do corpo). Ou o tema é chefe
― subordinado, senhor ― escravo, etc.. Obs.: Na história, compare como já foi orientado.
TD05.07- Uma figura está limpa e outra, suja. Uma figura se encontra desenhada com roupas limpas, cabelos
arrumados, enquanto a outra apresenta roupas com manchas, borrões intencionais (graxa, por ex.),
remendos.
TD05.08- Uma figura está com o traçado limpo e outra borrada, suja, ou com linhas incertas. Uma das figuras se
acha representada com linhas contínuas, quase sólidas, em traçado limpo e certo, enquanto a outra está
muito repassada, rabiscada ou borrada e suja.
TD05.09- Desenho de pessoas excessivamente boas, bonitas, perfeitas. As duas figuras se apresentam com flores,
têm fisionomias com sorriso benevolente ou apaziguador, são delicadas, com os braços abertos para abraçar,
são visivelmente "do bem".

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(Texto-Atlas, 26 p.)

TD05.10- Desenho em que há numa mesma figura características opostas. Na figura desenhada, há um símbolo
de forte valorização e um de desvalorização. Ou há um símbolo de recato e de exibicionismo. Ex.: figura
feminina muito pequena e muito forte; ou menor que a de PSJ, mas com imagem ameaçadora ou viril,
desenhada por homem. Ou figura de freira com túnica transparente e desnuda por baixo.
TD05.11- Figura do próprio sexo com ênfase nas articulações, e figura do sexo oposto agressiva e dominante. O
desenho da figura do próprio sexo está com rodelas no lugar das articulações, ou as articulações são
desenhadas como partes que se superpõem, ou que claramente se unem, e a figura do sexo oposto apresenta
corpo muito musculoso, ou queixo proeminente, ou fisionomia de autoritarismo.
TD05.12- Figura do sexo oposto com características robotizadas, ou com corpo vazio. A figura do próprio sexo é
normal, mas a do sexo oposto é vazia (boneco de neve), ou é robotizada, assemelhando-se a boneco
mecânico.
TD05.13- Figura do sexo oposto com características depreciadoras ou primitivas. A figura do sexo oposto é
desenhada como “jeca”, ou palhaço, ou corcunda, ou como anã, intencionalmente, desde que não seja a
realidade de alguém importante para o sujeito.
TD05.14- Figura do próprio sexo com características depreciadoras e primitivas, e do sexo oposto moderna e
natural. A figura do sexo próprio é desenhada como caipira, ou palhaço, ou corcunda, ou como anã, de forma
intencional, mas que não reflete a realidade do sujeito, enquanto a do sexo oposto está natural, ou é
moderna, sem ser tratada chistosamente.
TD05.15- Figura feminina com braços e mãos proeminentes, desenhada por homem. A figura feminina apresenta
braços compridos, estendidos para fora como quem abraça, ou grandes, e mãos abertas e grandes.
TD05.16- Figura masculina com postura ampla e figura feminina com pernas fechadas. A figura masculina tem
as pernas separadas e a feminina as mantém unidas. As pernas separadas são pernas bem plantadas,
geralmente em forma de V invertido, em que os pés estão separados, e não simplesmente pernas separadas
por pobreza no desenhar.
TD05.17- Rosto com expressão agressiva na figura do sexo oposto. O rosto da figura do sexo oposto tem
expressão de autoridade e agressividade, embora não chegue a ter características persecutórias.
TD05.18- Mãos para trás ou nas cadeiras na figura feminina desenhada por homens.
TD05.19- A figura do próprio sexo está desenhada de corpo inteiro e a figura do sexo oposto é parcial. A figura
do próprio sexo é completa e a do sexo oposto é desenhada somente a cabeça, ou o busto. Ao atribuir este
código, compare, por analogia, se a história escrita fala somente sobre um dos personagens; ou ainda, se o
personagem do próprio sexo é correto, inocente, ou vítima, enquanto o do sexo oposto é mau-caráter.
TD05.20- Uma das figuras é humana e a outra não é. Uma das figuras não é humana, como desenho de animal,
inseto, etc., e a outra é humana.
Classe TE: traçado e estilo
Na Classe TE, identificação e codificação não têm mais como referência o conteúdo do
desenho, mas sim o desenhar de PSJ e seu reagir durante a situação de desenho. As características
comportamentais de traçado, referentes ao desenhar, englobam as categorias traçado em geral;
pressão do lápis e largura das linhas (a literatura denomina de espessura, talvez pela impressão de
mais grafite); amplitude do gesto ao fazer a linha; forma e tipo das linhas; e quantidade de correções
e retoques que a pessoa faz ao desenhar. A última categoria contempla características
comportamentais (como o PSJ se comportou na situação de desenho, seu estilo de agir) que já foram
analisados simbolicamente pela literatura. Evidentemente, cada PSJ tem um estilo único de ser —
essas categorias se referem somente a estilos que já foram descritos na literatura.
A Classe TE, portanto, envolve alguns aspectos de observação do comportamento, além da
análise do desenho. Ao longo dos Textos, procurei dar orientações que lhe facilitem a observação do
comportamento de desenhar, complementando com definições que lhe permitam decisão, pela
observação do desenho propriamente dito. Contudo, quando não houver certeza de que existiu
determinada característica de traçado ou estilo, é preferível desconsiderar o dado, tornando a análise

