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Passo Fundo
2017
Wilyan Arion de Anhaya
Passo Fundo
2017
Wilyan Arion de Anhaya
Banca Examinadora
Passo Fundo
2017
AGRADECIMENTOS
Agradeço a toda minha família, por estarem sempre ao meu lado e por me ajudarem
nos momentos mais difíceis. Em especial aos meus pais Aroni e Fátima, que sempre
buscaram fazer o melhor por mim.
Agradeço também a meus irmãos, Édson, Veridiana, Angelita e Wagner, que de
algum modo sempre se propuseram a oferecer alguma forma de apoio.
Agradeço aos meus amigos que souberam compartilhar momentos de trabalho e
diversão ao meu lado, e que estiveram comigo durante esta caminhada.
Agradeço a minha empresa, Schuster & Medeiros, pelos dias de compreensão e
tolerância com meus atrasos, assim como as liberações em dias de semana para
desenvolvimento de trabalhos acadêmicos. Além disso, agradeço pelo carinho, ajuda e
reconhecimento pelo meu esforço e trabalho ao longo destes anos.
Agradeço aos meus professores, que contribuíram durante todos estes anos para
minha formação acadêmica.
Agradeço também a todos aquelas pessoas que de alguma forma contribuíram para
a realização deste trabalho e me apoiaram em algum momento da minha trajetória ao longo
deste curso.
RESUMO
With the theme "Re-socializer Reclusion Center", inserted in the area of study related
to an architectural project, the present work developed a line of research for the preliminary
design of a Penitentiary with resocialization practices for the Municipality of Carazinho, Rio
Grande do Sul. Following specific legislation for this type of project, respecting all human
rights, use an aesthetic approach of integrated visual impact, also thinking about the comfort
and safety of the place, it was possible to develop a functional study for a penal
establishment, in which the victims have varied occupations, such as work, education and
religion activities, besides having psychological accompaniment, health and leisure and
recreation options, in order to foment a new humanistic practice in Brazilian prisons.
CAPÍTULO 1: INTRODUÇÃO.......................................................................................................... 12
1.1 INTRODUÇÃO AO CAPÍTULO ........................................................................................ 12
1.2 TEMA DO PROJETO ......................................................................................................... 13
1.3 JUSTIFICATIVA E RELEVÂNCIA DO PROJETO......................................................... 13
CAPÍTULO 2: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA............................................................................. 18
2.1 INTRODUÇÃO AO CAPÍTULO ............................................................................................. 18
2.2 A CRIAÇÃO DA PENA E O SURGIMENTO DOS ESTABECIMENTOS PENAIS ........ 18
2.2.1 O PROCESSO PUNITIVO NO MUNDO ....................................................................... 18
2.2.2 O PROCESSO PUNITIVO NO BRASIL ........................................................................ 21
2.3 LEIS E DIRETRIZES DO SISTEMA PENITENCIÁRIO BRASILEIRO ............................ 23
2.3.1 O DIREITO PENAL NO BRASIL .................................................................................... 23
2.3.2 NORMATIVAS PARA A ARQUITETURA PENAL NO BRASIL ................................ 26
2.4 O PROCESSO DE RESSOCIALIZAÇÃO NO AMBIENTE CARCERÁRIO.................... 29
2.4.1 O AMBIENTE E O USUÁRIO ......................................................................................... 29
2.4.2 INSERÇÃO À COMUNIDADE ........................................................................................ 30
2.5 CLASSIFICAÇÃO DOS ESTABELECIMENTOS PENAIS NO BRASIL.......................... 31
2.6 ESTUDOS DE CASO .............................................................................................................. 32
2.6.1 PENITENCIÁRIA MODELO DO RIO GRANDE DO SUL .......................................... 32
2.6.1.1 Autor e localização do projeto ..................................................................................... 32
2.6.1.2 Implantação .................................................................................................................... 32
2.6.1.3 Programa de Necessidades ........................................................................................ 33
2.6.1.4 Funcionalidade .............................................................................................................. 34
2.6.1.5 Forma .............................................................................................................................. 35
2.6.2 PRISÃO DE HALDEN ...................................................................................................... 35
2.6.2.1 Autor e localização do projeto ..................................................................................... 35
2.6.2.2 Implantação .................................................................................................................... 35
2.6.2.3 Programa de Necessidades ........................................................................................ 36
2.6.2.4 Funcionalidade .............................................................................................................. 37
2.6.2.5 Forma .............................................................................................................................. 37
2.6.3 PRISÃO DE ENNER MARK ........................................................................................... 38
2.6.3.1 Autor e localização do projeto ..................................................................................... 38
2.6.3.2 Implantação .................................................................................................................... 38
2.6.3.3 Programa de Necessidades ........................................................................................ 39
