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contribuísse com meio siclo para “o “Aquele que semeia pouco, também
serviço da Tenda do Encontro” (ver colherá pouco, e aquele que semeia
Êx 30:12-16). De tempos em tempos, com fartura, também colherá far-
o povo trazia ofertas pelo pecado tamente. […] Deus é poderoso para
e ofertas de gratidão a Deus. Além fazer que lhes seja acrescentada toda
disso, provisões generosas eram fei- a graça, para que em todas as coisas,
tas para os pobres. em todo o tempo, tendo tudo o que
Era sempre lembrado ao povo que é necessário, vocês transbordem em
Deus era o verdadeiro proprietário toda boa obra” (2Co 9:6-8).
de seus campos, rebanhos e gado. A intenção de Deus era que Israel
Que Ele lhes enviava a luz do sol e fosse portador de luz para toda a
a chuva para o plantio e a colheita, e Terra. O Senhor determinou que a
que Ele os havia feito mordomos de propagação da luz e da verdade na
Seus bens. Terra dependeria do testemunho e
Quando os israelitas se reuniam das ofertas daqueles que têm rece-
no tabernáculo, carregados com os bido o dom celestial. Ele poderia ter
primeiros frutos do campo, do pomar feito dos anjos os representantes de
e do vinhedo, eles reconheciam publi- Sua verdade, mas em Seu amor e sabe-
camente a bondade de Deus. Quando doria, Ele chamou homens e mulheres
o sacerdote aceitava as doações, o para se tornarem Seus colaboradores,
ofertante dizia: “O meu pai era um escolhendo-os para fazer essa obra.
arameu errante”, e descrevia a per- Nos dias de Israel, os dízimos e
manência no Egito e a aflição de que as ofertas voluntárias eram neces-
Deus libertou Israel. “Ele nos trouxe sários para manter o serviço divino.
a este lugar e nos deu esta terra, terra Deveria o povo de Deus dar menos
onde manam leite e mel. E agora trago hoje? Cristo estabeleceu o princípio
os primeiros frutos do solo que Tu, ó de que nossas ofertas a Deus devem
Senhor, me deste” (Dt 26:5, 9, 10). ser proporcionais à luz e aos privi-
légios que temos recebido. “A quem
O Segredo da Prosperidade muito foi dado, muito será exigido”
Diz Salomão, o sábio: “Há quem (Lc 12:48). “Vocês receberam de graça;
dê generosamente, e vê aumentar deem também de graça” (Mt 10:8).
suas riquezas; outros retêm o que Diante do sacrifício sem igual do glo-
deveriam dar, e caem na pobreza” rioso Filho de Deus, não deveríamos
(Pv 11:24). O apóstolo Paulo ensina expressar nossa gratidão por meio de
a mesma lição no Novo Testamento: ofertas mais generosas?
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Quando a obra do evangelho se sorteios ou rifas. O Senhor instruiu
expande, é exigido maior apoio finan- Moisés a aceitar as ofertas de todos
ceiro a fim de sustentá-la, assim como os que doassem não só de vontade
aconteceu no passado. Isso aumenta própria, mas com gratidão. As ofer-
ainda mais a importância da lei dos tas vieram em tão grande quantidade
dízimos e das ofertas em nossos dias. que Moisés pediu que o povo parasse
Se o povo de Deus sustentasse a Sua de trazer doações, pois eles tinham
causa de forma mais liberal por meio dado mais do que poderia ser usado.
das ofertas voluntárias, Ele seria hon- Deus nos fez Seus administrado-
rado e muito mais pessoas seriam al- res. O Senhor diz: “Honrarei aque-
cançadas para Cristo. les que Me honram” (1Sm 2:30).
O plano de Moisés para arreca- “Deus ama quem dá com alegria”
dar recursos para a construção do ta- (2Co 9:7), e quando Seu povo Lhe
bernáculo foi muito bem-sucedido. trouxer dons e ofertas com o cora-
Ele não fez uma grande festa. Não ção agradecido, e “não com pesar ou
convidou o povo para cenas de ale- por obrigação”, Sua bênção o acom-
gria, dança e diversão. Tampouco fez panhará, assim como Ele prometeu.
