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A política

agrícola
comum
A história continua

ANOS
de Política Agrícola Comum
Preparados para o futuro
UMA PARCERIA ENTRE A EURO PA E OS AGRICULTORES

Agricultura e
Desenvolvimento
Rural
Europe Direct é um serviço que responde
às suas perguntas sobre a União Europeia

Linha telefónica gratuita (*):


00 800 6 7 8 9 10 11
(*) Alguns operadores de telefonia móvel não permitem o acesso aos números iniciados por 00 800 ou cobram estas chamadas

Encontram-se disponíveis numerosas outras informações sobre a União Europeia


na rede Internet, via servidor Europa (http://europa.eu)

Uma ficha catalográfica figura no fim desta publicação

Luxemburgo: Serviço das Publicações da União Europeia, 2012

ISBN 978-92-79-23277-0
doi:10.2762/36576

© União Europeia, 2012


Reprodução autorizada mediante indicação da fonte

Printed in Belgium

Impresso em papel reciclado


A p o l í t i c a a g r í c o l a c o m u m — A h i s t ó r i a c o n t i n u a

Cinquenta anos de
história viva
Em 2012 assinala-se o 50.º Esta parceria foi progredindo Desempenham ainda um papel
aniversário da implementação com o tempo. A PAC atravessou central na revitalização das zonas
da política agrícola comum (PAC), três períodos principais: levou a rurais e da economia rural.
uma pedra angular da integração Europa da escassez alimentar
europeia, que proporcionou aos à abundância, foi alterada Atualmente, esta política é de
cidadãos europeus cinco décadas e adaptada para fazer face novo objeto de reforma. O objetivo
de abastecimento seguro de a novos desafios ligados à é reforçar a competitividade e a
produtos alimentares e um meio sustentabilidade e ao ambiente e sustentabilidade da agricultura
rural vivo. alargou o papel dos agricultores no e das zonas rurais em todo o
desenvolvimento rural para além território da União Europeia. A
A PAC foi criada para proporcionar da mera produção alimentar. nova política dá resposta aos
aos cidadãos da União Europeia desafios económicos, ambientais
alimentos a preços acessíveis e Desde a criação da PAC foram já e territoriais que a Europa enfrenta
garantir um nível de vida equitativo três as gerações de agricultores neste momento.
aos agricultores. Passados que se dedicaram ao cultivo da
cinquenta anos, estes objetivos terra e à criação dos seus animais.
mantêm-se válidos. Ao longo dos Esta é também a sua história. Para
anos, a União Europeia adaptou a além de alimentar um continente,
PAC às necessidades em constante os agricultores passam agora
mudança da sociedade. Esta é a a atuar em nome de todos, na
história de uma parceria dinâmica preservação do meio rural e
entre os agricultores e a Europa. dos nossos recursos naturais.

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Marcos na história da
política agrícola comum

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1957 Seis países da Europa Ocidental celebram o Tratado de Roma, que institui a Comunidade
Económica Europeia (precursora da atual União Europeia). A PAC é prevista como uma
política comum com os objetivos de proporcionar aos cidadãos da União Europeia alimentos
a preços acessíveis e garantir um nível de vida equitativo aos agricultores.

1962 Nasce a política agrícola comum (PAC)! O objetivo fundamental desta política consiste em
assegurar bons preços aos agricultores. A cada ano que passa, os agricultores produzem mais
alimentos. As prateleiras das lojas estão cheias de géneros alimentares a preços acessíveis.
Foi cumprido o primeiro objetivo: a segurança alimentar.

Anos 1970-1980 Gestão do abastecimento. Os empreendimentos agrícolas são tão produtivos que os
alimentos excedem as necessidades. Os excedentes são armazenados e geram «montanhas»
de produtos alimentares. São introduzidas medidas específicas para adaptar a produção às
necessidades do mercado.

1992 A PAC passa de um apoio ao mercado a um apoio ao produtor. O apoio aos preços
é escalonado e substituído por pagamentos diretos de auxílios aos agricultores. Estes são
estimulados a ser mais amigos do ambiente. Esta reforma coincide com a Cimeira da Terra,
realizada no Rio de Janeiro em 1992, que lança o princípio do desenvolvimento sustentável.

