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Curso: ciências socioeconómicas

Turma: 12º B
Disciplina: Geografia
Docente: Lurdes Páscoa

Os fundamentalismos Religiosos no século


XXI

João Miguel dos Santos


Ferreira

Fevereiro
2021
Agrupamento de Escolas do Bonfim

Escola Secundária Mouzinho da


Silveira de Portalegre

Curso: ciências Socioeconómicas

Turma: 12º B

Disciplina: Geografia

Docente: Lurdes Páscoa

Os Fundamentalismos Religiosos no século XXI

João Miguel Dos Santos


Ferreira

Fevereiro
2021
Os fundamentalismos Religiosos no século XXI

RESUMO
Os fundamentalismos Religiosos no século XXI

ÍNDICE

INTRODUÇÃO................................................................................................................................ 4
FUNDAMENTALISMOS RELIGIOSOS............................................................................................6
DEMOCRACIA................................................................................................................................ 7
DEMOCRACIA NA ÍNDIA............................................................................................................... 7
Sistema político Indiano.................................................................................................................8
No país:..................................................................................................................................... 8
Nos estados:............................................................................................................................... 9
Sistema eleitoral............................................................................................................................ 9
Processo eleitoral......................................................................................................................... 10
OS LIMITES DA DEMOCRACIA EFETIVA NA ÍNDIA...................................................................11
UMA NOVA FORMA DE DEMOCRACIA......................................................................................12
Campanha Popular Pela Descentralização do Planeamento...............................................................13
Resultados da Campanha........................................................................................................... 14
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..............................................................................................16
APÊNDICES / ANEXOS................................................................................................................ 18

(índice de imagem)

INTRODUÇÃO
Os fundamentalismos Religiosos no século XXI
FUNDAMENTALISMOS RELIGIOSOS

Antes de prosseguir no estudo do tema em questão, é necessário analisar antes o conceito de


fundamentalismo religioso. Podemos interpretar o conceito de “Fundamentalismo Religioso”
como sendo uma prática social (existe e tem prática há imensos anos) que tem como principal
objetivo seguir uma determinada tradição ou cultura, tal como demonstra Breno Martins
Campos na sua obra “The Fundamentals: Ontem, Hoje e Sempre”, publicada em 2013:
“Fundamentalismo é hoje uma palavra polissêmica que permite classificar movimentos
religiosos e outros de naturezas diversas.” 
Infelizmente, este é um conceito que tem sido muito abordado no século XXI por vários
aspetos negativos dos quais, irei abordar mais aprofundadamente, ao longo do meu trabalho.
Ainda dentro do conceito de “fundamentalismo religioso” podemos encontrar três principais
ideologias ou crenças: o judaísmo, o cristianismo e o islamismo sendo elas compostas por
crenças e práticas diferentes. Todavia, a palavra “fundamentalismo” pode ser empregue de
outras diversas formas além da mesma já aqui estudada, como por exemplo o
“Fundamentalismo político”, o “Fundamento económico”, entre outros. Mas apesar de terem
conceitos bastante distintos na sua prática, assim como o “fundamentalismo religioso”, a sua
expressão representa um sentido negativo, indicando rigidez e inflexibilidade de opinião e
compreensão, que em casos mais extremos, pode indicar até mesmo violência, tal como
demonstra Petter Duff no International Journal on World Peace, publicado a 14 de Dezembro
de 2004: "De acordo com Antoun, os fundamentalistas no Judaísmo, Cristianismo,
e Islamismo, a despeito de suas diferenças de doutrina e prática religiosas, estão unidos por
uma visão comum do mundo que ancora toda a vida na autoridade do sagrado e num
‘’ethos’’ compartilhado que se expressa através da afronta ao compasso e extensão da
secularização.” Estes atos de violência podem ser expressos em práticas usadas por líderes
extremistas para, de certo forma mostrarem ao mundo a sua crença e do que a mesma é
capaz, sendo um conceito muito atual e usado por várias entidades ao longo dos anos, como
especifica a doutora Karen Armstrong, em sua obra “Em nome de Deus – O fundamentalismo
no judaísmo, no cristianismo e no islamismo”: “A campanha fundamentalista assumiu um
caráter de batalha. Seus líderes constantemente utilizavam imagens bélicas. “Creio que
chegou o momento em que as forças evangelizadoras deste país, basicamente os institutos
bíblicos, devem não só se levantar para defender a fé, mas compor uma frente unida e
ofensiva”, escreveu E. A. Wollam no Christian Workers Magazine.”
DEMOCRACIA

Antes de prosseguir no estudo da Índia como democracia, é necessário analisar antes o


conceito de democracia.