2.6.3.4 Funcionalidade .............................................................................................................. 39
2.6.3.5 Forma .............................................................................................................................. 39
CAPÍTULO 3: DIAGNÓSTICO DA ÁREA DE IMPLANTAÇÃO ................................................ 40
3.1 INTRODUÇÃO AO CAPÍTULO ............................................................................................. 40
3.2 CONTEXTUALIZAÇÃO REGIONAL ..................................................................................... 40
3.2.1 A CIDADE DE CARAZINHO ........................................................................................... 40
3.2.2 O BAIRRO SÃO LUCAS ................................................................................................. 42
3.2.3 O TERRENO DE IMPLANTAÇÃO DO PROJETO ...................................................... 43
3.3 MAPA NOLLI, USO DO SOLO E ALTURA DAS EDIFICAÇÕES ................................ 44
3.4 INFRAESTRUTURA URBANA .............................................................................................. 46
3.5 CARACTERÍSTICAS ESPECÍFICAS DO TERRENO ....................................................... 48
3.6 SÍNTESE DE LEGISLAÇÕES E NORMATIVAS ................................................................ 50
3.6.1 PLANO DIRETOR MUNICIPAL ..................................................................................... 50
3.6.1 ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE (APP) ................................................. 52
CAPÍTULO 4: CONCEITO E DIRETRIZES PROJETUAIS ........................................................ 53
4.1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................................... 53
4.2 CONCEITO DO PROJETO .................................................................................................... 53
4.3 DIRETRIZES DE ARQUITETURA ........................................................................................ 54
4.4 DIRETRIZES URBANÍSTICAS .............................................................................................. 56
CAPÍTULO 5: PARTIDO GERAL .................................................................................................... 58
5.1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................................... 58
5.2 PROGRAMA DE NECESSIDADES ...................................................................................... 58
5.3 ORGANOGRAMA/FLUXOGRAMA ....................................................................................... 63
5.4 PROPOSTAS DE ZONEAMENTO ....................................................................................... 65
CAPÍTULO 1: INTRODUÇÃO
12
1.2 TEMA DO PROJETO
A segurança pública é um problema social que atinge todas as classes sociais
e abrange várias condicionantes que precisam ser diagnosticadas. Dentre as
questões a serem debatidas está a atual situação do sistema carcerário brasileiro.
Os estabelecimentos penais não oferecem as condições necessárias para a
reinserção social dos apenados, os quais acabam voltando para as prisões,
reincidindo seus crimes.
Projetar um estabelecimento penal visa muito além do que a garantia do
cumprimento de penas, enaltece a importância de preparar os cidadãos de bem a
receber aqueles que cumprem ou já cumpriram suas punições, fazendo com que o
ciclo de reincidência criminal não aconteça.
A proposta para um Centro de Reclusão Ressocializador tem por finalidade
transformar o sistema carcerário brasileiro em um ambiente comum, onde cidadãos
e detentos tenham a oportunidade de conviver e juntos, buscarem soluções que
contemplem a melhoria das condições de vida para cada um.
Fonte: SUSEPE.
Este alto índice de reincidência faz com que as estruturas físicas penais não
suportem tamanha quantidade de apenados, criando ambientes de superlotação
dentro dos presídios, o que acaba contribuindo para a proliferação de doenças e
13
grande consumo de entorpecentes, expondo condições insalubres e situações
desumanas (PEREIRA e PAULA, 2016).
Com tantos problemas evidenciados, constata-se que as prisões não
oferecem nenhum benefício no que tange a requalificação de seus usuários. O
poder punitivo visa de forma geral apenas o encarceramento dos detentos, e não
introduz os apenados a qualquer processo de reinserção social.
O Presídio Estadual de Carazinho foi construído no ano de 1954
(BOCORNY,2000) e oferece hoje, dentre os regimes fechado, semiaberto e aberto,
um total de 196 vagas para uma população carcerária que chega a 337 detentos
(SUSEPE, 2017), excedendo então mais de 70% da sua capacidade.
14
2011), deixam claro a necessidade da implantação de um novo projeto que
contemple as carências que hoje são diagnosticadas.
Inseridos neste ambiente, o processo de requalificação dos apenados torna-
se impraticável, pois ali estão sendo negados direitos fundamentais do ser humano,
que proporcionam o surgimento de outros problemas intrínsecos.
A qualificação dos espaços penais está atrelada ao conceito de reinserção
social dos presos. Cumprir a pena à que foi julgado não reabilita um ex-detento a
exercer algum tipo de atividade na sociedade comum. Se ele não recebe uma nova
oportunidade, muito provavelmente voltará a reincidir seus crimes e retornará ao
cárcere privado.
A comunidade deve estar ligada ao processo de requalificação que envolve
os presidiários, pois é ela quem vai oportunizar àquele cidadão um novo ciclo de
vida. O processo da pena está conjugado ao que chamamos de castigo (BELFORT,
2015). Mas apenas castigar sem propor um ambiente que possibilite a amostragem
do que é certo, não resolverá as questões pertinentes a este problema social.
Com isso, justifica-se a inserção de atividades que vão além de trabalho como
forma de redução da pena. Oficinas, palestras, educação técnica, acompanhamento
psicológico, são situações que proporcionam maior eficácia no combate a
criminalidade e tornam relevante o processo de qualificação dos apenados.
