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PLANO DE PARTO

Dados Pessoais
Nome: Taianã de Oliveira Mello Garcia
Data de Nascimento: 30/04/1986 Idade: 34
Endereço: Rua Teixeira de Freitas, 510, bl 01, apt 1601. Parque São Caetado, Campos dos
Goytases - RJ
Tel: (21)964944205
Em situação de emergência ligar para: Marido Fernando (21981491155) / Amiga Raquel
(22999965363)

Equipe de Assistência
Acompanhante: Fernando Felismino Pinto do Nascimento
Doula: Isabela Pereira dos Santos
Parteira: Daisy Aparecida da Silva Santos
Terapeuta: Maria Lopes Neiva (21993565848)
Unidade Hospitalar de Referência: Hospital dos Plantadores de cana (Av. José Alves de
Azevedo, 337 - Parque Rosário, Campos dos Goytacazes - RJ, 28025-496)
Profissional Obstetra Responsável pelo Pré-Natal: Joelma Dutra Cravinho

Declaração Inicial

Não apenas influenciados pelos princípios éticos da humanização do parto, mas também pelo
contexto pandêmico gerado pela disseminação do COVID-19 e lançando mão dos direitos
garantidos a nós por lei, escolhemos o parto doméstico como opção prioritária para que o
nosso bebê possa nascer no conforto, segurança e acolhimento de seu lar. Estamos, no
entanto, cientes de que o parto pode tomar diferentes rumos e abaixo listamos nossas
preferências em relação ao parto e nascimento do nosso bebê não só para o caso de tudo
transcorrer bem, mas também para situações de emergência. Sempre que os planos não
puderem ser seguidos, gostaríamos de ser previamente avisados e consultados a respeito das
alternativas.

1. Quanto ao Trabalho de Parto


a. Presença de acompanhante e doula;
b. Sem tricotomia (raspagem dos pelos pubianos);
c. Sem enema (lavagem intestinal);
d. Sem perfusão contínua de soro e ou ocitocina;
e. Liberdade para beber água e sucos enquanto seja tolerado;
f. Liberdade para comer alimentos leves enquanto seja tolerado;
g. Liberdade para caminhar e escolher a posição que quero ficar;
h. Liberdade para o uso ilimitado da banheira e/ou chuveiro;

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i. Monitoramento fetal: apenas se for essencial, e preferencialmente de forma
não contínua;
j. Analgesia: peço que não seja oferecido anestésicos ou analgésicos, eu pedirei
quando achar necessário;
k. Sem rompimento artificial de bolsa;
l. Solicito que o exame de toque seja feito apenas quando necessário, após o
início do trabalho de parto e, sempre que possível, com distância mínima de 3
horas entre eles.

2. Quanto ao Parto
a. Prefiro ficar de cócoras, de quatro ou semi-sentada (costas apoiadas), mas
gostaria de ter a liberdade de escolher a posição de acordo com minhas
necessidades no momento do parto;
b. Prefiro fazer força só durante as contrações, quando eu sentir vontade, em vez
de ser guiada. Gostaria de um ambiente especialmente calmo nesta hora;
c. Não vou tolerar que minha barriga seja empurrada para baixo;
d. Episiotomia: Devido a falta de evidências científicas sólidas que fundamentem
sua realização, consideramos a episiotomia enquanto mutilação genital,
passível de ser classificada enquanto lesão corporal na forma do artigo 219 do
código penal e por isso solicitamos sua não realização;
e. Em caso de laceraçãoda, considerando-se a costura com o afia poderá ser
realizada, considerando-se a costura com o mínimo possível de pontos.
f. Não tolerarei a realização do chamado “ponto do marido”.
g. Gostaria que as luzes fossem apagadas (penumbra) e o ar condicionado
desligado na hora do nascimento. Gostaria que meu bebe nascesse em
ambiente calmo e silencioso;
h. Gostaria de ter meu bebe colocado imediatamente no meu colo após o parto
com liberdade para amamentar;
i. Gostaria de cortar eu mesma (ou meu companheiro) o cordão, apenas após o
mesmo ter parado de pulsar;
j. Não quero o uso de fórceps. Se o houver disponibilidade e em caso de extrema
necessidade posso tolerar o uso de vácuo extrator. Se assim for, peço para ser
informada anteriormente de modo claro e direto pela equipe médica,
preferencialmente esclarecendo as evidências médicas e científicas que
apontem para a necessidade da tomada de tal decisão;
k. Caso o acompanhamento dos batimentos cardíacos do bebê não demonstre
alterações críticas, gostaria de esperar até pelo menos o fim da 41° semana
antes de recorrermos a quaisquer procedimentos de indução do parto.

3. Após o parto
a. Aguardar a expulsão espontânea da placenta, sem manobras, tração ou
massagens. Se possível ter auxílio da amamentação. Caso eu deseje, solicitarei
realização de procedimento auxiliar;

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b. Respeito a Golden hour: realizar exames e avaliações apenas depois de no
mínimo uma hora de contato mãe-bebê e de amamentação;
c. Liberação para o apartamento (caso haja) o quanto antes com o bebê junto
comigo. Quero estar ao seu lado nas primeiras horas de vida;
d. Alta hospitalar o quanto antes.

