Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
DE INFORMAÇÃO
Legislação
www.esab.edu.br
Direito e Legislação
Diretor Geral
Nildo Ferreira
Diretora Acadêmica
Ignêz Martins Pimenta
Coordenadora do Núcleo de Educação a Distância
Ignêz Martins Pimenta
Coordenadora do Curso de Administração EAD
Giuliana Bronzoni Liberato
Coordenador do Curso de Pedagogia EAD
Custodio Jovencio
Coordenador do Curso de Sistemas de Informação EAD
David Gomes Barboza
Design Educacional
Bruno Franco
Design Gráfico
Bruno Franco
Diagramação
Gabriel Felipe
Equipe Acadêmica da ESAB
Coordenadores dos Cursos
Docentes dos Cursos
Copyright © Todos os direitos desta obra são da Escola Superior Aberta do Brasil.
www.esab.edu.br
Av. Santa Leopoldina, nº 840
Coqueiral de Itaparica - Vila Velha, ES
CEP 29102-040
Apresentação
Caro estudante:
Seja bem-vindo! Você já deve estar acostumado com esse universo tecnológico a
sua volta. A todo momento recebe uma notificação do Facebook informando que
alguém comentou o post que você fez, ou um Twitter, comunicando uma notícia
que você precisava saber. Todos os dias, percebemos, cada vez mais, como somos
dependentes da tecnologia. Com os smartphones, pequenos computadores de mão,
estamos cada vez mais conectados à rede mundial de computadores.
Como disse Eric Schmidt (2015), diretor-executivo da Google, a Internet desapare-
cerá, pois ela estará tão diluída em nosso dia a dia que não mais poderemos falar
que precisamos nos conectar a ela.
Essa declaração deixa claro como ainda seremos impactados pelos avanços da tec-
nologia da informação. E para que isso não produza resultados negativos em nossa
sociedade, o Direito precisa acompanhar essas alterações. Ao contrário do que se
pensa, a Internet e o Mundo da Informação não são terras sem lei.
Por isso, como aluno do Curso de Sistemas de Informação, é preciso deter os conhe-
cimentos necessários para saber trabalhar corretamente com a tecnologia dentro
do universo jurídico. E esse é, justamente, a nossa proposta.
Objetivo
Inicialmente, o nosso objetivo é compreender a organização do Estado Brasileiro.
Logo após, as principais leis que cercam o nosso cotidiano serão analisadas,
momento em que, aquelas que possuem relação direta com a área da Tecnologia
da Informação serão abordadas. Ao final, você terá ciência dos principais caminhos
que terá que trilhar para que o exercício de sua profissão jamais entre em conflito
com as previsões legais.
Habilidades e competências
• Compreender a organização do Estado Brasileiro de forma a perceber como
funcionam seus poderes e seus, respectivos, órgãos.
• Compreender a importância do ordenamento jurídico para as relações sociais e
para a tecnologia da informação.
• Conhecer as principais legislações que regem a convivência em sociedade.
• Conhecer as principais previsões legais aplicáveis à tecnologia da informação.
• Conhecer casos práticos, enfrentados pela justiça brasileira, relacionados à
tecnologia da informação
Ementa
Noções de legislação trabalhista, comercial e fiscal. Direitos autorais. Ética e
Manipulação de Dados Eletrônicos. Proteção à Propriedade Intelectual. Lei de
software. Dos crimes na informática.
Sumário
1. Introdução à organização do Estado Brasileiro: breve histórico e conceitos gerais
necessários para o entendimento das leis existentes........................................................8
2. Introdução às Normas do Direito Brasileiro: disposições gerais necessárias à
compreensão da aplicação das leis.................................................................................12
3. Sigilo constitucional das comunicações: os limites estatais para a interceptação das
comunicações. ...............................................................................................................15
4. A Privacidade na Era da Informação – Quando a inexistência de leis torna os indivíduos
vulneráreis. ...................................................................................................................19
5. Responsabilidade Civil – Homem Médio e Atos Ilícitos Digitais......................................23
6. Responsabilidade Civil – Espécies de Responsabilidade Civil.........................................27
7. Crimes Digitais – Fundamentos.....................................................................................31
8. Crimes Digitais – Características do Processo Penal e Crimes em espécie......................35
9. Determinação de preços nos canais de distribuição.......................................................39
10. Crimes Digitais – Crimes em espécie: Convenção sobre Cibercrime de Budapeste e a Lei
de Crimes de preconceito de raça e cor...........................................................................43
11. Crimes Digitais – Crimes em espécie: o anonimato constitucional e sua utilização na
Internet..........................................................................................................................47
12. Crimes Digitais e Responsabilidade Civil na Violência contra a Criança e o Adolescente, e
a Mulher. .......................................................................................................................51
13. A Perícia Forense aplicada à Informática e o trabalho do Perito e do Assistente Técnico
Processual......................................................................................................................55
14. Direito Civil: Personalidade Jurídica e Tipos Societários..................................................59
15. Modalidades de Trabalho: Microempreendedor Individual – MEI..................................62
16. Modalidades de Trabalho: Celetistas e Estatutários........................................................66
17. Constituição Federal e Consolidação das Leis do Trabalho – CLT: principais direitos e
deveres..........................................................................................................................70
18. Legislação Específica – Decreto número 7.962/2013.....................................................75
19. Marco Civil da Internet: Histórico e Estrutura da Lei.......................................................80
20. Marco Civil da Internet: Disposições Preliminares...........................................................83
21. Marco Civil da Internet: Disposições Preliminares...........................................................87
22. Marco Civil da Internet: Neutralidade da Rede...............................................................91
23. Marco Civil da Internet: Guarda de logs..........................................................................95
24. Marco Civil da Internet: Conteúdo Gerado por Terceiros................................................. 99
25. Marco Civil da Internet: Ata Notarial e Prova Digital.....................................................102
26. Propriedade Intelectual – Lei número 9.610/1998......................................................106
27. Propriedade Intelectual do Programa de Computador – Lei número 9.609/1998........110
28. Legislação Específica – Decreto número 8.135/2013...................................................115
29. Direito das Sucessões na Era da Informação – Herança Digital.....................................119
30. Tendências do Direito da Tecnologia da Informação.....................................................123
Glossário.............................................................................................................................126
Referências.........................................................................................................................128
Introdução à organização do
Estado Brasileiro: breve histórico e
1 conceitos gerais necessários para o
entendimento das leis existentes.
Objetivo
Conhecer a organização do Estado Brasileiro para entender sua
organização legislativa.
Com a entrega do poder pela Ditadura, ele voltou para as mãos do povo,
reestabelecendo a Democracia. Democracia vem do grego e significa
demos (povo) + kratos (poder). Logo, a Democracia é o regime político
em que o “Poder emana do Povo”. Isso se comprova quando o povo tem
o poder de votar e escolher os seus representantes. Além disso, o Brasil
se constitui uma República, que, da mesma forma, vem do latim res
publica, que significa coisa pública. Logo, podemos dizer que o Brasil é
uma República Democrática, mais precisamente, República Federativa
do Brasil de 1988.
www.esab.edu.br 8
Federal e consigna a separação dos poderes, quais sejam, o Legislativo, o
Executivo e o Judiciário. Mas o que é e o que faz cada um deles?
Saiba mais
Você sabia que os Deputados Federais representam
os interesses do Povo enquanto os Senadores
representam os interesses dos Estados? Acesse os
portais de cada Casa para se inteirar: http://www2.
camara.leg.br/ (Câmara dos Deputados) e http://
www.senado.gov.br/ (Senado).
Quanto aos Estados, estes também são organizados por meio das
Constituições Estaduais e suas leis são criadas pelas Assembleias
Legislativas. Já os Municípios são criados pelas Leis Orgânicas dos
Municípios que funcionam como se fossem suas Constituições. Sua casa
legislativa é a Câmaras dos Vereadores.
www.esab.edu.br 9
Governador é o representativo do Poder Executivo Estadual, e o Prefeito
é o mandatário do Poder Executivo Municipal.
www.esab.edu.br 10
Ademais, a Justiça também possui divisões por especialidades, como é o
caso da Justiça do Trabalho, composta pelas Varas do Trabalho, Tribunais
Regionais do Trabalho e pelo Tribunal Superior do Trabalho, da Justiça
Eleitoral, constituída pelos Tribunais Regionais Eleitorais e pelo Tribunal
Superior Eleitoral, e da Justiça Militar, representada pelo Superior
Tribunal Militar.
www.esab.edu.br 11
Introdução às Normas do Direito
Brasileiro: disposições gerais
2 necessárias à compreensão da
aplicação das leis.
Objetivo
Conhecer as principais disposições do Decreto-Lei número 4.657, de
04 de setembro de 1942.
www.esab.edu.br 12
“‘lei é uma regra que, emanando de autoridade competente, é imposta,
coativamente, à obediência de todos” (Clóvis Beviláqua); ou ‘lei é um preceito comum
e obrigatório, emanando do poder competente e provido de sanção.’ (Washington de
Barros Monteiro).