A implementação da educação básica já faz parte do programa de
necessidades das novas diretrizes criadas pelo governo (CNPCP, 2011), tendo seu
protagonismo reforçado através dos dados estatísticos apresentados pela
Superintendência de Serviços Penitenciários, onde em março de 2017
apresentavam-se com ensino fundamental incompleto no presídio de Carazinho 192
detentos, sendo 188 homens e 4 mulheres.
15
Figura 3: Quantidade de Presos por Grau de Instrução.
Fonte: SUSEPE.
17
CAPÍTULO 2: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
18
Figura 5: Prisão de Bridewell.
19
Figura 6: Interior da Penitenciária de Stateville, Estados Unidos.
20
2.2.2 O PROCESSO PUNITIVO NO BRASIL
No Brasil, a carta régia de 1769 registra o estado do Rio de Janeiro como
detentor da primeira casa de correção brasileira, sendo esta construída também no
ano de 1769 (LIMA, 2005). Em sequência, o estado de São Paulo abrigou as Casas
de Câmera e Cadeia (1784), onde eram aprisionados detentos que aguardavam a
execução de suas punições.
As prisões com celas individuais começam a ser construídas a partir do
século XIX, onde os presos passam a ser divididos conforme o tipo de crime,
previstos no Código Criminal de 1830. Porém, com o crescimento da população
carcerária e com a iminente limitação dos espaços físicos penais, começa a ser
impraticável o uso do sistema de cárcere individual.
Com a inevitável necessidade de serem concebidos novos modelos de
prisões que abrigassem oficinas de trabalho, pátios e celas privativas, foram
desenvolvidos no Rio de Janeiro e São Paulo (1850), estabelecimentos penais que
contemplavam espaços apropriados para a aplicação do sistema, baseados do
modelo Alburn de punição.
Em 1890, o Código Penal brasileiro passou a estabelecer novas modalidades
penais, dentre elas a limitação do cárcere privado em no máximo 30 anos, além de
prever o trabalho obrigatório em todos os estabelecimentos penitenciários do país. O
Brasil aderiu então ao sistema progressivo de pena, com base no sistema punitivo
inglês de 1846, o qual está em vigência até os dias de hoje.
No ano de 1920, foi inaugurada a Casa de Detenção de São Paulo. Projetada
pelo arquiteto Ramos de Azevedo, a prisão, que ficou mais conhecida pelo nome de
seu bairro de localização, o Carandiru, prometia ser um estabelecimento modelo de
requalificação de detentos, contando com um programa que contemplava escolas,
enfermarias e oficinas de trabalho.
21
Figura 7: Casa de Detenção de São Paulo, Carandiru.
22
Figura 8: Penitenciária Estadual de Canoas, sistema misto que agrega os conceitos de
“Espinha de Peixe” e “Pavilhonar”.
23
A Segunda Seção da Lei de Execução Penal prevê aos presos condenados e
provisórios uma série de direitos que lhes são oferecidos quando inseridos no
ambiente carcerário. Conforme consta em seu artigo 41°, os presidiários possuem
inúmeras predeterminações que lhes garantem a integridade física e moral,
reforçando assim os termos previstos na Constituição.
Os primeiros direitos assegurados são a alimentação e o vestuário, que além
de estarem estabelecidos na Lei 7.210, também são citados pelo Conselho Nacional
de Justiça (CNJ) nas “Regras mínimas das Nações Unidas para tratamento de
presos”, ou simplesmente “REGRAS DE MANDELA”, que consistem numa série de
tratados internacionais de direitos humanos usados como guia de estruturação para
sistemas penais. Neste, garante-se que cada indivíduo receba “em horários
regulares, alimentos com valor nutricional adequado à sua saúde e resistência, de
qualidade, bem preparados e bem servidos” (2016, p.23).
A Atribuição do trabalho e remuneração também são itens previstos pela Lei
de Execução Penal. O trabalho não poderá causar nenhum tipo de sofrimento e
pudor, visto que estes sentimentos não contribuem para o processo de
ressocialização dos detentos. A previdência social e a constituição de pecúlio 1
também são estabelecidas como direito dos apenados. A proporcionalidade na
distribuição de tempo para trabalho, descanso e recreação, bem como o exercício
de atividades profissionais, intelectuais, artísticas e desportivas são reconhecidas
pela ONU como fundamentais para a saúde mental dos presos. As “REGRAS DE
MANDELA” salientam que “todo preso que não trabalhar a céu aberto deve ter pelo
menos uma hora diária de exercícios ao ar livre” (2016, p.23). Com isso, deve-se
garantir a adequação de espaços que possibilitem tanto o trabalho prisional, quanto
o desenvolvimento intelectual dos indivíduos, além de áreas para a prática de
esportes e recreação.
A assistência à saúde é outro direito garantido por lei aos detentos. É o
estado quem deve assegurar que todos os prisioneiros tenham acesso a médicos e
garantir de forma sinônima a prestação dos serviços ambulatoriais básicos,
abrangendo também tratamentos a doenças infecciosas e a dependência química
(CNJ, 2016). Os estabelecimentos prisionais devem ser contemplados por unidades
básicas de saúde, com o intuito de que estes realizem, dentre outras atividades,
1
Soma economizada e/ou reservada em dinheiro para uma eventualidade futura; qualquer soma ou reserva
em dinheiro.
