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RESUMO
INTRODUÇÃO
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Acadêmica do Curso de Licenciatura em Pedagogia da Faculdade Estácio do Amapá.
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Doutor em Educação pela Universidade Federal do Pará, Mestre em Direito Ambiental e Políticas Públicas
pela Universidade Federal do Pará, Especialista em Didática do Ensino Superior e Gestão do Trabalho
Pedagógico, Licenciado Pleno em Pedagogia pela Universidade Federal do Pará e Professor Auxiliar da
Faculdade Estácio Amapá.
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sociedade. Desse modo, a ideia de integração surge para derrubar a prática da exclusão
social que as pessoas com deficiência foram submetidas.
A integração vem para corrigir e organizar o sistema educacional como afirma
Mantoan (2003). É um ato de inserir alunos ou grupo de alunos que antes haviam sido
excluídos da vida escolar e atender a necessidade de todos em função de suas
necessidades. E dessa forma, a autora defende que a inclusão provoca uma mudança de
perspectiva educacional por não atingir somente alunos com deficiência ou dificuldades
de aprendizado, mas sim todos os demais.
As Pessoas com deficiência (PcD) são consideradas aquelas que possuem
limitações ou impedimentos de longo prazo. Neste sentido, a deficiência pode ser de
natureza intelectual, mental, sensorial ou física, no qual, em interação com uma ou mais
barreiras, pode obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de
condições com as demais pessoas. Dessa forma, estes impedimentos, são estabelecidos
de acordo com a lei da Inclusão, Lei 13.146 de Julho de 2015, onde, destaca as barreiras
urbanísticas, barreiras arquitetônicas, barreiras nos transportes, barreiras nas
comunicações e na informação, barreiras atitudinais e barreiras tecnológicas como sendo
entraves que limitam ou impeçam as pessoas com deficiências à participação, bem como
o gozo pleno ao exercício de seus direitos como cidadãos.
A igualdade de oportunidades é um direito de todas as pessoas, e isto inclui a
pessoa com deficiência, haja visto, que não devem sofrer nenhum tipo de discriminação,
e ainda, a lei 13.146/15 determina que é dever do Estado, da sociedade e da família
assegurar à pessoa com deficiência, com prioridade, a efetivação dos direitos referentes à
vida, à saúde, à sexualidade, à paternidade e à maternidade, à alimentação, à habitação, à
educação, à profissionalização, ao trabalho, à previdência social, à habilitação e à
reabilitação, ao transporte, à acessibilidade, à cultura, ao desporto, ao turismo, ao lazer, à
informação, à comunicação, aos avanços científicos e tecnológicos, à dignidade, ao
respeito, à liberdade, à convivência familiar e comunitária, entre outros decorrentes da
Constituição Federal, da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e seu
Protocolo Facultativo e das leis e de outras normas que garantam seu bem-estar pessoal,
social e econômico.
No âmbito da educação, tanto os textos nacionais quanto os internacionais,
enfatizam o direito da pessoa com deficiência ao recebimento de educação, e a Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) Lei 9.394/96 vai além, ao criar um
capítulo destinado a este público onde destaca a matrícula preferencialmente na rede
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regular de ensino, ou seja, os princípios basilares da inclusão escolar abrem o campo para
corrigir o processo de exclusão e discriminação que a muito tempo as pessoas com
deficiência vem sofrendo.
A inclusão escolar parte do pressuposto de que ninguém será excluído e
discriminado e todos terão o acesso e permanência escolar garantido pela Constituição
brasileira de 1988, no entanto, sabe-se que a realidade das escolas públicas brasileiras é
alarmante no que diz respeito ao ensino tanto para crianças “normais” quanto para
crianças com alguma limitação sensorial, mental, intelectual ou física e a falta de
estrutura, formação de professores são alguns dos principais problemas, visto que esses
alunos precisam de um corpo docente bem capacitado e uma escola totalmente adaptada
para recebê-los e não o contrário, ou seja, são desafios que ainda persistem nos dias atuais.
