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DIAGNÓSTICO DA “QUEBRA” DE

UM MOTOR DE COMBUSTÃO DE
UMA MERCEDES CLA
Nome Assinatura Data

1. OBJETIVO GERAL
Identificar e descrever uma falha mecânica (ruptura da biela do
primeiro cilindro) num motor de combustão interna, instalado num
veículo Mercedes CLA.

2. IDENTIFICAÇÃO DO VEÍCULO CUJO MOTOR ESTAVA INSTALADO

Fig. 1 Imagem do veículo cujo motor estava montado.

3. MATERIAL E MÉTODOS
Os métodos de exames utilizados foram os de aspecto
visual, estático e observativos. Propôs-se Avaliar todas as
condições de dano no motor em função das prováveis causas.
Todas as informações e dados foram coletados direto no
motor, no processo de desmontagem.
4. INTRODUÇÃO

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O comportamento dos veículos automotores, no que tange
sua resistência e durabilidade é razoavelmente relativo. Isto
porque o tempo de vida de uma máquina (considera-se neste caso o
carro como uma máquina) irá depender de “ene” fatores, e, dentre
eles, pode-se destacar: a forma com que o condutor dirige, o local
ou tipo de piso que este veículo trafega, as rotinas de manutenção
e conservação dos requisitos originais de projeto deste automóvel.
Portanto, dado este raciocínio, se verifica que o motor
do veículo objeto de avaliação teve seu tempo de vida abreviado
devido uma ruptura da biela do primeiro cilindro. Sendo que a
quebra deste componente promoveu a quebra também da bomba de óleo,
cárter, bloco do motor, pistão, anéis, entre outros itens do
motor.

Fig. 2 Imagem do motor já removido veículo, montado num


cavalete sendo preparado para ser desmontado.

A experiência e o consenso de mercado demonstram que os


carros da atualidade têm robustez significativa. Em outras
palavras, pode se afirmar que não é aceitável que, com todos os
protocolos de controle de qualidade aplicado a engenharia dos
materiais, nos processos de manufatura de fabricação, um veículo
em uso normal, tenha abruptamente uma quebra de um componente de
seu motor quando este desempenha suas funções dentro das margens
de conversão de energia cujo qual foi desenvolvido.

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Fig. 3 Imagem do bloco do motor apresentando um furo lateral provocado pela
soltura da biela do primeiro cilindro.

De acordo com as condições impostas pelos fabricantes de


automóveis, no que se refere ao tempo de vida útil dos veículos,
é razoável o consenso que toda estrutura veicular, (inclui-se
neste caso o motor de combustão) tem tempo de vida maior que 300
mil quilômetros (para uso convencional e manutenções realizadas
conforme fabricante).

Fig. 4 Imagem demonstrando o pistão do primeiro cilindro e seus


anéis de segmento. Ambos danificado pela pane gerada no motor.
5. HIPÓTESE DE TRABALHO QUE JUSTIFICA O EVENTO – QUEBRA DO
MOTOR

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O motor de combustão interna é uma máquina térmica que
por meio da energia, gerada pela oxidação dos hidrocarbonetos
presente nos combustíveis com o oxigênio, transforma a energia
térmica em mecânica.
Por assim dizer, é admissível afirmar que a energia não é
criada, e sim transformada. Portanto, nesta transformação pode-
se definir que há variáveis que corroboram para incrementar de
forma significativa o comportamento de uma máquina térmica no
quesito desempenho, a saber: o torque, a potência e o consumo
específico.
É imprescindível mencionar que o desempenho de um motor
de combustão é função direta do seu conteúdo mássico de entrada
de energia, ou seja, da proporção de ar mais combustível que será
admitido pelo motor de combustão. De modo que, a formação deste
conteúdo energético, alterado, pode potencializar a performance
do motor ao ponto deste não suportar as cargas gerada no processo
de combustão, vindo portanto a se arruinar-se.

Fig. 5 Imagem destacando a biela fraturada, e a quebra do bloco


do motor provocada por esta.

Dito isso, para elucidar o evento em questão considera-se a


equação clássica de Clapeyron, que define de forma aceitável a

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geração energética/calor, considerando o comportamento de entrada
de fluxo mássico (ar + combustível) no motor de combustão interna.

PV = mRT (Equação de Clapeyron)

Onde:
P = pressão [Pa = N/m2];
V = volume [m3]
M = massa [Kg];
R = [J/KgK];
T = temperatura [K]

Esta equação aponta para uma quantidade de energia gerada,


pelo produto da pressão pelo volume, que será equivalente a
energia de uma quantidade de massa pelo produto de uma constante
constante(R) e a temperatura do processo (T).

Contextualizando e colocando a equação de Clapeyrom para


responder algumas hipóteses (H) do evento, tem-se:

H1: Se a pressão de trabalho de uma turbina for aumentada


haverá aumento da energia de combustão do motor.

PV = mRT

H2: Se a massa, que é representa pelo fluxo de ar + combustível,


aumentar haverá também aumento de energia de combustão do motor.

PV = mRT

H3: Dado uma pressão de trabalho, preconizado pelo fabricante


da turbina do motor em questão, e, considerando que com o aumento
da rotação do motor os pistões comprimem e recebem a explosão em
pontos variados (variação de volume), haverá alta dissipação de
energia se este volume de compressão (interior do cilindro) for
menor no ato da combustão.

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Assim, nas três proposições há evidência de ganho energético,
no entanto, dependendo da intensidade deste ganho, poderá ocorrer
extrapolação dos limites de resistências dos matérias que compõem
o motor de combustão, podendo até provocar ruptura de peças
interna.

Fig. 6 Imagem do cabeçote do motor destacando a integridade da câmara de


combustão do primeiro cilindro. Esta imagem descarta evidências de que algum
objeto entrou no motor para provocar o dano.

6. CONCLUSÃO
Aduz-se que pelo fato de o motor apresentar integridade
nas linhas de transmissão de força (pistão, biela e árvore de
manivelas) dos cilindros 1, 2 e 3; é aceitável o raciocínio de
que os sistemas de lubrificação e arrefecimento do motor não
corroboraram com a quebra deste.

Pode-se inferir que intervenções e manutenções (no veículo


em questão) de cunho corretivo, tais como substituição de óleo,
filtros, remoção e instalação de peças e acessórios do motor, não
favorece condições para que a dinâmica do motor se desintegre em

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apenas um ponto isolado, ou seja, a quebra da biela/pistão do
primeiro cilindro.
Portanto, pode-se concluir que o motor trabalhou com o
sistema de alimentação e ignição desconfigurado (provavelmente
alterado suas condições originais). Isto corroborou para que
houvesse um incremento significativo de fluxo mássico (ar +
combustível) que culminou com uma extrapolação de energia
dissipação, de tal modo que o limite de resistência da
biela/pistão não suportou e rompeu, devido a extrema carga gerada
no processo de combustão naquele cilindro.

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