De acordo com a sua definição convencional, a democracia formal caracteriza-se pelo sufrágio
universal, eleições regulares e livres, responsabilização do aparelho de Estado para com os
representantes eleitos e consignação legal dos direitos de associação (Huber et al., 1999: 168). Uma
democracia eficaz é aquela em que as práticas democráticas se encontram disseminadas na sociedade,
regendo não apenas as relações dos cidadãos com o Estado, mas também o relacionamento público
entre cidadãos.  Definição do conceito de democracia segundo o documento… (Doc grande do
word)

Para uma democracia ser eficaz, todos os cidadãos devem possuir o mesmo estatuto e ter
garantido o direito à participação na vida política.
Uma democracia pode ser direta1, onde o voto dos cidadãos é direto, ou representativa, onde
as decisões políticas não são tomadas diretamente pelos cidadãos, ou seja, cabe aos cidadãos
escolherem representantes, através do voto, que zelem pelos seus interesses.
Uma democracia é fortalecida quando se tem em atenção três valores dentro da sociedade-
liberdade, igualdade e eficácia- de modo a que nenhum deles seja negligenciado e todos se
reforcem reciprocamente.

DEMOCRACIA NA ÍNDIA

A Índia, a maior democracia do mundo, assenta a sua unidade nos princípios da democracia:
o laicismo e o estado de direito.
O laicismo é uma doutrina filosófica que defende a separação entre o Estado e a Igreja, ou
seja, que defende que a religião não deve interferir na política e em assuntos governamentais,
tal como o estado não se deve envolver em assuntos religiosos. O Estado de Direito significa
que o exercício do poder público está submetido a certas normas e procedimentos jurídicos
(procedimentos legislativos, administrativos e judiciais), que permitem ao cidadão
acompanhar e contestar as decisões tomadas pelas autoridades públicas.

1
A democracia direta é praticada apenas dentro de comunidades pequenas
A índia é uma república federal constitucional, governada pela Constituição, o documento
legal supremo do país, desde 1950. Todavia, a nova sociedade política é descrita na
Constituição como uma “União de Estados” e não como uma federação, sendo «a escolha da
palavra “união” porque uma união é indestrutível». Pdf sistema eleitoral
No seu preâmbulo, a Constituição declara que o povo Indiano solenemente resolveu
constituir o país em uma República Democrática, soberana, socialista e secular, para
assegurar a todos os cidadãos a justiça, liberdade, igualdade e fraternidade.

THE PEOPLE OF INDIA, having solemnly resolved to constitute India into a SOVEREIGN
DEMOCRATIC REPUBLIC and to secure to all its citizens:
JUSTICE, social, economic and political;
LIBERTY of thought, expression, belief, faith and worship;
EQUALITY of status and of opportunity and to promote among them all
2
FRATERNITY assuring the dignity of the individual and the unity of the Nation; constituição

(observar o apêndice 1)

Sistema político Indiano

Existe um governo central que administra todo o país, mas cada estado tem o seu próprio
governo e leis.
A Constituição estipula a separação dos poderes em três ramos- executivo, legislativo e
judiciário.

No país:
Tal como em qualquer outra democracia, o poder executivo é atribuído ao Presidente Indiano,
o chefe de estado, que funciona apenas com a ajuda e recomendação do concelho de
ministros, dirigido pelo primeiro-ministro. De acordo com o sistema eleitoral da índia, o
presidente é eleito para um mandado de cinco anos, por um colégio eleitoral constituído por
membros de ambas as câmaras do Parlamento (Lok Sabha e Rajya Sabha) e por deputados
das assembleias estaduais.
O presidente nomeia o representante para o cargo de primeiro-ministro, e seguindo as suas
recomendações, nomeia os membros do concelho de ministros.
2
Texto transcrito da Constituição Indiana
A legislatura da índia é um parlamento bicameral, ou seja, formado por duas câmaras, mais o
presidente.
A camara baixa, também denominada “casa do povo” ou Lok Sabha, é composta por 545
lugares, dos quais 543 são eleitos diretamente pelo voto do povo, para mandados de 5 anos,
enquanto os restantes 2 são escolhidos pelo presidente, em representação da comunidade
anglo-indiana.
A câmara superior, “Concelho de estados” ou Rajya Sabha, é composta por 245 membros,
sendo 233 deles eleitos indiretamente pelas assembleias dos estados e dos territórios
autónomos, e 12 escolhidos pelo presidente.
Ambas as câmaras têm o mesmo poder, mas a Rajya Sabha (camara superior), está
subordinada à Lok Sabha, no processo legislativo.
A autoridade judicial exerce-se através de um sistema de Tribunais Nacionais, que
compreende o Supremo Tribunal, 24 tribunais superiores e um grande número de tribunais de
primeira instância.