Segundo o IBGE (2010), atualmente existe no Brasil 45,6 milhões de cidadãos
com alguma deficiência. Diante desse cenário, é preocupante a forma como as escolas
públicas, juntamente com o seu corpo docente, irá garantir a acessibilidade, permanência
e o direito à educação de qualidade para os alunos com deficiência, pois, incluir um aluno
em uma sala de aula vai além de inserir, a escola inclusiva precisa estar atrelada aos
limites dos alunos com deficiência. Neste sentido, Mantoan (2003), ressalta que,
escolar, é ofertar o aparato técnico, metodológico, estrutural necessários para que estas
pessoas se sintam incluídas no processo de ensino e aprendizagem.
De acordo com o censo da educação básica (2018), o número de matrículas de
alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento ou altas habilidades em
classes comuns ou especiais exclusivas, teve um aumento de 33,2% em relação a 2014,
ou seja, 1,2 milhão de alunos com algum tipo de deficiência estão incluídos e distribuídos
entre a Educação Infantil, Ensino Fundamental anos Iniciais e Finais, Ensino Médio,
Educação de Jovens e Adultos e Educação profissionalizante. Desse modo, a inclusão
escolar é uma realidade que faz parte da construção de um sistema educacional inclusivo.
Visto isto, a escola como um todo necessita passar por uma reorganização, para
que não apenas “inclua” no sentido de quantidade os educandos com deficiência e sim
oferte uma educação de qualidade onde todos possam ter igualdade de oportunidades.
Nesse sentido, Mantoan (2003, p. 35) afirma que “a reorganização das escolas
depende de um encadeamento de ações que estão centradas no projeto político-
pedagógico”, ou seja, as mudanças e ou reorganização de uma escola para atender pessoas
com necessidades especiais, perpassa pelo Projeto Pedagógico, pois, neste documento,
deve estar contido o modelo de escola que vá atender a comunidade e esteja de acordo
com as necessidades de seu público.
Para que ocorra a inclusão escolar, a escola precisa ser um espaço da diversidade,
da pluralidade, da democracia, do respeito às diferenças, respeito às limitações. O corpo
escolar, os professores (as), precisam estar capacitados e bem remunerados, assim como
a estrutura física da escola necessita estar adaptada para a garantia de acesso e
permanência dos educandos, pois, só assim pode-se ter uma educação de qualidade para
que estes sujeitos sejam vistos não como deficientes, mas sim como eficientes para
desempenharem suas variadas funções como cidadãos proativos em sociedade.
Sassaki (1997, p. 39), assegura que “para incluir todas as pessoas, a sociedade
deve ser modificada a partir do entendimento de que ela é que precisa ser capaz de atender
as necessidades de seus membros”, pois, o autor acredita que para que ocorra o
desenvolvimento das pessoas com deficiência, isso deve acontecer dentro do processo de
inclusão e não como um requisito para estas pessoas fazerem parte da sociedade como se
fosse comprar um ingresso para integrá-las.
Incluir o aluno com deficiência em escolas da rede de ensino regular junto com os
demais alunos, sem dúvida foi um grande avanço para os sistemas educacionais. Além
disso, a implementação de cursos como a Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) e o
ensino do BRAILE e do Soroban para alunos com deficiência auditiva e visual
respectivamente dentro dos cursos superiores ou da educação profissional ou cursos de
extensão, serviram para preencher lacunas na comunicação com as pessoas com
deficiência e assim atrair ainda mais este público para o processo de socialização.
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Após longos debates e cobranças pela sociedade a inclusão escolar passa ter
preceitos constitucionais a partir de 1988, no momento em que a Constituição brasileira
estabelece em seu art. 208 o atendimento da pessoa com deficiência na Rede Regular de
Ensino, e com a criação do Atendimento Educacional Especializado (AEE), a sala de aula
comum passa a ter apoio no oferecimento de medidas que possam verificar obstáculos
para a aprendizagem do educando com deficiência e assim o educador adequa
metodologias e trabalhos para seu aluno, ou seja, o AEE é um serviço de apoio
especializado que trabalha em parceria com o educador da sala de aula comum.