Meados dos anos A PAC passa a centrar-se mais na qualidade dos alimentos. A política introduz medidas
1990 novas para apoiar o investimento nas explorações agrícolas, formação, melhor processamento
e marketing. São dados passos com vista à proteção dos produtos alimentares regionais
e tradicionais. Foi implementada a primeira legislação europeia em matéria de agricultura
biológica.

2000 O âmbito da PAC é alargado, de modo a incluir o desenvolvimento rural. A PAC


concentra-se no desenvolvimento económico, social e cultural da Europa. Ao mesmo tempo,
é dada continuidade às reformas iniciadas nos anos 1990, com o objetivo de tornar os
agricultores mais direcionados para o mercado.

2003 Uma reforma da PAC suprime o vínculo existente entre subvenções e produção.
Os agricultores estão mais orientados para o mercado e, atendendo aos condicionalismos
específicos impostos à agricultura europeia, beneficiam de auxílios ao rendimento. São
obrigados a respeitar normas específicas em matéria de ambiente, bem-estar animal e
segurança alimentar.

Meados dos anos A PAC abre-se ao mundo. A União Europeia torna-se o maior importador mundial de produtos
2000 agrícolas oriundos de países em vias de desenvolvimento, com um volume de importações
superior ao da Austrália, Canadá, Estados Unidos e Japão, em conjunto. Ao abrigo do acordo
«Tudo exceto armas», a União Europeia deu assim livre acesso ao mercado a todos os países
menos desenvolvidos. Nenhum outro país desenvolvido dá esse nível de abertura, compromisso
e acesso real ao mercado a agricultores de países em vias de desenvolvimento.

2007 A população agrícola da União Europeia duplica, na sequência do alargamento a


12 novos Estados-Membros. Dezoito anos após a queda do muro de Berlim, a União Europeia
passa a ser integrada por 27 Estados-Membros e a ter mais de 500 milhões de cidadãos.
Muda igualmente a paisagem agrícola e rural da União Europeia.

2011 Negociações para uma nova reforma da PAC destinada a reforçar a competitividade
económica e ecológica do setor agrícola, promover a inovação, combater as alterações
climáticas e apoiar o emprego e o crescimento nas zonas rurais.

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Qualidade para os
cidadãos e equidade
para os agricultores
Em 1957, seis países fundam a Comunidade Económica Europeia (CEE) (precursora da União Europeia).
Desde a sua criação em 1962, a PAC começa a restaurar a capacidade de autossuficiência alimentar
da Europa. Contudo «muito» torna-se «demasiado», resultando daí excedentes. Nos anos 80 do
século XX são introduzidas medidas de controlo da produção. A PAC volta a centrar-se na qualidade,
segurança e acessibilidade dos produtos alimentares, bem como em tornar-se mais ecológica, mais
justa e mais eficiente. O papel da União Europeia enquanto maior exportador de produtos agrícolas
do mundo confere-lhe responsabilidades adicionais.

O Tratado de Roma permitir que a Europa voltasse a alimentares básicos até grande
passar pela situação de fome e parte da década de 1950  do
A União Europeia foi construída a privação do pós-guerra. Embora século passado. Hoje, é difícil de
partir dos despojos e devastação tenha havido um alívio das ruturas, acreditar, mas era esta a realidade
da guerra. Os seis países que em alguns países da Europa quotidiana de muitos dos nossos
assinaram o Tratado de Roma em Ocidental continuou a verificar-se pais e avós.
1957 comprometeram-se a não o racionamento de alguns produtos

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Um modelo a seguir

A PAC foi a primeira e, durante


muitos anos, a única política
totalmente integrada da União
Europeia. Abriria caminho ao
mercado único europeu 30 anos
mais tarde, em 1992. O seu
sistema de preços únicos exigiu
que a PAC criasse a sua moeda
própria, a «unidade de conta
europeia» (ECU), um precursor
distante do euro. Aquando da sua
introdução em 1962, um ECU valia
um dólar norte-americano.

Sicco Mansholt: o pai da PAC

Sicco Mansholt foi um agricultor e político holandês, e o principal arquiteto da política


agrícola da Europa. Foi o responsável pelo lançamento dos elementos essenciais
desta política, assentes em preços garantidos e financiamento partilhado entre
os Estados-Membros, através de maratonas negociais que ficaram concluídas em
1962. O visionário Mansholt lançou em 1968 um grito de alerta para os excedentes
que se seguiriam e para a necessidade de agir com celeridade para modernizar
a agricultura e aumentar a eficiência.

