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Nome: Gabriela de Jesus Araújo Nº: 39

Turma: 7º B Professora: Cristiane


Machado de Assis
Joaquim Maria Machado de Assis, cronista, contista, dramaturgo, jornalista, poeta, novelista,
romancista, crítico e ensaísta, nasceu na cidade do Rio de Janeiro em 21 de junho de 1839. Filho de
um operário mestiço de negro e português, Francisco José de Assis, e de D. Maria Leopoldina Machado
de Assis, aquele que viria a tornar-se o maior escritor do país e um mestre da língua, perde a mãe
muito cedo e é criado pela madrasta, Maria Inês, também mulata, que se dedica ao menino e o
matricula na escola pública, única que freqüentará o autodidata Machado de Assis.
   
De saúde frágil, epilético, gago, sabe-se pouco de sua infância e início da juventude. Criado no morro
do Livramento, consta que ajudava a missa na igreja da Lampadosa. Com a morte do pai, em 1851,
Maria Inês, à época morando em São Cristóvão, emprega-se como doceira num colégio do bairro, e
Machadinho, como era chamado, torna-se vendedor de doces. No colégio tem contato com professores
e alunos e é até provável que assistisse às aulas nas ocasiões em que não estava trabalhando.
   
Mesmo sem ter acesso a cursos regulares, empenhou-se em aprender.  Consta que, em São Cristóvão,
conheceu uma senhora francesa, proprietária de uma padaria, cujo forneiro lhe deu as primeiras lições
de Francês. Contava, também, com a proteção da madrinha D. Maria José de Mendonça Barroso, viúva
do Brigadeiro e Senador do Império Bento Barroso Pereira, proprietária da Quinta do Livramento, onde
foram agregados seus pais.
  
Aos 16 anos, publica em 12-01-1855 seu primeiro trabalho literário, o poema "Ela", na
revista Marmota Fluminense, de Francisco de Paula Brito. A Livraria Paula Brito acolhia novos talentos
da época, tendo publicado o citado poema e feito de Machado de Assis seu colaborador efetivo.
 
Com 17 anos, consegue emprego como aprendiz de tipógrafo na Imprensa Nacional, e começa a
escrever durante o tempo livre.  Conhece o então diretor do órgão, Manuel Antônio de Almeida, autor
de Memórias de um sargento de milícias, que se torna seu protetor.

Em 1858 volta à Livraria Paula Brito, como revisor e colaborador da Marmota,e ali integra-se à
sociedade lítero-humorística Petalógica, fundada por Paula Brito. Lá constrói o seu círculo de amigos,
do qual faziam parte Joaquim Manoel de Macedo, Manoel Antônio de Almeida, José de Alencar e
Gonçalves Dias.

Começa a publicar obras românticas e, em 1859, era revisor e colaborava com o jornal Correio
Mercantil. Em 1860, a convite de Quintino Bocaiúva, passa a fazer parte da redação do jornal Diário do
Rio de Janeiro. Além desse, escrevia também para a revista O Espelho (como crítico teatral,
inicialmente), A Semana Ilustrada(onde, além do nome, usava o pseudônimo de Dr. Semana) e Jornal
das Famílias.
  
Seu primeiro livro foi impresso em 1861, com o título Queda que as mulheres têm para os tolos, onde
aparece como tradutor.  No ano de 1862 era censor teatral, cargo que não rendia qualquer
remuneração, mas o possibilitava a ter acesso livre aos teatros. Nessa época, passa a colaborar em O
Futuro, órgão sob a direção do irmão de sua futura esposa, Faustino Xavier de Novais.
  
Publica seu primeiro livro de poesias em 1864, sob o título de Crisálidas.
  
Em 1867, é nomeado ajudante do diretor de publicação do Diário Oficial.

Agosto de 1869 marca a data da morte de seu amigo Faustino Xavier de Novais, e, menos de três
meses depois, em 12 de novembro de 1869, casa-se com Carolina Augusta Xavier de Novais.

Nessa época, o escritor era um típico homem de letras brasileiro bem sucedido, confortavelmente
amparado por um cargo público e por um  casamento feliz que durou 35 anos. D. Carolina, mulher
culta, apresenta Machado aos clássicos portugueses e a vários autores da língua inglesa.

Sua união foi feliz, mas sem filhos. A morte de sua esposa, em 1904, é uma sentida perda, tendo o
marido dedicado à falecida o soneto Carolina, que a celebrizou.
  
Seu primeiro romance, Ressurreição, foi publicado em 1872.  Com a nomeação para o cargo de
primeiro oficial da Secretaria de Estado do Ministério da Agricultura, Comércio e Obras Públicas,
estabiliza-se na carreira burocrática que seria o seu principal meio de subsistência durante toda sua
vida.
  
No O Globo de então (1874), jornal de Quintino Bocaiúva, começa a publicar em folhetins o romance A
mão e a luva. Escreveu crônicas, contos, poesias e romances para as revistas O Cruzeiro, A
Estação e Revista Brasileira.

Sua primeira peça teatral é encenada no Imperial Teatro Dom Pedro II em junho de 1880, escrita
especialmente para a comemoração do tricentenário de Camões, em festividades programadas
pelo Real Gabinete Português de Leitura. 

Na Gazeta de Notícias, no período de 1881 a 1897, publica aquelas que foram consideradas suas
melhores crônicas.

Em 1881, com a posse como ministro interino da Agricultura, Comércio Obras Públicas do poeta Pedro
Luís Pereira de Sousa, Machado assume o cargo de oficial de gabinete.