É um preceito comum porque é norma, regra de proceder, que se dirige
indistintamente a todos os membros da coletividade, sem exclusão de ninguém. A lei
ou rege a todos ou não rege.
A lei é obrigatória. Ela ordena e não aconselha. Ninguém se subtrai ao seu tom
imperativo e ao seu campo de ação.”
(itálico no original)
Você sabia que “ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não
a conhece”? É o que diz o art. 3º desse decreto-lei. Mas o que isso quer
dizer? Que dizer que ninguém que vier a ser processado poderá alegar
que desconhecia a lei, e, por isso, não a cumpriu.
Por essas situações e pelo que já foi dito acima é que no Brasil o
direito precisa estar previsto em leis e isso se faz importante.Embora
o exemplo tenha sido simplório , essa previsão legal se aplica a toda e
qualquer situação, em que uma norma poderia ser aplicada e alguém,
propositalmente ou não, a ignorou.
www.esab.edu.br 13
Dizer que uma lei é omissa, significa dizer que ela não tratou um caso
concreto com o qual o juiz veio a se deparar, restando agora, para ele,
a responsabilidade de julgar. Isso porque, “não é possível ao legislador
prever, no texto abstrato da lei, todas as situações da vida que decorrem
das relações entre as pessoas.” (VIOLANTE, 2000, p. 24) Assim, quando
esses casos ocorrerem, o juiz poderá recorrer àquelas três situações já
citadas.
www.esab.edu.br 14
O sigilo constitucional das
comunicações: os limites
3 estatais para a interceptação das
comunicações.
Objetivo
Compreender quais interceptações de comunicações podem ser
realizadas, bem como os limites impostos a elas.
www.esab.edu.br 15
uma investigação seja iniciada pela Polícia Civil, ela poderá solicitar tão
somente esse prazo para monitorar e gravar as conversas e mensagens
trocadas. Entretanto, vale mencionar que, na prática, infelizmente,
algumas vezes não ocorre dessa forma.
www.esab.edu.br 16
II – ocupação e uso temporário de bens e serviços públicos, na hipótese de
calamidade pública, respondendo a União pelos danos e custos decorrentes.
§ 2º O tempo de duração do estado de defesa não será superior a trinta dias, podendo
ser prorrogado uma vez, por igual período, se persistirem as razões que justificaram a
sua decretação. (grifos nossos)
www.esab.edu.br 17
A guarda de logs prevê que algumas informações de conexão com a
Internet quanto de acesso às aplicações de Internet sejam salvas para
futura utilização, se for o caso.
www.esab.edu.br 18
A Privacidade na Era da Informação
4 – Quando a inexistência de leis
torna os indivíduos vulneráreis.
Objetivo
Compreender a proteção do direito à privacidade, a vida privada e a
intimidade, bem como, analisar os limites existentes a sua violação.
www.esab.edu.br 19
A vida privada pode ser entendida como as relações pessoais que você
possui dentro ou fora de sua residência, com os seus familiares, amigos e
colegas de trabalho.
Por isso cada vez mais empresas vêm explorando essas capacidades de
forma a traçar o perfil dos internautas sobre seus hábitos de consumo e
comportamento. Apesar dessa conduta parecer contrária ao direito, na
maioria das vezes, elas estão previstas nos Termos de Uso dos sites que
as coletam, e o próprio usuário é quem aceita essa contrato de adesão,
permitindo o armazenamento e utilização de seus dados pessoais.
www.esab.edu.br 20
Saiba mais
A problemática dos Termos de Uso e de Privacidade
é profundamente analisada no filme Terms and
Conditions May Apply. Assista para que você possa
entender melhor essa questão.
Da mesma forma como foi feito com o Marco Civil da Internet, que
será visto na Unidade 19, também o Anteprojeto de Lei para Proteção
de Dados Pessoais recebeu colaborações de todos os internautas que
participaram de sua redação. Esse anteprojeto é fruto, novamente, da
iniciativa do Ministério da Justiça.
www.esab.edu.br 21
Para acessar o Anteprojeto e Lei para Proteção de Dados Pessoais, veja o link: http://
participacao.mj.gov.br/dadospessoais/
Entretanto, ainda que existam leis que protejam os dados pessoais dos
usuários, entender como a tecnologia funciona e fazer um melhor uso
dela continua sendo a melhor solução. Com esse tipo de cuidado, leis
como as que estão sendo elaboradas com o anteprojeto supramencionado
somente precisariam ser utilizadas, caso alguma empresa as violasse,
realizando, indiscriminadamente, uma coleta de dados contra a vontade
do usuário.
Estudo complementar
Estudamos nesse capítulo como o Direito
à Privacidade vem sendo desrespeitado,
principalmente, por não existirem leis que tratem
especificamente das questões envolvendo a
tecnologia. Para entender mais sobre como a
tecnologia fere o Direito à Privacidade, realize uma
pesquisa no site TED.COM sobre o caso Malte Spitz.
www.esab.edu.br 22
Responsabilidade Civil – Homem
5 Médio e Atos Ilícitos Digitais.
Objetivo
Entender o conceito de Homem Médio e de Responsabilidade Civil.
A essa altura da disciplina, você já deve saber que ninguém pode alegar
que não cumpriu a lei porque a desconhecia, certo? Da mesma forma,
para que o direito seja corretamente aplicado, é preciso que haja um nível
mínimo de conhecimento acerca dos fatos do cotidiano, ou seja, daquilo
que é de sabedoria pública. A isso, dá-se o nome de entendimento do
Homem Médio.
www.esab.edu.br 23
usuário possui os conhecimentos médios necessários para a correta
utilização da Internet e da tecnologia a ela associada.
www.esab.edu.br 24
Baixar é o ato de realizar o download de um programa na Internet.
O Código Civil traz essa previsão, quando trata do Ato Ilícito. Ele está
previsto nos artigos 186 e 187 desse código. São eles:
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência,
violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato
ilícito.
Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede
manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou
pelos bons costumes.
É por isso que o Código Civil obriga aquele que praticar um ato ilícito, a
reparar quem por ele foi prejudicado. Essa previsão legal é feita pelo art.
927 do código, conforme segue:
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica
obrigado a repará-lo.
Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa,
nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida
pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem.
www.esab.edu.br 25
Responsabilidade Civil. Após isso, será demonstrado qual o seu impacto
sobre a área da Tecnologia da Informação.
www.esab.edu.br 26
Responsabilidade Civil – Espécies
6 de Responsabilidade Civil.
Objetivo
Conhecer as espécies de Responsabilidade Civil relativas à Tecnologia
da Informação.
Entretanto essa execução nem sempre possui uma finalidade boa, como
por exemplo, pesquisar cálculos matemáticos para a cura do câncer.
Muito pelo contrário, um botnet é capaz de enviar SPAMs ou de realizar
ataques de Negação de Serviço , ou Denial-of-Service – DDOS.
www.esab.edu.br 28
Essa responsabilidade está ligada também a forma de gestão dos serviços
de um provedor. Por exemplo, sempre que houver uma manutenção
programada que gerará indisponibilidade do acesso ou serviço, é preciso
que o provedor, seja de acesso, seja de aplicação de Internet, comunique
a seus usuários para que possam, com antecedência, tomar as medidas
necessárias para que eles não sejam impactados. Caso venham a ser, os
provedores poderão responder por eventuais danos.
Sua conduta, inclusive, pode traduzir sempre sua intenção, pois não será
aceito que você diga que desconhecia as consequências de determinada
atitude com a tecnologia, uma vez que possui um curso específico na
área.
www.esab.edu.br 29
a indenizar caso isso tenha gerado um prejuízo. Novamente, não serão
aceitas alegações sobre o desconhecimento da tecnologia.
Fórum
Caro estudante, dirija-se ao Ambiente Virtual de Aprendizagem
e participe do primeiro Fórum desta disciplina. Lembre-se de
que esta atividade permite a interação entre você, seu tutor
e colegas de curso. Sua participação é fundamental para o
processo de aprendizagem significativa. Vamos lá?
www.esab.edu.br 30
7 Crimes Digitais – Fundamentos.
Objetivo
Entender o conceito de Crime e Crime Digital e identificar sua
ocorrência.
Você já deve ter ouvido falar sobre Crime Digital e tem noção de que são
crimes cometidos no mundo virtual. Contudo, não é somente na grande
rede que se cometem crimes digitais.
Por esse motivo, crime é crime, não importando onde ele ocorra. “Crime
é uma conduta (ação ou omissão) contrária ao Direito, a que a lei atribui
uma pena.” (Mirabete, apud Manoel Pedro Pimentel, 2015). Assim,
quando se diz que um crime é virtual, quer dizer que, de alguma forma,
ele tocou o mundo digital, mas deve ficar claro que isso é apenas uma
questão de nomenclatura.