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(Texto-Atlas, 26 p.)

mais pobre, a acrescentar análises duvidosas. Isso é especialmente verdadeiro nas aplicações coletivas,
onde os dados de comportamento não estão facilmente acessíveis. Além disso, pelo trabalho
sistemático com o desenho da figura humana, observamos que é mais difícil obter concordância entre
juízes quanto a traçado e estilo. Aqui também se aplicam as recomendações de parcimônia e cautela
citadas para o uso das referências anteriores.

CLASSE TE DO ATLAS: DEFINIÇÕES E CATEGORIAS PARA IDENTIFICAR E CODIFICAR


CARACTERÍSTICAS DE TRAÇADO E ESTILO
TE01.- Traçado em geral. Aparência do conjunto formado pelas linhas individuais feitas no desenhar,
cada uma resultante de um movimento separado do lápis (L.). Cota-se em função do predomínio de um tipo
de traçado; os critérios para definir se há predomínio são: ou o predomínio se mostra muito visível aos juízes,
que concordam, ou se mostra um tipo de traçado em 2/3 ou mais das linhas traçadas. Se todo o desenho
puder ser incluído em um só código, acrescenta-se a observação traçado rígido.
TE01.00- Traçado flexível. Observa-se flexibilidade no traçado, com linhas firmes (sem tremor), bem controladas,
que variam adequadamente com as partes da figura desenhada, mas sem dar impressão de confusão.
Essa codificação exclui todas as outras. É modal nos protocolos normais.
TE01.01- Traçado débil. Traços vagos e inibidos, também qualificados na literatura de "inseguros", "vacilantes",
"indecisos", "que dão impressão desigual".
TE01.02- Traçado débil com zonas abertas. TE01.01 mais interrupções, i. e., espaços entre os traços individuais
criam comunicações entre o interior da figura e o espaço externo à mesma.
TE01.03- Traçado muito desigual. TE01.01 + reforços e manchas, ou o traçado mostra linhas interrompidas, que
mudam de direção de forma indeterminada.
TE01.04- Traçado impulsivo ou agressivo. Traçado feito com energia desproporcional (direções distintas; linhas
toscas; mistura de zonas débeis e repassadas, sujas) ou descaso (linhas que ultrapassam o limite, passando
sobre outras).
TE01.05- Mudanças bruscas, localizadas, no tipo de traçado. Há mudanças bruscas no traçado, que dão
impressão de variabilidade indesejada, e não de flexibilidade e adaptação à zona desenhada.
TE02.- Pressão do lápis e espessura das linhas. Refere-se ao conjunto formado pela espessura do
traço, seu tom (de mais escuro a mais claro) e a marca que o traço feito imprime ao papel. A espessura diz
respeito à largura da linha e sua densidade, dada pelo montante do grafite usado para seu traçado.
TE02.00- Pressão e espessura médias e com alguma variação presente. Pressão que não é detectada pelo tato
no verso do papel ofício não acetinado. Tendo sido usado lápis nº 2, a espessura é correspondente à do
traçado feito com lápis nº 2, e o desenho não dá impressão de extrema leveza, havendo também flutuações
de pressão: alguns pontos de pressão mais forte; e outros, menos forte. Esta classificação exclui todas as
demais. Qualquer uma das outras exclui esta cotação. Não confundir com TE02.04.
TE02.01- Pressão forte e linha grossa. Pressão detectável pelo tato no verso da folha de papel ofício não
acetinado, tendo sido usado o lápis nº 2. Caracteriza-se por linhas escuras, pesadas, feitas com força. Além
disso, tendo-se usado o lápis nº 2 ao desenhar, o desenho apresenta linhas de espessura correspondente à
de traçado feito com lápis nº 1 (L). A espessura aumentada por repasse do lápis não está incluída neste código.
Este código se aplica, quando mais de 2/3 do desenho apresentar pressão forte. Se houver a presença de
pressão forte localizada, anotar a(s) parte(s) em que houve a descarga motora.
TE02.02- Pressão fraca e linhas finas. Pressão que não é detectada pelo tato no verso da folha de ofício não
acetinada, o desenho tendo sido feito com o lápis nº 2. Dá impressão de extrema leveza de linhas, que são
quase apagadas e imperceptíveis. Quanto à espessura das linhas, tendo-se usado o lápis nº 2 para fazer o
desenho, as linhas deste parecem ter sido feitas com lápis nº 3 ou 4 (L). Não confundir com TE02.05.
TE02.03- Pressão uniforme. Pressão que é mantida idêntica a si mesma em todo o desenho.
TE02.04- Pressão flutuante. Pressão que varia aleatoriamente, não dando impressão de mudança intencional,
mas de arrancos decorrentes de alteração psicomotora.
TE02.05- Pressão leve. Pressão fraca de caráter intencional, e que termina por transmitir ao desenho
características de leveza e delicadeza de traço, e não de simples falta de energia.