Publica, nesse ano, um livro extremamente original , pouco convencional para o estilo da
época: Memórias Póstumas de Brás Cubas -- que foi considerado, juntamente com O Mulato, de
Aluísio de Azevedo, o marco do realismo na literatura brasileira. 
  
Extraordinário contista, publica Papéis Avulsos em 1882, Histórias sem data(1884), Vária Histórias
(1896), Páginas Recolhidas (1889), e Relíquias da casa velha (1906).

Torna-se diretor da Diretoria do Comércio no Ministério em que servia, no ano de 1889.

Grande amigo do escritor paraense José Veríssimo, que dirigia a Revista Brasileira, em sua redação
promoviam reuniões os intelectuais que se identificaram com a idéia de Lúcio de Mendonça de criar
uma Academia Brasileira de Letras. Machado desde o princípio apoiou a idéia e compareceu às
reuniões preparatórias e, no dia 28 de janeiro de 1897, quando se instalou a Academia, foi eleito
presidente da instituição, cargo que ocupou até sua morte, ocorrida no Rio de Janeiro em 29 de
setembro de 1908. Sua oração fúnebre foi proferida pelo acadêmico Rui Barbosa.

É o fundador da cadeira nº. 23, e escolheu o nome de José de Alencar, seu grande amigo, para ser seu
patrono.

Por sua importância, a Academia Brasileira de Letras passou a ser chamada de Casa de Machado de
Assis.

Dizem os críticos que Machado era "urbano, aristocrata, cosmopolita, reservado e cínico, ignorou
questões sociais como a independência do Brasil e a abolição da escravatura. Passou ao longe do
nacionalismo, tendo ambientado suas histórias sempre no Rio, como se não houvesse outro lugar. ... A
galeria de tipos e personagens que criou revela o autor como um mestre da observação psicológica.  ..
.  Sua obra divide-se em duas fases, uma romântica e outra parnasiano-realista, quando desenvolveu
inconfundível estilo desiludido, sarcástico e amargo. O domínio da linguagem é sutil e o estilo é
preciso, reticente. O humor pessimista e a complexidade do pensamento, além da desconfiança na
razão (no seu sentido cartesiano e iluminista), fazem com que se afaste de seus contemporâneos."

BIBLIOGRAFIA:

Comédia

Desencantos, 1861.
Tu, só tu, puro amor, 1881.

Poesia

Crisálidas, 1864.
Falenas, 1870.
Americanas, 1875.
Poesias completas, 1901.
Romance

Ressurreição, 1872.
A mão e a luva, 1874.
Helena, 1876.
Iaiá Garcia, 1878.
Memórias Póstumas de Brás Cubas, 1881.
Quincas Borba, 1891.
Dom Casmurro, 1899.
Esaú Jacó, 1904.
Memorial de Aires, 1908.

Conto:

Contos Fluminenses,1870.
Histórias da meia-noite, 1873.
Papéis avulsos, 1882.
Histórias sem data, 1884.
Várias histórias, 1896.
Páginas recolhidas, 1899.
Relíquias de casa velha, 1906.

Teatro

Queda que as mulheres têm para os tolos, 1861


Desencantos, 1861
Hoje avental, amanhã luva, 1861.
O caminho da porta, 1862.
O protocolo, 1862.
Quase ministro, 1863.
Os deuses de casaca, 1865.
Tu, só tu, puro amor, 1881.

Algumas obras póstumas

Crítica, 1910.
Teatro coligido, 1910.
Outras relíquias, 1921.
Correspondência, 1932.
A semana, 1914/1937.
Páginas escolhidas, 1921.
Novas relíquias, 1932.
Crônicas, 1937.
Contos Fluminenses - 2º. volume, 1937.
Crítica literária, 1937.
Crítica teatral, 1937.
Histórias românticas, 1937.
Páginas esquecidas, 1939.
Casa velha, 1944.
Diálogos e reflexões de um relojoeiro, 1956.
Crônicas de Lélio, 1958.
Conto de escola, 2002.

Antologias

Obras completas (31 volumes), 1936.


Contos e crônicas, 1958.
Contos esparsos, 1966.
Contos: Uma Antologia (02 volumes), 1998
Em 1975, a Comissão Machado de Assis, instituída pelo Ministério da Educação e Cultura, organizou e
publicou as Edições críticas de obras de Machado de Assis, em 15 volumes.

Seus trabalhos são constantemente republicados, em diversos idiomas, tendo ocorrido a adaptação de
alguns textos para o cinema e a televisão.

O BRASIL DO SÉCULO XIX


O FIM DO IMPÉRIO

As condições políticas e socioeconômicas que permitiram que o Brasil se transformasse numa república
ocorreram durante o reinado de D. Pedro II. Estudando essas mudanças, podemos entender os fatores
que levaram à proclamação da República.

Durante o Segundo Reinado, no Sul do País, imigrantes produziam bens de consumo para o mercado
interno. Paralelamente, a Revolução Industrial levou à maior demanda por borracha, que era utilizada
como matéria-prima para produzir novos produtos industrializados. Essa maior demanda por borracha
resultou no aumento da exploração deste produto na região amazônica. A produção de borracha na
Amazônia teve um breve período de grande expansão, que durou do fim do século XIX até 1914, mas
entrou em decadência devido à forte concorrência das colônias inglesas, francesas e holandesas. Na
Bahia, as áreas produtoras de cacau e tabaco se expandiram, enquanto a pecuária ampliou-se no sul
de Mato Grosso e no Triângulo Mineiro.

