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DIREITO PENAL

 Competência privativa da União

 Súmula – entendimento uniformizado de um Tribunal


Súmula Vinculante – tem poder divino, apenas do Supremo Tribunal Federal, ninguém
mexe
Jurisprudência – decisões dos Tribunais (entendimento de Juízes e Tribunais)

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL – guardião da Constituição Federal, tratados internacionais..

SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA – guardião da Legislação Infraconstitucional (tudo que


não é constituição)

 Princípio da Insignificância – crime de bagatela, afasta-se a tipicidade material pela pouca


ou nenhuma importância do fato praticado. Ex: descaminho (não pagar imposto quando
traz mercadorias do Paraguai)
 Requisitos:
Mínima Ofensividade da conduta do agente
Nenhuma periculosidade social da ação
Reduzidíssimo grau de reprovabilidade do comportamento
Inexpressividade da lesão jurídica provocada
 Exceções:
Súmula 589 STJ – É inaplicável o princípio da insignificância nos crimes ou
contravenções penais praticados contra a mulher no âmbito das relações domésticas,
Lei Maria da Penha
Súmula 599 STJ - ...aos crimes contra a Administração Pública, mas existe o
entendimento que o descaminho CABE o princípio
Súmula 606 STJ – a casos de transmissão clandestina de sinal de internet via
radiofrequência, que caracteriza o fato típico previsto no art. 183 (transmissão
clandestina de rádio).

 Princípio da Intervenção Mínima


Fragmentaridade: Só deve tutelar os bens jurídicos mais importantes e ataques intoleráveis
a esses bens
Subsidiariedade: Só se aplica o Direito Penal quando os demais ramos do direito não
servirem para resolver o conflito e/ou punir a conduta (ultima ratio)

 Princípio da Responsabilidade Penal/Pessoal/Individual:


Nenhuma pena passará da pena do condenado, exceto a reparação civil (pega a herança)

 Vedação ao Bis in idem: ninguém pode ser processado ou punido duas vezes pelo mesmo
fato (mesma conduta)

Princípio da Legalidade ou reserva legal


Art. 1 – não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação
legal CP
 Competência para legislar sobre Direito Penal = UNIÃO FEDERAL, exceção: Lei
Complementar poderá autorizar os Estados a legislar somente em questões específicas
de interesse local.

Dimensões da Lei Penal


 Em sentido estrito = lei que parte do Poder Legislativo, Leis Ordinárias e
Complementares.

 Medida Provisória = não pode versar sobre direito penal, art. 62 parágrafo 1, b
CF, com exceção:
Exceção Controvertida = possível medida provisória benéfica ao réu.
-> Norma Penal Incriminadora (que cria um tipo penal ou que agrava a pena) =
nunca por Medida Provisória
-> Norma Penal Não Incriminadora e Benéfica = pode por Medida Provisória.

 Princípio da Legalidade está vinculado ao Princípio da Anterioridade = A Lei que


comina pena deve ser ANTERIOR ao fato que se pretende punir.

Analogia = método de integração previsto no art. 4 da Lei de Introsução as Normas do


Direito Brasileiro.

 Pegar “emprestado” e trazer para a Lei Penal

 Não é permitida em prejuízo do réu

 Só é possível a utilização da analogia IN BONAM PARTEM, ou seja, para beneficiar o


acusado.
Exemplos:

1) Art. – não se pune o aborto praticado por médico I – se não há outro meio ) de
salvar a vida da gestante;
E se não existir médico no local? Apenas uma parteira? NESTE CASO, em teoria, é
possível a analogia.. não sendo punida pelo aborto.

2) Associação Criminosa, art. 288 – associarem-se 3 ou + pessoas para o fim específico


de cometer crimes.
Poderia utilizar e unir também quem se associa para praticar contravenções penais?
NÃO, seria analogia in malam partem.

 Interpretação Analógica = cláusula genérica que permite interpretação mais ampla


na norma. É admissível, inclusive em desfavor do acusado.
Exemplo:
Art. 121 – matar alguém IV – a traição, de emboscada ou mediante dissimulação OU
outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido;

 Interpretação Extensiva = ampliar o alcance da lei, pois o texto não é suficiente para
atingir sua vontade.
- É admissível inclusive em prejuízo do réu
Casa é asilo inviolável.... o que é casa?