O AEE tem como público alvo crianças, jovens e adultos matriculados na Rede
de Ensino Regular que apresentam altas habilidades, transtorno do espectro autista,
superdotação, deficiências auditivas, visuais, entre outras. O profissional que fará o
atendimento precisa ser especializado em Educação Inclusiva e no seu ofício, precisa estar
em constante diálogo com os professores e alunos, fazer relatórios sobre os estudantes no
qual faz atendimento, além da interação com o corpo pedagógico escolar.
Os desafios para implementar escolas inclusivas são inúmeros. Transformar
escolas heterogêneas no sentido de diversidade de público no âmbito escolar, não é tarefa
fácil, no entanto, a escola é protagonista da transformação de seus alunados, haja visto,
que possui o dever de proporcionar-lhes o desenvolvimento social e cultural além do
intelectual, pois, os alunos juntos aprendem a conviver com as diferenças, aprendem a
manter o respeito e a humanidade com o seu próximo, e passar por estímulos interagindo
diretamente com o outro em salas regulares, é uma forma de trocar experiências
enriquecedoras e estimuladoras que irão desenvolver não só o cognitivo, mas também o
afetivo e social dos educandos com deficiência. Nesse contexto, Silva Neto et al. (2018,
p. 86) asseveram que:
diferente(s), pois, dentro de uma sala de aula esse docente receberá um público
diversificado com várias particularidades. E para a educação ser inclusiva de fato, os
educadores precisam ser inclusivos, ou seja, precisam estar aptos a trabalhar com a pessoa
com deficiência e adequar sua prática pedagógica de modo a que seus alunos tenham
retorno, que neste caso é o próprio aprendizado.
Enxergar e trabalhar a particularidade de cada educando isso denota de forma
benéfica a postura de um professor (a) inclusivo (a), pois, respeita-se os interesses dos
alunos. E como bem observou Sampaio C. e Sampaio R. (2009 p. 97-98),
Desse modo, o professor tem o dever de assumir o compromisso com seus alunos,
pois, dentro de uma sala de aula heterogênea, surgirão diversas demandas, e neste caso,
o educador tem que estar sempre atualizado, fazer cursos de formação continuada para
melhor atender seus educandos e respeitar o ritmo de aprendizagem que cada aluno
apresenta assim como a valorização das suas particularidades.
Outro ponto importante para que o educador seja inclusivo, além dos apresentados
acima, está expresso no incentivo à socialização dos seus alunos. Ao incentivar a
interação dos educandos sem deficiência com os deficientes, o docente apresenta
estratégias de inclusão e sem dúvida trará aprendizado para os estudantes como um todo,
assim como para o próprio docente, pois, um bom professor, está disposto a aprender
também com suas dificuldades e de seus alunos.
Sampaio C. e Sampaio R. (2009), estabelecem quatro eixos que caracterizam a
postura de um professor inclusivo, são eles: valorização da singularidade do aluno e
respeito a seu ritmo; vínculo professor-aluno; uso adequado e não estigmatizante do
diagnóstico e o desejo do professor continuar aprendendo diante a dificuldade de aprender
dos educandos com deficiência.
Observa-se nesses quatro eixos o valor que tem o respeito quanto ao ritmo do
aluno com deficiência, pois o professor deve trabalhar o potencial que o aluno possui para
assim então chegar ao desenvolvimento de habilidades que o educando possui. Outra
questão é sobre o vínculo professor-aluno, que neste caso a afetividade toma conta da
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relação de ambos no âmbito escolar, estes laços servem para manter a confiança, a troca,
a interação e assim contribuir no processo de ensino para se atingir objetivos.