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Primeira geração da PAC


Quando a PAC arrancou, muitos pequenos
produtores da geração do pós-guerra ainda
ordenhavam manualmente as suas vacas
e limpavam os terrenos com foices. Para
estes, tal como para a sociedade em geral,
as memórias da escassez e das filas de
abastecimento alimentar continuavam
ainda bem vivas. Os subsídios da PAC
ajudou-os a adquirir equipamentos, a
renovar infraestruturas agrícolas e a obter
melhores sementes e fertilizantes. Com
receitas superiores, estariam em condições
de contrair empréstimos bancários para
desenvolver os seus negócios. A produção
alimentar aumentou, mas mantinham-se as
dificuldades da vida rural. Os agricultores
foram envelhecendo e os filhos não
pareciam dispostos a seguir o mesmo ramo.

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Gestão do abastecimento

Apoiados por preços mínimos garantidos, os


agricultores atingiram nos anos 70 do século XX um
ponto em que estavam a produzir mais alimentos do
que era necessário, o que resultou em excedentes
dispendiosos e constrangedores em termos políticos.
Desde o início dos anos 80 foram introduzidas medidas
destinadas a adaptar mais a produção à procura de
mercado. Em 1984, são impostos limites das quotas
leiteiras como o primeiro passo para reduzir os
excedentes. Em 1992, no âmbito de uma importante
reforma desta política, a União Europeia decide passar
do apoio ao mercado ao apoio ao produtor.

Padrões de bem-estar animal

A segurança alimentar pode apenas derivar de animais


saudáveis e bem tratados. As normas relativas ao
bem-estar dos animais na União Europeia foram
implementadas para evitar que seja infligido
sofrimento e dor a animais de criação, tanto no modo
como são criados nas explorações agrícolas como na
forma como são transportados daí para o mercado.
O gado e as aves de criação precisam de instalações
com as condições mínimas, e os agricultores são
encorajados a optar por métodos em que os animais
possam circular livremente num habitat natural.

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Aposta na qualidade

A PAC passou também a centrar-se mais na qualidade. Presentemente, aplica os


mais elevados padrões de produção e qualidade e rigorosos controlos de saúde
animal e vegetal. Como resultado, os 500 milhões de cidadãos da União Europeia
usufruem do maior nível de segurança alimentar do mundo bem como de um
procedimento de rastreabilidade contínuo, do produtor ao consumidor. Foram
tomadas medidas para proteger e promover produtos alimentares tradicionais
e regionais. É estimulada a agricultura biológica. A PAC ajudou a manter preços
acessíveis para os nossos produtos alimentares. Atualmente, uma família gasta
em média 15 % do seu rendimento em alimentos, comparativamente aos 30 % que
despendia há cinquenta anos. Esta descida resulta de um aumento dos rendimentos
mas, em parte, deve-se também a uma maior competitividade e eficiência
dos agricultores.

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Os custos da PAC
Por ser uma política comum integrada, a
PAC é financiada através do orçamento
anual da União Europeia. Por seu lado,
outras políticas como a educação e a saúde
são financiadas, em grande medida, pelos
governos nacionais dos Estados-Membros
da União Europeia. Quando foi lançada há
50 anos, a PAC representava a maior rubrica
de um orçamento comunitário extremamente
reduzido. Atualmente, a despesa anual com a
agricultura e o desenvolvimento rural ascende
a aproximadamente 55 mil milhões de euros,
cerca de 45 % do orçamento total da União
Europeia. A despesa com a PAC atingiu um pico
de 72 % do orçamento da União Europeia em
1984 e tem vindo a descer constantemente
desde então. Tudo indica que esta tendência
de descida se irá manter.

Trajetória da despesa da PAC entre 1980-2010


milhares de milhões de euros (preços atuais)
70

Desenvolvimento rural
60

Ajuda dissociada
50
Ajuda associada
40
 utras medidas
O
de mercado
30

 estituições
R
20
à exportação

10

0
1980
1981
1982
1983
1984
1985
1986
1987
1988
1989
1990
1991
1992
1993
1994
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010

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Gestão responsável
e sustentável
dos recursos naturais
Um enorme pacote de reformas da PAC em 1992 exige que os agricultores assumam responsabilidade
pela proteção do ambiente e pela sustentabilidade da agricultura. Os agricultores fornecem a todos
nós bens públicos como a manutenção de belas paisagens e a conservação do nosso património
rural. Os agricultores estão na linha da frente do combate às alterações climáticas. Contam também
com tecnologias de apoio à ecologia e de reforço da sua competitividade.