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TE03.- Amplitude das linhas. Característica observada no decorrer do teste, refere-se à extensão de
cada linha, decorrente da amplidão do gesto feito para traçá-la. Se não for possível identificar, não codificar.
No nosso trabalho, não encontramos resultados relevantes para a amplitude, pelo menos com estas
definições. As referências permanecem somente por constarem da literatura especializada.
TE03.00- Amplitude média. Linhas decorrentes de gestos de amplidão variável, que resultam num desenho com
maciça maioria de linhas de extensão entre 6 mm e 2 cm, podendo haver, entretanto, uma ou duas regiões
com amplitude diversa. É considerada modal em protocolos normais.
TE03.01- Amplitude grande. Linhas traçadas num gesto amplo, observado na execução do desenho, e que
resultam em extensão superior a 2 cm para cada linha individual. Bastante frequente em protocolos normais.
TE03.02- Amplitude pequena. Linhas curtas, decorrentes de gestos contidos na hora de executar o desenho, e
que resultam em linhas de extensão menor do que 6 mm.
TE04.- Forma das linhas desenhadas. Presença de linhas retas com ângulos, ou de linhas curvas.
TE04.00- Quantidade equilibrada de linhas retas e curvas. Desenho que não tem predomínio ou excesso de uma
das duas formas. Categorizar TE04.00 após ler as descrições seguintes. É código modal em protocolos
normais.
TE04.01- Predomínio de linhas retas e angulosas. Desenho com marcada presença de linhas retas e de ângulos
agudos, retos, ou oblíquos.
TE04.02- Predomínio de linhas curvilíneas. Desenho com marcada presença de linhas curvas e os "ângulos" são
arredondados.
TE05.- Tipo da linha e modo de fazê-la. Refere-se ao tipo e modo de se fazer a linha, se com traços
mais (ou menos) contínuos, mais trêmulos, em pequenos avanços e recuos, mais repassados, peludos,
interrompidos. É importante distinguir entre um desenho que tenha predomínio de um tipo de linha, ou que
apresente um determinado tipo de linha em uma localização particular. De modo geral, aconselho a ler as
descrições dos vários códigos; verificar se existe predomínio de um tipo de linha no desenho; anotar o tipo
de linha predominante; verificar a presença de até mais dois outros tipos claramente presentes; verificar se
estes estão usados em uma zona específica; verificar as variações localizadas, isto é: se há algum outro tipo
de linha presente, em alguma zona específica do corpo. Anotar o tipo, e a zona em que apareceu.
TE05.01- Linha contínua sólida. Desenho de linha única, ininterrupta, em que o lápis não se levanta do papel, as
linhas sendo curvas ou retas, não havendo locais em que o espaço interno à figura se comunique com a parte
de fora da figura (L).
TE05.02- Linha contínua com poucas interrupções. Linhas sólidas onde o lápis se desprende algumas vezes do
papel, e onde há cerca de duas pequenas interrupções, de até 3 mm ou menos. É tipo de linha muito
frequente em protocolos normais.
TE05.03- Linha em avanços e recuos. Desenho de traços repetidos, em que o lápis vai e volta, como se fossem
pequenas pinceladas. É tipo de linha modal em protocolos normais.
TE05.04- Linha reforçada ou repassada. A linha já traçada é recoberta com riscos mais fortes, com uso de, pelo
menos, dois traços para formar uma linha, na maior parte da figura desenhada.
TE05.05- Linha fragmentada ou interrompida. Linha descontínua, caracterizada por pequenos hiatos (a aparência
é de leve, mas difusa). Não inclui aberturas por figuras incompletas e aberturas por sair da margem.
TE05.06- Linha tremida. Linha caracterizada por pequenas ondulações produzidas por tremores nas mãos em
mais de 1/3 do contorno da figura.
TE05.07 - Linha com algum pequeno tremor. Linha com qualquer traçado, mas que apresenta tremor claro em
menos de 1/3 do contorno, ou em alguma pequena região.
TE05.08- Linha peluda. Linha feita em avanços e recuos, mas que dá ao observador a impressão de pelos.
TE05.09- Linha dentada ou serrada. Linha que se assemelha a saca-rolhas ou a dentes de serra, sendo uma
variação da linha contínua, pois o lápis não se levanta do papel (L).
TE05.10- Linha confusa com avanços e recuos. Linha que apresenta avanços e recuos, mas que dá impressão de
mistura de traço e direção.
TE05.11- Linhas que se superpõem em pelo menos duas partes do corpo. As linhas de partes do desenho se
superpõem, uma passando descuidadamente sobre a outra, em, pelo menos, duas das seguintes partes:
cabeça, tronco, pescoço, braço, perna, pé.