24
acompanhamentos psicológicos, diagnósticos de enfermidades e atendimentos
odontológicos, possibilitando assim uma melhora na qualidade de vida dos
apenados.
No que tange a educação prisional, a Lei 13.163 de 09 de Setembro de 2015
modifica a Lei de Execução Penal de 1984, incluindo ao âmbito carcerário o ensino
médio regular ou supletivo, tornando obrigatória a projeção de espaços destinados a
estas atividades, que incluem também ensino fundamental e ensino
profissionalizante. Tendo em vista todo o processo educacional, vê-se claramente
indispensável a inserção de salas de estudo, bibliotecas e espaços multiculturais nos
complexos penitenciários brasileiros, para que deste modo possa ser oferecido aos
indivíduos que passam pelo processo de ressocialização, estrutura e apoio
pedagógico de qualidade.
A assistência social também está fundamentada como direito dos presidiários
a fim de amparar e preparar psicologicamente os mesmos para seu retorno à
liberdade. Segundo o artigo 23° da Lei de Execução Penal, estão incumbidos ao
serviço de assistência social o trabalho de conhecer resultados e diagnósticos de
exames, acompanhar permissões de saída dos apenados, promover pelos métodos
disponíveis a recreação, gerir as documentações de previdência dos detentos e
oferecer orientação às respectivas famílias quando necessário.
Os estabelecimentos penais devem ser dotados de espaços para cultos
religiosos, uma vez que se vê previsto em Lei o direito a instrução religiosa bem
como a posse de livros do mesmo teor. A religião como um todo, sempre foi vista
como aliada no processo de reabilitação pessoal, pois acaba agregando novos
valores morais e cívicos às pessoas que buscam uma nova forma de vida.
Em virtude do inciso IX do artigo 41° da Lei de Execução Penal de 1984, que
trata do direito a entrevista pessoal e reservada com advogado, deve-se planejar no
complexo prisional um ambiente que seja capaz de satisfazer tal necessidade. As
visitas de cônjuges, companheiros, parentes e amigos em dias pré-determinados,
também condicionam à criação de um espaço reservado para estes fins, o que
inclui, além de visitas sociais, as chamadas visitas íntimas, que constituem o ato de
proporcionar aos detentos o direito de manterem relações sexuais durante o período
em que cumprem seu processo de reclusão. Estes benefícios tendem a qualificar o
25
desenvolvimento da ressocialização dos apenados, uma vez que proporcionam o
contato direto com pessoas de seu convívio e aliviam a carga emocional da prisão.
Além dos direitos dos detentos, a Lei 7.210 – Lei de Execução Penal, 1984 –
trata das obrigações impostas aos condenados, as quais são aplicadas pelo sistema
penitenciário como forma de alienar os mesmos a exercerem papeis de cidadãos
dentro da unidade de reclusão, assegurando desta forma a contemplação de seus
benefícios. São deveres dos apenados no ambiente prisional o comportamento
disciplinado e o cumprimento fiel de sua pena, a obediência aos servidores
penitenciários e o respeito às pessoas com quem relacionarem-se, a urbanidade2 e
respeito com outros detentos, a execução de trabalhos e tarefas recebidas,
submissão às sanções disciplinares que venham a ser aplicadas, a manutenção de
sua higiene pessoal e de seu próprio alojamento ou cela, além da conservação dos
objetos de uso pessoal.
Tendo em vista os trâmites analisados, observa-se uma notória preocupação
com o bem estar dos reclusos, uma vez que a oferta de condições dignas no cárcere
pelo período da detenção obstrui qualquer desejo de rompimento das obrigações do
preso. Entretanto, a teórica união de leis e direitos torna-se antônima à realidade
brasileira, onde a maioria dos presídios apresenta condições insalubres,
apresentando espaços depredados e deteriorados, não proporcionando condições
dignas de vivência.
2
Conjunto de formalidades e procedimentos que demonstram boas maneiras e respeito entre os cidadãos;
afabilidade, civilidade, cortesia.
26
distintos períodos de progressão das penas, o que abrange os sistemas de regime
fechado, semiaberto e aberto.
Além das contribuições da Lei n° 7.210 – Lei de Execução Penal –, também é
observado por este estudo o conjunto de diretrizes desenvolvidas pelo Ministério da
Justiça que elegem inúmeras normativas e sentenças projetuais. Atualizadas em
2011 pelo Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária (CNPCP), as
“Diretrizes Básicas para Arquitetura Penal” formam uma espécie de manual
arquitetônico destinado à construção, ampliação e reforma de presídios concebidos
em solo brasileiro. O Conselho propõe, em sua versão mais recente, assuntos não
tratados nas resoluções anteriores (de 1994 e 2005). Conceitos de acessibilidade,
permeabilidade do solo, conforto bioclimático e impactos ambientais, além de
recomendações que tangem à saúde e educação, ganharam ênfase e caráter
especial frente aos problemas diagnosticados em presídios já existentes.