4. Cuidados com o bebê


a. Respeito a Golden hour: realizar exames e avaliações apenas depois de uma
hora de contato mãe-bebê e de amamentação;
b. Sem administração de nitrato de prata;
c. Administração de vitamina K intramuscular preferencialmente sem a retirada
do bebe do colo materno
d. Quero fazer a amamentação sob livre demanda;
e. Em hipótese alguma, oferecer água glicosada, bicos ou qualquer outra coisa ao
bebê;
f. Alojamento conjunto o tempo todo;
g. Gostaria de dar o banho no meu bebê e fazer as trocas (ou eu ou
acompanhante);
h. Gostaria que o primeiro banho fosse dado apenas 24 horas após o nascimento;
i. Não quero que o bebê seja esfregado;
j. Não quero que o bebê seja aspirado exceto em situação de emergência. Nesse
caso, peço para ser informada anteriormente de modo claro e direto pela
equipe médica, preferencialmente esclarecendo as evidências médicas e
científicas que apontem para a necessidade da tomada de tal decisão.

5. Caso a cesárea seja necessária


a. Prefiro o início do trabalho de parto antes de se resolver pela cesárea;
b. Quero a presença da doula e de acompanhante na sala de parto;
c. Anestesia: peridural, sem sedação em momento algum;
d. A Cesária minimamente invasiva é uma técnica que tem sido reconhecida
como extremamente eficaz e é preconizada pela OMS (Organização Mundial
da Saúde), gostaria, portanto, que sofram corte apenas pele, gordura e fáscia
muscular, sendo as camadas seguintes abertas com os dedos. Durante a sutura,
o peritônio e os músculos deverão ser poupados, porque conseguem se fechar
sozinhos, e a pele pode receber, se disponível, cola biológica em vez de
pontos;
e. Na hora do nascimento gostaria que o campo fosse abaixado para que eu possa
vê-lo nascer;
f. Gostaria que as luzes e ruídos fossem reduzidos e o ar condicionado desligado;
g. Após o nascimento, gostaria que colocassem o bebê sobre meu peito e que
minhas mãos estejam livres para segura-lo;

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h. Gostaria de permanecer com o bebê no contato pele a pele enquanto estiver na
sala de cirurgia sendo costurada;
i. Também gostaria de amamentar o bebê e ter alojamento conjunto o quanto
antes;
j. Não tolerarei ser amarrada ou presa durante o procedimento;
k. Todas as solicitações realizadas no item 4 devem ser respeitadas ainda que em
caso de parto emergencial, sempre que possível;
l. Gostaria que a Cesária fosse feita apenas nos seguintes casos:
i. Doença materna que impeça o parto normal, como HIV positivo e elevado,
herpes genital ativa, câncer, doença cardíaca ou pulmonar grave, miomectomia
ou rotura uterina;
ii. Doenças no bebê que impossibilitem o parto normal como
mielomeningocele, hidrocefalia, macrocefalia, coração ou fígado do lado de
fora do corpo;
iii. Prolapso de cordão – com dilatação não completa;
iv. Descolamento prematuro da placenta com feto vivo – fora do período
expulsivo;
v. Placenta prévia parcial ou total (total ou centro-parcial);
vi. Apresentação córmica (situação transversa) - durante o trabalho de parto e
após tentativa de versão
vii. Ruptura de vasa prévia;
viii. Desproporção cefalopélvica (DCP) percebida no momento da coroação do
bebê.
ix. Sofrimento fetal agudo percebido através de frequência cardíaca fetal não-
tranquilizadora
x. Parada de progressão que não resolve com as medidas habituais (correção
da hipoatividade uterina, amniotomia). Não confundir com o momento de
paragem e sem dor sentida por muitas mulheres na fase de transição.
xi. Inserção velamentosa de cordão;
xii. Estado grave de pico hipertensivo acompanhado ou não de síndrome
HELLP ou convulsão (quando sem sucesso no controle por medicação venosa
e na compensação materna adequada);
xiii. Embora seja procedimento padrão, gostaríamos de evitar o parto cirúrgico
em caso de pressão alta ou pré-eclâmpsia devido à falta de evidências
científicas que suportem tal procedimento. Nesses casos, e se comprovando a
impossibilidade do uso de métodos nutricionais ou alopáticos para o controle
da pressão e a verificação do agravamento da situação médica da mãe e do
bebê, optaremos, se possível, pela devida interrupção da gravidez e indução do
parto normal.
xiv. Em caso de alguma emergência não citada aqui e que aponte para a
necessidade de um procedimento cirúrgico de cesariana, peço para ser
informada de modo claro e direto pela equipe médica, preferencialmente
esclarecendo as evidências médicas e científicas que apontem para a
necessidade da tomada de tal decisão.

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Humanizar o parto é uma luta diária de mães e profissionais de saúde contra um
sistema que oprime parturientes, constrange médicos e enfermeiros e premia aqueles
que optam pela via contrária. Como mãe, mulher e professora, agradeço profunda e
profusamente a toda a equipe envolvida e a sua ajuda para tornar esse momento
especial e tão importante para nós em um momento também feliz e tranquilo como deve
ser.

Muito obrigada,

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Taianã de O M Garcia
Parturiente

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Dayse Aparecida da Silva Santos Rayana Mendes da Silva Souza
Enfermeira obstetrica (parteira) Tecnica de Enfermagem

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