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TE05.02- Linha TE05.03- Linha em TE05.04- Linha TE05.05- Linha TE05.06- Linha
contínua com avanços e recuos reforçada ou fragmentada ou tremida
poucas interrupções repassada interrompida

TE05.07 – Linha com TE05.08- Linha TE05.09- Linha TE05.10- Linha TE05.11- Linhas que
algum pequeno peluda dentada ou serrada confusa com se superpõem em
tremor avanços e recuos duas partes do
corpo

TE06.- Presença de correções e retoques. Usar borracha, rasurar, retocar o desenho por reforço e
introdução de linhas adicionais que o modificam. Na aplicação individual, observa-se PSJ ao longo da
execução. Nas aplicações em grupo, somente é passível de codificação o retoque ou a correção que for visível
a olho nu, no desenho pronto.
TE06.00- Correções e retoques adequados. Entre 2 a 4 correções ou retoques, com o intuito de melhorar o
desenho, atingindo esse fim. Categoria rara em protocolos psicopatológicos.
TE06.01.00- Poucas correções e retoques ou nenhuma, em produção de nível bom ou muito bom. Nenhuma
utilização de retoques ou uma(0 a 1 vez), sendo a produção, comparando-se com outras, boa ou superior.
TE06.01- Poucas correções e retoques em produção medíocre ou menos. Pouquíssima ou nenhuma utilização do
uso da borracha (0 a 1 vez), sendo a produção, comparando-se com outras, de média a fraca.
TE06.02- Sucessivas correções e retoques. Necessidade muito frequente de apagar, retocar (mais de 5 correções),
que pioram a forma em vez de melhorá-la.
TE06.03- Correções e retoques em alguma parte tida como símbolo fálico. PSJ corrige e retoca sapatos, nariz,
dedos, pênis, copa alta de chapéu, brincos de cobra ou de pingente, etc..
TE06.04- Presença de zonas "sujas". PSJ refaz várias vezes, reforça limites, sombreia e/ou risca excessivamente
parte do desenho, que passa a dar impressão de manchado ou borrado.
TE06.05- Desenhar sobre o objeto gráfico já realizado, ocultando-o. Evidente.
TE06.06- Correções e retoques em áreas específicas. Em determinada área da figura, PSJ interrompe sutilmente
o desenho, ou o escurece suavemente, ou reforça a linha no local específico, ou usa borracha, ou sombreia o
local. Anotar a zona retocada.
TE06.07- Presença de borrões, reforço do traço, sombreado, mas concentração na tarefa.
TE07. Estilo de ação: reações à tarefa de desenhar. Refere-se a reações e/ou comportamentos
que PSJ exibe ao longo da situação de desenho, desde o recebimento das instruções até o diálogo.
TE07.00- Preocupar-se em realizar o desenho adequadamente. Atenção às instruções, clima emocional de
introspecção na realização do desenho, dedicação à tarefa, concentração, capacidade de autocrítica.
TE07.01- Recusar-se a desenhar. PSJ se nega total e definitivamente a realizar os desenhos.
TE07.02- Demonstrar resistência verbal ou não verbal ao desenho. Na resistência verbal, PSJ reclama algo como
"Ih, que saco!", ou "Esta não!", mostrando claro desagrado pela tarefa. Na resistência não verbal, PSJ não
verbaliza, mas mostra relutância em realizar o desenho, embora, em ambos os casos, acabe por fazê-lo.
TE07.03- Modificar a posição da folha do papel antes de iniciar o desenho. PSJ vira a folha antes de iniciar o
desenho, de modo que o eixo maior da mesma fica atravessado (a posição “retrato” se torna “paisagem”). O
aplicador deverá ter colocado a folha na mesa na posição “em pé”, como explicado no Texto 2, da Aplicação,
para que este código possa ser aplicado. Se tiver havido falha na aplicação, não codificar.
TE07.04- Perguntar várias coisas antes do desenho. PSJ faz várias perguntas preliminares (e adia assim a tarefa).
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TE07.05- Perguntar se é para desenhar com ou sem roupa.