Vale mencionar que o crime não exclui a responsabilidade civil, vista nas
Unidades 5 e 6.
www.esab.edu.br 31
Negativo! Quando se cria um crime, tipifica-se uma conduta. Isso quer
dizer que pouco importa onde, se no real ou virtual, ou com o quê, com
ou sem computador. Crime é crime. Apenas se uma nova conduta surgir,
é que um novo crime terá que ser criado. Por exemplo, se alguém furtar
uma carteira cheia de dinheiro ou furtar um computador, furto é furto.
Não quer dizer que se foi de um computador, o furto foi virtual.
Art. 171 – Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio,
induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro
meio fraudulento:
Essa situação aconteceu com a atriz Glória Pires (G1, 2013), quando ela
recebeu um e-mail de um amigo e acabou depositando o dinheiro que
ele solicitava na mensagem. Após ter feito o depósito, ficou sabendo que
o amigo havia sido hackeado e acabou não recebendo o dinheiro.
www.esab.edu.br 32
Leis 12.735/2012 e 12.737/2012 ,que criam condutas específicas que
somente podem ser realizadas por intermédio da tecnologia.
Hackeado é um termo que quer dizer que alguém foi enganado por meios
tecnológicos.
www.esab.edu.br 33
No exemplo acima, se o cracker executa o seu ataque de outro país, mas a
consequência disso é percebia no Brasil, qual lei será aplicada? A do país
de origem ou a do Brasil? A isso chama-se Lugar do Crime.
www.esab.edu.br 34
Crimes Digitais – Características
8 do Processo Penal e Crimes em
espécie.
Objetivo
Analisar e entender os tipos de ação penal e os crimes digitais em
espécies.
Para que você saiba requerer seus direitos, é preciso entender como o
processo se inicia e se desenvolve até o final. Para isso, é preciso entender
um pouco o funcionamento da justiça criminal.
www.esab.edu.br 35
Os tipos de ação penal variam de acordo com cada crime. E o prazo para
se propor essa ação é de 06 (seis) meses (art. 38 do Código de Processo
Penal) contados a partir da data em que se conheceu o autor do crime.
Mas o que isso quer dizer na prática? Quer dizer que se você sofrer
injúria e não buscar a justiça, ninguém será processado. Mas se
cometerem um crime de ação pública incondicionada ou condicionada,
certamente responderá a uma ação.
www.esab.edu.br 36
Geralmente, os crimes envolvendo a tecnologia não possuem penas
muito elevadas, ficando a sua prescrição entre 03 (três) ou 04 (quatro)
anos. Na unidade a seguir, veremos que os crimes digitais criados
possuem, no máximo 04 anos de prazo.
Por esse motivo, a maioria desses crimes são processados de acordo com
a Lei número 9.099, de 26 de setembro de 1995. Essa é a famosa lei dos
Juizados Especiais Cíveis e Criminais.
www.esab.edu.br 37
Se não houver um valor aceitável pela Vítima, será proposta a Transação
Penal. Em fato, ela se traduz numa pena restritiva de direito, como pintar
uma escola ou outro serviço útil à comunidade. No entanto, na maioria
dos casos, consiste no pagamento de cestas básicas que são enviadas às
instituições carentes. Essa etapa é um direito do criminoso (Réu), ou seja,
é ele quem decide se aceita ou não.
Agora que você já domina o sistema penal brasileiro, vale examinar as leis
que criaram os primeiros crimes, envolvendo a tecnologia no Brasil. É o
que veremos na unidade a seguir.
www.esab.edu.br 38
Crimes Digitais – Crimes em
espécie: Convenção sobre
9 Cibercrime de Budapeste e a Lei de
Crimes de preconceito de raça e cor.
Objetivo
Analisar e entender os crimes digitais em espécies.
www.esab.edu.br 39
Saiba mais
Renato Ribeiro, especialista em Segurança da
Informação, fez um vídeo em que exibe uma falha
de segurança no sistema de bicicletas do banco
Itaú. A falha exibe dados de clientes e permite que
as bicicletas sejam retiradas, sem nem mesmo o
usuário possuir conta no referido banco. Para ver o
vídeo, acesse: https://youtu.be/0aYCM26m66E
Além disso, a Convenção criou a Rede 24/7 que cada Estado deverá
possuir, interligando os demais países-membros do conselho. Dentre as
principais características, essa rede propicia:
www.esab.edu.br 40
Como já abordado, o Brasil também criou tipos específicos de crimes
que tratam do uso da tecnologia para o seu cometimento. As leis foram
criadas logo após o episódio ocorrido com a atriz Carolina Dieckmann,
tanto que uma das leis recebeu o nome da vítima.
Ele alterou o inciso II do §3º do art. 20 da referida lei que prevê que
o Juiz pode, ouvido o Ministério Público, interromper “transmissões
radiofônicas, televisivas, eletrônicas ou da publicação por qualquer meio”
para que se interrompa a realização do crime de racismo, caso este esteja
sendo executado por meio eletrônico, por exemplo.
www.esab.edu.br 41
§2º Aplicam-se as penas em dobro se o crime é cometido por
ocasião de calamidade pública.
www.esab.edu.br 42
Crimes Digitais – Crimes em
10 espécie: Crime de Invasão de
Dispositivo Informático.
Objetivo
Analisar e entender o crime de Invasão de Dispositivo Informático.
www.esab.edu.br 43
Sobre a redação que fala “e com o fim de obter, adulterar ou destruir
dados ou informações sem autorização expressa ou tácita do titular do
dispositivo”, diz respeito à intenção do agente sobre as informações
contidas na máquina. A autorização mencionada quer dizer que o
proprietário não pode consentir, em momento algum, o acesso que for
realizado.
§1º Na mesma pena incorre quem produz, oferece, distribui, vende ou difunde
dispositivo ou programa de computador com o intuito de permitir a prática da
conduta definida no caput.
Há uma grande controvérsia com essa previsão legal, pois ela pode
transformar em crimes uma profissão existente no mercado, que são os
Pentesters. Esses indivíduos são profissionais de segurança da informação
e são contratados para invadir a rede ou o servidor de um cliente. Para
isso, eles constroem os mais variados tipos de programa.
Por fim, tem-se uma proteção maior, e com razão, dos dados de
autoridades brasileiras, conforme segue:
www.esab.edu.br 45
Contudo, mesmo com esse aumento, ainda que o dispositivo informático
violado seja o do Presidente da República, o crime será processado
conforme a Lei dos Juizados Especiais.
www.esab.edu.br 46
Crimes Digitais – Crimes
em espécie: o anonimato
11 constitucional e sua utilização na
Internet.
Objetivo
Analisar os riscos do entendimento e do uso incorreto do anonimato
na Internet, verificando os crimes aplicáveis.
www.esab.edu.br 47
brasileiros acusados de praticar o crime de pedofilia na Deep Web
(ESTADAO, 2014).
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade
do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos
seguintes:
[...]
IV – é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato; (grifo nosso)
www.esab.edu.br 48
A criação de perfis falsos tem uma utilização claramente criminosa, como
o ocorrido com o diretor da Globo, Jorge Fernando, que teve um perfil
falso criado onde cobrava dinheiro de jovens atores (TVFOCO, 2015).
Inclusive você pode não estar livre dessa prática. Então, sempre que for
conversar com algum contato de uma rede social, certifique-se de que,
numa situação em que ele peça dinheiro, de que seja ele mesmo que
conversa com você.
Porém, existe uma prática que consiste em criar um outro nome para
si próprio de forma a ficar conhecido por ele. Esse tipo de conduta é
autorizado por lei e está previsto no art. 19 do Código Civil que se
transcreve a seguir.
Art. 19. O pseudônimo adotado para atividades lícitas goza da proteção que se dá ao
nome.
Como exemplo, cita-se o senhor Senor Abravanel. Se você leu esse nome,
mas não o reconheceu, talvez reconheça o nome Silvio Santos, que é o
pseudônimo de Senor Abravanel.
www.esab.edu.br 49
Portanto, agora você já sabe que não existe anonimato na Internet e que
qualquer tipo de conduta que se valha dele será investigada e julgada
pelo Poder Público, ou seja, a partir do momento em que se verifica
essa conduta, todo o aparelho estatal será utilizado para encontrar o
criminoso de forma que ele sofra as sanções legais previstas para esse
crime. A única forma de ser, legalmente, conhecido por um nome
diferente do seu é o pseudônimo.
www.esab.edu.br 50
Crimes Digitais e Responsabilidade
12 Civil na Violência contra a Criança e
o Adolescente, e a Mulher.
Objetivo
www.esab.edu.br 51
Caso o ofensor divulgue imagens, mas não possua nenhum vínculo com
a vítima, o seu crime será o de difamação, de acordo com o art. 139 do
CP, sendo a pena de três meses a um ano, e multa.
Art. 7º São formas de violência doméstica e familiar contra a mulher, entre outras:
[...]