Nos estados:

Nos estados o sistema político tem estrutura semelhante. Todos os estados têm o seu próprio
Governador, indicado pelo Primeiro-Ministro Indiano. Os governadores têm pouco poder
político, que está reunido nas mãos do Ministro-chefe3 e dos membros do Concelho de
ministros, que funcionam com um gabinete de governo nos estados.
O poder executivo está legalmente nas mãos dos governadores. O Governador tem a
atribuição de escolher o Ministro-chefe, que, de seguida, sugere a nomeação dos membros do
concelho de Ministros. Este último é formado por membros da Assembleia Legislativa
Estadual, eleita por voto popular.
De forma geral, o Ministro-Chefe e o Conselho de Ministros são a essência do governo,
exercem o poder real, enquanto o governador tem um papel cerimonial e serve de mediador
entre o governo estadual e a União.
Os estados podem ter uma legislatura bicameral, ou unicameral, varia de estado para estado
(apenas 6 estados são bicamerais, os restantes são unicamerais).

Sistema eleitoral
A Índia tem um sistema eleitoral de maioria simples, que funciona com um sistema

3
O Ministro-chefe equivale ao primeiro-Ministro no âmbito estadual
multipartidário. Segundo o Sistema político partidário da Índia, seis partidos são atualmente
reconhecidos pela Comissão Eleitoral da Índia (CEI) como partidos nacionais; o resto
(centenas) são partidos estaduais (Mehra, 2007, p. 77).
Sendo um país com uma sociedade tão diversificada, com grandes diferenças de religiões,
idiomas e raças, e também um país onde abunda muita pobreza e desemprego, uma grande
quantidade de partidos políticos surgiram, que, tal como ocorre em qualquer outra
democracia, representam os diferentes segmentos da sociedade e propõem diferentes
abordagens aos problemas.
Nas disputas multipartidárias, através das eleições, qualquer partido pode ganhar a maioria
simples na câmara baixa.
O sufrágio universal adulto é um direito que a Constituição da Índia sempre garantiu desde o
primeiro dia, nunca impondo nenhuma restrição formal que impeça qualquer tipo ou grupo
social de votar. Desde 1950, quando a Índia se tornou uma república constitucional, pessoas
de todas as cores, etnias e sexos foram encorajadas para exercer este direito, o que não
aconteceu em muitas democracias até aos anos de 1970-1980. (Noticia) , como Shiv Singh,
um professor de Cultura Indiana na Universidade de Lisboa, afirmou numa entrevista do
diário de notícias,

Processo eleitoral
Num país com tanta população, conseguir que todos possam exercer o seu direito ao voto é
um processo eleitoral de escala muito alta e um dos maiores processos de gestão em todos os
contextos ao nível mundial. noticia
Em 2019 houve cerca de 910 milhões de eleitores inscritos para votarem, apenas com um
milhão de postos de votação. A eleição realizou-se em sete fases, começando no dia 11 de
abril e terminando apenas a 19 de maio. Estes números permitem ter uma perceção da
grandiosidade do processo eleitoral no país.
O volume da população a participar4 requer a disponibilidade de uma grande quantidade de
recursos a nível financeiro, social, a nível de transporte, entre outros. Outro aspeto a ter em
conta é a falta de recursos humanos, ou seja, não é suficiente o número de pessoas a gerir e
controlar o ato eleitoral. A comissão Eleitoral da Índia tem cerca de 800 funcionários, e
conseguir gerir mais de 900 milhões de pessoas com tão poucos funcionários é extremamente
complicado, sendo por isso necessária ajuda de um grande conjunto de civis. Também a
segurança durante o ato eleitoral é algo bastante importante, visto que o processo envolve a
O volume de população a participar é muito mais do que a população toda da União Europeia -notícia
4
deslocação a outras províncias e, por vezes, a lugares sensíveis do poto de vista de segurança,
o que envolve um grande número de forças policiais e paramilitares.
É portanto um processo com grandes dimensões e bastante prolongado, mas que mostra a
extrema importância que o povo Indiano dá ao voto e o respeito pelos valores democráticos.