A resolução 9/2011 das Diretrizes Básicas Para Arquitetura Penal apresenta
em sua bibliografia um conjunto de normas regulamentadoras, provenientes da
Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), que tem como premissa básica
a aplicabilidade projetual. As normas relacionadas pelo CNPCP são:
27
13.NBR 13.933/1997: Instalações internas de gás natural – projeto e
execução.
14.NBR 9575/2010: Impermeabilização – seleção e projeto.
15.NBR 6023/2000: Informação e documentação: referência – elaboração.
28
Com base nos aspectos legislativos analisados, identificam-se os elementos
mínimos necessários para o desenvolvimento do projeto, que além de respeitar as
leis e diretrizes de âmbito federal, incumbir-se-ão ao plano diretor municipal e ao
código de obras do município.
29
O ambiente está intimamente ligado à efetividade do cumprimento da pena.
Entende-se que a punibilidade inerente à justiça prevê no ambiente carcerário a
requalificação do detento, e não somente a simples passagem do infrator pelas
celas do presídio, sem que o mesmo tenha recuperado sua índole diante da
iminência de seu retorno à sociedade.
Deste modo, o Centro de Reclusão Ressocializador buscará privilegiar
espaços que amparem a reconstrução da vida de seus usuários, para que estes
sejam aceitos de forma idônea ao convívio familiar e social, contribuindo para o
decréscimo da criminalidade e sua proporcional reincidência.
30
novo modelo de gestão carcerária que buscará priorizar o ser humano, a dignidade,
e sobre tudo, a vida.
31
- Hospitais de custódia e tratamento, denominados serviço de atenção ao paciente
judiciário: estabelecimentos penais destinados a atender pessoas submetidas à
medida de segurança;
- Complexos ou conjuntos penais: conjunto arquitetônico de unidades penais que
formem um sistema de atendimentos com algumas funções centralizadas e
compartilhadas pelas unidades que o constituem;
- Central de penas e medidas alternativas: estabelecimentos destinados a atender
pessoas que cumprem penas e medidas alternativas.
2.6.1.2 Implantação
A penitenciária contempla uma área aproximada de 60.000 m², sendo 10.800
m² de área construída. A distribuição das quase 600 vagas se dá de forma simétrica
sobre o plano de implantação, organizado em seis pavilhões que se conectam
através dos espaços de uso coletivo.
Figura 9: Projeto de Implantação da Penitenciária Modelo do Rio Grande do Sul
Fonte: http://infraestruturaurbana17.pini.com.br/solucoes-tecnicas/24/artigo277873-1.aspx
32
2.6.1.3 Programa de Necessidades
O complexo compreende um programa que conta com celas de encontros
íntimos, pátio de visitas, local para oficinas de trabalho, sala de dança, sala de
produção, sala de ensaio, biblioteca, sala de inclusão digital, sala de aula, área de
visitas, camarim, palco, cantina, sala de identificação e pavilhão de trabalho. Estes
espaços constituem o núcleo prisional (Figura10) que recebe a conexão dos
pavilhões carcerários (Figura 11). Estes por sua vez, possuem as celas tipo,
chuveiros e refeitórios, segregados de acordo com a demanda oferecida.
Fonte: http://infraestruturaurbana17.pini.com.br/solucoes-tecnicas/24/artigo277873-1.aspx
33
Figura 11: Pavilhão de celas da Penitenciária Modelo do Rio Grande do Sul
Fonte: http://infraestruturaurbana17.pini.com.br/solucoes-tecnicas/24/artigo277873-1.aspx
2.6.1.4 Funcionalidade
A organização do programa visa atender a população carcerária de forma
homogênea, tornando o projeto amplamente funcional. O acesso de visitas e
funcionários acontece pelo pórtico principal onde estão localizadas as áreas de
revista e inspeção. Oposto a isso, existe um portão de acesso secundário que fica
localizado no pavilhão de trabalho, permitindo o fluxo de mercadorias que vierem a
ser produzidas no estabelecimento.
A disposição de refeitórios entre as celas do módulo prisional objetiva o
oferecimento de espaços mais salubres e dignos para o momento de refeição dos
presidiários, pois atualmente, na grande maioria dos presídios brasileiros, este ato é
realizado no interior das próprias celas em condições totalmente desumanas.
Outro aspecto importante é a divisão pavilhonar, que proporciona o uso
alternado da estrutura do núcleo da penitenciária, possibilitando um controle mais
abrangente sobre a população carcerária. Os pavilhões possuem um pavimento
centralizado exclusivo para monitoramento dos detentos, evitando o contato direto
entre carcereiro e apenado, aumentando também o raio de visão dos agentes.
As celas possuem capacidade para seis pessoas, que usufruem de uma
mesma unidade sanitária situada no interior das mesmas. Portanto, cada ala
apresenta dois blocos de oito celas que tem capacidade de abrigar 96 detentos. O
restante dos ambientes possui acesso direcionado a um corredor principal que gere
o fluxo de pessoas na unidade prisional.
