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17/11/2020 Pesquisador: Sucesso do bolsonarismo inviabiliza governo

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POLÍTICA
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Pesquisador: Sucesso do bolsonarismo


inviabiliza governo
Professor João Cezar de Castro Rocha aponta na fabricação de inimigos em série
um fator que pode levar a administração federal ao colapso

Wilson Tosta

23 JUN 2020 05h11 atualizado às 07h49

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RIO - O êxito do bolsonarismo, com sua paixão mobilizadora nas redes sociais e nas ruas, invibiliza o
governo Jair Bolsonaro, diagnostica o professor João Cezar de Castro Rocha, pesquisador da
Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj).

SAIBA MAIS

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Apoiadora segura pintura com o rosto do presidente Jair Bolsonaro em manifestação em Brasília
Foto: Adriano Machado / Reuters

Titular de Literatura Comparada na instituição, ele aponta o paradoxo do discurso bolsonarista no


livro "Guerra cultural e retórica do ódio (Crônicas do Brasil)", que lançará em julho. Destaca a
necessidade dos seguidores do presidente (e dele próprio) de ter, o tempo todo, inimigos a combater,
um fator que, prevê, levará a administração ao colapso. Isso estaria evidente no combate à covid-19,
avalia, e já desgasta o presidente, por colocar a população diante de fatos concretos, como doença e
óbitos em massa.

"Com a presença de uma peste, nós, seres humanos, temos um encontro marcado com aquilo que
não queremos jamais encontrar, que é a finitude, a morte. É muito claro: a morte não é um meme, e a
vida não se reduz à disputa de narrativas", afirmou, em entrevista ao Estadão.

Em seu livro, Castro Rocha defende que, para manter a polarização que o elegeu, Bolsonaro e seus
seguidores recorrem a uma versão brasileira da guerra cultural. Ela teria peculiaridades em relação ao
conceito cunhado pelo sociólogo norte-americano James Davison Hunter, nos anos 90 do século
passado. Enquanto nos Estados Unidos a ideia envolvia a polarização entre conservadores e liberais
sobre temas como aborto, porte de armas, aquecimento global, imigração, Estado laico, a extrema
direita brasileira recorre a três elementos locais para montar uma ideologia. São eles a Doutrina de
Segurança Nacional que embasou a ditadura de 1964-1985; o Orvil, livro produzido pelos militares
com sua versão para aqueles anos; e o que chamou de "Sistema de Crenças Olavo de Carvalho", com
opiniões do escritor. "Um sistema de crenças não pode ser combatido racionalmente", disse o
professor.

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Para ele, aOprisão de Fabrício


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extremados, analisa. A seguir, as declarações do professor ao Estadão.


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que estaria sendo empreendida pelo governo Bolsonaro. O que é isso?
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Em nenhuma circunstância estou negando que a guerra cultural bolsonarista lance mão de diversos
recursos utilizados sobretudo pela extrema-direita norte-americana. A relação muito próxima, por
exemplo, entre Eduardo Bolsonaro e Steve Bannon torna isso evidente. De algum modo, a campanha
eleitoral e a maneira de governo de Jair Bolsonaro são muito calcadas nas técnicas desenvolvidas pelo
Steve Bannon e que, no primeiro momento, foram adotadas pelo Donald Trump. Quero dizer o
seguinte: não estou negando que seja possível fazer um estudo da guerra cultural bolsonarista que
valorize a proximidade de tudo que o governo Bolsonaro realiza e que pode ser encontrado em
governos da Turquia, da Hungria. E, do ponto de vista cultural, com todas as técnicas de utilização de
Whats App e das redes sociais, que caracteriza o avanço da extrema direita no mundo inteiro. Há uma
dimensão na guerra cultural bolsonarista que não é brasileira, está claro?

Mas o que distingue o caso brasileiro?

No meu livro, eu estou me dedicando a fazer algo que, salvo melhor juízo, não foi feito. É um estudo
específico da mentalidade bolsonarista em relação a três elementos que, esses sim, são propriamente
brasileiros. São três elementos que proponho, e eles se relacionam. E se relacionam com um quarto
elemento que não foi planejado, mas tem uma força tremenda e que provavelmente podemos dizer
que elegeu Bolsonaro.

Quais são?