V – a violência moral, entendida como qualquer conduta que configure calúnia,
difamação ou injúria.
www.esab.edu.br 52
Contudo, também existem casos em que não ocorreram suicídios, como
o caso da jovem Fran (G1, 2013) e da Thamiris Sato (BHAZ, 2014), de
21 anos. Mesmo assim, Fran precisou mudar-se de cidade e a Thamiris
teve que suportar todo tipo de comentário, que ocorria, inclusive, no
ambiente acadêmico da USP. Na verdade, Thamiris teve uma atitude que
se mostra o mais indicada nos casos de Pornô de Vingança. A vítima não
se intimida e enfrenta a situação da forma que entende ser melhor, sem
que para isso deixe de observar a lei.
www.esab.edu.br 53
Art. 241-A. Oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, distribuir, publicar ou divulgar
por qualquer meio, inclusive por meio de sistema de informática ou telemático,
fotografia, vídeo ou outro registro que contenha cena de sexo explícito ou
pornográfica envolvendo criança ou adolescente:
Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.
§1º Nas mesmas penas incorre quem:
I – assegura os meios ou serviços para o armazenamento das fotografias, cenas ou
imagens de que trata o caput deste artigo;
II – assegura, por qualquer meio, o acesso por rede de computadores às fotografias,
cenas ou imagens de que trata o caput deste artigo.
§2º As condutas tipificadas nos incisos I e II do § 1o deste artigo são puníveis quando
o responsável legal pela prestação do serviço, oficialmente notificado, deixa de
desabilitar o acesso ao conteúdo ilícito de que trata o caput deste artigo.
Art. 241-B. Adquirir, possuir ou armazenar, por qualquer meio, fotografia, vídeo
ou outra forma de registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica
envolvendo criança ou adolescente:
Por isso, muita atenção sobre quais imagens são salvas em sua máquina.
Lembrando-se que o simples acesso a sites de conteúdo pornográfico
gera armazenamento de imagens em seu computador, como é o caso do
cache do navegador. O ideal é evitar qualquer contato com esse tipo de
publicação.
www.esab.edu.br 54
A Perícia Forense aplicada à
13 Informática e o trabalho do Perito
e do Assistente Técnico Processual.
Objetivo
Entender o que é uma Perícia Forense aplicada à Informática para
compreender o trabalho de um Perito Judicial e de um Assistente
Técnico.
www.esab.edu.br 55
É claro que cada equipamento computacional necessita de um tipo
diferente de análise, entretanto, é preciso seguir técnicas específicas para
a correta coleta e preservação do material recebido ou apreendido para
análise.
Agora, é preciso entender todos os dados que foram obtidos com as duas
primeiras fases. É a etapa de análise. É aqui que as evidências digitais
encontradas serão examinadas para se verificar a relação com o delito
investigado. Contudo, um dispositivo de armazenamento computacional
pode ter milhões de arquivos, logo, várias técnicas podem ser
empregadas de forma a auxiliar o trabalho do Perito, como a pesquisa
por palavras-chave ou utilizando-se ferramentas de apoio.
www.esab.edu.br 56
as evidências digitais, encontradas nos materiais examinados.”
(ELEUTÉRIO e MACHADO, 2010, p. 70). Nesse laudo o Perito deve
ser imparcial e não emitir nenhum tipo de opinião, mas, tão somente,
descrever o que foi encontrado ou o que foi perguntado, no caso de se ter
que responder a quesitos .
Após entender qual é o papel de um Perito, saiba que você pode ser
nomeado como Perito também. Essa previsão se encontra no art. 145 do
Código de Processo Civil. Além disso, caso uma das partes numa ação
veja que precisa de um Perito particular, ela pode indicar um Assistente
Técnico.
Quesitos são perguntas elaboradas pelos advogados das partes, pelo juiz ou pelo
delegado.
www.esab.edu.br 57
Além do perito, você também pode ser um Assistente Técnico Processual,
ou seja, você será o perito de uma das partes do processo. Isso acontece
para que a ampla defesa seja observada, e esse Assistente Técnico pode
questionar o laudo do Perito Judicial.
Está mais animado para concluir o seu curso? É claro que sim! Agora
sabendo que tudo o que está aprendendo poderá ser utilizado numa
função de Perito Judicial ou de Assistente Técnico.
Tarefa dissertativa
Parabéns! Até agora, você estudou sobre a
organização política interna do Brasil, alguns
direitos fundamentais, como o sigilo das
comunicações e o direito à privacidade, e, sobre
responsabilidade civil e crimes digitais.
Elabore um trabalho escrito, analisando os assuntos
estudados sob a perspectiva da proteção que as leis
atuais conferem aos indivíduos em detrimento dos
constantes e rápidos avanços tecnológicos..
www.esab.edu.br 58
Direito Civil: Personalidade
14 Jurídica e Tipos Societários.
Objetivo
Entender o conceito de personalidade jurídica e os tipos societários
existentes no Direito Civil brasileiro.
“[...] no sentido mais comum, como o ente personalizado composto de duas ou mais
pessoas físicas, unidas por um nexo, visando a uma finalidade específica, e com
capacidade para realizar vários atos da vida civil; ou o ente público instituído por lei,
mas que pressupõe normalmente a presença de vários indivíduos; ou o acervo de
bens com destinação especial, no qual também se congregam indivíduos.” (RIZZARDO,
2012, p. 21)
www.esab.edu.br 59
Após se constituir, a pessoa jurídica através do registro do Contrato
Social é que ela começara a existir e poderá praticar os atos jurídicos
mencionados. Desse modo, conclui-se que o referido contrato é o
documento que deve conter todas as informações sobre a Pessoa Jurídica.
• Associações:
www.esab.edu.br 60
Você e seus colegas de turma, por exemplo, poderiam criar uma
associação e iniciar um debate sobre as profissões ligadas à tecnologia. O
custo de uma associação não é muito elevado. O único pré-requisito é
possuir um bom planejamento para não haver retrabalho.
• Sociedades:
www.esab.edu.br 61
compor o Capital Social da empresa, sendo este último, o somatório dos
valores que cada sócio integralizou.
www.esab.edu.br 62
Modalidades de Trabalho:
15 Microempreendedor Individual –
MEI.
Objetivo
Apresentar as normas que regem o Microempreendedor Individual –
MEI de forma a propiciar ao aluno a compreensão sobre as principais
características dessa modalidade de trabalho.
Após ter visto os tipos societários que podem ser utilizados conforme
o direito brasileiro, vale adentrar ao tema do Microempreendedor
Individual – MEI.
www.esab.edu.br 63
• R$ 1,00 (hum real) fixo por mês, caso a atividade seja de comércio
ou indústria;
• R$ 5,00 (cinco reais) fixos por mês, caso a atividade seja prestação de
serviços.
Para acessar o site Portal do Microempreendedor – MEI acesse: http://www.
portaldoempreendedor.gov.br/
www.esab.edu.br 64
contratação de funcionário. E os custos são menores que os das empresas
convencionais. Por exemplo, caso sua MEI contrate um funcionário, o
recolhimento mensal será de 3% (três por cento) de previdência e 8%
(oito por cento) de FGTS do salário-mínimo por mês, que totalizam
R$ 86,68 (oitenta e seis reais e sessenta e oito centavos). Já o empregado
contribuirá com 8% (oito por cento) sobre o salário para a Previdência.
Saiba mais
Acesse o link http://www.portaldoempreendedor.
gov.br/ e pesquise mais sobre essa modalidade de
trabalho.
www.esab.edu.br 65
Modalidades de Trabalho:
16 Celetistas e Estatutários.
Objetivo
Apresentar as diferenças entre os regimes celetista e estatuário,
ressaltando as principais características de cada regime.
www.esab.edu.br 66
que contribuem com o Regime Geral de Previdência Social – RGPS do
Ministério da Previdência Social – MPS.
Contudo, existem situações em que a CLT não deve ser aplicada. Esses
casos ocorrem, pois determinadas profissões ou relações de trabalho
possuem leis específicas que os regem, como é o caso, por exemplo, dos
Trabalhadores Avulsos, que têm sua relação de emprego prevista pela Lei
número 12.815, de 05 de junho de 2013.
www.esab.edu.br 67
§ 1º As atribuições do cargo podem justificar a exigência de outros requisitos
estabelecidos em lei.
§ 2º Às pessoas portadoras de deficiência é assegurado o direito de se inscrever em
concurso público para provimento de cargo cujas atribuições sejam compatíveis com a
deficiência de que são portadoras; para tais pessoas serão reservadas até 20% (vinte
por cento) das vagas oferecidas no concurso.
§ 3º As universidades e instituições de pesquisa científica e tecnológica federais
poderão prover seus cargos com professores, técnicos e cientistas estrangeiros, de
acordo com as normas e os procedimentos desta Lei.
www.esab.edu.br 68
Mas por ser mais usual, acredita-se que o regime celetista seja o mais
pertinente para se realizar um maior aprofundamento, inclusive, para que
você possa deter os principais conhecimentos sobre a CLT.
www.esab.edu.br 69
Constituição Federal e
17 Consolidação das Leis do Trabalho
– CLT: principais direitos e deveres.
Objetivo
Apresentar as principais previsões aderentes ao Profissional
de Tecnologia, presentes na Constituição Federal de 1988 e na
Consolidação das Leis do Trabalho.