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O Cuidado de Deus
Pelos Pobres
P ara ajudar o povo a se
reunir para o serviço
religioso com mais facilidade, como
Outra providência foi tomada
em favor dos pobres. Depois do re-
conhecimento dos direitos de Deus,
também para arrecadar recursos não existe nada que mais caracterize
para socorrer os pobres, Deus exi- as leis dadas por Moisés do que um
giu um segundo dízimo de todo o espírito liberal, amoroso e hospita-
lucro. A respeito do primeiro dí- leiro demonstrado para com o pobre.
zimo, o Senhor declarou: “Dou aos Embora Deus tenha prometido aben-
levitas todos os dízimos em Israel” çoar Seu povo, Ele declarou que sem-
(Nm 18:21). O segundo dízimo, por pre haveria pobres na Terra. Naquele
um período de dois anos, deveria ser tempo, assim como hoje, as pessoas
levado ao local em que o santuário es- poderiam enfrentar problemas, en-
tava localizado. Depois de apresenta- fermidades e perda de proprieda-
rem uma oferta de gratidão a Deus e des; porém, enquanto o povo de
separar uma porção para o sacerdote, Israel seguiu as instruções de Deus,
os ofertantes deveriam usar o que não houve mendigos entre eles nem
restava para oferecer uma festa reli- qualquer pessoa sofrendo por falta
giosa em que o levita, o estrangeiro, o de comida.
órfão e a viúva pudessem participar. A lei de Deus dava ao pobre o di-
A cada terceiro ano, o segundo dí- reito a uma certa parte dos frutos da
zimo deveria ser usado em casa, hos- terra. Uma pessoa que estivesse pas-
pedando levitas e os pobres. Esse sando fome tinha a liberdade de en-
dízimo proporcionaria recursos para a trar no campo, no pomar ou na vinha
prática da caridade e da hospitalidade. do vizinho para conseguir alimento.
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Todos os frutos que ficavam no de Deus oferecia uma grande provisão:
campo, pomar ou vinha após a co- “Saibam que Eu lhes enviarei a Minha
lheita pertenciam aos pobres. “Quando bênção no sexto ano”, disse o Senhor, “e
vocês estiverem fazendo a colheita de a terra produzirá o suficiente para três
sua lavoura”, disse Moisés, “e deixarem anos. Quando vocês estiverem plan-
um feixe de trigo para trás, não vol- tando no oitavo ano, comerão ainda
tem para apanhá-lo. [...] Quando sacu- da colheita anterior e dela continua-
direm as azeitonas das suas oliveiras, rão a comer até a colheita do nono ano”
não voltem para colher o que ficar nos (Lv 25:21, 22).
ramos. [...] E quando colherem as uvas O ano sabático deveria ser uma
da sua vinha, não passem de novo por bênção tanto para a terra quanto
ela. Deixem o que sobrar para o es- para o povo. O solo, ficando em des-
trangeiro, para o órfão e para a viúva. canso por uma estação, produziria
Lembrem-se de que vocês foram es- muito mais depois. O povo estava
cravos no Egito; por isso lhes ordeno livre do trabalho pesado do campo.
que façam tudo isso” (Dt 24:19-22; ver Todos desfrutavam mais lazer, opor-
também Lv 19:9, 10). tunidade de restaurar a condição fí-
sica, mais tempo para a meditação e o
A Misericórdia de estudo dos ensinos do Senhor e para
Deus Pelos Pobres a instrução de sua família.
Cada sétimo ano uma provisão No ano sabático, os escravos he-
especial era feita em favor do pobre. breus deveriam ser libertados. “E,
Na época do plantio, que ocorria após quando o fizer, não o mande embora
a colheita; o povo não deveria semear. de mãos vazias. Dê-lhe com generosi-
Não deveria podar a vinha na prima- dade dos animais do seu rebanho e do
vera e não deveria colher nada, quer produto da sua eira e do seu tanque
do campo ou da vinha. A produção de prensar uvas. Dê-lhe conforme a
desse ano deveria ficar à disposição do bênção que o Senhor, o seu Deus, lhe
estrangeiro, do órfão e da viúva, tem dado” (Dt 15:13, 14).
e mesmo dos animais do campo O salário do trabalhador deveria
(Êx 23:10, 11; Lv 25:5). ser pago prontamente: “Paguem-lhe
Se por acaso no sexto ano a terra o seu salário diariamente, antes do
produzisse apenas o suficiente para su- pôr do sol, pois ele é necessitado e de-
prir as necessidades do povo, como fa- pende disso” (Dt 24:15).