Então vamos lá. Em primeiro lugar uma surpreendente tradução da Doutrina de Segurança Nacional
para tempos de democracia. A Doutrina de Segurança Nacional não é brasileira, foi desenvolvida na
Guerra Fria. No Brasil, foi aperfeiçoada durante a ditadura militar e conheceu três legislações. A
primeira delas, foi a Lei de Segurança Nacional de 67, que já era uma lei muito forte, mas não se
comparava à Lei de Segurança Nacional de 1969, que permaneceu até 1983. Se você for ao site do
Senado e baixar a Lei de Segurança Nacional, vai lê-la em 20 minutos. Você imagina, na Lei de
Segurança Nacional de 1969, quantas vezes aparece o substantivo morte? Trinta e duas. Restabeleceu
a pena de morte. Em três artigos, a pena mínima era prisão perpétua, a máxima, pena de morte. Essa
lei foi revogada em 1983, ainda no governo Figueiredo. E a lei com que contamos hoje é a de 1983.
Uma vez que o inimigo interno é identificado, a Doutrina de Segurança Nacional é muito clara: é
preciso eliminá-lo - ponto. Eliminação do inimigo interno… Toda a mentalidade bolsonarista é essa.
Como, em tempos democráticos, você não pode eliminar as pessoas fisicamente, todo o governo
Bolsonaro é voltado para a destruição das instituições nas quais a mentalidade bolso-olavista acredita
que estão os inimigos. Ou seja, as instituições da cultura, da educação, da ciência, do meio ambiente,
dos direitos humanos e da cidadania.

Que mais?

O segundo eixo é algo surpreendente. A chave interpretativa é um projeto do Exército chamado Orvil,
que quer dizer livro ao inverso. Foi um projeto desenvolvido, de forma secreta, entre 1986 e 1989, sob
a liderança do ministro do Exército na época do (presidente) José Sarney, Leônidas Pires Gonçalves. E
pretendia ser uma resposta, simetricamente invertida, ao livro Brasil: Nunca Mais, de 1985. Porque o
livro Brasil Nunca Mais, com material obtido no Superior Tribunal Militar, trazia uma série de
depoimentos colhidos nos autos dos processos, de pessoas que diziam aos militares que os estavam
julgando: fui torturado em tais e quais condições. Como é que o Orvil responde a isso? Argumentando
que os grupos armados de esquerda especialmente entre 1967 e 1974 cometeram crimes. Quando
você escuta os discursos amalucados, os discursos pouco sensatos, do Carlos Bolsonaro, da família
Bolsonaro, de que os governadores estão tentando implantar uma ditadura comunista chinesa no
Brasil, você diz: é uma loucura. Não, não...

Por quê?

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Essa é a matriz narrativa


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internacional não estivesse tramando uma intriga de proporções vastas para transformação de um
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território de dimensões continentais, o Brasil, em uma China tropical. Isso está escrito no Orvil. O
subtítuloTerra
Produtos do livro é tentativas de tomada do poder.
Houve (segundo o livro) quatro tentativas. A
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primeira acontece entre 1922 e 1954 e fracassada Intentona Comunista de 1935 até a radicalização
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política com (Getúlio) Vargas. Fracassa porque o exército vence militarmente. De 1954 a 1964 é a
segunda tentativa de tomada do poder, que fracassa especialmente entre 61 e 64, com a radicalização
após a renúncia do Jânio, a assunção do João Goulart etc. De 1967/68 a 1974 é a tentativa através da
esquerda armada, os grupos de guerrilha urbana, sobretudo, derrotados militarmente. Então (de
acordo com o Orvil) a esquerda faz uma autocrítica e decide mudar de estratégia. Em lugar de recorrer
às armas, a esquerda principiará a fazer uma infiltração em todas as instituições. A esquerda (de
acordo com essa visão) começou a se infiltrar na imprensa, na televisão, em todos os meios da cultura
e sobretudo nas universidades e na educação como um todo. Com a finalidade de fazer com que a
Revolução ocorresse não pelo atrito das armas mas pelo convencimento dos corações e mentes. Mas
para que serve esse discurso? Aqui as duas pontas se atam. A Doutrina de Segurança Nacional prevê a
identificação do inimigo interno para a sua eliminação. Tudo é válido porque o inimigo é o comunista.
O comunista terrível, o comunismo que suprimirá as liberdades. O que permite aos bolsonaristas, em
2020, lançar mão de um silogismo absurdo: para restaurar a liberdade, intervenção militar.

