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º 195
Ainda em 2020, em dezembro, foi identificada, na África do Sul, outra variante de SARS-CoV-2 –
501Y.V2 – e, já em 2021, em janeiro, uma terceira variante no Brasil – P.1. Taxonomicamente,
estas três variantes podem ser agrupadas do seguinte modo:
Variante 501Y.V2
Variante P.1
Todos os vírus, e, em particular, os vírus de mRNA – como os coronavírus – mudam com o tempo,
através de mutações (isto é, alterações na sequência genómica), pelo que o aparecimento de
novas variantes (isto é, de vírus idênticos, com uma ou mais mutações na sua estrutura) é natural
e expectável.
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Nem todas as mutações têm impacto significativo na evolução dos vírus, mas algumas
proporcionam-lhes vantagem seletiva, tornando, por exemplo, a sua transmissão mais fácil. Na
base do aparecimento e propagação de novas variantes podem estar mecanismos como:
Embora a ciência seja dinâmica, e sendo este vírus e o conhecimento que temos dele tão recente
e em permanente atualização, é possível adiantar que:
Pensa-se que são mais transmissíveis – incluindo, no caso da VOC 202012/01, em
Transmissibilidade
faixas etárias mais baixas (abaixo dos 20 anos de idade)
Gravidade da doença À data, não é possível associar estas variantes a quadros mais severos de COVID-19
A deteção destas variantes por reação em cadeia pela polimerase (Porolymerase
Chain Reaction – PCR) pode, em alguns casos, estar comprometida – são necessários
Diagnóstico
mais estudos para concluir se/de que forma estas novas variantes condicionam a
forma como o vírus é detetado e, consequentemente, a doença é diagnosticada
São necessários mais estudos sobre a forma como estas novas variantes respondem
Tratamento
à terapêutica atualmente utilizada para a COVID-19
São necessários mais estudos sobre a resposta à vacina, mas, à data, acredita-se que
Vacinas
as novas variantes não têm impacto na eficácia das vacinas já aprovadas para
prevenção da COVID-19
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Por serem, à partida, mais transmissíveis, é expectável que estas variantes levem a um
aumento no número de casos, com consequente aumento da pressão sobre os sistemas de
saúde dos vários países (com um maior número de internamentos e, eventualmente, de
mortes), podendo exigir medidas adicionais como, por exemplo, novos confinamentos.
No entanto, por agora, verifica-se que o modo de transmissão do vírus não sofreu alterações.
Assim, as medidas de prevenção até aqui adotadas mantêm-se válidas, devendo, por este
motivo, continuar a ser asseguradas.
Quando abordada pelo utente para o esclarecimento de questões no âmbito das novas variantes de SARS-CoV-2,
a equipa da farmácia deve procurar transmitir uma mensagem tranquilizadora, tendo por base uma análise das
expectativas do utente e tentando, sempre que possível, desmistificar quaisquer mitos ou ideias erradas. É
importante reforçar que:
• É normal os vírus sofrerem alterações (mutações) com o tempo. No caso particular do SARS-CoV-2, estas
alterações têm sido vigiadas de perto, pela comunidade científica, a nível internacional e nacional: tem sido
amplamente analisado o impacto que estas alterações têm na transmissibilidade do vírus, na gravidade da
doença e se/de que forma podem comprometer as medidas preventivas adotadas até aqui;
• Apesar do acompanhamento destas alterações, este é um assunto sobre o qual se desconhece, ainda, muito
estando, portanto, em constante atualização;
• As medidas de prevenção mantêm-se válidas e continua a ser essencial assegurá-las:
- Lavar as mãos frequente e corretamente;
- Manter o distanciamento social e utilizar máscara sempre que não seja possível e em espaços públicos;
- Não descurar as regras de etiqueta respiratória: ao espirrar e/ou tossir, cobrir o nariz e/ou a boca com
um lenço de papel (que deverá ser, imediatamente, colocado no lixo) ou, em alternativa, com o
antebraço.
É especialmente importante reforçar esta mensagem perante utentes com uma baixa perceção de risco, de modo
a desencorajar comportamentos que possam comprometer a saúde individual e pública (exemplo: eventos com
uma grande concentração de pessoas), e aos utentes pertencentes a grupos de risco.
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CEDIME Informa Dezembro 2020, N.º 194
Fontes Bibliográficas:
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[acesso em dezembro de 2020]. Disponível em: https://covid19.min-saude.pt/dgs-e-insa-
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9. WHO, World Health Organization. SARS-CoV-2 Variants. 2020 [acesso em janeiro de 2021].
Disponível em: https://www.who.int/csr/don/31-december-2020-sars-cov2-variants/en/
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