TE07.06- Perguntar se é para desenhar a figura total ou parcial. PSJ pergunta se é para desenhar de corpo inteiro.
TE07.07- Demonstrar temor ou inabilidade para realizar a tarefa. PSJ se refere à própria inabilidade, ao medo
de realizar a tarefa, fala que não sabe desenhar, que seu desenho vai ficar igual ao de criança, ou pergunta
como será feita a análise, etc.
TE07.08- Trocar a estrutura da instrução do desenho. PSJ interpreta inadequadamente a instrução do desenho.
TE07.09- Desenhar sem atenção e ação consistente. PSJ começa um detalhe do desenho, deixa-o inacabado,
começa outro sem se esforçar para terminá-lo também, ou busca conversa com outrem.
TE07.10- Demonstrar extrema alegria e atividade durante o desenho. PSJ tem atitude de entusiasmo exagerado,
diversão ou brincadeira.
TE07.11- Fazer comentários absurdos. PSJ faz comentários ou alusões a coisas raras ou incongruentes no
desenho.
TE07.12- Fazer riscos sobre o desenho. PSJ desenha e depois risca sobre o desenho.
TE07.13- Demonstrar preocupação em desenhar centralizado. PSJ desenha com preocupação em colocar o
desenho equidistante dos limites da folha.
TE07.14- Pedir régua para desenhar com exatidão a linha média.
TE07.15- Dar ênfase extra a alguma área. Demorar mais em uma área, retornar a ela várias vezes, reforça-la, etc.
TE07.16- Demonstrar indecisão em prosseguir o desenho abaixo da cabeça ou abaixo da cintura.
TE07.17-Recusar-se a (ou mostrar incapacidade de) completar o desenho. PSJ vai fazendo o desenho, mas, em
determinado momento, quando se trata de fazer uma parte, recusa-se a prosseguir ou fala que "não sei
fazer...(tal parte)"..., e o desenho fica inacabado.
TE07.18- Demonstrar dificuldade em fazer pessoa sexuada. PSJ faz a primeira pessoa indefinida sexualmente, e
mostra surpresa ao receber a instrução para fazer a segunda pessoa de sexo oposto à primeira pessoa
desenhada.
TE07.19- Desenhar as duas figuras na mesma folha ou fazer figura humana acompanhada. PSJ larga a segunda
folha e faz a segunda figura na mesma folha da primeira. Ou, ao receber a instrução inicial, faz a primeira
figura já acompanhada de alguém.
TE07.20- Recusar-se a terminar a figura feminina detalhada (homens).
TE07.21- Ter dificuldade em dar o desenho por terminado. Incapacidade de desprender-se do desenho,
considerando-o sempre incompleto ou não pronto, de modo que demora muito por terminá-lo.
TE07.22- Completar o desenho em menos de 5 minutos. PSJ não é artista, e faz o desenho rapidamente, sem se
preocupar muito com a tarefa. I. e, sua rapidez não decorre de extrema facilidade para o desenho.