Uma abordagem equilibrada

Com a previsão do aumento em 40 % das necessidades alimentares a nível global até 2050, a Europa precisa
de produzir mais, mas não a qualquer preço. A reforma de 1992 atribuiu aos agricultores a responsabilidade
de velarem pelo meio natural e sua biodiversidade, bem como de gerirem de forma prudente os nossos
recursos naturais, solo, ar e água. Isso traduzir-se-ia em medidas práticas como a diversificação das colheitas,
a manutenção de pastagens permanentes e uma produção menos intensiva.

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Segunda geração da PAC


Para a segunda geração da PAC, a vida dos
agricultores foi diferente, mas não foi mais fácil.
Os que decidiram dar seguimento aos negócios
de família depararam-se com uma nova
realidade. Os agricultores estavam a produzir
em excesso, dando origem a excedentes. Foi
lançado um processo de reforma para equilibrar
a oferta e a procura. Na década de 1990, a
qualidade dos alimentos, a segurança dos
alimentos e o bem-estar animal eram pontos
prioritários na ordem do dia. Foi também uma
época em que os agricultores tomaram maior
consciência de outro tipo de responsabilidades,
como a proteção do ambiente e a gestão
prudente e sustentável dos recursos naturais.

O desafio da agricultura
sustentável

O princípio do desenvolvimento sustentável


foi adotado na Cimeira da Terra, realizada
no Rio de Janeiro, em 1992. Foi integrado
desde então em todas as áreas de
política da União Europeia, incluindo a
agricultura. Isto veio impor novos deveres
aos agricultores, no sentido de fornecerem
bens públicos para benefício de todos, sob
a forma de uma paisagem natural bem
conservada, uma biodiversidade pujante,
a gestão prudente dos recursos naturais e
a conservação de paisagens e património
culturais. Os agricultores não podem
transferir o custo do fornecimento desses
bens públicos para os seus preços. Para
compensar os agricultores por este serviço
prestado à sociedade no seu conjunto,
a União Europeia subsidia o rendimento
dos agricultores.

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Agricultores e
alterações climáticas

O impacto das alterações climáticas


fez com que nos apercebêssemos
de que as ameaças que pareciam
remotas estavam já bem presentes
nas nossas vidas. A agricultura
terá de se adaptar a padrões de
climáticos e épocas de cultivo em
constante mudança, bem como a
catástrofes naturais cada vez mais
frequentes. Os subsídios auxiliam
os agricultores na redução das
emissões de gases com efeito
de estufa, através da alteração
dos regimes alimentares do
gado, do desenvolvimento de
energias renováveis sob a forma
de biocombustíveis, com recurso a
subprodutos e resíduos biológicos.
Dão assim o seu contributo para
o combate global contra as altera–
ções climáticas.

Ciência e tecnologia

À semelhança de outros setores da economia europeia,


uma componente essencial do futuro da PAC é o da
investigação e desenvolvimento. Os laboratórios produzem
novas estirpes de plantas adaptadas a condições de cultivo
em mudança. Uma maior eficiência assegura um melhor
uso de recursos limitados. Os agricultores recorrem às
tecnologias móveis e de satélite mais recentes para prever
a meteorologia. A informática assiste-os no lançamento de
dados, restringindo ao máximo o uso de pesticidas químicos.
Sistemas inteligentes de avaliação e gestão fazem um
uso mais eficiente da eletricidade gerada pela energia
eólica, não só nas explorações agrícolas mas também
na sua transmissão para a rede regional ou nacional de
distribuição. Para criar uma agricultura do conhecimento
e uma agricultura competitiva, a Comissão Europeia
propõe duplicar o orçamento da investigação e inovação
agronómica e tomar medidas para que os resultados da
investigação se repercutam na prática, através de uma nova
parceria para a inovação. Estes fundos permitirão apoiar
projetos de investigação pertinentes para os agricultores
e para o meio rural, ao garantirem uma cooperação mais
estreita entre o setor agrícola e a comunidade científica.
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Alterações climáticas: possíveis impactos na agricultura da União Europeia

30°W 20°W 10°W 0° 10°E 20°E 30°E 40°E 50°E 60°E

60°N
60°N

50°N
50°N

40°N
40°N

0° 10°E 20°E 30°E

Fonte: DG Agricultura e Desenvolvimento Rural, com base em relatórios da Agência Europeia do Ambiente
e em estudos do CCI e de universidades dos Estados-Membros.