E o terceiro elemento ao qual o senhor se referiu?

O terceiro elemento é o que eu chamo no livro de sistema de crenças Olavo de Carvalho. Porque a
pergunta é uma só: como foi que essas idéias se difundiram? Difundiram-se porque desde a década
de 1990 o Olavo de Carvalho principiou uma pregação que, de uma certa forma, tornou a matriz
narrativa do Orvil muito mais sofisticada. Mas, em última instância, quando você se dá conta da matriz
ativista do Olavo de Carvalho, é a mesma do Orvil: se existe comunista, ele precisa ser eliminado,
porque com o comunista não se pode dialogar, porque essencialmente todo comunista é dominado
por uma absoluta falta de caráter. Quando você monta o Sistema de Crenças Olavo de Carvalho, você
tem: "analfabetismo funcional"; "desonestidade intelectual"; "comunista tem de ser eliminado"; "existe
uma vasta conspiração internacional chamada globalismo para retirar a autonomia das nações";
"existe uma vasta conspiração no Brasil para hegemonia total e doutrinação da esquerda de modo tal
que a leitura do Antonio Gramsci permitiu dominar corações e mentes sem que nem soubessem que
estavam sendo dominados"... Um sistema de crenças não pode ser combatido racionalmente. Não
adianta eu perder o meu tempo explicando para as pessoas que os dados estão equivocados e que as
interpretações, por isso, são delirantes. Quanto mais você ataca um sistema de crenças desde o seu
exterior mais ele se fortalece internamente.

E qual seria o quarto elemento?

Houve uma coincidência inesperada entre esse tripé - Doutrina de Segurança Nacional,
Orvil/anticomunismo, Sistema de Crenças Olavo de Carvalho - e os evangélicos no Brasil. A
mentalidade neopentecostal é agônica, bélica e enxerga o dia a dia como uma batalha entre o bem
que se deve alcançar e o mal que nos persegue. Ora, você liga qualquer programa neopentecostal (na
televisão). Nesses programas, o princípio do qual se parte é que a vida nesta Terra é uma batalha
constante entre ele, o Diabo, Diabo mesmo, Satanás, e nós. E a narrativa é sempre a mesma. Há uma
queda provocada por ele, Satanás, que nos atormenta. E há uma redenção. A redenção é dada pela
força da palavra de Deus. Você viu o vídeo em que o Silas Malafaia, logo depois da eleição, fazia uma
espécie apresentação do Jair Bolsonaro ao templo? Para mim e para você, pareceria uma humilhação.
Para os 40 milhões de evangélicos não é. É uma consagração. É que Bolsonaro, que não dispunha de
dinheiro, não dispunha de estrutura partidária, que era isolado, que era sozinho, venceu. Por quê? Só
tem uma explicação (para os evangélicos), uma espécie de Teologia da Prosperidade aplicada a
política. Ele venceu porque é ungido de Deus. Sabe quantos votos Bolsonaro teve entre evangélicos?
Vinte e um milhões.

A combinação desses quatro elementos explica a resiliência do bolsonarismo, mesmo em um governo que
parece mais empenhado em con itos do que em governar?

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Tem um paradoxo, e isso


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surpreendente, pela força do bolsonarismo. Então, a guerra cultural bolsonarista assegurou ao Prosseguir

bolsonarismo uma força que o Bolsonaro nunca teve. Agora, há uma armadilha nisso. É que a guerra
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cultural bolsonarista assegura o êxito incomum do bolsonarismo como movimento político capaz de
causar paixão
Produtos Terramobilizadora, e, ao mesmo tempo, não permite que haja governo. Porque não há
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guerra cultural bolsonarista sem a invenção, em série, de inimigos. É uma ironia perversa. Desde que
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o governo começou, faça uma cronologia dos bodes expiatórios. Começou lá atrás com Gustavo
Bebbiano, terminou agora com Sérgio Moro.

Então a guerra cultural é o objetivo do governo?

A guerra cultural é o eixo do governo. Por isso mesmo, a guerra cultural não deixa que haja governo.
Esse é o paradoxo. Este governo vai entrar em colapso administrativo. A guerra cultural assegura o
êxito do bolsonarismo e impossibilita a ação do governo.

Isso explica a ação, ou não-ação, do governo as pandemia?