Quanto ao uso do diagnóstico, esta é uma questão complexa devido obedecer uma
classificação médica conclusiva sobre a deficiência do educando, por outro lado, a
educação inclusiva está além de qualquer conclusão médica, haja visto, que para ser
inclusiva, as pessoas com deficiência precisam estar na rede regular de ensino, e
participarem do processo educacional com os outros discentes. Identificar o que chama a
atenção dos alunos com deficiência sem dúvida é o primeiro passo para que haja uma
socialização. A partir que o professor em consonância com o apoio especializado e a
família (a família é o primeiro grupo social do educando) identificam algum interesse por
parte do aluno, como a música, a pintura, jogos, esporte entre outros, respeitando suas
limitações, busca-se trabalhar com o aluno o que desperta sua forma de interação e
comunicação, porque o aprender está diretamente ligado a nossa subjetividade e ou nossas
particularidades, e dessa forma o professor acaba por aprender com seu aluno.
1.2. INCLUSÃO E AS TRANFORMAÇÕES NO ÂMBITO ESCOLAR
É notório que o modelo atual de sociedade está alinhado a uma nova fase de
políticas públicas no que concerne a inclusão. Como visto anteriormente, uma sociedade
inclusiva é aquela que é capaz de abranger todas as pessoas independe de como elas
sejam. A sociedade se reorganiza, se transforma para melhor se adequar as diferenças que
cada indivíduo carrega, a fim de cessar a exclusão. Dessa forma, as pessoas com
deficiência não precisam mais se adaptar para integrar a sociedade, mas sim a sociedade
se reorganizar para incluir as pessoas com deficiência para que possam ter acesso à
igualdade, equidade e oportunidades.
Nesse processo de transformações, mudanças e ou reorganizações, a escola
exprime um papel essencial na vida das pessoas com deficiência, devido ela ser um dos
principais eixos a trabalhar o desenvolvimento intelectual, social, cultural, físico e
humanístico para a convivência em sociedade. Neste contexto, o âmbito escolar precisa
estar preparado, adaptado, reorganizado para que as pessoas com deficiência tenham
acesso e permanência e igualdade de oportunidades na escola.
É necessário todo um aparato arquitetônico para este fim, como: banheiros com
portas maiores para cadeirantes, corrimãos, elevadores (caso a escola possua outros
pavimentos), rampas, piso tátil para cegos, leitura em braile, todos acessos sinalizados e
principalmente um corpo pedagógico capacitado para melhor atender a este público.
Obviamente, para que isto aconteça a escola como um todo necessitará de investimentos
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proporcionar opções de acesso a todas as pessoas que necessitem usar, dando a elas o
direito de ir e vir e qualidade de cidadania (LIMA, 2006).
O âmbito escolar inclusivo tem que e promover um bom dia aos alunos, pois, a
escola tem que ser agradável, confortável e prazerosa para que estas crianças tenham
vontade de estar nos seus espaços feitos para elas aprenderem e se desenvolver para
ganhar autonomia e vencer seus medos superando desafios de forma cotidiana.
Outra questão, é que âmbito escolar necessita como apoio, principalmente de
cuidadores, pois esses profissionais desempenham uma função importante, haja visto que
a escola recebe discentes com diversos tipos de deficiência e há a necessidade de
profissionais para auxiliar o professor em sala de aula, caso o aluno precise ir ao banheiro,
beber água ou fazer deslocamentos a outros lugares dentro da escola.
Nesse contexto, recomenda-se que 1% das mesas e cadeiras sejam adaptadas para
cadeirantes, com 73 cm de altura do chão, esses mesmos móveis devem estar nos espaços
selecionados para a alimentação do aluno e ele possa se alimentar de forma agradável.
São apoios e artifícios que promovem a vida diária dos alunos com deficiência física e
que juntam as principais áreas da escola, ex. de higiene, vestuário e alimentação, barras
de transferência para sanitários e os adaptadores para utensílios e louças de cozinha
(LIMA, 2006).
