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A mensagem do Salmo 124 foi muito importante para o povo de Israel 3.000
anos atrás. Nesse Salmo, Davi afirma duas verdades fundamentais das
Escrituras: (1) Deus é o único capaz de salvar; (2) O único meio da salvação é
a confiança em Deus.
O cabeçalho desse Salmo o identifica como uma composição de Davi,
preparada para romagem, ou seja, para ser cantada pelos israelitas enquanto
subiam para as festas em Jerusalém.
Quando Davi escreveu, o povo já tinha uma rica história de livramento pela
mão de Deus. Aqui está relatada a história de um povo escolhido e protegido
por Deus. A sobrevivência de Israel não poderia ser explicada por força ou
esperteza humana. Se não fosse Deus, a nação de Israel teria sido aniquilada.
(v.1a): “Se não fosse o Senhor, que esteve conosco! (O que aconteceria se Deus não
estivesse presente) – Ora diga Israel!
(v.2): “Se não fosse o Senhor, que esteve conosco, quando os homens se levantaram contra
nós” (É perceptível a marcha de um exército estrangeiro que tinha como objetivo, abater Israel.
É sobre isso que o salmista diz: “Se não fosse o Senhor”. Trata-se de um inimigo poderoso que
eles não podiam conter sem o auxílio divino.
Davi expõe os prováveis resultados caso Deus não estivesse ao lado deles quando foram
atacados. Ele o faz por meio de algumas figuras. A primeira delas é a de um animal ou um
monstro devorador
(v.3): “Eles já teriam nos devorado vivos por causa da sua ira ardente contra nós”
O poeta fala de seus inimigos primeiro como feras famintas, depois como águas turbulentas;
mas Deus os derrotou a todos.
se alguém pode imaginar a agonia de ser devorado por uma fera, pode então saber como os
israelitas se sentiram diante do poderoso inimigo.
(v.4): “As águas já teriam nos afundado, a correnteza teria passado sobre a nossa alma”
águas furiosas - Davi compara a força letal dos opressores a uma forte correnteza que arrasta,
afunda e afoga suas vítimas
Se a total impossibilidade de sobreviver a essa torrente ainda não ficou clara aos ouvintes, o
salmista repete a ideia de modo mais dramático (v.5): “Águas revoltas já teriam passado sobre
a nossa alma”. A palavra traduzida aqui como “revolta” quer também dizer “espumejante”,
descrevendo a aparência que tem a água que desce corredeiras íngremes em um leito
pedregoso — águas mortais!
Com isso, o que o salmista proclama a todos é que a morte do povo e a destruição de Israel
eram certas se o Senhor não tivesse impedido o inimigo. É isso que aconteceria sem Deus
estar ao lado do seu povo.
(v.6): “Bendito é o Senhor que não nos entregou como presa para os seus dentes”
Bendizer a Deus significa identificá-Lo como fonte de nossas bênçãos (Sl 103.2)
Israel foi poupado pela ação libertadora de Deus. Por isso, ele louva seu salvador (v.6):
“Bendito é o Senhor que não nos entregou como presa para os seus dentes”
O resultado final é descrito de uma maneira dramática por meio do quadro de uma preservação
improvável aos olhos humanos
(v.7a): “A nossa alma escapou com vida como um pássaro [escapa] da armadilha dos
caçadores. A figura de um pássaro indefeso que escapou de uma armadilha
A palavra hebraica traduzida como “alma” (nefesh) nem sempre tem um sentido espiritual e,
frequentemente, é utilizada para se referir à pessoa como todo. “Nós escapamos com vida”.
Improvável aos olhos humanos ou não, foi exatamente o que o Senhor fez: protegeu seu povo
de uma derrota iminente e inevitável. Foi isso que aconteceu por Deus estar ao lado de Israel
em uma hora tão difícil.
Davi, como rei, atravessou duas crises graves: o ataque dos filisteus, assim que ele assumiu o
trono de Israel (2Sm 5.17-25), e o golpe de Estado de Absalão (2Sm 15—18). Como o segundo
configurou mais uma crise pessoal de Davi, cujo risco de vida era dele e não da nação, é mais
provável que o ataque filisteu tenha provido o pano de fundo do salmo, já que, por causa disso,
Israel correu o risco de ser extinto.
Os filisteus, que achavam que ao vencerem e matarem Saul haviam sacramentado seu
domínio na Palestina, atacaram os israelitas com toda fúria ao saber que Davi tomara o lugar
do antigo rei. O poderio filisteu e as baixas israelitas na guerra anterior faziam com que a
sobrevivência do povo de Deus corresse risco em um novo conflito. Olhando para trás, para
tudo que passaram e para o modo como o Senhor os protegeu, Davi chega a três
conclusões do fato de Deus se colocar ao lado dos seus servos.