riam para sobreviver durante o ano em Instruções especiais também
que não faziam a colheita? A promessa foram dadas sobre como tratar
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e tudo o que fosse produzido era Grandes males resultariam do
considerado propriedade de direito acúmulo contínuo de riquezas por
dos pobres. Os escravos hebreus que parte de uma classe e de pobreza
não tivessem recebido a liberdade por outra. O senso de desigualdade
no ano sabático, nesse ano deveriam despertaria as paixões da classe
ser libertados. mais pobre. Haveria um sentimento
O que distinguia em especial o de aflição e desespero que tenderia
ano do jubileu era o retorno de toda a desmoralizar a sociedade e abrir a
a propriedade de terra à família do porta aos crimes de toda espécie. As
proprietário original. Ninguém tinha regras que Deus estabeleceu tinham
a liberdade de negociar sua terra. como objetivo promover a igualdade
Tampouco deveria vendê-la, a menos social. O ano sabático e o jubileu cor-
que a pobreza o forçasse a fazer isso. rigiriam em grande parte as coisas
Quando a pessoa ou qualquer um que tinham dado errado na ordem
de seus parentes desejasse resgatar social e política da nação.
a propriedade, o comprador não po- Essas regras, feitas para abençoar
deria se recusar a vendê-la de volta. os ricos da mesma forma que os po-
Se não fosse resgatada, a propriedade bres, serviam para limitar a ganân-
voltava ao proprietário original ou cia e cultivar um espírito nobre de
aos herdeiros no ano do jubileu. bondade. Incentivando a boa von-
O Senhor declarou a Israel: “A tade entre todas as classes, elas pro-
terra não poderá ser vendida defi- moviam a estabilidade do governo.
nitivamente, porque ela é Minha, e Todos nós estamos ligados um ao
vocês são apenas estrangeiros e imi- outro na grande teia da humanidade.
grantes” (Lv 25:23). Deus era o dono Aquilo que pudermos fazer para o
legítimo, o proprietário original. bem de outros refletirá em bênçãos
A mente de todos deveria ser impres- a nós mesmos. A lei da dependência
sionada com o fato de que os pobres mútua atinge todas as classes da so-
têm o mesmo direito dos ricos a um ciedade. Os pobres não dependem
lugar no mundo de Deus. mais dos ricos do que os ricos dos po-
Nosso misericordioso Criador bres. Enquanto uma classe pede para
tomou providências como essas para participar das bênçãos que Deus con-
amenizar o sofrimento, para trazer cedeu aos vizinhos mais ricos, a outra
algum raio de esperança, fazer bri- classe precisa do serviço fiel, da força
lhar alguma centelha de luz na vida do cérebro, ossos e músculos, que são
dos desafortunados e necessitados. os recursos dos pobres.
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*
As Festas Anuais
O povo de Israel estava rodeado
de tribos violentas e guerrei-
ras, ansiosas para se apoderar de suas
tinha passado, a temporada de chuva
acabado e toda a natureza se alegrava
com o frescor e a beleza da primavera.
terras. No entanto, três vezes ao ano, O pasto verde cobria as colinas e os
todas as pessoas que tivessem condi- vales, e as flores silvestres enfeitavam
ções de viajar deveriam deixar suas os campos. A lua, já quase cheia, tor-
casas e ir ao lugar onde era realizada a nava as noites bastante agradáveis.
assembleia, próximo ao centro do país. Por toda a terra, grupos de via-
O que poderia impedir que essas casas jantes seguiam rumo a Jerusalém.
desprotegidas fossem atacadas pelos Pastores, criadores de gado, pesca-
inimigos e destruídas pelo fogo e pela dores do Mar da Galileia, fazendei-
espada? O que evitaria uma invasão ros e fi lhos dos profetas das escolas
que poderia levar Israel ao cativeiro? sagradas – todos se dirigiam para o
Deus prometeu ser o protetor lugar onde a presença de Deus era re-
de Seu povo. “Expulsarei nações de velada. Muitos iam a pé. As caravanas
diante de você e ampliarei o seu ter- se tornavam muito grandes até che-
ritório. Quando você subir três vezes garem à cidade santa.
por ano para apresentar-se ao Senhor, A alegria da natureza despertava
o seu Deus, ninguém cobiçará a sua o louvor no coração de Israel. O povo
terra” (Êx 34:24). cantava lindos salmos hebraicos que
A primeira festa, a Páscoa, era exaltavam a glória e a majestade de
comemorada no mês de Abibe, o Jeová. Ao som da trombeta e dos cím-
primeiro mês do ano judaico, que cor- balos, erguiam-se centenas de vozes
responde ao fim do mês de março e em ações de graças, formando um
início de abril. O frio do inverno grande coral:
* Este capítulo é baseado em Levítico 23.