Indica-se que pelo menos 5% dos sanitários (masculinos e femininos) sejam
adaptados. As portas devem ser amplas com barra de apoio a 30 cm de altura a partir do
assento sanitário. As pias devem ter botões automáticos de acionamento a uma altura de
80 cm do chão, assim como bebedouros. Algumas atitudes fazem toda a diferença para
manter o aluno dentro da escola como: manter o mesmo ângulo de visão com o deficiente,
sempre se sentando ao conversar com o mesmo para evitar que o deficiente físico fique
por muito tempo olhando para cima, jamais se apoie nas muletas e cadeiras de rodas,
devido ao peso excessivo pode ser bem desconfortável para o aluno (NASCIMENTO,
2014).
Quando âmbito escolar oferta condições de acesso e permanência às pessoas com
deficiência, as dificuldades se tornam mínimas, pois é um direito desses alunos. No
entanto, para além da garantia da matrícula a escola precisa estar reorganizada a esta nova
realidade inclusiva, e as transformações no âmbito escolar são necessárias para que a
inclusão aconteça de fato e como bem observou Freire “se a educação sozinha não
transforma a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda”, pois, somente com
mudanças é que poderemos abrir as portas para a inclusão.
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3
Plegia, paralisia e paresia: as diferenças. https://enfermagemilustrada.com/plegia-paralisia-e-paresia-as-
diferencas-2/
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De acordo com o Censo Demográfico de 2010, dos 45,6 milhões de pessoas com
deficiência no Brasil, os deficientes físicos representam 734.420 dos que “não conseguem
de modo algum” realizar atividades habituais e 3.698.926 apresentam “grande
dificuldade”. E, segundo a Pesquisa Nacional em Saúde (PNS) 2013, a proporção de
pessoas que nasceram (congênita) com deficiência física foi de 0,3% da população, e as
que adquiriram em decorrência de doença ou acidente foi de 1,0%. Dentro desse grupo,
18,4% dos deficientes físicos, frequentava algum serviço de reabilitação. Observa-se que
a maior parte dos deficientes físicos no país possuem grandes dificuldades para realizar
suas atividades habituais devido o grau de comprometimento motor. Outra questão
observada foi que em maior parte a deficiência física foi adquirida e posteriormente a
maior parte faz tratamento para reabilitação.
Com isso, é notória a parcela de discentes com variados diagnósticos de
deficiência física, alguns com o quadro evolutivo, outros estáveis e outros que requerem
cuidados medicamentosos devido o grau e complicações que apresentam.
Com isso, deve-se diferenciar quadros de lesões neurológicas não evolutivas,
como a paralisia cerebral (PC) ou traumas na medula, dos quadros progressivos que
agridem o sistema nervoso como os tumores e as distrofias musculares. Sendo que nos
primeiros casos são lesões não evolutivas e o uso de estimulações especificas podem
reduzir as limitações dos discentes. No segundo caso, há o aumento progressivo de
incapacidades funcionais no qual os problemas de saúde associados podem ser mais
frequentes (BERSCH; MACHADO, 2007).
O comprometimento físico ou motor também poderá acontecer quando houver
amputações, más formações congênitas de membros ou deformações no sistema
esquelético, sistema muscular, entre outras deformidades.
Não cabe aqui fazer um levantamento exaustivo sobre as várias tipologias de
deficiência física, mas sim mostrar que existe uma complexidade e um grau de
dificuldades que o professor enfrentará em consonância com o apoio especializado para
que os alunos sejam incluídos de forma igualitária onde possam vivenciar o cotidiano
escolar, buscar sua autonomia, desenvolver suas potencialidades e assim ter uma boa
qualidade de vida livre de preconceitos.
Para isto, caberá ao professor se apropriar de informações quanto à deficiência
física do aluno para poder trabalhar com metodologias específicas, elaborar estratégias
pedagógicas sempre respeitando o ritmo e desempenho dos mesmos.