A previsão legal basilar trazida pela CF/88 encontra-se em seu art. 7º,
sendo suas principais características são:
Isso garante que o trabalhador não seja demitido por mera vontade
do empregador. Os motivadores para uma demissão por justa causa
encontram-se no art. 482 da CLT. Fora dessas situações, o empregado
somente pode ser desligado sem justa causa.
• O seguro-desemprego
www.esab.edu.br 70
• O fundo de garantia do tempo de serviço – FGTS
www.esab.edu.br 71
Aqui a jornada de trabalho encontra limite. Entretanto, também através
de Acordos e Convenções Coletivas é possível modificar esse regime.
www.esab.edu.br 72
O aviso prévio é uma garantia de que um empregado não perderá o seu
trabalho, sem que ele esteja preparado para isso. Durante o período de
30 (trinta) dias, inclusive, lhe são dadas, 02 (duas) horas diárias ou os
últimos 07 (dias) do período de aviso prévio para se procurar um novo
emprego. Esse é o Aviso Prévio Trabalhado.
www.esab.edu.br 73
Em detrimento dessa previsão, as empresas precisam se preparar. Assim,
você que deseja se tornar um empresário do ramo, deve prestar muita
atenção neste artigo, pois, agora, uma simples mensagem instantânea,
como pelo aplicativo Whatsapp, ou um simples e-mail pedindo para
um funcionário verificar algum item, pode ser caracterizado como uma
ordem para se trabalhar, podendo gerar, inclusive, horas-extras.
Fórum
Caro estudante, dirija-se ao Ambiente Virtual de Aprendizagem
e participe do primeiro Fórum desta disciplina. Lembre-se de
que esta atividade permite a interação entre você, seu tutor
e colegas de curso. Sua participação é fundamental para o
processo de aprendizagem significativa. Agora você já possui
bastantes informações e pode emitir uma opinião mais
consistentes sobre temas jurídicos, que cercam a sua futura área
de atuação ou profissão
www.esab.edu.br 74
Legislação Específica – Decreto
18 número 7.962/2013.
Objetivo
Analisar as alterações feitas pelo Decreto 7.962/2013 no Código
de Defesa do Consumidor com a finalidade de prover uma maior
proteção para o Consumidor usuário de e-commerce.
Diante disso, foi preciso que o Poder Público criasse medidas de forma a
permitir ao consumidor uma segurança mínima no momento de adquirir
algum bem ou produto pela rede mundial de computadores.
Vale mencionar que a regra sobre o foro para tratar questões oriundas
das relações consumeristas encontra-se no inciso I do art. 101 da Lei
8.078/90, que permite ao consumidor escolher onde a sua ação judicial
www.esab.edu.br 75
será proposta. Essa norma favoreceu e ampliou a utilização da Internet
como veículo de vendas de produtos e serviços, pois o usuário pode
escolher propor a ação judicial em seu Município, por exemplo. Desse
modo, é possível comprar de qualquer estado brasileiro sem que seja
necessário ir até ele para reclamar de algum problema que tenha ocorrido
nessa relação.
www.esab.edu.br 76
IV – discriminação, no preço, de quaisquer despesas adicionais ou acessórias, tais
como as de entrega ou seguros;
V – condições integrais da oferta, incluídas modalidades de pagamento,
disponibilidade, forma e prazo da execução do serviço ou da entrega ou
disponibilização do produto; e
VI – informações claras e ostensivas a respeito de quaisquer restrições à fruição da
oferta.
Nota-se a exigência, inclusive, da indicação do endereço físico. Todas
essas informações têm a intenção de criar um ambiente seguro para
a correta tomada de decisão pelo consumidor. É importante ressaltar
que o simples fato de expôr o número do CNPJ ou do CPF possibilita
que o usuário vá ao site da Receita Federal e valide as informações
disponibilizadas. Isso garante maior confiança na hora de se contratar
determinado serviço ou adquirir um produto.
Apesar de a referida norma trazer regras específicas para esses sites, isso
não quer dizer que eles possam deixar de observar as demais exigências.
www.esab.edu.br 77
Art. 4º Para garantir o atendimento facilitado ao consumidor no comércio eletrônico,
o fornecedor deverá:
I – apresentar sumário do contrato antes da contratação, com as informações
necessárias ao pleno exercício do direito de escolha do consumidor, enfatizadas as
cláusulas que limitem direitos;
II – fornecer ferramentas eficazes ao consumidor para identificação e correção
imediata de erros ocorridos nas etapas anteriores à finalização da contratação;
III – confirmar imediatamente o recebimento da aceitação da oferta;
IV – disponibilizar o contrato ao consumidor em meio que permita sua conservação e
reprodução, imediatamente após a contratação;
V – manter serviço adequado e eficaz de atendimento em meio eletrônico, que
possibilite ao consumidor a resolução de demandas referentes a informação, dúvida,
reclamação, suspensão ou cancelamento do contrato;
VI – confirmar imediatamente o recebimento das demandas do consumidor referidas
no inciso, pelo mesmo meio empregado pelo consumidor; e
VII – utilizar mecanismos de segurança eficazes para pagamento e para tratamento
de dados do consumidor.
Parágrafo único. A manifestação do fornecedor às demandas previstas no inciso V do
caput será encaminhada em até cinco dias ao consumidor. (grifos nossos)
Portanto, essa é mais uma evidência de que a Internet não é uma terra
sem lei. Muito pelo contrário, cada vez mais são percebidas normas com
a finalidade de inserir uma maior segurança nas relações oriundas da
Internet. E caso você decida ser um empresário renomado no comércio
eletrônico, não se esqueça de seguir toda a previsão legal que foi exposta
acima.
www.esab.edu.br 78
Estudo complementar
Preocupado com as relações consumeristas, o governo federal
criou um site com a finalidade de intermediar eventuais
problemas entre consumidores e fornecedores. Diferente
dos sites privados, amplamente conhecidos, esse é um site
estatal que pode, inclusive, aplicar multas ou outras sanções
dependendo do caso. Acesso o site de forma a compreender as
regras aplicáveis a ele. Acesse o link: https://www.consumidor.
gov.br
www.esab.edu.br 79
Marco Civil da Internet: Histórico e
19 Estrutura da Lei.
Objetivo
Compreender como surgiu da Lei 12.965/2014 e analisar a sua
estrutura.
Logo após a finalização desse texto, ele foi aberto para que todo e
qualquer cidadão que possuísse acesso à Internet pudesse realizar críticas
e/ou sugerir as alterações que julgassem necessárias. Acontece que tudo
isso foi feito por meio da rede mundial de computadores. Logo, é
possível concluir que o Marco Civil da Internet teve a participação direta
dos internautas para a sua elaboração.
Vale lembrar, conforme dito na Unidade I, que as leis são criadas por
legisladores democraticamente eleitos pelo povo. Mas, no caso da Lei
12.965/2014, isso ocorreu de forma inversa, ou seja, foi o próprio povo
que ajudou a criar a lei, conseguindo, inclusive, sugerir modificações em
sua redação.
www.esab.edu.br 80
Todo o histórico e os comentários elaborados pelos usuários podem ser
observados no site do Cultura Digital, link: http://culturadigital.br/
marcocivil/
O relato completo sobre esse caso é encontrado no livro Sem Lugar para se Esconder,
do autor Glenn Greenwald.
Para maiores detalhes, vide o link: http://oglobo.globo.com/sociedade/
tecnologia/apos-espionagem-dilma-pede-urgencia-de-votacao-do-marco-civil-da-
internet-9912712
www.esab.edu.br 81
Contudo, como você já deve saber, tecnologicamente, é impossível
impedir que dados sejam enviados para outros servidores fora do
território brasileiro, de forma que, a ideia de manter os Data Centers
dentro dos limites da atuação do Poder Público no Brasil não fez sentido,
sendo logo retirada do texto do projeto de lei.
www.esab.edu.br 82
Marco Civil da Internet: Disposições
20 Preliminares.
Objetivo
Compreender as disposições preliminares da Lei 12.965/2014.
www.esab.edu.br 83
reconhecer essa característica. Outro ponto relevante é a finalidade social
da rede, que significa a importância que a Internet tem para a sociedade.
Todas previsões se encontram no art. 2º do Marco Civil.
Agora, existem outras duas previsões que são fundamentais e que estão
em grande discussão atualmente, quais sejam, a privacidade e a proteção
dos dados pessoais, na forma da lei (art. 3º).
Some-se a isso a nova era da rede mundial que está começando, que
é a Internet das Coisas, ou Internet of Things – IoT em inglês. Com
ela, todo equipamento eletrônico, tal como: geladeiras, fogões, carros,
caminhões, interruptores e sensores poderão se conectar com a grande
rede.
Esse tópico do Marco Civil só reflete o que está previsto e já foi abordado
na Unidade 03 sobre a previsão Constitucional da vida privada e do
sigilo das comunicações.
www.esab.edu.br 84
Além disso, quando a Lei 12.965/2014 informa a proteção aos dados
pessoais, na forma da lei, não foi especificado o que seriam dados
pessoais. Isso quer dizer que será preciso uma nova lei para especificar
esse assunto.