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uma expressão de gratidão pelo grão, abrigar em cabanas ou caraman-
dois pães assados com fermento eram chões, cobertos com “folhagens das
apresentados a Deus. O Pentecostes tamareiras, galhos frondosos e sal-
era comemorado por apenas um dia. gueiros” (Lv 23:40).
No sétimo mês era comemorada Nessas reuniões anuais, o coração
a Festa dos Tabernáculos, ou da co- de idosos e jovens era motivado no
lheita. Com essa festa o povo reco- serviço de Deus. Ao mesmo tempo
nhecia as ricas bênçãos de Deus em que pessoas de diferentes lugares
derramadas sobre os frutos do do país se encontravam ali, os laços
pomar, das oliveiras e das vinhas. que os uniam a Deus e uns aos outros
Essa era a última grande festa do ano eram fortalecidos. Assim como Israel
que reunia todo o povo. A colheita es- comemorava o livramento realizado
tava nos celeiros; os frutos, o azeite por Deus em favor de seus antepas-
e o vinho estavam armazenados, e sados e como Ele miraculosamente
o povo então trazia ofertas de grati- os tinha preservado durante suas
dão a Deus. viagens depois que saíram do Egito,
Essa festa era uma ocasião de devemos também recordar com gra-
grande felicidade. Acontecia justa- tidão os meios que Ele providenciou
mente após o grande Dia da Expiação, para nos tirar das trevas para a pre-
quando o povo tinha a certeza de que ciosa luz de Sua graça e verdade.
seus pecados estavam perdoados. Em Aqueles que moravam distante do
paz com Deus, com a colheita termi- tabernáculo passavam mais de um
nada e tranquilos porque os traba- mês por ano viajando para assistir às
lhos do novo ano ainda não tinham festas anuais. Esse exemplo de devo-
começado, o povo podia dedicar todo ção deveria nos ajudar a compreen-
o tempo às festividades sagradas e der a importância do culto religioso,
alegres do momento. Todas as famí- a necessidade de colocar nossos in-
lias deveriam fazer o máximo possí- teresses seculares e egoístas abaixo
vel para participar das celebrações e daqueles que são espirituais e eter-
hospedar com alegria os servos, os nos. Perdemos muito quando deixa-
levitas, os estrangeiros e os pobres. mos de nos reunir e animar uns aos
Assim como a Páscoa, a Festa dos outros no serviço de Deus. Todos nós
Tabernáculos comemorava aconteci- somos fi lhos de um mesmo Pai, e de-
mentos passados. Como lembrança pendemos uns dos outros para ser-
de sua peregrinação no deserto, o mos felizes. Quando cultivadas de
povo deveria deixar suas casas e se forma correta, as nossas afinidades
As Festas Anuais 335
sociais nos unem em simpatia e com- Quando aqueles que foram resga-
paixão para com outras pessoas e nos tados pelo Senhor estiverem reuni-
trazem felicidade. dos em segurança na Canaã celestial,
A Festa dos Tabernáculos apon- libertos para sempre da escravidão
tava não somente para a peregrina- do pecado, eles “exultarão com ale-
ção no deserto, mas para o futuro, o gria indizível e gloriosa” (1Pe 1:8).
grande dia da colheita final. O Senhor Então a grande obra de Cristo es-
enviará Seus ceifeiros para juntar o tará terminada, e os pecados elimi-
joio em feixes para ser lançado no nados para sempre.
fogo e colher o trigo para o Seu ce-
leiro. Nesse tempo, os ímpios serão “E os que o Senhor resgatou voltarão.
destruídos. Eles serão “como se nunca Entrarão em Sião com cânticos de
tivessem existido” (Ob 16). Todas as alegria; duradoura alegria coroará
vozes se unirão em alegre louvor a sua cabeça. […] E a tristeza e o sus-
Deus no Universo inteiro. piro fugirão” (Is 35:10).
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