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4
Projeto Motrix. http://intervox.nce.ufrj.br/motrix/. Projeto microFênix v 2.0.
http://intervox.nce.ufrj.br/microfenix/. Xulia.https://inovacao.ufrj.br/index.php/noticias-2020/noticias-
2017/534-novo-software-de-reconhecimento-de-voz-e-disponibilizado-para-download-gratuito
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Muletas, coletes, bengalas, botas especiais, mecanismos de apoio para o braço, entre
outros são exemplos de órteses que podem auxiliar os educandos no ambiente escolar.
Para Gradim e Paiva (2018, p. 08), “o uso de órteses como um dispositivo de TA na fase
de reabilitação é um recurso funcional para atingir determinados objetivos do
tratamento”.
As professoras da sala de recursos devem confeccionar ou adaptar ou adquirir
materiais como jogos, livro em áudio, cartões de comunicação, reformular ou converter
recursos pedagógicos a fim de gerar comunicação com os alunos com deficiência para
que eles desenvolvam a percepção, o raciocínio e a criatividade.
O processo de inclusão escolar dos deficientes físicos ou das pessoas com
deficiência como um todo, envolve o cumprimento de mecanismos legais, as leis, a
garantia do Estado por meio de políticas públicas de inclusão, à atenção da família, a
acessibilidade aos espaços, a cultura e todos os direitos que um cidadão dito comum deve
ter. E quanto à escola, esta deve ser um ambiente que promova a inclusão considerando
a capacidade de cada aluno, respeitando as diferenças, fazendo adaptações necessárias na
estrutura escolar, nos currículos a fim de permitir que o educando com deficiência se sinta
a vontade para expor suas potencialidades e assim ser considerado incluso.
No discurso do colaborador ficou explícito que esses materiais que a escola possui tem
auxiliado bastante os professores no trabalho.
Quando questionado se sua escola trabalha com uma política de inclusão para os
alunos com deficiência, o coordenador é enfático ao afirmar que a escola busca ao
máximo atender os direitos das pessoas com deficiência, pois, mesmo com o baixo
investimento, a escola consegue ofertar uma sala especializada com recursos
pedagógicos, além de um mínimo de infraestrutura que promova a recepção destes
educandos para que se cumpra o que as políticas de inclusão exigem:
No que diz respeito às políticas de inclusão, vejo que bancamos o melhor que
podemos para fazer valer os direitos de nosso alunado. Sabe-se que a maioria
das escolas públicas do país não possuem Atendimento Educacional
Especializado (AEE), enquanto nós possuímos. Temos uma sala equipada com
o mínimo necessário para esse atendimento, bem o mínimo de estrutura física
possível que promova uma melhor recepção de nossos discentes. No entanto,
temos ciência de que se deve investir mais para que a educação que
dispensamos a esse público seja da melhor qualidade, para que se cumpra o
que as políticas de inclusão exigem. (coordenador X).
Questionada sobre o que a professora (A) entendia por inclusão, ela afirma que é
o acolhimento de pessoas independente de sua condição social, cor ou questões físicas ou
psicológicas. Como pode ser verificado a seguir.
A inclusão escolar é acolher todas as pessoas, sem exceção no sistema,
independente de cor, classe social e condições físicas e psicológicas.
(Professora A).
(Mantoan, 2003, p. 36), “a inclusão não prevê a utilização de práticas de ensino escolar
específicas para esta ou aquela deficiência e/ ou dificuldade de aprender”. Desse modo, a
prática educativa e a experiência profissional da professora farão toda diferença na forma
como as particularidades dos alunos serão identificadas e trabalhadas.
Uma questão chave e ao mesmo tempo complexa a respeito do acolhimento dos
alunos com deficiência física nas escolas, é sobre a estrutura das escolas. É notório que
muitas escolas públicas apresentam precariedades na sua estrutura física para incluir
alunos com algum tipo de deficiência. Na escola lócus dessa pesquisa, é visível a escassez
estrutural. Quando a Professora A foi indagada se sua escola estava estruturada para
receber alunos com deficiência física, a resposta foi monossilábica com um simples
“não”. Neste sentido, há uma contradição no discurso da professora A e do coordenador
X quanto à escola estar preparada para atender o aluno com deficiência física, tendo em
vista que um diz que a escola tem estrutura, enquanto a outra diz que não tem estrutura.