Cartography : DG AGRI GIS-Team 09/2007 0 250 500 750 km


© EuroGeographics for the administrative boundaries

Zonas climáticas na Europa

Áreas ocidentais e atlânticas Áreas a norte


▲ Risco de inundações ▼ Pluviosidade estival
▲ Verões mais quentes e secos ▲ Intempéries invernais, inundações
▲ Nível do mar ▲ Duração do período vegetativo, rendimento
▲ Risco de pragas e doenças nas culturas ▲ Terras agrícolas adequadas
▲ Rendimento das culturas e das forragens ▲ Risco de pragas e doenças
▼ Saúde e bem-estar dos animais

Regiões sul e sudeste Europa Central


▼ Disponibilidade de água ▲ Pluviosidade invernal, inundações
▲ Risco de seca, canículas ▼ Pluviosidade estival
▲ Risco de erosão do solo ▲ Risco de seca, stresss hídrico
▼ Período vegetativo, rendimento das culturas ▲ Risco de erosão do solo
▼ Superfícies de cultura ótimas ▲ Rendimento e variedade das culturas

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Espaço rural
e economia vibrantes
Os agricultores sempre foram elementos fundamentais do espaço rural, contribuindo de forma
significativa para as economias locais. Em 2000, o desenvolvimento rural passou a ser parte
integrante da PAC. O enfoque reside no desenvolvimento económico, social e cultural do território
rural da União Europeia. O que está em causa é a sobrevivência do meio rural enquanto contexto
de vida, profissional e de lazer.

A terceira geração da PAC


A atual geração de agricultores concilia os
papéis de agricultor, protetor da paisagem
natural e empreendedor. As reformas
tornaram os agricultores mais orientados
para o mercado. Alguns deles processam
géneros alimentares nas explorações
agrícolas e ccomercializamnos a nível
local, estimulando a economia rural. Os
agricultores apoiam as suas comunidades
através do turismo rural, da criação
de novas empresas e de atividades
culturais. Ao fazê-lo, contribuem para
garantir o futuro das próximas gerações
de agricultores.

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Um futuro
para os jovens agricultores

Dois terços dos agricultores da União Europeia


têm atualmente mais de 55 anos. A passagem
de testemunho para a próxima geração
terá de ser organizada. Caso contrário,
a alternativa afigura-se drástica: êxodo
rural, rápido envelhecimento demográfico
e população insuficiente a dar entrada no
setor. Ciente da importância da continuidade,
a PAC disponibiliza formação e financiamento
para incentivar o envolvimento dos jovens em
atividades agrícolas.

O agricultor apoiadas pela PAC, como lojas agrícolas, de da Europa locais de recreação e lazer
como empreendedor artesanato e atividades culturais ou projetos por excelência. As férias em meios rurais
de revitalização de aldeias e infraestruturas possibilitam aos citadinos a recuperação
A atual PAC encoraja expressamente os rurais, e criação de empregos locais que de tradições rurais perdidas, tais como
agricultores a tornarem-se empreendedores, não têm de estar diretamente ligados um ambiente puro e alimentos frescos
vendendo os seus produtos diretamente ao à agricultura. diretamente do produtor. Muitas explorações
mercado e dando resposta aos sinais de agrícolas oferecem estruturas de alojamento
oferta e de procura. Estes poderão decidir O espaço rural pertence familiar confortáveis em celeiros reabilitados,
livremente o que produzir, com base num a todos: turismo rural bem como uma série de atividades ligadas
plano de negócio próprio e naquilo que à exploração.
consideram que os consumidores irão A sua enorme diversidade e extrema beleza
comprar. Poderão iniciar novas atividades, fazem da paisagem natural e zonas rurais