Na segunda metade do século XIX, 600 indústrias já haviam sido estabelecidas nos principais centros
urbanos do país. No final do século, devido à imigração estrangeira, a atividade industrial brasileira se
consolidou. Muitos industriais, especialmente aqueles que se estabeleceram em São Paulo, eram
imigrantes que chegaram ao Brasil com algum capital e com muita ambição de enriquecer. Outros
industriais originaram das casas comerciais e do setor de agroexportação. O setor de transportes
ampliava-se e novas oportunidades de investimentos cresciam pelo Brasil. As cidades brasileiras se
tornavam mais e mais importantes e o mercado consumidor interno crescia simultaneamente. Foi no
Rio de Janeiro – a capital federal na época - que a atividade industrial mais se desenvolveu no final do
século XIX e início do século XX. Além do mercado consumidor que crescia constantemente, havia
comerciantes e banqueiros que investiam parte de seus capitais em novas atividades econômicas (nas
indústrias, por exemplo). Foram formadas grandes fábricas produtoras de tecidos e cervejas, pequenas
e médias produtoras de calçados e grandes moinhos de trigo.

Mas os próprios industriais enfrentaram vários problemas. Um deles foi a concorrência externa,
consequência da falta de uma política do governo federal para proteger a emergente indústria
nacional. Outro problema, ironicamente, era a crítica feita por vários setores da sociedade brasileira de
que a indústria nacional era ‘artificial’ e dependia do apoio do governo. Finalmente, os industriais
enfrentavam conflitos com a classe operária que exigia melhores salários e condições de trabalho.

Para ajudar a superar essas dificuldades, os empresários industriais criaram associações de classe para
defender seus interesses. Passaram também a participar de forma mais ativa no debate sobre o papel
da indústria no desenvolvimento do país. No começo do século XX, alguns políticos e líderes de classe
passaram a defender tarifas protecionistas e uma política governamental de ajuda à indústria nacional
como meio de reduzir a dependência do Brasil em relação aos capitais externos.

Mas apesar dessas mudanças econômicas e do declínio da escravidão, a economia brasileira


continuava sendo agrária e exportadora. Entre 1881 e 1890, o café era responsável por 61,5% das
exportações brasileiras.

O Império se apoiava na estrutura da economia escravista. Mas o declínio da escravidão e as


mudanças na economia resultaram no surgimento de novos grupos que passaram a exigir que seus
interesses fossem atendidos. A indústria pedia que fossem adotadas medidas para diminuir as
importações e as classes médias urbanas demonstravam um grande interesse em participar das
decisões políticas do país. O sistema eleitoral, baseado no voto indireto e que exigia uma renda mínima
per capita, passou a ser atacado por vários setores da sociedade brasileira. De fato, o sistema eleitoral
brasileiro era tão exclusivista que nas eleições de 1876, apenas 0,25% da população votou.

Nas últimas décadas do século XIX, havia uma clara divisão entre duas facções com interesses
claramente divergentes. A primeira facção era constituída por proprietários de terra ligados à cultura
da cana-de-açúcar e à lavoura cafeeira do vale do Paraíba, que eram a favor do trabalho escravo. A
outra facção era constituída por fazendeiros do Oeste paulista, que tinham uma visão mais empresarial
e utilizavam mão de obra assalariada.

A primeira facção – os fazendeiros do vale do Paraíba – possuía fazendas que não eram muito
diferentes dos tradicionais engenhos de açúcar. Apenas numa pequena parcela das terras eram
cultivadas culturas de subsistência: milho, feijão, mandioca etc. Essas fazendas produziam
praticamente tudo que consumiam. A lucratividade das fazendas do vale do Paraíba resultava da
produção de café em larga escala. Havia abundância de terras e a exploração da mão de obra escrava.
Mas os métodos empregados na cafeicultura eram primitivos: queimadas eram praticadas e matas
eram derrubadas indiscriminadamente, facilitando a erosão a prejudicando a riqueza do solo. Após
trinta a quarenta anos, as terras ocupadas pelos cafezais esgotavam-se e eram abandonadas. Isso
causou uma grande mobilidade da cafeicultura brasileira – um fenômeno que também ocorria com as
fazendas de cana-de-açúcar. Os cafezais deslocaram-se em direção às terras roxas do Oeste paulista,
devastando florestas e expulsando os pequenos sitiantes que haviam se estabelecido na região. Porém,
a interiorização das plantações gerou novos problemas: a insuficiência de trabalhadores escravos e a
falta de boas estradas para transportar café até os portos de Santos e Rio de Janeiro. O produto,
conduzido via transporte animal, frequentemente chegava a seu destino com muitos dias de atraso e,
às vezes, já estragado.

A outra facção – composta por fazendeiros de café que ocupavam o Oeste paulista a partir da segunda
metade do século XIX – possuía uma mentalidade mais prática e moderna para administrar suas
propriedades. Alguns desses fazendeiros importavam máquinas para substituir a mão de obra em
trabalhos como limpar e separar grãos de café. À medida que a mão de obra assalariada se tornava
necessária, cafeicultores paulistas começaram a pressionar o imperador para que o governo
financiasse a imigração para o Brasil. Os empresários do café também exigiam que o governo imperial
instalasse estradas de ferro para solucionar o problema da falta de transporte. Essa facção precisava
retirar o controle político das mãos dos senhores de escravos para poder estabelecer um governo que
acabasse com a escravidão, que incentivasse a vinda de imigrantes para o Brasil, que investisse no
setor de transportes e que ampliasse o setor financeiro. Os cafeicultores do Oeste paulista estavam
cientes que só alcançariam esses objetivos com o fim do Império. Por isso, apoiavam o Partido
Republicano.