34
2.6.1.5 Forma
A forma da unidade penitenciária está evidenciada no sistema “Pavilhonar”, o
qual, conforme os estudos anteriormente demonstrados, consiste na divisão dos
presos em blocos isolados, o que limita o número de detentos por módulo prisional.
2.6.2.2 Implantação
O projeto foi implantado a nove quilômetros da zona urbana da cidade de
Halden e apresenta em sua organização um conceito inovador de segregação
espacial. A prisão busca explorar aspectos naturais, como a manutenção de
pinheiros nativos da região em seus domínios, aproximando a vida do cárcere à
natureza.
35
Figura 13: Implantação da prisão de Halden, Noruega.
2.6.2.5 Forma
O presídio apresenta formatos geométricos primários em todos os seus
módulos carcerários, dispondo apenas de algumas variações angulares na
implantação dos volumes no terreno, organizados de acordo com seus usos e
funções. As edificações do projeto estão submetidas a um novo padrão
organizacional a fim de atender o conceito humanista do projeto, o que acaba
refletido em sua forma.
37
2.6.3 PRISÃO DE ENNER MARK
2.6.3.2 Implantação
Situado em uma área de aproximadamente 65 hectares, o presídio de Enner
Mark distribui-se de forma mista em seu perímetro projetual, manipulando os
espaços de acordo com suas necessidades funcionais e topográficas. O
estabelecimento prisional, que apresenta uma área construída de 28.500m², dispõe
de locais para lazer, educação, recreação e trabalho, segregados de modo a atender
sua população carcerária.
Figura 17: Implantação da Prisão de Enner Mark, Dinamarca.
2.6.3.4 Funcionalidade
O funcionamento da prisão de Enner Mark está alienado a segregação de
seus espaços. A conexão entre seus pavilhões, estabelecida através de vias
perimetrais internas, transformam o estabelecimento penal em um complexo de uso
compartilhado, confiando ao projeto um caráter comunal, o que prepara os
apenados para uma futura reinserção social.
2.6.3.5 Forma
O formato do presídio compreende o conceito pavilhonar, com volumes
retangulares dispostos perpendicularmente uns aos outros. Este sistema contribui
para o processo organizacional carcerário, pois possibilita a divisão das funções
entre as edificações.
Figura 18: Formato dos pavilhões da Prisão de Enner Mark, Dinamarca.
39
CAPÍTULO 3: DIAGNÓSTICO DA ÁREA DE IMPLANTAÇÃO
40
malha urbana a Avenida Flores da Cunha. Considera a principal via da cidade, concentra ao
longo de seus 5,8 quilômetros diversos usos e estabelece a interligação da parte sul com a
parte norte da cidade.
Figura 20: Praça Brasil (Hoje Praça Albino Hillebrand) e Avenida Flores da Cunha (1950).
41
3.2.2 O BAIRRO SÃO LUCAS
O Bairro São Lucas está localizado às margens da rodovia Governador Leonel de
Moura Brizola (BR386), extremidade norte da cidade de Carazinho. Inserido em uma região
periférica, apresenta uma população predominantemente de classe baixa, com residências
de padrão construtivo simplificado. A implantação do bairro se deu através do projeto de um
novo loteamento, mas indo além dos moradores que adquiriram legalmente seus terrenos,
muitas ocupações irregulares surgiram na localidade.
Por estar situado em uma zona distante do centro da cidade, o bairro desenvolveu
unidades de comércio local para que as necessidades de sua comunidade fossem
solucionadas. Além disso, existem empresas de variados segmentos nas proximidades, as
quais acabam oferecendo oportunidades de emprego e potencializando o desenvolvimento
da região. Existem atualmente na localidade aproximadamente 150 residências que
42
representam 0,88% das habitações do município, tornando o bairro São Lucas um dos
menores de Carazinho.
43
3.3 MAPA NOLLI, USO DO SOLO E ALTURA DAS EDIFICAÇÕES
O estudo das características que envolvem as imediações da área de implantação do
projeto foi desenvolvido em um raio com 800 metros de abrangência, tendo como ponto de
partida o centro do lote. A pesquisa busca mensurar a proporção de lotes cheios e vazios,
seus usos e as alturas das edificações dispostas sobre eles. Com análise sobre o mapa de
cheios e vazios (Mapa Nolli), pode-se constatar uma baixa densidade demográfica na região
que fica ao norte do lote, onde encontra-se o bairro mais afastado da cidade (São Lucas),
que atende uma população de renda mais baixa e que dispões de muitas ocupações
irregulares.
Fonte: Do autor.
Fonte: Do autor.
45
Figura 27: Mapa de alturas.
Fonte: Do autor.
46
Figura 28: Mapa de Rede Viária e Vegetações.
Fonte: Do autor.
Fonte: Do autor.
47
O mapa hidro sanitário apresenta os pontos de abastecimento, de coleta pluvial e a
demarcação do córrego que cruza pela zona urbana. O perímetro não possui rede de
tratamento para esgoto cloacal, considerando-se então o uso de fossas sépticas para
filtragem de dejetos fecais domiciliares.
Fonte: Do autor.