Por exemplo, o art. 5º, inciso I do anteprojeto de lei traz o que pode vir a
ser a definição de dado pessoal. Segundo esse texto, dado pessoal é aquele
“relacionado à pessoa natural identificada ou identificável, inclusive a
partir de números identificativos, dados locacionais ou identificadores
eletrônicos.” Uma pessoa natural pode ser entendida da mesma forma
que uma pessoa física. Logo, a informação de um indivíduo que o
identifique, seja ela qual for, como uma matrícula, um endereço, dentre
outros são registros que pertencem a essa pessoa.
www.esab.edu.br 85
filiação a sindicatos ou organizações de caráter religioso, filosófico ou
político, dados referentes à saúde ou à vida sexual, bem como dados
genéticos.” (art. 5º, inciso III). Percebe-se assim a proximidade que essas
informações possuem com o indivíduo, pois revelam conhecimentos que
ele, talvez, jamais comunicaria a alguém.
Por fim, tem-se os dados anônimos, que são “dados relativos a um titular
que não possa ser identificado, nem pelo responsável pelo tratamento,
nem por qualquer outra pessoa, tendo em conta o conjunto de meios
suscetíveis de serem razoavelmente utilizados para identificar o referido
titular.” (art. 5º, inciso IV). Para ficar mais claro, um dado anônimo
pode ser a sua resposta numa pesquisa de campo onde ela somente será
um número a mais não tendo nenhuma ligação com você, nem mesmo
por quem realizou a pesquisa.
www.esab.edu.br 86
Marco Civil da Internet: Disposições
21 Preliminares.
Objetivo
Compreender as definições tecnológicas da Lei 12.965/2014.
Assim que uma lei veio para regulamentar a tecnologia, logo se pensou
em como ela se referiria a vários aspectos e dispositivos específicos dessa
área. Foi pensando nisso que o Marco Civil trouxe em art. 5º algumas
definições importantes.
www.esab.edu.br 87
III – endereço de protocolo de internet (endereço IP): o código atribuído a um
terminal de uma rede para permitir sua identificação, definido segundo parâmetros
internacionais;
Vale lembrar aqui que para que haja uma correta identificação de um
terminal, já fazendo uso do termo da lei, é preciso que endereço IP esteja
acompanhado da data e hora sobre a qual algum evento, que se deseje
averiguar, ocorreu. Essa previsão se encontra no inciso VI, abordado mais
abaixo.
www.esab.edu.br 88
Considera-se conexão com a Internet “a habilitação de um terminal
para envio e recebimento de pacotes de dados pela internet, mediante a
atribuição ou autenticação de um endereço IP.” (inciso V)
Sendo assim, o Marco Civil define o que deve ser entendido como
registros de acesso a aplicações de Internet, conforme se verifica a seguir.
Logo, sabia que se você acessar o Gmail, esse acesso será salvo em um
arquivo de log que conterá a data, hora, endereço IP e a aplicação que
foi acessada.
Arquivos de Log são arquivos que registram várias informações. Estas dependem de
qual aplicação ele pertença.
www.esab.edu.br 89
pela Justiça, alegando que as leis brasileiras não se aplicariam a elas, pois
seus servidores estariam fisicamente alocados em outro país, devendo ser,
portanto, aplicada à lei daquele país.
www.esab.edu.br 90
Marco Civil da Internet:
22 Neutralidade da Rede.
Objetivo
Analisar e entender o conceito de Neutralidade da Rede..
Você já deve ter ouvido falar sobre Neutralidade da Rede. Desde a sua
criação até a sua aprovação, a Lei 12.965/2014 teve esse como ponto
mais controverso.
Neutralidade da Rede quer dizer que qualquer pessoa pode ter acesso a
qualquer conteúdo sem que haja qualquer tipo de discriminação durante
a sua transmissão.
www.esab.edu.br 91
De forma a exemplificar esse cenário, imagine que um usuário assista a
vídeos no YouTube. Contudo, o seu provedor de acesso à Internet firmou
uma parceria com o Netflix. Como consequência disso, o acesso a ele será
provido de forma mais rápida, enquanto o acesso ao YouTube ficará mais
lento. Tudo de forma a fomentar a utilização do serviço do Netflix.
Com relação à análise, ela está ligada também a privacidade, mas por ser
vedada, uma ocorrência desse caso foi verificada pela empresa de telefonia
Oi, que possuía um programa chamado Navegador, desenvolvido em
parceira com a empresa inglesa Phorm.
www.esab.edu.br 92
Com consequência, a Oi foi multada em R$ 3,5 milhões pelo
Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor do Ministério da
Justiça.
www.esab.edu.br 93
discriminatórias e abster-se de praticar condutas anticoncorrenciais.”
(inciso IV).
Estudo complementar
A Neutralidade da Rede é um dos principais temas do
Marco Civil e da própria Internet. Tanto que outras nações
também defendem fortemente a sua garantia, como, por
exemplo, os Estados Unidos da América. Para entender
os problemas envolvidos com a quebra da Neutralidade
da Rede, acesse a reportagem do The Guardian, chamada
Net neutrality is dead – welcome to the age of digital
discrimination, através do link: http://www.theguardian.
com/technology/2014/jul/26/net-neutrality-dead-age-
of-digital-discrimination-is-here
www.esab.edu.br 94
Marco Civil da Internet: Guarda de
23 logs.
Objetivo
Analisar e entender a guarda de logs prevista no Marco Civil da
Internet.
Uma obrigação criada pela Lei 12.065/2014 deve ser muito bem
entendida, pois, como aluno do curso de Sistemas de Informação, você
poderá ser tornar tanto um empresário quanto um funcionário. No caso
de ser um empresário, você pode ser responsabilizado caso não possua os
logs que a lei requer que mantenha. Já como um funcionário, será de sua
responsabilidade que a configuração correta para que os logs contenham
os dados necessários exigidos pela lei.
Sendo assim, o log que esse tipo de provedor deve salvar terá que conter
as informações sobre o registro de conexões. Vale lembrar que essas
informações devem ser mantidas sob sigilo em ambiente controlado e de
segurança. Esses arquivos deverão ser guardados pelo prazo de 01 (hum)
ano.
www.esab.edu.br 95
Cumpre comentar que “a responsabilidade pela manutenção dos registros
de conexão não poderá ser transferida a terceiros.” (§1º do art. 13). Logo,
todo o registro, guarda e manutenção são deveres do Provedor de Acesso
à Internet.
Há uma hipótese onde o prazo para a guarda dos logs pode ser estendido.
É o caso de ser solicitado pela autoridade policial ou administrativa ou o
Ministério Público. Contudo, esse pedido deve ser feito cautelarmente,
de forma que fiquem por prazo superior ao de 01 (hum) ano.
www.esab.edu.br 96
empresa provedora deve ser “constituída na forma de pessoa jurídica e
que exerça essa atividade de forma organizada, profissionalmente e com
fins econômicos.” (art. 15)
Mas não são apenas as Pessoas Jurídicas que exercem essa atividade de
forma organizada, profissionalmente e com fins econômicos que estão
obrigadas a guardas esses logs, uma vez que também se verifica a previsão
de que os Provedores diferentes daqueles aqui especificados poderão ser
obrigados, por ordem judicial, e por tempo certo, “a guardarem registros
de acesso a aplicações de Internet, desde que se trate de registros relativos
a fatos específicos em período determinado.” (§1º do art. 15).
Na prática, por exemplo, isso quer dizer que enquanto você estiver
acessando o YouTube e o Gmail, estes não poderão monitorar seus
acessos entre eles.
www.esab.edu.br 97
Da mesma forma, não podem ser salvos os “dados pessoais que sejam
excessivos em relação à finalidade para a qual foi dado consentimento
pelo seu titular.” (inciso II do art. 16)
Por fim, e como última unidade que tratará do Marco Civil da Internet,
será abordado a seguir a responsabilidade por danos decorrentes de
conteúdo gerado por terceiros.
www.esab.edu.br 98
Marco Civil da Internet: Conteúdo
24 Gerado por Terceiros.
Objetivo
Analisar e entender a responsabilidade por danos decorrentes de
conteúdo gerado por terceiros..
Como foi visto por você nas Unidades 5 e 6, qualquer indivíduo que
causar dano a outra pessoa, é obrigado por lei e repará-lo. Analisando
melhor essa situação, suponha que você possui uma empresa de
hospedagem de websites e um desses sites está enviando e-mails com
mensagens difamatórias para vários internautas. Como proprietário dessa
empresa, você também é responsável pelo que seu cliente fizer. Porém,
é preciso que uma condição primeiro seja atendida que é a sua ciência
sobre esse fato. Ou seja, caso você, como proprietário, não venha a saber
que esse cliente está enviando essas mensagens por e-mail, como poderá
ser responsabilizado por esse fato?
www.esab.edu.br 99
Esses casos estão disciplinados pela Seção III do Capítulo III do Marco
Civil da Internet.