Número de explorações por categoria de idade dos gestores


da UE-15: 2000 e 2007
(1 000 explorações)
2 000
1 800
1 600
1 400
1 200
1 000
800
600
400
200
0
Menos de Entre 35 Entre 45 Entre 55 65 e mais anos
35 anos e 44 anos e 54 anos e 64 anos

2000  2007

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Auxílio a pequenos da reforma da PAC proposta é da transformação e distribuição


produtores simplificar os procedimentos alimentar que integram essa
administrativos e de pagamento cadeia e dispõem de menos poder
Os pequenos produtores perfazem dos pequenos produtores, para de negociação. A futura PAC tem
um terço da população agrícola que estes possam produzir mais por objetivo ajudar os agricultores
da União Europeia. Embora e lidar com menos formalidades. a formarem organizações que os
representem apenas 3 % das Os agricultores constituem ajudem a negociar conjuntamente
terras agrícolas, têm de lidar o primeiro elo da cadeia de uma maior fatia do preço final
com muita da mesma burocracia abastecimento alimentar. Contudo, que o consumidor paga pelo
que os grandes produtores muitas vezes não estão tão bem que produzem.
enfrentam. Um dos objetivos organizados quanto as empresas

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Diversidade europeia à respetiva situação climática ou não só às necessidades sociais


geográfica. As condições agrícolas em mudança, mas também aos
A população agrícola da União variam de quase ártica no norte, aspetos em mudança da vida
Europeia duplicou com a adesão com o seu reduzido período de rural, permitindo que todos os
de 12 novos Estados-Membros no cultivo, a subtropical no sul, com tipos de agricultura prosperem,
período de 2004-2007. A PAC ajuda a sua escassez de água. Ganhar inclusivamente em áreas com
os 27 Estados-Membros da União a vida em regiões remotas ou desvantagens naturais.
Europeia a manterem as suas montanhosas pode ser uma tarefa
atividades agrícolas adaptadas árdua. É necessário adaptar a PAC

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Olhar para o futuro


A PAC está, uma vez mais, a ser objeto de reformas profundas. O objetivo é prepará-la para
2020 e para os anos que se seguirão. Os principais objetivos são dispor de uma política que seja
mais ecológica, mais justa e mais eficiente. A agricultura europeia precisa de aumentar a sua
competitividade, não só do ponto de vista económico mas também ecológico.

2) Instrumentos de gestão de crise mais


reativos e bem adaptados para superar
os novos desafios económicos
A volatilidade dos preços constitui uma ameaça para
a competitividade da agricultura a longo prazo. A
Comissão propõe redes de segurança mais eficazes
e reativas para os setores agrícolas mais expostos às
crises (armazenagem privada e intervenção pública) e um
incentivo à criação de seguros e de fundos mutualistas.

3) Um pagamento «ecológico» para preservar


a produtividade a longo prazo
e os ecossistemas
Para reforçar a sustentabilidade ecológica do setor
agrícola e valorizar os esforços dos agricultores, a
Comissão propõe reservar 30 % dos pagamentos
diretos às práticas que permitem otimizar a utilização
dos recursos naturais. Trata-se das seguintes práticas
Os dez pontos essenciais da reforma eficazes e simples de aplicar: diversificação das
da PAC Proposta da Comissão Europeia culturas, manutenção das pastagens permanentes e
a 12 de outubro de 2011 preservação das reservas ecológicas e das paisagens.

1) Um apoio ao rendimento mais bem dirigido 4) Investimentos adicionais na investigação


para dinamizar o crescimento e o emprego e na inovação
Para valorizar melhor o potencial agrícola da União Para criar uma agricultura do conhecimento e
Europeia, a Comissão propõe apoiar o rendimento uma agricultura competitiva, a Comissão propõe
dos agricultores de modo mais justo, mais simples duplicar o orçamento da investigação e inovação
e mais bem dirigido. O apoio de base ao rendimento agronómica e tomar medidas para que os resultados
dirá respeito apenas aos agricultores ativos. Diminuirá da investigação se repercutam na prática, através
a partir de 150 000 euros (degressividade) e estará de uma nova parceria para a inovação. Estes fundos
limitado a 300 000 euros por exploração e por ano, permitirão encorajar a transferência de saberes e o
além de ter em conta o número de empregos criados aconselhamento dos agricultores e apoiar projetos
pelas explorações. Será também distribuído de forma de investigação pertinentes para os agricultores, ao
mais equitativa entre agricultores, entre regiões e garantirem uma cooperação mais estreita entre o
entre Estados-Membros. setor agrícola e a comunidade científica.