Fonte: Do autor.
Fonte: Do autor.
Fonte: Do autor.
50
seus usos e índices urbanísticos, ordenamento territorial e demais condições para ocupação
do solo, definições de patrimônio natural e construído, além dos processos de planejamento
e gestão democrática.
O terreno em questão encontra-se inserido na Zona Residencial Um (ZR1), a qual
apresenta as seguintes diretrizes de ocupação:
51
destinados a serviços de segurança pública – são classificados na Zona Residencial Um
(ZR1) como uso “conforme”.
O capítulo III do plano diretor trata dos recuos frontais, laterais e de fundos, os quais
são obrigatórios na macrozona urbana. Em lotes de esquina os recuos frontais serão de 4m
(quatro metros), na rua de acesso ao prédio e de 2m (dois metros) na rua lateral. A
dimensão dos recuos laterais e de fundos será calculado segundo a fórmula (R = N x 0,10 +
1,50), onde R = recuo lateral e de fundo e N = número de pavimentos da edificação
contados a partir do piso do pavimento de acesso principal. Na área contida sobre o recuo
frontal poderão ser aprovadas e licenciadas guaritas, obras de paisagismo, escadas e
rampas de acesso.
52
CAPÍTULO 4: CONCEITO E DIRETRIZES PROJETUAIS
4.1 INTRODUÇÃO
Nesta parte será apresentado o conceito de projeto e suas principais diretrizes ...
53
A reclusão deve proporcionar o princípio de uma nova fase na vida dos apenados,
baseado principalmente no crescimento, no aprendizado e no fim da imprudência social. O
ambiente deve conduzir a evolução do usuário, abrigando oportunidades e soluções para a
busca do equilíbrio do corpo, da mente e da alma, fazendo com que o passado não seja o
futuro, e que o presente ensine o caminho desta mudança.
O conceito baseado na simbologia do “Triskle” será representado de diversas formas
na concepção do projeto. O zoneamento será segregado em ambientes que elucidem, por
exemplo, corpo, mente e espírito (atividades físicas, ensino profissionalizante e culto
religioso) além de detalhes construtivos, como muxarabiês, pisos e móveis, que tragam a
figura; mas sobre tudo, o “Triskle” estará na forma, baseada na geometria do símbolo, e nos
espaços, que partirão da premissa que busca o equilíbrio dos indivíduos.
Fonte: Do Autor.
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dependências carcerárias, tornando os ambientes mais salubres, desprovendo-os de
doenças.
As unidades de vivência coletiva e individual foram desenvolvidas com intuito de
proporcionar condições legitimamente dignas aos detentos que encontram-se em situação
de reclusão social. Nos módulos coletivos, a capacidade das celas será de quatro
indivíduos, e cada acomodação será dotada de banheiro individual, visando-se inibir a
proliferação de doenças por uso compartilhado dos espaços de higienização.
As celas estarão dispostas em pavilhões, que agregam ainda sala de controle para
agentes, sala de apoio, refeitório e solário coletivo. Cada unidade pavilhonar de vivência
coletiva abrigará 56 presos em 14 celas dispostas sobre dois pavimentos. Esta segregação
tem por objetivo diminuir a densificação do terreno, tornando sua permeabilidade maior.
Além disso, em horários destinados às refeições, bem como banhos de sol, a unidade de
circulação superior poderá ser utilizada como posto de observação pelos agentes
penitenciários. As celas e o solário coletivo foram dimensionados de acordo com as
especificações técnicas contidas nas Diretrizes Básicas para Arquitetura Penal do Ministério
da Justiça (2011), que mensuram uma área mínima de 8,40m² para cela com quatro
detentos e 1,50m² de área por detento para concepção do pátio de sol da unidade.
Os pavilhões terão suas celas direcionadas para a face norte do terreno, conferindo
maior incidência solar aos ambientes. Este fator contribui para que sejam exploradas
técnicas de iluminação natural nas unidades de reclusão. Outro detalhe que evidencia-se à
orientação norte é a possibilidade de serem implantadas esquadrias que proporcionem a
ventilação natural das celas, absorvendo os ventos provenientes da região noroeste. Tanto
a incidência solar, quanto o aproveitamento dos índices de predominância dos ventos
poderão ser controlados, por brises-soleis e pelas próprias esquadrias.
Outra importante consideração é relativa à largura das circulações internas aos
edifícios, dimensionadas sempre a partir de 2,50 metros. Esta medida pré-estabelecida tem
como premissas o aumento do grau de visibilidade no interior dos edifícios, melhor
disposição de fluxos e também a possibilidade de inserção de aberturas que contribuam no
processo lumínico das unidades, pois entende-se que ambientes de caráter mais confinado
criam ofuscamentos e obrigam a utilização de iluminação artificial até mesmo durante o dia.
