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CENTRO DE INFORMAÇÕES ESTRATÉGICAS EM VIGILÂNCIA EM SAÚDE

Diretoria de Vigilância em Saúde


NOTA DE ALERTA

Evento: Nova cepa variante do SARS-CoV-2 identificada pelo Ministério da Saúde do


Japão em viajantes provenientes do Brasil/ Caso de Reinfecção no Estado do Amazonas
com nova cepa variante.
Atualização: 11/01/2021

Contextualização
O SARS-CoV-2 é um vírus identificado como a causa de um surto de doença
respiratória, detectado pela primeira vez em Wuhan - China em dezembro de 2019. Milhares
de indivíduos no mundo todo já foram infectados pela COVID-19.
A situação epidemiológica da Covid-19 no Brasil é de 8.075.998 casos acumulados,
o número de óbitos acumulados é de 202.63, com uma taxa de letalidade de 2.5%. No Pará
identificou-se 302.125 casos acumulados e 7.315 óbitos acumulados, com 2,4% de letalidade.
Em 6 de janeiro de 2021, o Instituto Nacional de Doenças Infecciosas (NIID) do
Japão identificou uma nova cepa variante do SARS-CoV-2 em quatro viajantes que chegaram
a Tóquio vindos do Amazonas em 2 de janeiro de 2021. Os casos foram detectados no rastreio
do aeroporto de Tóquio.
A nova cepa variante pertence à cepa B.1.1.248, tem 12 mutações na proteína do
pico, incluindo N501Y e E484K. A proteína spike N501Y é uma mutação encontrada em
cepas variantes, incluindo VOC-202012/01 (Reino Unido) e 501Y.V2 (África do Sul), o que
implica em maior transmissibilidade do vírus. No Brasil, uma cepa variante com E484K
também pertencente a B.1.1.248 foi relatada em 6 de janeiro de 2021, mas não é idêntica à
nova cepa variante identificada no Japão.
De acordo com o Instituto Nacional de Doenças Infecciosas, essa variante tem as
mesmas mutações relatadas no Reino Unido e na África do Sul. No momento, não há
evidências científicas para determinar a mudança na infectividade ou patogenicidade dessas
cepas variantes, seu impacto no diagnóstico laboratorial ou eficácia da vacina, sendo
necessárias investigações mais detalhadas.
Atualização: 13/01/2021
Diante do caso em abordagem, a Fiocruz Amazônia identificou uma nova cepa
variante do SARS-CoV-2 em mulher, 29 anos, com sintomas leves, que foi diagnosticada
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primeiramente em 24/03/2020 e que em 30/12/2020, obteve o segundo resultado positivo para
SARS-CoV-2, por RT-PCR.

A amostra seguiu para sequenciamento nucleotídico na Fiocruz Amazônia e no dia


12 de janeiro de 2021 foi concluído o sequenciamento das amostras em uma primeira análise
realizada com a ferramenta Pangoli, que apresentou os seguintes resultados:

 Primeira infecção pela linhagem B.1;


 Reinfecção pela linhagem B.1.1.28.

Esse resultado é compatível com a situação epidemiológica, uma vez que em março
de 2020 havia o predomínio da B.1 no Amazonas, e no segundo semestre da linhagem
B.1.1.28.Uma segunda análise foi realizada com a ferramenta CoVSurver, a qual mostrou um
padrão de mutações na região da proteína Spike, compatível com a variante da linhagem
B.1.1.28 descrita recentemente pelos pesquisadores do Japão.

Considerando o contexto epidemiológico em um Estado próximo e com intenso


transito de pessoas para o Estado do Pará, O Centro de Informações Estratégicas de Vigilância
em Saúde (CIEVS) reforça:

 Fortalecimento da notificação;
 Preenchimento adequado da ficha de notificação com informações detalhadas
dos sintomas e identificação da origem do paciente com o objetivo de
detectar mudanças no padrão da doença;
 Rastreamento de contatos de casos suspeitos de reinfecção;
 Atenção dos laboratórios de referências preparados para sequenciamento dos
possíveis casos de reinfecção e nova cepa variante da SARS-CoV-2;
 Notificação imediata de casos suspeitos de Reinfecção e com relatórios de
investigação;

 A necessidade de intensificar medidas profiláticas não farmacológicas


(distanciamento social, lavagem das mãos e uso de máscara).

Elaboração: CIEVS/PA

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