A fundação do Partido Republicano

O Partido Republicano foi fundado em 1870. Esse novo partido acreditava que a descentralização
político-administrativa era a melhor solução para as províncias, que passariam a ter, uma vez
estabelecida a república, autonomia para cuidar de sua população local. Esses políticos liberais
expuseram suas propostas políticas ao publicar na capital, em dezembro de 1870, o Manifesto
Republicano. Esse documento denunciava o “caráter permanente e hereditário do poder” e propunha a
“reforma pacífica” do regime, insistindo principalmente na implantação do federalismo.

Durante os primeiros anos do Império, dois partidos dominavam a política do país: o Conservador e o
Liberal. No ano de 1868, o Partido Liberal se dividiu em dois grupos: moderado e radical. O setor
radical adotou as ideias republicanas e, em 1870, fundou um novo partido – o Partido Republicano do
Rio de Janeiro. Em 1872, foi fundado o Partido Republicano Paulista, cuja primeira convenção ocorreu
em 1873, na cidade de Itu, no Oeste paulista.

Os principais membros do Partido Republicano eram profissionais liberais e comerciantes, cafeicultores


do Oeste paulista e os pobres que migraram da zona rural para as cidades.

Os membros do Partido estavam divididos em duas facções: uma delas apoiava a implantação da
república através de uma revolução popular; a outra, evolucionista, planejava adquirir o poder por
meio de eleições. O principal líder da corrente evolucionista foi Quintino Bocaiuva; o principal
representante dos revolucionários foi Silva Jardim. Mas apesar dessa divisão interna no partido, os
republicanos oficialmente defendiam a não violência e mostravam-se favorável à transformação
evolucionária, e não revolucionária.

Os últimos anos do governo de D. Pedro II

Durante os últimos anos do governo de D. Pedro II, ocorreram constantes contestações ao regime
imperial brasileiro. Além da campanha abolicionista e da campanha republicana, ocorriam
paralelamente a Questão Religiosa e a Questão Militar.

O que foi a Questão Religiosa? Desde o início da colonização, a Igreja realizava um importante papel
na formação da sociedade brasileira. A Constituição brasileira havia decretado que a religião oficial do
país seria a Católica Apostólica Romana, regida pelo padroado. Porém, no século XIX, a religião no
Brasil permanecia subordinada ao Estado que sustentava o clero e influía na nomeação de bispos e
párocos. O papa poderia não aceitar a nomeação de bispos ou cardeais, mas ele não tinha o direito de
nomeá-los diretamente. Assim, o clero no Brasil era pago pelo Estado.

A maçonaria, que antes da independência havia sido revolucionária, passou a defender ideias
conservadoras durante o Segundo Reinado. A maçonaria incluía um grande número de padres, apesar
da Bula Syllabus do papa Pio IX ter proibido as relações entre a Igreja e a maçonaria desde 1864. Em
1872, muitos padres compareceram a um encontro promovido pela maçonaria brasileira. Dom Vital
Maria de Oliveira, bispo de Olinda e dom Antônio de Macedo Costa, bispo do Pará, suspenderam os
ofícios religiosos dos membros de suas dioceses que haviam participado do evento. O bispo do Pará
também iniciou uma cruzada contra os maçons, entre os quais se encontravam importantes políticos.
Esses políticos reagiram, exigindo que D. Pedro II tomasse medidas contra os religiosos.

D. Pedro queria manter vínculos entre a maçonaria – que apoiava o regime monárquico e à qual ele
próprio pertencia – e a Igreja. Portanto, o imperador chamou os dois bispos para resolverem a
questão. Porém, os bispos se recusaram a aceitar a autoridade do imperador, mantendo obediência
somente às ordens do Papa. A questão foi encaminhada ao Supremo Tribunal de Justiça. Os bispos
receberam pena de quatro anos de reclusão e trabalho forçado. (Posteriormente, eles foram anistiados
pelo primeiro-ministro, o duque de Caxias).

Após a Questão Religiosa, foi decidido que as bulas papais só vigorariam se aprovadas pelo imperador.
Esse poder de veto do imperador chamava-se de beneplácito. Essa crise com a Igreja resultou numa
redução maior ainda do apoio ao Império.

A Questão Militar foi mais um fator que resultou na queda do governo de D. Pedro II. Durante o
Império, foi aprovado o projeto de montepio: as famílias dos militares mortos ou mutilados na guerra
do Paraguai receberiam uma pensão. A guerra havia sido encerrada em 1870, mas até 1883, o
montepio ainda não havia sido pago. Os militares apontaram o tenente-coronel Sena Madureira para
defender seus direitos. Porém, após fazer fortes acusações contra o governo, Madureira foi punido e os
militares foram proibidos de dar declarações à imprensa sem prévia autorização do governo imperial.

Em 1884, Francisco José do Nascimento, o “dragão do mar” foi para o Rio de Janeiro, tendo sido
convidado por Sena Madureira. Uma recepção no Clube Militar foi organizada em que o líder dos
jangadeiros nordestinos foi recebido com honras de chefe de Estado. Por essa recepção dada ao
“dragão do mar”, Sena Madureira foi punido novamente pelo imperador.

Nesse mesmo ano, um lote de fardas enviado ao Piauí não chegou ao seu destino. O coronel Cunha
Matos, encarregado de investigar o desvio, concluiu que o tenente-coronel Pedro José de Lima havia
sido responsável pelo incidente e reprimiu-o severamente. A imprensa atacou Cunha Matos, que se
defendeu, revidando através dos próprios jornais. Cunha Matos foi punido por essa atitude proibida:
como mencionado acima, a lei não permitia que militares discutissem assuntos militares ou políticos
por meio da imprensa.