As eleições legislativas da Índia são as maiores do mundo e constituem um desafio gigantesco, não
apenas por causa da diversidade social, étnica e religiosa do país; mas, é precisamente nos dias de
eleição que a força da democracia Indiana se revela: todas as mudanças de poder ocorreram de forma
democrática e pacífica desde a independência em 1947. Doc 2014

Figura 1- As maiores eleições do mundo- Índia vai às urnas

OS LIMITES
DA
DEMOCRACIA EFETIVA NA ÍNDIA

Mesmo sendo uma das maiores e mais antigas do mundo, a democracia Indiana enfrenta
muitos desafios, tal como o naxalismo (ideologia associada a grupos comunistas que
nasceram da divisão sino-soviética durante o movimento comunista Indiano. Algumas
frações dos grupos estão associados ao terrorismo) e o terrorismo, a violência religiosa e o
sistema discriminatório de castas, problemas já abordados anteriormente, que afetam o
ambiente político da nação. Também o grande nível de corrupção no país interfere com o
acesso à justiça e põe em causa a segurança do estado de direito.
As instituições democráticas na índia têm resistido ao tempo e a uma sociedade bastante
diversificada. A estrutura processual democrática Indiana (a constituição e proteção dos
direitos de associação, a separação de poderes, a existência de eleições regulares abertas a
toda a sociedade, quer a nível estatal, quer a nível nacional) consolidou-se bastante desde o
início e, tirando alguns episódios violentos entre diferentes castas, a democracia ajudou a
construir uma nação e a unir os Estados, com diferentes nacionalidades, religiões e culturas.
No entanto, isto não é sinónimo de que a democracia seja completamente efetiva. Na
verdade, quando olhamos para a eficiência das instituições democráticas Indianas, olhamos
para um cenário diferente. Em várias regiões do país, o acesso de muitas pessoas aos direitos
de cidadania está bastante condicionado pelas formas tradicionais de controlo social. Por
exemplo, mais de metade das famílias, em espaços rurais, encontram-se dependentes de
senhorios para poderem aceder às terras e ao trabalho. O sistema de castas, tão enraizado em
algumas zonas, originou extremas desigualdades materiais e altos níveis de controlo social e
cultural, existindo um tratamento discriminatório das classes mais baixas, por parte de
algumas instituições estatais controladas pelas castas superiores.
Assim, apesar de se aplaudir a robustez e a firmeza das instituições democráticas, que duram
há tanto tempo, também se questiona constantemente a eficiência e eficácia destas, visto que
tantos anos de governação democrática não conseguiram a diminuição das desigualdades nem
a abolição das grandes exclusões a que os estratos sociais inferiores são sujeitos.
Como já vimos anteriormente, uma democracia eficaz promove a igualdade e a liberdade dos
cidadãos, colocando-os todos no mesmo estatuto, e claramente isso não é algo que se
verifique no país Indiano.

UMA NOVA FORMA DE DEMOCRACIA

A Índia é uma democracia representativa, mas a ideia de que “a democracia representativa é


insuficiente para garantir a representação da pluralidade de interesses da sociedade, bem
como para assegurar melhor (re)distribuição”, levou ao pensamento de um outro modelo de
democracia, uma democracia participativa.
A principal diferença entre estes dois modelos de democracia é que a representativa (uma
democracia de baixa intensidade) dá prioridade ao valor de liberdade sobre o valor de
igualdade e guia as suas escolhas de modo a assegurar a governabilidade. Por sua vez, a
democracia participativa (de alta intensidade) preocupa-se em a dar autonomia aos cidadãos e
alcançar justiça social, procurando equilibrar a liberdade e a igualdade.

Campanha Popular Pela Descentralização do Planeamento

Assim, na busca de uma melhor (re)distribuição, de uma melhor deliberação pública e uma
maior participação directa, por parte dos cidadãos, nos processos político decisivos, surgiu a
Campanha Popular Pela Descentralização do Planeamento, no estado de Kerala, uma
experiência democrática participativa.
A Campanha5 fundamentou-se em dois princípios básicos: o primeiro era que as instituições
do poder local deveriam passar de meros instrumentos de implementação de programas
nacionais para instituições governativas autónomas, com autonomia funcional, financeira e
administrativa para poder realizar e melhorar o que fosse necessário a nível local.
O segundo princípio era que as estruturas representativas tradicionais deveriam requerer
formas mais directas de democracia. A participação popular iria implicar a contínua eleição
de representantes e não apenas eleições periódicas. Uma maior participação directa e
informada iria exigir uma mobilização dos cidadãos, uma estruturação institucional que
permitisse aos cidadãos desempenhar um papel activo na escolha e a concepção e
implementação de planos de desenvolvimento local.
Um dos grandes desafios da implementação da democracia participativa foi as pressões dos
grupos de interesses tradicionais, que sempre se opuseram ao processo, e sendo Kerala um
estado com um clima político instável, com duas fações políticas a alternar o poder, este
problema torna-se bastante complexo.
A maneira que a Campanha enfrentou este problema foi criando o máximo de envolvimento
popular possível. Esta campanha obteve já altos níveis de participação, apoios por parte de
outros partidos associados ao Partido do Congresso e a formação de novas alianças políticas e
colaborações. Assistiu-se já à institucionalização formal da Campanha, por meio do
Panchayathi Raj Act e do Kerala Municipality Act, leis que tratam da transparência e do
acesso à informação, o que possibilitaram a continuidade do processo.