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5) Uma cadeia alimentar mais competitiva 8) Estimular o emprego rural e o espírito


e mais equilibrada de empreendimento
A agricultura, que constitui a base da cadeia alimentar, Para promover o emprego e o espírito de
está muito fragmentada e pouco estruturada. No empreendimento, a Comissão propõe uma série
intuito de reforçar a posição dos agricultores, a de medidas destinadas a estimular a atividade
Comissão propõe apoiar as organizações de produtores económica nas zonas rurais e encorajar as iniciativas
e as organizações interprofissionais e criar circuitos de desenvolvimento local. Será criado, nomeadamente,
curtos entre produtores e consumidores, sem um «pacote de arranque» para apoiar os projetos
demasiados intermediários. Além disso, as quotas de microempresas, com um financiamento de até
do açúcar, que perderam pertinência, não serão 70 000 euros durante um período de cinco anos. Os
prolongadas além de 2015. grupos de ação local Leader serão reforçados.

6) Incentivar as iniciativas agroambientais 9) Tomar melhor em conta as zonas frágeis


É necessário ter em conta as especificidades de cada Para evitar a desertificação e preservar a riqueza das
território e encorajar as iniciativas agroambientais nossas terras, a Comissão dá aos Estados-Membros
nacionais, regionais e locais. Para tal, a Comissão a possibilidade de apoiarem mais os agricultores das
propõe que a preservação e reabilitação dos zonas com desvantagens naturais, através de uma
ecossistemas e a luta contra as alterações climáticas, compensação suplementar. Esta ajuda vem juntar-se
bem como a utilização eficaz dos recursos naturais, aos restantes apoios já acessíveis no âmbito da política
sejam duas das seis prioridades da política de de desenvolvimento rural.
desenvolvimento rural.
10) Uma PAC mais simples e mais eficaz
7) Facilitar a instalação de jovens agricultores Para evitar burocratizações desnecessárias, a
Dois terços dos agricultores têm mais de 55 anos. Para Comissão propõe simplificar vários mecanismos da
apoiar a criação de emprego e encorajar as jovens PAC, nomeadamente as regras da condicionalidade e
gerações a investir no setor agrícola, a Comissão os sistemas de controlo, sem perda de eficácia. Além
propõe criar um novo apoio à instalação acessível disso, os apoios aos pequenos agricultores serão
aos agricultores com menos de quarenta anos, durante também simplificados. Para estes últimos, será criado
os cinco primeiros anos do projeto. um pagamento forfetário de 500 a 1000 euros por
exploração e por ano. Será facilitada a cedência de
terras dos pequenos agricultores que cessam a atividade
agrícola a outros agricultores que pretendam reestruturar
as suas explorações.

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A p o l í t i c a a g r í c o l a c o m u m — A h i s t ó r i a c o n t i n u a

Capa: © Thinkstock — Hemera; p. 2: © Coleção do Ministério da Agricultura Francês, © Comstock;


p. 4: © Comissão Europeia; p. 5: © Comissão Europeia; p. 6: © Coleção do Ministério da Agricultura Francês;
p. 7: © iStockphoto, © Photodisc; p. 8: © Thinkstock — Hemera; p. 9: © Thinkstock; p. 10: © Ingram Publishing;
p. 11: © Ceja, © T. Hudson; p. 12: © iStockphoto, © iStockphoto; p. 14: © Getty Images; p. 15: © iStockphoto;
p. 16: © iStockphoto; p. 17: © iStockphoto, © iStockphoto, © iStockphoto, © Comissão Europeia, © iStockphoto,
© iStockphoto, © Getty Images, © iStockphoto, © iStockphoto; p. 18: © Getty images; p. 19: © iStockphoto

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Comissão Europeia

A política agrícola comum — A história continua

Luxemburgo: Serviço das Publicações da União Europeia, 2012

2012 — 20 p. — 21 cm x 29.7 cm

ISBN 978-92-79-23277-0
doi:10.2762/36576
KF-31-12-548-PT-C

Comissão Europeia
Direção-Geral da Agricultura e do Desenvolvimento Rural
http://ec.europa.eu/agriculture/50-years-of-cap

doi:10.2762/36576

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