Justamente, exatamente. Eu não estou dizendo isso de maneira metafórica, estou dizendo de maneira
concreta. O que está acontecendo agora na pandemia é desastroso. Estamos falando de uma
quantidade inimaginável de pessoas neste País que não precisavam morrer. Não era necessário. Mas
qual é a atitude de Bolsonaro? O Bolsonaro nunca foi, pelo menos nunca vimos, visitando um hospital
para prestar solidariedade às famílias e para agradecer aos profissionais de saúde. Já vimos isso? Mas
vimos o Bolsonaro, nas suas lives, receitar remédio! Em lugar de administrar a crise, de vislumbrar um
futuro difícil e se antecipar a ele, o Bolsonaro gasta o tempo inteiro criando inimigos políticos. Ou seja:
o que temos é bolsonarismo em excesso para governo em absoluta ausência. Não temos governo, e
não teremos governo enquanto durar a guerra cultural bolsonarista.

O senhor cogitou que os grupos digitais bolsonaristas cariam mais extremistas, não?

Estão ficando. E não somente isso, as milícias digitais estão indo para as ruas. O caso absurdo deste
grupo dos 300… Aqui a coisa fica séria. Na minha hipótese original, antes do surto desta peste, eu
imaginava que o Brasil seguiria até 2022 em uma disputa insana de narrativas. Mas, com a presença
de uma peste, nós, seres humanos, temos um encontro marcado com aquilo que não queremos
jamais encontrar, que é a finitude, a morte. É muito claro: a morte não é um meme, e e vida não se
reduz à disputa de narrativas. Então, infelizmente, esta peste nos confronta com a necessidade de
observar com cuidado dados objetivos da realidade. Diante de uma peste, diante da morte, não temos
o direito de brincar de disputas narrativas. Os índices de rejeição do Bolsonaro aumentarão bastante,
e as perspectivas não são muito boas. Porque não se trata apenas da queda de um presidente. Isso já
aconteceu entre nós: Fernando Collor, Dilma Rousseff. Não se trata do final melancólico de uma
presidência - já ocorreu conosco, Fernando Henrique Cardoso. Trata-se de um presidente cujos filhos
enfrentam sérios problemas na Justiça. Bolsonaro terá uma resistência enorme a reconhecer o
término do seu governo. Porque o que está envolvido, para ele, em última instância, não é o Brasil,
não é projeto de Brasil. O que está envolvido é a defesa da família. Precisamos considerar que esse
grupo dos 300, que eram 30… Temos de resistir à tentação de reduzi-los à caricatura. São o embrião
de algo muito perigoso, que é a formação de milícias paramilitares. As polícias militares têm uma forte
inclinação bolsonarista. Haverá um recrudescimento muito grande da tensão, porque quando a
peste… Eu prefiro falar peste, para que as pessoas compreendam. Então, a peste, quando estiver
controlada, a economia estará em uma recessão profunda, muito provavelmente, pelas projeções,
será a mais séria recessão da história brasileira, superior aos dois PIBs negativos do governo Dilma
Rousseff em 2014 e 2015, o desemprego aumentará muito, o que significa que a tensão social estará
em uma escala muito alta. Nesse momento, o governo Bolsonaro estará provavelmente em
desintegração acelerada, ficará cada vez mais claro, a não ser para os apoiadores fanáticos, que o
bolsonarismo, quanto mais é exitoso, mais fracassado é o governo do Bolsonaro. Nunca vimos qual
seria o projeto do Bolsonaro para o País. Nunca houve uma apresentação formal. O governo
Bolsonaro é uma arquitetura da destruição. Por volta de setembro, outubro, acho que vamos estar em
uma situação como há décadas não imaginávamos que poderíamos viver.

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A prisão do Queiroz e seus desdobramentos deverão acelerar a distinção entre apoiadores e eventuais
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eleitores de Bolsonaro. Estes últimos votaram menos no capitão e muito mais contra o PT. Eles
certamente
Produtos Terraabandonarão, se já não
abandonaram o barco, se a corrupção bolsonarista for
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comprovada. Por outro lado, os apoiadores, imagino que 15%, talvez 20% dos 57 milhões de votos de
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Bolsonaro, tendem a negar qualquer evidência e permanecer fiéis ao bolsonarismo.

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Bolsonaro atribui
'morte, invalidez'
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