Estas e outras estratégias visam atender as Diretrizes Básicas para Arquitetura
Penal do Ministério da Justiça (2011), que estabelece a obrigatoriedade em projetar-se os
estabelecimentos penais de modo que atendam os quesitos necessários para obtenção da
Etiqueta Nacional de Conservação de Energia “A”, certificada pelo Ministério de Minas e
Energia através do Programa Nacional de Eficiência Energética, o PROCEL EDIFICA. O
programa avalia condicionantes de envoltória, iluminação e condicionamento de ar, itens
55
descritos no RTQ-C - Requisitos Técnicos de Qualidade Para o Nível de Eficiência
Energética de Edifícios Comerciais, de Serviços e Públicos – Portaria 372-2010.
A conceituação projetual que estabelece relação com o “Triskle” é evidenciada a
partir do módulo de uso compartilhado, onde situam-se o setor educacional, de esportes e
de uso religioso, contemplando a três faces do símbolo celta: mente, corpo e espírito. O
edifício também é caracterizado pela sua forma que apresenta geometria similar ao formato
da simbologia. Esta unidade terá adjacente ao seu perímetro, uma praça de uso comunal,
onde será estabelecida a relação entre comunidade e apenados. O módulo de uso
compartilhado será oferecido ao uso da população em horários alternados ao uso dos
detentos. Para que isso ocorra de forma passiva e segura, a unidade contemplará um
acesso subterrâneo que ligará o extremo oeste do terreno às alas de vivência, serviço,
saúde e administração, fazendo com que os detentos não tenham acesso direto ao leito
carroçado.
Em contra partida, as unidades de trabalho, situada ao sul das áreas de vivência,
servirão para oportunizar ao detento o contato com o exterior. O módulo de oficinas foi
estabelecido desta maneira para proporcionar aos detentos a sensação de “ida ao trabalho”,
desvinculando-se do setor carcerário. Esta conexão por sua vez, não será por meio
subterrâneo, e sim pelas vias circunferentes ao projeto, pois este setor visa atender em sua
maioria, apenados do regime semiaberto, os quais estão aptos a deixar a zona de reclusão
prisional previamente autorizados.
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Outra relação que se estabelece e credencia-se a ser um importante vetor projetual é
a ligação com as áreas verdes da zona de preservação permanente que costeia a margem
oeste do terreno. Esta conexão garante ao projeto uma evidente integração com a natureza,
tornando a vegetação pré-existente parte da paisagem arquitetônica.
57
CAPÍTULO 5: PARTIDO GERAL
5.1 INTRODUÇÃO
Nesta parte será apresentado o partido geral do projeto.
60
Área descoberta com espaço para 120,00
recreação
Instalações Sanitárias femininas 12,00 Instalação Sanitária
Instalação Sanitária masculina 12,00 Instalação Sanitária
Sala de Barbearia 8,00 Bancada, Cadeiras
Sala de cabelereiro 20,00 Bancada, Cadeiras
Fonte: do autor (2017).
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Instalação Sanitária externa à cela - Instalação Sanitária
Área coberta (refeitório, lazer) 47,00 mesas, cadeiras, bancos
Pátio de Sol Coletivo 98,00
Fonte: do autor (2017).
Tabela 18: Programa de Necessidades para Módulo de Tratamento para Dependentes Químicos
Área Dimensões (em m²) Mobiliário essencial
Cela Individual com sanitário 9,00
Cela Coletiva com sanitário 17,00
Fonte: do autor (2017).
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5.3 ORGANOGRAMA/FLUXOGRAMA
A organização modular do programa de necessidades acontece de forma
hierárquica, havendo a segregação dos espaços através de suas respectivas funções,
unindo-as quando determinado para melhor fracionamento das áreas disponíveis. Os
módulos foram divididos em blocos com o intuito de oferecer conexões aproximadas entre
os mesmos. Estas conexões agilizam os processos internos e orientam os deslocamentos e
sentidos de fluxos internos e externos.
Fonte: Do Autor.
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Os fluxos são divididos entre as vias internas e externas que circundam o projeto do
Centro de Reclusão Ressocializador. Pelo perímetro externo, além de condicionarem os
acessos, as ruas são de suma importância para a conexão com as unidades de trabalho,
esportes, educação e religião. As vias internas circundam o terreno com o objetivo de
oferecer a distribuição de cada um dos fluxos da melhor forma possível, ligando setores
administrativos às unidades de serviços, saúde e vivência.
Fonte: Do Autor.
64
5.4 PROPOSTAS DE ZONEAMENTO
A primeira proposta para zoneamento do projeto sugere a segregação das atividades
de trabalho, esporte e educação, das demais atividades, deixando-as em primeiro plano. As
unidades de vivência ficariam localizadas adjacentes à área de preservação permanente,
onde também seriam inseridos os setores administrativos, de serviços e saúde.
A segunda proposta oferta uma divisão diferente do lote, com a praça de convivência
em primeiro plano, e a subsequente inserção dos setores administrativos, de serviços,
saúde e de vivência. As unidades de trabalho, educação e esportes seriam implantadas
próximas à APP, estabelecendo relações visuais entre as áreas verdes e as respectivas
edificações.
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REFERÊNCIAS
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BRASIL, Presidência da República. LEI Nº 7.210, DE 11 DE JULHO DE 1984.
Brasília, 1984.
68
ANEXOS
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