 Princípio da Especialidade = o tipo penal específico prevalece sobre o tipo genérico.


Tipo Penal Específico = infanticídio
Tipo Penal Genérico = homicídio.

 Crime progressivo – já tinha a intenção


 Progressão Criminosa – tem-se a intenção durante
OBS. Quais princípios resolvem o conflito aparente das normas penais? SECA
Subsidiariedade, especialidade, consunção e alternatividade (crime poli nuclear).

Lei Penal no Tempo


 Art. 2 – Ninguém pode ser punido por fato que LEI POSTERIOR DEIXA DE CONSIDERAR
CRIME, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória.

-> Abolitio Criminis = não existe mais crime, ex. adultério.

-> Extinção de punibilidade, art. 107 III CPP

-> Princípio da Continuidade Típico-Normativa: apesar de revogada determinada figura


penal, esta pode sobreviver em outro tipo penal. Ou seja, não ocorre o ABOLITIO CRIMINIS.
Ex. atentado violento ao pudor e estupro.
-> O crime não existe mais naquele artigo e sim em outro artigo, integrou no estupro.

 Extratividade da Lei Penal:

-> Retroatividade e Ultra-atividade da Lei Penal


Art. 5 – a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu;
A primeira parte trata da vedação da novatio legis in pejus - irretroatível em prejuízo do
réu;
A parte final do inciso acima, contempla a Retroatividade da lei penal mais benéfica –
novatio legis in mellius.

 Ultra-atividade = Quando a lei foi revogada e a lei atual é mais grave, não irá retroagir...
e sim prorrogando a validade da lei que já foi revogada.
 Súmula 711 STF = A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime
permanente, se a sua vigência é anterior à cessação da continuidade ou da permanência.

 A lei penal mais gravosa aplica-se ao crime continuado ou permanente se era a lei
vigente quando da cessação da permanência ou continuidade =
Ex.
Fev/2011 – 6 meses (início do sequestro)
Nov/2011 – 2 anos
Dez/2011 – (fim do sequestro).
É aplicado a pena de 2 anos neste caso.

 Crime permanente: Quando a consumação se propaga no tempo, ex. sequestro e


cárcere privado.
 Crime continuado: Sequência de delitos. Ex. Maria subtraiu meia da graziotim, depois
na havan, depois marka sporte...
Tempo, lugar..

 Lei Excepcional ou Temporária = Embora decorrido o período de sua duração ou


cessadas as circunstâncias que a determinara, aplica-se ao fato praticado durante sua
vigência. Ex. crime das olimpíadas.

 É aplicada mesmo que tenha chegado ao fim


 Aplica-se a Ultra-atividade (sobrevida a lei).
Ex.
01/2016 lei criada
04/2016 João praticou o crime
06/2016 final da lei.

Tempo do Crime

 Art. 4 – considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro
seja o momento do resultado.

 O código penal adotou a Teoria da AÇÃO/ATIVIDADE.


Ex. crime praticado por menor – 17 anos no dia 15/04/19 e dia 20/04/19 faria 18 anos..
a vítima não morreu na hora e sim no dia 25/04/19, ou seja, vai responder como
MENOR, independentemente do tempo do resultado, oq eu importa é o tempo da
ATIVIDADE.

Territorialidade:

Art. 5 – aplica-se a LEI BRASILEIRA, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de


direito internacional, ao crime cometido no território nacional (art. 7).
Teoria Temperada/mitigada = o Estado é soberano, porém pode abrir mão da aplicação
da lei em virtude de tratados e acordos internacionais.

 Parágrafo 1- navio da marinha Brasileira na Groenlândia, é extensão do território


nacional;; navio pesqueiro pertence a particular e está servindo ao Brasil pescando na
Antártida;; o território é até 12milhas marítimas, está em alto mar e a embarcação é
brasileira de propriedade privada.
-> Embarcação pública ou a serviço público, pode estar em qualquer lugar que será
extensão do território nacional
-> Privada, não está a serviço do Brasil DENTRO do nosso território ou em alto mar é
nosso território.
Ex. Joao matou Chico em território brasileiro em alto mar, será lei brasileira.