Isto reflete que as escolas necessitam de uma reestruturação para poder ser de fato
inclusivas. Mantoan (2003, p. 32) assegura que “a inclusão é uma inovação que implica
um esforço de modernização e de reestruturação das condições atuais da maioria de
nossas escolas”. Desse modo, verificou-se que a escola em questão esbarra em problemas
estruturais quanto às adaptações necessárias para que a pessoa com deficiência física
sinta-se incluída no espaço escolar.
Outro questionamento feito à Professora A, foi em relação aos conteúdos, se eles
são adaptados aos alunos com deficiência física e de que forma são feitas essas
adaptações. A professora afirma que:
Com a resposta que a professora deu, notou-se a importância das adaptações para
os alunos, pois assim a educação se torna inclusiva e chama a atenção dos discentes por
trabalhar com jogos e brincadeiras, que são recursos lúdicos, tornando-se o modo de
aprender mais prazeroso. Segundo Luckesi (2014, p. 18), a ludicidade “pode advir de
qualquer atividade que faça os nossos olhos brilharem”, no entanto, cabe ressaltar que
assim como as adaptações, a ludicidade precisa ser diferente para cada situação, ou seja,
o que pode ser lúdico para um, pode não ser lúdico para o outro. E o professor precisa ter
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estratégias e ferramentas bem definidas para trabalhar com cada particularidade para que
atinja uma prática positiva para o desenvolvimento de seus alunos.
Quando a Professora A foi questionada se na percepção dela sua escola trabalhava
com uma política de inclusão para alunos com deficiência física, a resposta foi um simples
“não”. Com isso, entendeu-se que esta é mais uma questão que dificulta a inclusão na
escola lócus, pois para incluir exige a aplicabilidade das políticas de inclusão que são os
marcos fundamentais no processo inclusivo. Por outro lado, quando essa mesma pergunta
foi feita para o Coordenador X, ele afirmou que a escola busca ao máximo atender os
direitos das pessoas com deficiência e reconheceu as dificuldades, no entanto, apontou
que a escola possui o mínimo para atender a demanda desses alunos, como a sala do AEE
e o mínimo de estrutura física para promover uma melhor recepção dos estudantes com
deficiência física. E por fim, ele reconheceu que se deve investir mais para que a educação
trabalhada com esse público seja de qualidade para que se cumpra o que as políticas de
inclusão exigem.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
É notório os avanços no processo de inclusão da pessoa com deficiência nas
escolas regulares. Por um longo período, essas pessoas sofreram e sofrem com a exclusão
social, pois muitas vezes são consideradas como incapazes e ao mesmo tempo vistos
como pacientes de institutos segregacionistas. A partir de muitas lutas e a constituição de
marcos históricos como a criação de leis internacionais e nacionais, aos poucos se foi
rompendo com esse processo histórico de exclusão. Com isto, a proposta de integração
como forma de reformular o sistema educacional, surge para inserir estes alunos
excluídos, porém, o ato de inserir, não significava incluir, pois incluir vai além de colocar
alunos “amontoados” dentro de uma sala de aula. Daí a importância da inclusão, que
prevê a igualdade de oportunidades e para que isso ocorra, a escola precisa ser um espaço
da diversidade, da democracia, da pluralidade e respeito às diferenças.
A escola precisa ser reorganizada para receber os alunos com deficiência, têm que
ser adaptada, desde os banheiros, portas, rampas, corrimãos, pisos táteis, entre outros. A
escola precisa ter acessibilidade para que o educando com deficiência se sinta parte dela,
ou seja, a estrutura física escolar precisa ser inclusiva para garantir o acesso e
permanência do aluno e uma educação de qualidade. Os professores (as) precisam estar
capacitados, trabalhar metodologias baseadas nas particularidades de cada aluno, porque
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os alunos aprendem dentro de seus limites. Para que isso ocorra, o currículo tradicional
deve ser repensado e estruturado em um formato pedagógico inclusivo.