Sena Madureira se indignou com a punição a Cunha Matos. Madureira concedeu entrevistas aos
jornais, atacando o governo pela medida tomada. O imperador reagiu a essas declarações ao exigir
que o marechal Deodoro da Fonseca, superior de Sena Madureira, tomasse providências contra o
militar. Deodoro se recusou e ambos foram punidos.
O auge da Questão Militar ocorreu em 1887, quando a oficialidade brasileira lançou o Manifesto ao
Parlamento e à Nação, reivindicando liberdade de expressão na imprensa. Deodoro da Fonseca tornou-
se presidente desse Clube Militar, recém-fundado no Rio de Janeiro, e passou a liderar o Exército como
se fosse um partido político.

As questões militares resultaram no aprofundamento de sentimentos de animosidade entre as Forças


Armadas e o imperador. Isso facilitou a disseminação de ideias republicanas entre os militares. O
Exército brasileiro retornou da Guerra do Paraguai, ano de 1870, disposto a lutar por maiores direitos
políticos. O contato com a oficialidade da Argentina e do Uruguai – países onde vigorava o trabalho
livre e o regime republicano – conscientizou os militares brasileiros do atraso das instituições do Brasil.
Os militares foram influenciados também pelas ideias positivistas, que haviam sido desenvolvidas na
França pelo filósofo Auguste Comte e transmitidas para eles principalmente pelo professor e militar
Benjamin Constant. Professor na Academia Militar do Rio de Janeiro desde 1873, Benjamin Constant
pregava entre seus alunos a necessidade de modificar as instituições.

Paralelamente a esses conflitos, os profissionais liberais e latifundiários do Oeste paulista passaram a


exigir o direito de participar da vida política do país. Ao mesmo tempo, o Império perdia o apoio de
seus aliados tradicionais: senhores de engenhos nordestinos, cafeicultores do vale do Paraíba, militares
e a Igreja. Assim afirmou Silva Jardim na época: “Estou convicto de que a monarquia não tem
defensores, senão os membros da família real”.

O Brasil estava às vésperas da república.

A ABOLIÇÃO DA ESCRAVATURA

No início da colonização do Brasil (século XVI), não havia no Brasil trabalhadores para a realização de
trabalhos manuais pesados. Os portugueses colonizadores tentaram usar o trabalho indígena nas
lavouras. A escravidão indígena não pôde ser levada adiante, pois os religiosos católicos se
posicionaram em defesa dos índios condenando sua escravidão. Logo, os colonizadores buscaram uma
outra alternativa. Eles buscaram negros na África para submetê-los à força ao trabalho escravo em sua
colônia. Foi neste contexto que começou a entrada dos escravos africanos no Brasil.
 
Os negros africanos, trazidos da África, eram transportados nos porões dos navios negreiros. Em
função das péssimas condições deste meio de transporte desumano, muitos morreram durante a
viagem. Após desembarcaram no Brasil eram comprados como mercadorias por fazendeiros e senhores
de engenho, que os tratavam de forma cruel e, muitas vezes, violenta. 
 
Embora muitos considerassem normal e aceitável, a escravidão naquela época, havia aqueles que
eram contra este tipo de prática, porém eram a minoria e não tinham influência política para mudar a
situação. Contudo, a escravidão permaneceu por quase 300 anos. O principal fator que manteve o
sistema escravista por tantos anos foi o econômico. A economia do Brasil contava quase que
exclusivamente com o trabalho escravo para realizar os trabalhos nas fazendas e nas minas. As
providências para a libertação dos escravos, de acordo com alguns políticos da época, deveriam ser
tomadas lentamente.
 
Na segunda metade do século XIX surgiu o movimento abolicionista, que defendia a abolição da
escravidão no Brasil. Joaquim Nabuco foi um dos principais abolicionistas deste período.
 
A região Sul do Brasil passou a empregar trabalhadores assalariados brasileiros e imigrantes
estrangeiros, a partir de 1870.  Na região Norte, as usinas produtoras de açúcar substituíram os
primitivos engenhos, fato que possibilitou o uso de um número menor de escravos. Já nos principais
centros urbanos, era grande a necessidade do surgimento de indústrias. Visando não causar prejuízo
financeiros aos proprietários rurais, o governo brasileiro, pressionado pelo Reino Unido,  foi alcançando
seus objetivos lentamente. 
 
A primeira etapa do processo foi tomada em 1850, com a extinção do tráfico de escravos no Brasil.
Vinte e um anos mais tarde, em de 28 de setembro de 1871, foi promulgada a Lei do Ventre-Livre.
Esta lei tornava livres os filhos de escravos que nascessem a partir da decretação da lei.
 
No ano de 1885, foi  promulgada a lei Saraiva-Cotegipe (também conhecida como Lei dos
Sexagenários) que beneficiava os negros com mais de 65 anos de idade.
 
Foi somente em 13 de maio de 1888, através da Lei Áurea, que a liberdade total e definitiva finalmente
foi alcançada pelos negros brasileiros. Esta lei, assinada pela Princesa Isabel (filha de D. Pedro II),
abolia de vez a escravidão em nosso país.

A PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA

No final da década de 1880, a monarquia brasileira estava numa situação de crise, pois representava
uma forma de governo que não correspondia mais às mudanças sociais em processo. Fazia-se
necessário a implantação de uma nova forma de governo, que fosse capaz de fazer o país progredir e
avançar nas questões políticas, econômicas e sociais.

