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Além disso, a dúvida tem uma função catártica, já que liberta o espírito
dos erros que o podem perturbar ao longo do processo de indagação da verdade.
É necessário que a razão, num processo marcado pela autonomia, alcance
princípios evidentes, universais. A dúvida é um exercício voluntário,
permitindo que nos libertemos de preconceitos e opiniões erróneas, a fim de ser
possível reconstruir, com fundamentos sólidos, o edifício do saber.
Ora, Descartes verifica, de seguida, que algo resiste à dúvida, e que esse
algo é a existência do eu
pensante (o cogito), por ser
“uma verdade tão firme e tão
certa” (evidente) que nem os
mais cépticos conseguem abalar.
A dúvida conduz assim a uma
verdade incontestável: a
afirmação da minha existência
enquanto sou um ser que
pensa e que duvida (cogito,
ergo sum).
E será que podemos afirmar que Deus existe apenas por termos a ideia de
ser perfeito?
Descartes demonstra a existência de Deus mediante três provas:
Assim, Deus, sendo perfeito, não é um ser enganador, mas antes a garantia
da verdade objetiva das ideias claras e distintas. Sendo criador das verdades
eternas, a origem do ser e o fundamento da certeza, Deus garante a adequação
entre o pensamento evidente e a realidade (aquilo que conhecemos com razão
corresponde a algo verdadeiramente existente), legitimando o valor da ciência e
conferindo validade e objetividade ao conhecimento. Deus é o fundamento do ser
e do conhecimento.