Mas agora imagine que seu Blog possui vários acessos por dia e recebe
incontáveis comentários. Você terá que verificar todos eles para eliminar
aqueles que são ofensivos?
Uma Rede Social, Blog ou Portal somente será responsável por retirar
determinado conteúdo, caso o ofendido consiga uma ordem judicial
para isso (art. 19 da Lei 12.965/2014). Essa ordem deverá ser específica,
ou seja, “[...] deverá conter, sob pena de nulidade, identificação clara
e específica do conteúdo apontado como infringente, que permita a
localização inequívoca do material.” (§1º do art. 19 da Lei 12.965/2014).
www.esab.edu.br 100
Muito embora tenha retirado as imagens, as mensagens continuaram
sendo exibidas. Assim, foi necessário ingressar com uma ação e conseguir
uma decisão judicial obrigando o Facebook a retirar os comentários
contra a Publicitária.
www.esab.edu.br 101
Marco Civil da Internet: Ata
25 Notarial e Prova Digital.
Objetivo
Analisar e entender a importância da produção de uma ata notarial e
de uma evidência digital.
No entanto, não se quer dizer aqui que essa captura de tela não possui
nenhuma validade na justiça. O que se pretende esclarecer é que ela pode
ser facilmente contestada. Ainda que essa imagem esteja impressa.
www.esab.edu.br 102
A resposta é sim! E isso pode ser feito por meio de um documento
chamado Ata Notarial.
Por isso, antes de tomar qualquer ação quando verificar que ocorreu um
crime ou um ilícito digital, procure produzir uma Ata Notarial.
Saiba mais
A Ata Notarial encontra-se prevista nos artigos 6º e
7º da Lei número 8.935/1994. E se quiser saber mais
sobre ela, acesse: http://www.atanotarial.org.br/
ata_notarial.asp .
www.esab.edu.br 103
Para Tourinho Filho (2008),
Por esse motivo, Greco Filho (1998) afirma que provas “são os
instrumentos pessoais ou materiais aptos a trazer ao processo a convicção
da existência ou inexistência de um fato.”
Mas uma prova digital somente pode ser aceita se for original. E para ser
original, é necessário que ela esteja autêntica, comprovando que o autor
do documento é quem realmente diz ser, e, íntegra, comprovando que
ela nunca sofreu nenhum tipo de alteração, excluindo a ocorrência da
fraude, por exemplo.
Ainda nesse sentido, para uma correta e válida produção de prova digital,
se faz necessário observar dois outros fatores, como a coleta e guarda.
www.esab.edu.br 104
não do empregado. Caso existam mensagens privadas entre os e-mails
corporativos, implica que o funcionário utilizou o e-mail da empresa de
forma incorreta.
Tarefa dissertativa
Após compreender o que é responsabilidade civil e
crime digital, é hora de avaliar seu conhecimento
sobre como é possível apurar esses incidentes. Por
isso, utilizando seus saberes sobre o Marco Civil da
Internet, unidades de 19 a 25, elabore um estudo
dissertativo evidenciando quais informações podem
ser obtidas através do Marco Civil, assim como, quais
são os meios para se consegui-las.
www.esab.edu.br 105
Propriedade Intelectual – Lei
26 número 9.610/1998.
Objetivo
Conhecer os principais aspectos sobre a Propriedade Intelectual e as
principais disposições da Lei número 9.610/1998.
Embora seja algo imaterial, ou seja, uma ideia não é algo palpável até que
ela seja efetivamente criada, se for o caso. Mas, e uma música? É possível
colocá-la em suas mãos? É por esse motivo que os direitos autorais são,
para efeitos legais, bens móveis (art. 3º da Lei 9.610/98). Isso quer dizer
que para o direito, é possível manusear o direito autoral. Abstrato, não é?
www.esab.edu.br 106
Art. 24. São direitos morais do autor:
I – o de reivindicar, a qualquer tempo, a autoria da obra;
II – o de ter seu nome, pseudônimo ou sinal convencional indicado ou anunciado,
como sendo o do autor, na utilização de sua obra;
III – o de conservar a obra inédita;
IV – o de assegurar a integridade da obra, opondo-se a quaisquer modificações ou à
prática de atos que, de qualquer forma, possam prejudicá-la ou atingi-lo, como autor,
em sua reputação ou honra;
V – o de modificar a obra, antes ou depois de utilizada;
VI – o de retirar de circulação a obra ou de suspender qualquer forma de utilização já
autorizada, quando a circulação ou utilização implicarem afronta à sua reputação e
imagem;
VII – o de ter acesso a exemplar único e raro da obra, quando se encontre
legitimamente em poder de outrem, para o fim de, por meio de processo fotográfico
ou assemelhado, ou audiovisual, preservar sua memória, de forma que cause o
menor inconveniente possível a seu detentor, que, em todo caso, será indenizado de
qualquer dano ou prejuízo que lhe seja causado.
§ 1º Por morte do autor, transmitem-se a seus sucessores os direitos a que se referem
os incisos I a IV.
§ 2º Compete ao Estado a defesa da integridade e autoria da obra caída em domínio
público.
§ 3º Nos casos dos incisos V e VI, ressalvam-se as prévias indenizações a terceiros,
quando couberem.
Art. 28. Cabe ao autor o direito exclusivo de utilizar, fruir e dispor da obra literária,
artística ou científica.
Art. 29. Depende de autorização prévia e expressa do autor a utilização da obra, por
quaisquer modalidades, tais como:
(grifo nosso)
www.esab.edu.br 107
direitos patrimoniais, ou seja, quem ganhará com as vendas do livro será
a editora. A cessão dos direitos patrimoniais pode ser feita, ainda, sob
prazo determinado.
Além dos direitos propriamente ditos autorais, existe outra categoria que
lhe pertence. São os direitos conexos. Para Gandelman (2007, p. 42),
esses direitos “[...] não se confundem com os da obra originária [...]”,
sendo seus titulares, basicamente, o artista, o produtor de fonogramas e
os organismos de radiodifusão. Note que não se falou em autoria, logo,
ao autor, os direitos autorais, aos demais, os direitos conexos. Vale dizer
que “aplicam-se aos direitos conexos, no que couber, as normas relativas
aos direitos do autor.” (GANDELMAN, 2007, p. 43)
Art. 103. Quem editar obra literária, artística ou científica, sem autorização do titular,
perderá para este os exemplares que se apreenderem e pagar-lhe-á o preço dos que
tiver vendido.
www.esab.edu.br 108
Parágrafo único. Não se conhecendo o número de exemplares que constituem a
edição fraudulenta, pagará o transgressor o valor de três mil exemplares, além dos
apreendidos. (grifo nosso)
Art. 18. A proteção aos direitos de que trata esta Lei independe de registro. (grifo
nosso)
Mas, lembre-se de que se você não tiver o registro da obra, terá que
provar que ela é realmente sua. Assim, registrar a obra pode ser a sua
garantia.
www.esab.edu.br 109
Propriedade Intelectual do
27 Programa de Computador – Lei
número 9.609/1998.
Objetivo
Propriedade Intelectual do Programa de Computador – Lei número
9.609/1998.
www.esab.edu.br 110
Outro ponto importante que deve ser destacado é a criação da licença
de uso. A Lei 9.609/1998 exige um contrato de licença de acordo com
o art. 9º. Essa licença pode ser considerada como a conhecida End User
License Agreement – EULA, ou Acordo de Licença de Usuário Final.
Essa é aquela licença que o usuário é obrigado a aceitar ou o programa
não prossegue com a instalação.
Vale ressaltar que o fato do usuário poder apenas aceitar ou não, torna
a licença de uso num contrato de adesão, que conforme o Código de
Defesa do Consumidor – CDC podem ser declaradas abusivas.
www.esab.edu.br 111
valor de venda, além de também explorarem o mercado de prestação de
serviços de suporte a aplicação.
www.esab.edu.br 112
Por fim, a Lei 9.609/98 prevê um crime para a violação de direitos do
autor de programa de computador, que podem ter penas que variam
entre detenção e reclusão com tempos de seis meses a quatro anos. É o
que se tem no art. 12 da referida lei.
Pronto! Agora você já sabe quais são os seus direitos quando estiver
desenvolvendo aplicativos para smartphones ou programas corporativos
para empresas.
www.esab.edu.br 113
Estudo complementar
Talvez os maiores problemas trazidos pelos
avanços tecnológicos estejam no campo da
proteção a propriedade intelectual. Isso porque o
mercado multimídia sofreu um grande impacto,
deixando de comercializar inúmeros produtos
que circulavam livremente pela Internet.
Contudo, alguns visionários conseguiram auferir
lucro mesmo diante desse cenário desfavorável.
Entenda a história de Bruce Dickinson e do Grupo
de Rock Iron Maiden no artigo “Músicos do Iron
Maiden ensinam como ganhar (muito) dinheiro
com a pirataria”. Acesse pelo link: http://www.
megacurioso.com.br/musica-e-danca/40437-
musicos-do-iron-maiden-ensinam-como-ganhar-
muito-dinheiro-com-a-pirataria.htm
www.esab.edu.br 114
Legislação Específica – Decreto
28 número 8.135/2013.