A crise do sistema monárquico brasileiro pode ser explicada através de algumas questões:

 - Interferência de D.Pedro II nos assuntos religiosos, provocando um descontentamento na Igreja


Católica;

 - Críticas feitas por integrantes do Exército Brasileiro, que não aprovavam a corrupção existente na
corte. Além disso, os militares estavam descontentes com a proibição, imposta pela Monarquia, pela
qual os oficiais do Exército não podiam se manifestar na imprensa sem uma prévia autorização do
Ministro da Guerra;

 - A classe média (funcionário públicos, profissionais liberais, jornalistas, estudantes, artistas,


comerciantes) estava crescendo nos grandes centros urbanos e desejava mais liberdade e maior
participação nos assuntos políticos do país. Identificada com os ideais republicanos, esta classe social
passou a apoiar o fim do império;

- Falta de apoio dos proprietários rurais, principalmente dos cafeicultores do Oeste Paulista, que
desejavam obter maior poder político, já que tinham grande poder econômico;

Diante das pressões citadas, da falta de apoio popular e das constantes críticas que partiam de vários
setores sociais, o imperador e seu governo, encontravam-se enfraquecidos e frágeis. Doente, D.Pedro
II estava cada vez mais afastado das decisões políticas do país. Enquanto isso, o movimento
republicano ganhava força no Brasil.

No dia 15 de novembro de 1889, o Marechal Deodoro da Fonseca, com o apoio dos republicanos,
demitiu o Conselho de Ministros e seu presidente. Na noite deste mesmo dia, o marechal assinou o
manifesto proclamando a República no Brasil e instalando um governo provisório.

Após 67 anos, a monarquia chegava ao fim. No dia 18 de novembro, D.Pedro II e a família imperial
partiam rumo à Europa. Tinha início a República Brasileira com o Marechal Deodoro da Fonseca
assumindo provisoriamente o posto de presidente do Brasil. A partir de então, o pais seria governado
por um presidente escolhido pelo povo através das eleições. Foi um grande avanço rumo a
consolidação da democracia no Brasil.
A SOCIEDADE DO RIO DE JANEIRO

Sede da administração colonial desde 1763 e do império a partir de 1822, o Rio de Janeiro concentrava
a maior parte do aparato político-administrativo do Brasil.

O crescimento urbano e o progresso econômico mudavam, também, a estrutura social da cidade. A


atividade comercial criava uma camada burguesa e pequeno-burguesa independente da velha
oligarquia rural e impulsionava a burocracia administrativa. Dessa forma, à sombra do
desenvolvimento econômico, vicejava uma nova classe média, cujos hábitos e preferências seguiam os
figurinos de Paris.

Para atender a toda essa clientela, surgiram confeitarias, teatros, livrarias e sofisticadas lojas de
artigos estrangeiros. Os hábitos igualmente se modificavam. As damas da sociedade, vestidas no rigor
da moda parisiense, já podiam passear livremente (embora não desacompanhadas) e frequentar casas
de chá. Os homens, de cartola e casaca, discutiam política e arte pelas ruas. Tipos sociais descritos por
dramaturgos e romancistas da época - o burocrata, o militar, o comerciante, o poeta, a governanta
francesa, o senador, o estudante e tantos outros - eram a expressão dessa sociedade refinada.

Poucos literatos, no entanto, deram-se ao trabalho de sair desse círculo elegante para descrever o
modo de vida do carioca comum. Em cinquenta anos, a cidade quase triplicara sua população,
passando de menos de 200.000 habitantes, no início do reinado de D. Pedro II, para 522.000 em
1890. Essa explosão demográfica trazia uma enorme carga de desemprego, criminalidade e
rebaixamento nas condições de vida, higiene e saúde.

Moradia era o grande tormento das camadas pobres, ainda mais que a área disponível sempre foi
relativamente pequena, pois a cidade ocupa uma estreita faixa de terra plana. O crescimento ocorria
no eixo norte-sul, ficando a zona norte para os pobres e a zona sul para os ricos. São Sebastião,
Tijuca, Laranjeiras e Rio Comprido transformavam-se em bairros elegantes, onde a nascente burguesia
e os novos proprietários rurais, ligados à cafeicultura, construíam palacetes de estilo neoclássico. As
camadas pobres concentravam-se na chamada Cidade Nova, que se estendia do campo de Santana a
São Cristóvão.

Com o crescimento da população e a especulação imobiliária, os terrenos tornaram-se cada vez mais
caros. Só a 'classe média' tinha condições de pagar o aluguel de uma casa; os pobres eram obrigados
a viver amontoados e habitações coletivas de madeira ou alvenaria: os cortiços, cujas condições de
higiene eram tão precárias que já no começo do século XX o cronista Luís Edmundo os classificou de
'pestilenciais'. Descritas por Aluísio de Azevedo no romance O Cortiço, tais habitações eram alugadas,
rendendo enormes lucros a seus proprietários. Estes últimos, aliás, nem sempre eram comerciantes
portugueses, como o personagem João Romão, criado por Azevedo; entre eles havia, também
aristocratas e homens da corte: o conde D'Eu (genro de D. Pedro II), por exemplo, era dono de um
imenso cortiço, conhecido como Cabeça-de-Porco, onde moravam mais de 4.000 pessoas.

Para os que não podiam pagar nem mesmo o aluguel de uma habitação coletiva, só restava subir os
morros e construir barracos de madeira, dando origem às favelas. As primeiras apareceram logo após
a Guerra do Paraguai, quando muitos escravos alforriados começaram a retornar dos campos de
batalha. Marginalizados e sem recursos, alguns até mutilados, esses 'ex-voluntários da Pátria' não
encontravam emprego e iam morar como podiam.