5
Campanha é o nome que, mais tarde, foi dado à Campanha Popular Pela Descentralizaçã o do
Planeamento
Resultados da Campanha

Embora não existam dados a nível local antes da Campanha, pode-se destacar três tendências
gerais: As prioridades de investimento dos planos preparados pelos órgãos locais
modificaram-se, dando particular atenção às necessidades básicas (habitação, água,
saneamento…) e nos setores produtivos passou a haver um destaque para a agro-pecuária,
floricultura e sistemas de irrigação. Estas duas novas visões têm grandes implicações na
redistribuição. Outra tendência verificada é um esforço de apoio às comunidades mais
carenciadas, verificando-se um maior investimento nos planos especiais para as Castas e
Tribos Documentadas (com mais dificuldades). Por fim, passaram a existir importantes
diferenças inter-regionais nas prioridades de investimento dos órgãos locais, deixando de
parte a padronização do passado, que não tinha em atenção a maior ou menor necessidade das
regiões.
A Campanha preocupou-se com “a eficiência das instituições deliberativas e, em conexão
com a tradição de lutas de redistribuição, também promoveu uma estratégia de construção de
formas equitativas de participação e de redução sustentada das desigualdades.”
Esta experiência fortalece a sociedade civil e traz para a arena política cidadãos excluídos ou
marginalizados e é a confirmação de que a descentralização e a participação dos cidadãos
podem funcionar e funcionam efetivamente.

A Campanha representa um marco ao tornar a própria natureza e carácter institucional do Estado alvo
de contestação. Em cada plano local formulado e em cada projecto local implementado, as novas
instituições e procedimentos de planeamento descentralizado vão criando as suas raízes.

PAPEL DA DEMOCRACIA PARA O FUTURO

Os vários autores que estudam o caso discordam quanto à evolução da democracia na Índia.
Se, por um lado, há quem defenda que atualmente a hipótese de um retrocesso na caminhada
democrática na Índia parece remota, por outro lado há quem defenda que esta democracia
está a entrar em declínio, transformando-se gradualmente num estado Hindu, perdendo o não
sincretismo, a não-violência e a tolerância, valores indianos nucleares que Gandhi
implementou.
Perante o que representa uma democracia, o mundo atual não tolera quem não seja totalmente
democrático.
Sendo a Índia uma das democracias atuais mais antigas, tem um papel representativo do que
deveria ser a democracia, perante os países não democráticos, mas, no entanto, está a deixar
este papel muito aquém.

É difícil de prever o futuro da democracia indiana no próprio país, e muito menos no mundo.
Se no passado foi uma grande influência e um grande modelo para os países não
democráticos, atualmente não pode ser considerada nenhum modelo para o futuro.

CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
APÊNDICES
/ ANEXOS

APÊNDICE 1
India no mapa

APENDICE 2
Imagem constituição
http://comum.rcaap.pt/handle/10400.26/11645 (Pdf grande Lourenço azevedo)
https://revistas.ufpr.br/rsp/article/view/28135/18693 (sistema político no país/estados)
https://aulazen.com/historia/Índia-moderna-a-maior-democracia-do-mundo/ (artigo pequeno no word)
https://www.dn.pt/mundo/o-partido-do-congresso-que-fala-tanto-de-democracia-nao-consegue-sair-do-
controlo-da-dinastia-gandhi-10927213.html (diário de noticias)
https://library.fes.de/pdf-files/iez/10715.pdf (tirar a citação)
https://www.ces.uc.pt/emancipa/research/pt/ft/kerala.html documento grande (introdução...)
https://www.kas.de/c/document_library/get_file?uuid=95cc1e28-3c64-b94c-49f2-
d00329c5e989&groupId=265553 (Sistema partidário da índia)
https://jus.com.br/artigos/10831/a-constituicao-da-Índia (constituição da Índia)
https://www.wdl.org/pt/item/2672/ imagem da constituição-tirar citação
https://dre.pt/lexionario/-/dj/115078675/view (estado de direito)
https://www.infoescola.com/filosofia/laicismo/ (de laicismo)
https://estudogeral.sib.uc.pt/handle/10316/90590 pdf

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