Objetivo
Abordar como as empresas podem atrair e reter os clientes, por meio
de relacionamento forte com eles.
www.esab.edu.br 116
I – as peculiaridades das comunicações dos órgãos e entidades da administração
pública federal; e
II – a capacidade dos órgãos e entidades da administração pública federal de ofertar
satisfatoriamente as redes e os serviços a que se refere o caput. (grifos nossos)
www.esab.edu.br 117
Por fim, tanto o armazenamento quanto a recuperação de dados deve ser
feita por órgãos e entidades da Administração Pública Federal.
Estudo complementar
Pesquise sobre Software Livre, Open Source e
Hardware Livre ,elaborando um estudo sobre
suas principais características. Ao final, conclua
sobre os pontos positivos da atitude do governo
de ter adotado as medidas constantes do Decreto
8.135/2013.
www.esab.edu.br 118
Direito das Sucessões na Era da
29 Informação – Herança Digital
Objetivo
Compreender o que é o Direito das Sucessões e entender como o
dado digital pode ser tratado com um bem de forma a pertencer a
propriedade de um indivíduo.
O Direito das Sucessões tem esse nome, pois versa sobre quem ou quais
pessoas sucederão o indivíduo que faleceu, chamado juridicamente de
de cujus, em relação a seus bens. É o que, comumente, se denomina
processo de inventário.
www.esab.edu.br 120
a editora lançar . Da mesma forma, um fotógrafo profissional havia
vendido suas fotos para uma revista, mas faleceu antes de enviá-las em
alta resolução, impedindo, assim, que recebesse o devido pagamento por
elas.
Além disso, é comum que seja do desejo dos familiares retirar o perfil
do de cujus de redes sociais, para que ele não seja motivo de algum ato
vexatório, que não se poderia sequer apagá-lo por se desconhecer as
informações sobre o login e a senha.
www.esab.edu.br 121
c) - remover a conta do antigo usuário.
Já o art. 1.797-C traz o destino das contas do de cujus, mas, frise-se, que
deverá ser feito após a transferência da propriedade, conforme informa o
art. 1.797-B.
Embora seja evidente que existam leis que tratem de bens virtuais, cabe
aqui a reflexão da mudança que a Internet vem provocando no direito,
por exemplo. A partir do momento que se reconhece a necessidade
de se transferir a propriedade de informações virtuais, reconhece-se a
existência de um valor que pode ser atribuído a ela, seja pecuniário,
seja sentimental. Mais do que isso, tratar os bens virtuais como um
componente direto da herança é reconhecer o valor da produção
intelectual do de cujus.
Tarefa dissertativa
Dentro dos seus estudos sobre propriedade
intelectual e herança digital, elabore um texto
dissertativo, no qual seja tratada a correlação entre
esses dois temas.
www.esab.edu.br 122
Tendências do Direito da
30 Tecnologia da Informação.
Objetivo
Analisar tendências futuras do Direito da Tecnologia da Informação.
Ainda sobre o caloroso debate acerca dos caminhos aos quais os recursos
tecnológicos podem tomar, vale lembrar que a robótica vem crescendo
cada vez mais e que, também aqui, softwares e hardwares são necessários
para o correto funcionamento.
www.esab.edu.br 123
E, para isso, não poderá esquecer, jamais, das três leis da robótica criadas
por Isaac Asimov, quais sejam:
1ª Lei: Um robô não pode ferir um ser humano ou, por inação, permitir que um ser
humano sofra algum mal.
2ª Lei: Um robô deve obedecer as ordens que lhe sejam dadas por seres humanos
exceto nos casos em que tais ordens entrem em conflito com a Primeira Lei.
3ª Lei: Um robô deve proteger sua própria existência desde que tal proteção não entre
em conflito com a Primeira ou Segunda Leis.
(TECMUNDO, 2012)
Para que essas leis tenham validade, é preciso que elas sejam
implementadas nos robôs, ou seja, que um programador as insira no
código de forma que a máquina fique programada para isso.
www.esab.edu.br 124
Com a Internet das Coisas, esse cenário só tende a aumentar, pois fornos,
geladeiras, interruptores, sensores, armários, televisores, veículos, dentre
outros dispositivos estarão conectados à Internet, necessitando, também,
de aplicativos que os gerenciem ou ajudem ao proprietário de alguma
forma.
É claro que o direito terá que proteger todas as relações oriundas desse
mundo de mudanças. Contudo, é preciso que você entenda e se prepare
para agarrar as chances que serão dadas dentro de pouco tempo.
Fórum
Caro estudante, dirija-se ao Ambiente Virtual de Aprendizagem
e participe do primeiro Fórum desta disciplina. Lembre-se de
que esta atividade permite a interação entre você, seu tutor
e colegas de curso. Sua participação é fundamental para o
processo de aprendizagem significativa. É hora de testar os seus
conhecimentos!
www.esab.edu.br 125
Glossário
Baixando
Baixar é o ato de realizar o download de um programa na Internet. R
Negação de Serviço
Um ataque de Negação de Serviço implica em enviar várias requisições
para um determinado servidor de forma que ele fica lotado dessas
requisições sem dar conta de respondê-las, momento em que começará a
negar as demais e novas requisições. R
Hackeado
Hackeado é um termo que quer dizer que alguém foi enganado por
meios tecnológicos. R
Cracker
Cracker é a nomenclatura utilizada para denominar criminal hacker. R
Firewall
Firewall é um dispositivo utilizado para impedir invasões no computador.
R
Keylogger
www.esab.edu.br 126
Quesitos
Quesitos são perguntas elaboradas pelos advogados das partes, pelo juiz
ou pelo delegado. R
Log
Arquivos de Log são arquivos que registram várias informações. Estas
dependem de qual aplicação ele pertença. R
Viralizar
Viralizar é se disseminar pela Internet de forma muito rápida, alcançando
um grande número de internautas. R
Printscreen
Printscreen é a técnica pela qual um usuário registra num arquivo de
imagem o que está sendo exibido na tela do computador. R
Caput
Caput é uma expressão em latim que significa cabeça ou cabeçalho. R
Unilateral
O termo filho unilateral significa o filho que descende apenas do de
cujus. Já o termo filho bilateral significa o filho que descende do pai e de
seu cônjuge. R
www.esab.edu.br 127
Referências
ATA NOTARIAL. Tudo que você precisa saber sobre ata notarial. Disponível em:
<http://www.atanotarial.org.br/ata_notarial.asp>. Acesso em: 17 jan. 2015.
www.esab.edu.br 128
CONJUR. Facebook deve excluir comentários contra publicitária. 2014.
Disponível em: <http://www.conjur.com.br/2014-mar-06/facebook-obrigado-
excluir-comentarios-trabalho-publicitaria>. Acesso em: 17 jan. 2015.
__________. Google é condenado por danos morais por hospedar blog. 2013.
Disponível em: <http://www.conjur.com.br/2013-jul-11/google-condenado-
danos-morais-nao-retirar-blog-ar>. Acesso em: 15 jan. 2015.
G1. Atriz Gloria Pires é vítima de estelionato pela internet, diz polícia. 2013.
Disponível em: <http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/2013/04/atriz-gloria-
pires-e-vitima-de-estelionato-pela-internet-diz-policia.html>. Acesso em: 15 jan.
2015.
G1. Atriz Gloria Pires é vítima de estelionato pela internet, diz polícia. 2013.
www.esab.edu.br 129
Disponível em: <http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/2013/04/atriz-gloria-
pires-e-vitima-de-estelionato-pela-internet-diz-policia.html>. Acesso em: 15 jan.
2015..
GRECO FILHO, V. Manual de Processo Penal. 5 ed. São Paulo: Saraiva, 1998.
IDGNOW!. Tarifa zero para WhatsApp põe Tim na mira do Ministério Público.
www.esab.edu.br 130
2015. Disponível em: <http://olhardigital.uol.com.br/noticia/tarifa-zero-para-
whatsapp-poe-tim-na-mira-do-ministerio-publico/46447>. Acesso em: 20 Jan.
2015.
NADER, P. Curso de direito civil: responsabilidade civil. 3 ed. rev. atual. vol. 7.
Rio de Janeiro: Forense, 2010.
www.esab.edu.br 131
TANENBAUM, A. S. Redes de computadores. Rio de Janeiro: Elsevier, 2003.
TECMUNDO. Isaac Asimov: o pai dos robôs. 2012. Disponível em: <http://
www.tecmundo.com.br/robotica/21551-isaac-asimov-o-pai-dos-robos.htm>.
Acesso em: 15 jan. 2015.
TVFOCO. Perfil falso do diretor Jorge Fernando cobra dinheiro de jovens atores
para testes. Disponível em: <http://otvfoco.com.br/perfil-falso-do-diretor-jorge-
fernando-cobra-dinheiro-de-jovens-atores-para-testes/#ixzz3drCUEh9C>. Acesso
em 07 jan. 2015.
www.esab.edu.br 132