No entanto, com realização da pesquisa, observou-se que a escola lócus apresenta
precariedades quanto à sua estrutura para atender alunos com deficiência física, isto se dá
pelo fato de que a escola foi construída não pensando no aluno com deficiência, apesar
de apresentar condições mínimas de acessibilidade e sala de AEE como respondeu o
coordenador X e por outro lado, a Professora A afirmou que a escola não apresenta
estrutura física, havendo uma contradição entre a professora e o coordenador.
Quanto aos aspectos pedagógicos, verificou-se que a escola em questão apresenta
recursos pedagógicos para trabalhar com os alunos com deficiência física, que segundo o
coordenador X, foram adquiridos tablets, jogos educativos e materiais sensoriais. E de
acordo com a Professora A, os conteúdos são adaptados e abordados em forma de música,
jogos, brincadeiras, luta e dança.
O que nos leva a considerar que a inclusão da pessoa com deficiência é um
processo complexo, pois as demandas se intercalam como é o caso da estrutura física e
os aspectos pedagógicos, humanos é como se fossem engrenagens para gerar a inclusão,
e na falta de uma, a outra fica comprometida. Com a escola bem estruturada, professores
bem capacitados, currículo adaptado baseado na particularidade do aluno, dificilmente
haverá dificuldades de incluir de fato o aluno, mas com esse comprometimento ou
precariedade, cai-se na educação excludente.
Considerando esses aspectos podemos afirmar que nosso problema de pesquisa
foi respondido, pois através do discurso do coordenador e da professora podemos
compreender como vem se dando o processo de inclusão dos alunos com deficiência física
na escola, ou seja, é ainda muito complexo tendo em vistas as precárias condições a que
as escolas públicas estão submetidas, mas elas ao mesmo tempo vem conduzindo ações
que vão além das questões arquitetônicas que estão em ações atitudinais (planejamento
conjunto, materiais adaptados, projetos pedagógicos) que são caminhos importantes para
uma escola inclusiva.
Desse modo nossa hipótese foi confirmada à medida que incialmente tínhamos a
certeza de que o processo de inclusão do deficiente físico na escola vinha sendo
construído e foi o que ficou confirmado ao final da pesquisa. Podemos também destacar
que nossos objetivos foram alcançados, tendo em vista que nossa finalidade era
compreender o processo da educação inclusiva no contexto escolar.
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Assim, podemos considerar que este estudo vem contribuir para o alargamento de
discussões em torno da educação inclusiva de alunos com deficiência física no contexto
escolar. Além de contribuir para a sociedade, para a área de educação, professores,
pesquisadores que se interessarem pela pesquisa. Temos a convicção que não é um estudo
fechado, mas está aberto a contribuições e críticas.
REFERÊNCIAS
______. Lei n° 13.146 de 06 de Julho de 2015. Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com
Deficiência. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-
2018/2015/lei/l13146.htm. Acesso em: 08/09/2020.
GIL, Antonio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. - 6. ed. - São Paulo: Atlas,
2008. Disponível em: https://drive.google.com/file/d/1yjNDGMqPr-
NPdHMOlCuq1k_tqzlbjHz9/view. Acesso em: 15/10/2020.
SASSAKI, R. K. Inclusão: construindo uma sociedade para todos. Rio de Janeiro, WVA,
1997. Disponível em: https://document.onl/documents/construindo-uma-sociedade-para-
todos-livro-sassaki-1.html. Acesso em 12/11/2019.
SILVA NETO, A. O. et al. Educação Inclusiva: uma escola para todos. Revista
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https://periodicos.ufsm.br/educacaoespecial. Acesso em: 09/07/2020.