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DOENÇAS CAUSADAS POR PROTOZOÁRIOS

Amebíase
Coloniza o intestino grosso​. A única ameba que causa a doença no ser humano é a
Entamoeba histolytica​. A transmissão é ​fecal oral​. Os indivíduos infectados eliminam
cistos. Após aderir ao epitélio do intestino grosso alguns trofozoítos podem invadir a
mucosa e submucosa do órgão, formando úlceras, com quadro de colite amebiana. Os
sintomas da forma aguda podem incluir diarreia de pequeno volume, com tenesmo,
presença de sangue e muco, náuseas, febre, vômito, dores de cabeça. Na forma crônica
paciente refere desconforto abdominal intermitente com ou sem diarreia. Em alguns casos
pode se formar um ameboma palpável. Como evolução da forma intestinal, a E. histolytica
pode alcançar os vasos e se estabelecer no ​fígado e/ou ​cérebro ​via porta gerando quadro
com pior prognóstico.

A terapia preconizada para forma intestinal é ​secnidazol ​2 g em dose única ou 30 mg/kg


em pacientes pediátricos, VO, devendo ser evitada no 1º trimestre da gravidez. Nos casos
de amebíase extraintestinal preconiza-se o tratamento com ​metronidazol ​750 mg, 3x ao
dia, durante 5 dias. Em crianças ou 50 mg/kg/dia, VO, dividido em 3 tomadas.

Giardíase
Coloniza o ​duodeno​. A transmissão é ​fecal oral​. Os indivíduos infectados eliminam cistos.
Quando adere à mucosa do intestino causa uma inflamação local que gera má absorção de
proteínas e gorduras. Não invade a mucosa. Os sintomas do parasitismo por giardia lamblia
incluem diarreia aquosa sem produtos patológicos com mau cheiro, náuseas, anorexia,
flatulência e cólicas abdominais. Não ocorre febre.

A terapia preconizada é ​secnidazol ​2 g em dose única ou 30 mg/kg em pacientes


pediátricos, VO, devendo ser evitada no 1º trimestre da gravidez. Outra opção é o ​tinidazol
2 g em dose única (não utilizar em crianças).

Doença de Chagas
Causada pelo ​Trypanosoma cruzi,​ cujos vetores são ​triatomíneos hematófagos
(barbeiro). A transmissão direta por contato com o inseto atualmente é rara e a principal via
é a ingestão de alimento contaminado, em especial, o açaí. Pode também ocorrer infecção
por transfusão sanguínea, doação de órgão e verticalmente. Em geral, a infecção é
assintomática por mais de 10 anos, quando começam os sinais. Na fase aguda ocorre febre
prolongada (>7 dias), cefaléia, mialgia, astenia, esplenomegalia, hepatomegalia e, o
sintoma mais proeminente, miocardite difusa, podendo ocorrer pericardite e derrame
pericárdico. A forma crônica apresenta-se com ​comprometimento cardíaco e do sistema
gastrointestinal (distúrbios de motilidade), como ​megacólon ​e ​megaesôfago​. O diagnóstico
é confirmado pela presença de T. cruzi no sangue (teste de gota espessa) ou IgM na fase
aguda e pela presença de IgG na fase crônica.

A terapia preconizada é ​benznidazol ​na dose de 5mg/kg/dia em adultos e 5-10mg/kg/dia


em crianças divididos em 2 ou 3 tomadas diárias, durante 60 dias, sendo contra-indicado
em gestantes.

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