 Parágrafo 2 – aeronaves estrangeiras dentro do nosso espaço aéreo e embarcações


estrangeiras privadas.
Ex. Donald Trump estiver aqui em pouso, é extensão do território americano.

LUTA = Lugar -> ubiquidade // tempo -> atividade.

LUGAR DO CRIME
 Art. 6 – considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no
todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado.

 Teoria da Ubiquidade ou Mista = crimes a distância


 Para incidência da lei brasileira é suficiente que um único ato executório atinja o
território nacional, ou então que o resultado ocorra no Brasil.
Ex. Mario manda uma carta bomba do Japão para o Brasil... = teoria da Ubiquidade.

EXTRATERRITORIALIDADE
Art. 7 – Ficam sujeitos a lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro (...)

 É a aplicação daas leis brasileiras aos crimes cometidos fora do território nacional
 Justifica-se pelo fato de o Brasil ter adotado, relativamente a lei penal no espaço, o
princípio da TERRITORIALIDADE TEMPRADA ou MITIGAGADA (art. 5), o que autoriza,
excepcionalmente, a incidência da lei penal brasileiras a crimes praticados fora do
território nacional

 Extraterritorialidade Incondicionada: sem condição


Adm Publica Direta e Indireta, crimes cometidos contra a adm pública por quem está a seu
serviço, crime contra a vida ou liberdade do Presidente da República fora e o crime de
genocídio quando o agente for brasileiro e domiciliado no Brasil.

 O agente é punido segundo a lei brasileira, ainda que absolvido ou condenado no


estrangeiro.
 Art. 8 - A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena importa no Brasil, pelo mesmo
crime, quando diversas, ou nela é computada, quando idênticas. REGRA

Ne Bis in idem: evitar dupla punição do agente pelo mesmo fato.


Trata-se de “espécie” de pena e não do quantum.
OBS: somente válido para casos de Extraterritorialidade Incondicionada ou
Territorialidade.

 Extraterritorialidade Condicionada: as condições são cumulativas


- Hiper condicionada (ñ cai no cespe, mas pode) – 1ª hipótese = crimes praticados por
estrangeiro fora do Brasil, se reunidas as condições a) não foi pedida ou foi negada a
extradição; b) houve requisição do Ministro da Justiça.
2ª hipótese = crimes praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou
de propriedade privada, quando em território estrangeiro e aí não sejam julgados.
+ todas as condições.

 Uma hipótese + todas as condições.


 Se o agente foi absolvido lá fora, está absolvido no Brasil; se ele não cumpriu a pena lá
fora, cumprirá no Brasil.

Art. 10 –não cai no cespe, mas pode– o dia do começo inclui-se o primeiro dia,
contando os dias, meses e anos pelo calendário comum.

CRIME
 Fato típico – comportamento humano positivo ou negativo (ação ou omissão) que provoca
um resultado (em regra) e é previsto em lei penal como infração; antijurídico (ou ilícito) –
é a relação de contrariedade entre o fato típico e o ordenamento jurídico, a conduta
descrita em norma penal incriminadora será ilícita ou antijurídica quando não for
expressamente declarada lícita; e culpável (teoria tripartida do delito) – é a reprovação da
ordem jurídica em face de estar ligado o homem a um fato típico e antijurídico (capacidade
do homem em compreender o ilícito).
 O ordenamento jurídico brasileiro prevê a possibilidade de ocorrência de tipicidade sem
antijuridicidade, assim como de antijuridicidade sem culpabilidade. CERTO
-> O cara pode matar alguém em legítima defesa (fato típico e foi amparado por uma
excludente de ilicitude), o fato pode ser típico, antijurídico e praticado por alguém
inimputável.

 Teoria Bipartida – cespe – excluindo a culpabilidade e sendo apenas pressuposto de


aplicação da pena.