O Rio de Janeiro era, assim, uma cidade heterogênea, com mansões e palacetes ao lado de bairros
miseráveis. Na rua do Ouvidor podiam-se encontrar as últimas novidades de Paris, mas a febre
amarela e a varíola periodicamente dizimavam a população pobre. Uma aristocracia culta e exigente
povoava os salões e os espetáculos de ópera, enquanto o desemprego empurrava milhares de pessoas
para uma vida incerta de pequenos trabalhos avulsos, quando não para o baixo meretrício e a
malandragem. Nos palacetes de Laranjeiras falava-se francês, nas grandes noites de gala, quando
personagens como o conde D'Eu contavam suas façanhas na Guerra do Paraguai. Não longe dali, no
entanto, em cortiços como o Cabeça-de-Porco, a fome e a miséria faziam estragos na população.
COMO ERA A ESCOLA NO SECULO XIX

No século XIX a escola no Brasil era direcionada aos burgueses e pelos burgueses. Pois os mesmos
surgiram no Brasil, como uma entidade especializada em manipular o comércio, indústria, serviços e,
conseqüentemente, a educação. Havia interesses nos modelos educacionais da época por parte dos
burgueses.
A normatização para o reconhecimento da classe do docente, teve início somente em 1827, após a Lei
Geral de Ensino. A partir desse instante, com a normatização do Estatuto, teve início o processo de
reestruturação e hierarquização, com relação à classe dos professores. A ratificação, quanto ao corpo
docente, ocorreu em 1834, com o Ato Adicional, que transferia as responsabilidades para as
províncias, para a formação dos docentes.
Com a criação das escolas normais, pelo mesmo Ato, houve uma transformação sociológica. Os
professores se obrigavam a se reestruturar e se preparar profissionalmente para exercer as atividades
de um verdadeiro mestre.
Com as mudanças sociológicas, criaram condições para o surgimento das  associações profissionais, no
século XIX.
Com a transferência da responsabilidade para as províncias, houve a descentralização administrativa
no ensino primário e secundário, bem como a interferência no sistema de formação de professores.
O corpo docente era composto basicamente por professores (homens). Existiam restrições, inclusive,
quanto as meninas se matricularem nas escolas.
O Ato nº 10 da Assembléia Legislativa da Província, definiu as disciplinas a serem ministradas, as quais
eram: as quatro operações de aritmética, quebrados, decimais e proporções; conhecimento de
literatura e escrita; noções de geometria; geografia; princípios de moral e cristã  e gramática nacional.
A partir  de 1859, houve uma nova fase quanto às disciplinas  obrigatórias. Novas disciplinas  foram
implantadas, como por exemplo: caligrafia, pedagogia, noções de geometria, desenho, cosmografia,
história do Brasil, música e canto.
Entre 1868 e 1876, profundas mudanças ocorreram dentro das instituições de ensino, entre elas, a
eliminação dos castigos corporais impostos pelos professores aos alunos.
Ocorreu a substituição do castigo corporal pela “lição de coisas”.
Dessa forma os professores obrigaram-se a desenvolver novas formas pedagógicas, introduzindo,
assim, metodologias didática-pedagógica e reorganizar a tempo da hora/aula desenvolvida dentro da
sala de aula.
Com a proclamação da República, houve nova alteração na grade curricular, isso em 1893, sendo
introduzido português e literatura portuguesa e nacional; aritmética, álgebra e geometria; geografia e
cosmografia, história do Brasil; física, química elementar, elementos de mineralogia; história natural e
elementos de higiene; francês; pedagogia e metodologia;  instrução moral e cívica; caligrafia, desenho
geométrico e de ornato; música; ginástica; e trabalho de agulha e economia doméstica( para o sexo
feminino).
Não havia incentivo aos professores por intermédio do governo para a educação na época, havia sim
uma  preocupação no controle dos custos despendidos. Tal fato ficou notório quando Couto Ferraz,
1849, expediu o Regulamento da Instituição Primária e Secundária, tecendo críticas, quanto ás
despesas das escolas existentes, pois no entender dele havia muito custo para poucos estudantes.
No mesmo regulamento foram propostas certas normas para a formação do professor. Entre elas
algumas de destaques como o rebaixamento do salário dos professores, bem como a alteração no
conteúdo dado em sala de aula.
Quanto à formação intelectual do professor houve uma vigilância, ou seja, um policiamento dos
professores, por meio de um mecanismo rigoroso de inspeção. Foi criada a figura do inspetor
paroquial, o chamado “pelego”, para seguir os passos dos professores.
Os inspetores controlavam  as condutas dos professores em sala de aula. O controle dos professores
era tão rigoroso, que os professores tinham que pedir permissão do presidente da Província até para ir
à missa aos domingos.
Com tais exigências, os professores partiram para a criação das primeiras associações profissionais.
Essas associações davam força aos interesses profissionais dos docentes.
Como de costume, o Estado sempre combateu essas associações, pois elas davam autonomia aos
professores, e isso não era bom para o Estado controlador.
Com esse movimento, os professores na década de 1870, reivindicavam a melhoria do estatuto de
ensino, a definição da carreira dentro da classe dos docentes e o reconhecimento da figura do
educador, bem como de sua profissão. 