TE07.23- Não conseguir construir uma história.
TE07.24- Não conseguir dar nome às figuras. Se solicitado, PSJ não dá conta de dar nome às figuras da história.
TE07.25- Exibir contradição entre as realizações gráfica e verbal. Demonstrar muito pouca atenção ao grafismo,
contrastando com grande fantasia verbal; ou anulação verbal intensa da agressividade registrada
graficamente; ou figuras muito sedutoras e exibicionistas, sem falar dessas características na verbalização.
TE07.26- Fazer associações verbais mostrando homem e mulher ideais e perfeitos. Associações verbais feitas com
entusiasmo e de modo agradável, ressaltando somente as qualidades “boas” das figuras.
TE07.27- Demonstrar dificuldade de fazer o peito da figura feminina. PSJ sente dificuldade em desenhar o peito
da figura feminina, especialmente os seios.
TE07.28- Converter a figura desenhada em figura feminina ao final, pela mudança nos cabelos. PSJ desenha uma
figura indiferenciada quanto ao sexo, e depois a caracteriza como feminina, por colocar cabelos longos.
TE07.29- Demonstrar dificuldade em desenhar alguma parte. Comentar: "não sei desenhar pé", ou ficar muito
tempo tentando desenhar uma parte e depois ocultá-la. A dificuldade em desenhar mãos e pés de frente é
muito frequente.

Agora você tem em suas mãos uma lista relativamente extensa de traços gráficos que você
identificou e codificou nos desenhos de PSJ. Os Textos 7 e 8 vão permitir a você analisar o significado

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simbólico desses traços gráficos. Isto é, você vai se encontrar com as respostas para as seguintes
perguntas:

― Quais sentidos podem ser atribuídos a determinado traço gráfico desenhado?


― A quais características de personalidade esses traços gráficos foram associados?
E, logo:
― A quais características de personalidade esses traços gráficos podem corresponder?

Bibliografia
A bibliografia utilizada se encontra no Texto 12 dessa Coletânea de Textos sobre o desenho
da pessoa humana.

Palavras de cautela: esta Coletânea não é adequada


para se tornar teste de personalidade e nem para fazer
psicodiagnóstico de uma pessoa. Mas pretende: (a) despertar
ou ampliar o interesse pela compreensão de si ou de outros
através de desenhos; (b) despertar interesse pela Simbologia
e para o trabalho com símbolos; (c) incentivar a busca de
novas fontes de estudo e diferentes áreas de conhecimento;
(d) gerar pesquisas na área de desenhos.

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