 Sustentado por um tripé / tripartida (prevalece no Direito) = TIPICIDADE, ILICITUDE e


CULPABILIDADE

 Classificação dos Crimes


-Comum – qualquer pessoa
-Próprio – pessoa qualificada, ex. infanticídio
-Instantâneos – consumam com a ação
-Permanentes – resultado se prolonga com o tempo, ex. sequestro
-Omissivos – deixar de fazer algo, conduta negativa
-Comissivos – dependem de um ato/ação
-Comissivos por omissão / omissivo impróprio – transgressão do dever jurídico de
impedir o resultado, ex. deixar de fazer por alguém que tem a obrigação de fazer, ex.
uma mãe tem uma filha de 6 anos, onde o padrasto abusa sexualmente da filha, tendo
o dever legal de impedir que a filha seja estuprada, quando ela se omite de comunicar
é como se ela também praticasse o ato. = Agir por omissão.
-Omissivos por comissão (raro) – ex. uma pessoa impede a outra de prestar socorro.
-Material – quando atinge o resultado, ex. furto, homicídio
-Formal – consuma independente do resultado, ex. extorsão mediante sequestro
(quando há o pedido de resgate), independe do pagamento
-Mera Conduta – não existe “resultado”, ex. injúria
-De dano – consumam com efetiva lesão ao bem jurídico tutelado, ex. roubo
-De perigo – mera probabilidade de dano, ex. porte de arma
-Unissubjetivos – podem ser praticados por uma só pessoa, ex. furto
-Plurissubjetivos – somente podem ser cometidos por mais de uma pessoa, ex. rixa,
associação criminosa
-Unissubsistentes – prática de um único ato, não há como fracionar o iter criminis, e
por consequência, não admite tentativa
-Plurissubsistentes – mais de um ato, podem fracionar o iter criminis.

 Sujeitos do Crime
Ativo – quem pratica
Passivo – vítima/ofendido
Objeto Material – bem corpóreo ou incorpóreo que sofre as consequências da conduta
criminosa
Objeto Jurídico – interesse protegido pela norma penal

 Elementos do Tipo Penal


É a descrição da conduta que o legislador deseja ver incriminada.

 TIPICIDADE = correspondência que se faz a todos os elementos da descrição do


tipo penal.
1. Formal – adequação da conduta a um previsão legal
2. Material – ocorrência de ofensa significativa ao bem jurídico protegido
OBS. - Como regra todo o crime do código penal é doloso, somente quando o código estabelecer
que pode ser culposo, ex. lesão corporal.

DOLO
 Art. 18 Diz-se o crime:
I – doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo

**DOLO DIRETO – quis o resultado (teoria da vontade) - intenção


**DOLO EVENTUAL – assumiu o risco de produzir o resultado (teoria do
consentimento)

CULPA
 Art. 18 Diz-se o crime:
II – culposo, quando o agente deu causa ao resultado por imprudência, negligência ou
imperícia.

**IMPRUDÊNCIA = agir perigosamente ou com falta de moderação ou precaução, ex.


trânsito
**NEGLIGÊNCIA = descuido, indiferença ou desatenção, ex. pais e filhos
**IMPERÍCIA = constata em agir com inaptidão, falta qualificação técnica, teórica o
prática, ou ausência de conhecimentos elementares e básicos da profissão, ex.
cirurgião plástico.

O crime culposo consiste numa conduta voluntária que realiza um fato ilícito não querido
pelo agente, mas que foi por ele previsto (culpa consciente) ou lhe era previsível (culpa
inconsciente) e que podia ser evitado se o agente atuasse com o devido cuidado.

CULPA CONSCIENTE x DOLO EVENTUAL


 Culpa Consciente – o sujeito não quer o resultado, nem assume o risco de produzi-lo.
 Dolo Eventual – o agente não somente prevê o resultado naturalístico, como também,
apesar de tudo, o aceita como uma das alternativas possíveis.

 PRETERDOLO
Art. 19 – Pelo resultado que agrava especialmente a pena, só responde o agente que o houver
causado ao menos culposamente.
 Dolo no antecedente, com culpa no consequente, ex. lesão corporal seguido de morte
(a pessoa tem a intenção de machucar e acaba matando), dolo no início da conduta;;
tortura com resultado morte.
 Conduta dolosa anterior e uma conduta culposa na consequência.

Excludentes de Ilicitude
Art. 23 – Não há crime quando o agente pratica o fato:
I – em estado de necessidade
II – em legítima defesa
III – em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito
Excesso punível: O agente, em qualquer das hipóteses deste artigo, responderá pelo excesso
doloso ou culposo.

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