METODO DE ENSINO E FORMAS DE CASTIGO

A temática dos castigos não é inédita. Nos anos 1800, os castigos físicos tinham dois fins: punir o mau
comportamento e a dificuldade de aprendizagem. Férulas, chicotes e palmatórias faziam parte dos
objetos utilizados pelo professor para educar os alunos, mantendo a ordem e a disciplina. Todavia, tais
práticas acabaram por denunciar uma sociedade impregnada de práticas violentas, sendo comuns não
apenas no universo escolar, mas em todo o processo que envolvia relações humanas. Em 1827, foi
redigida uma Lei Imperial que – entre outras prescrições – tornava proibido o castigo corporal, sendo
substituído pelos de cunho moral, baseado no método lancasteriano.1 Todavia, a existência de uma
legislação que regule práticas cotidianas não ocorre sem uma tensão entre os favoráveis e
desfavoráveis a ela. Textos apontam relatos de pais e docentes contrários à proibição dos castigos
físicos nas escolas em 1800, bem como assinalam a existência de pais indignados com as palmatoadas
aplicadas por professores em seus filhos.
Até o século XIX, os castigos físicos eram praticados de forma natural para educar crianças – seja na
relação professor/aluno, seja na relação pais/ filhos – a exemplo daquelas adotadas pelas
congregações lassalistas no século XVII.
Contudo, havia limitações para o uso de castigos físicos em crianças, a exemplo da palmatória, que
“deveria ser usada apenas pelo mestre e servir para bater ‘somente’ na palma da mão esquerda com
dois ou três golpes no máximo”. (VEIGA, 2003, p. 502). A violência era, portanto, uma prática comum.
Seu uso era legítimo não apenas no universo escolar, mas em todo o processo que envolvesse relações
humanas, fossem elas entre senhor e escravo, entre marido e esposa, fossem entre pais e filhos, entre
outros exemplos. Todavia, nos anos 1800, essas práticas já não eram vistas com tanta naturalidade,
pelos menos pelas instâncias de poder, pois não estava de acordo com uma sociedade que se
pretendia civilizada e desenvolvida. Assim, em 15 de outubro de 1827, foi promulgada a Lei Imperial
que, entre diversas prescrições, incidia sobre a proibição de castigos físicos nas escolas, substituindo-
os pelo de cunho moral, baseando-se no método lancasteriano. Dessa forma, o sentimento de medo
cederia espaço ao sentimento de vergonha.
A tensão entre a legislação e as práticas cotidianas no século XIX revela que preceitos gestados por
uma instância de poder não significam, necessariamente, mudanças cotidianas.
A palmatória, o chicote, a vara, as carteiras, os livros, o quadro de giz e outros objetos faziam parte da
cultura escolar daquele tempo histórico.
Como prática, os castigos físicos ainda eram utilizados, mas, ao longo do século XX, esses coexistiram
com os castigos de cunho moral, que visavam a incutir o sentimento de vergonha e humilhação nos
alunos. Assim, com maior frequência, eram imputados pontos negativos na caderneta escolar, aplicada
arguição na frente dos colegas, chamada a atenção de forma grosseira perante o grupo, lidas cópias de
trechos de livros ou de frases moralistas, por exemplo.

A LITERATURA DO BRASIL NO SECULO XIX


Romantismo ( século XIX ) 
A modernização ocorrida no Brasil, com a chegada da família real portuguesa em 1808, e a
Independência do Brasil em 1822 são dois fatos históricos que influenciaram na literatura do período.
Como características principais do romantismo, podemos citar : individualismo, nacionalismo,
retomada dos fatos históricos importantes, idealização da mulher, espírito criativo e sonhador,
valorização da liberdade e o uso de metáforas. As principais obras românticas que podemos citar : O
Guarani de José de Alencar, Suspiros Poéticos e Saudades de Gonçalves de Magalhães, Espumas
Flutuantes de Castro Alves, Primeiros Cantos de Gonçalves Dias. Outros importantes escritores e
poetas do período: Casimiro de Abreu, Álvares de Azevedo, Junqueira Freire e Teixeira e Souza. 

Realismo - Naturalismo ( segunda metade do século XIX ) 


Na segunda metade do século XIX, a literatura romântica entrou em declínio, juntos com seus ideais.
Os escritores e poetas realistas começam a falar da realidade social e dos principais problemas e
conflitos do ser humano. Como características desta fase, podemos citar : objetivismo, linguagem
popular, trama psicológica, valorização de personagens inspirados na realidade, uso de cenas
cotidianas, crítica social, visão irônica da realidade. O principal representante desta fase foi Machado
de Assis com as obras : Memórias Póstumas de Brás Cubas, Quincas Borba, Dom Casmurro e O
Alienista. Podemos citar ainda como escritores realistas Aluisio de Azedo autor de O Mulato e O Cortiço
e Raul Pompéia autor de O Ateneu. 

Parnasianismo ( final do século XIX e início do século XX ) 


O parnasianismo buscou os temas clássicos, valorizando o rigor formal e a poesia descritiva. Os
autores parnasianos usavam uma linguagem rebuscada, vocabulário culto, temas mitológicos e
descrições detalhadas. Diziam que faziam a arte pela arte. Graças a esta postura foram chamados de
criadores de uma literatura alienada, pois não retratavam os problemas sociais que ocorriam naquela
época. Os principais autores parnasianos são: Olavo Bilac, Raimundo Correa, Alberto de Oliveira e
Vicente de Carvalho. 

Simbolismo ( fins do século XIX ) 


Esta fase literária inicia-se com a publicação de Missal e Broquéis de João da Cruz e Souza. Os poetas
simbolistas usavam uma linguagem abstrata e sugestiva, enchendo suas obras de misticismo e
religiosidade. Valorizavam muito os mistérios da morte e dos sonhos, carregando os textos de
subjetivismo. Os principais representantes do simbolismo foram: Cruz e Souza e Alphonsus de
Guimaraens.

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