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MÓDULO 1
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Sistema de Garantia dos Direitos da
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Criança e do Adolescente (SGDCA)
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Conteúdo do módulo pág.
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Unidade 1 Boas-vindas ao curso de formação sobre a escuta protegida................................................. 5
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Depoimento Especial........................................................................................................................................ 17
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testemunhas de violências............................................................................................................................. 21
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Comitê de Gestão Colegiada da Rede de Cuidado e de Proteção Social
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de crianças e adolescentes em situação e/ou testemunha de violências
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Comitê Municipal de Gestão Colegiada da Rede de Cuidado e de Proteção Social de Crianças e Adolescentes Vítimas ou Testemunhas
de Violência
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Todos os direitos reservados. É permitida a reprodução parcial ou total desta obra, desde que citada a fonte e que não seja para venda
ou qualquer fim
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comercial. A responsabilidade pelos direitos autorais de textos e imagens desta obra é da área técnica.
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e Pesquisas Socioeconômicos
Design gráfico e editoração
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Colaboração Técnica
Cintia Pinheiro da Silva
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Unidade 1
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Boas-vindas ao curso de formação
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sobre a escuta protegida
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A construção de diretrizes para um atendimento protetivo O conjunto de orientações neste documento apresenta
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deve ser feita a muitas mãos, pois sua finalidade é aprimorar conceitos e procedimentos de atendimento às pessoas em
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e fortalecer o trabalho em rede para ofertar um atendi- situação de violência com a finalidade de garantir assertivi-
mento integral a crianças e adolescentes vítimas ou teste- dade e celeridade na atuação dos profissionais. As unidades
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munhas de violência. A consolidação deste curso reforça o a seguir estabelecem um fundamento sobre o contexto
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compromisso municipal com a efetivação das prerrogativas sociocultural de produção de violências e suas tipificações,
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contidas no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e auxiliam na identificação de sinais e sintomas, apontando
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com o avanço dos direitos de pessoas em fase peculiar de para critérios a serem considerados na avaliação de fatores
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e da sociedade a proteção necessária para um desenvolvi- algumas formas de escuta, diferenças entre acolhimento
mento saudável. ou acolhida, revelação espontânea, escuta especializada e
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Esta cartilha foi pensada com intuito de implementar depoimento especial. Apontam, por fim, as boas práticas
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o protocolo de atendimento integrado das situações de na atenção às crianças e aos adolescentes vítimas e teste-
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garantia de direitos da criança e do adolescente vítima ou depende dos profissionais que integram a rede de proteção,
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testemunha de violência, e no Decreto nº 9.603/2018, que os quais devem se comprometer com o novo paradigma da
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regulamenta a referida lei. Essas normativas estabelecem proteção integral. Portanto, as diretrizes apresentadas cons-
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os parâmetros para a escuta de crianças e adolescentes tituem um instrumento para a efetiva garantia de um aten-
com o objetivo de evitar a revitimização e o sofrimento dimento integral às crianças e aos adolescentes do municí-
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psíquico de pessoas que vivenciaram situações traumá- pio de Florianópolis. O monitoramento da implementação
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ticas e violadoras de direitos. Assim, compete às políticas compete a todos os profissionais do Sistema de Garantia
públicas a necessidade de uma integração mais ampla entre dos Direitos, asseguradas a proteção integral e a oportu-
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programas e serviços, evitando a sobreposição de funções nidade para viver em uma sociedade livre de violências.
e procedimentos.
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Unidade 2
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O contexto sociocultural de produção
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de violências no Brasil e no mundo
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A violência é um fenômeno sócio-histórico, fundante e sexo feminino. Por Mortes Violentas Intencionais foram
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estrutural que se faz presente na constituição de toda a assassinadas 648 crianças - 82% adolescentes de 15 a 17
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sociedade. Em relação à infância e adolescência, há uma anos, na maioria do sexo masculino (86%) e negra (78,1%).
dependência física e emocional dos responsáveis em ativi- Tais dados reforçam a necessidade de serviços de escuta
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dades básicas de sobrevivência, e geralmente o direito de e acolhimento, seja por meio da assistência social, saúde, de
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acesso à educação plena e de qualidade, ao esporte, lazer, conselhos tutelares, delegacias, escolas, do disque denúncia
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bem-estar, à convivência comunitária, saúde, etc., não é e da própria comunidade. Todos os atores e seto-
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oportunizado. Quanto maior a vulnerabilidade, res sociais necessitam estar bem prepara-
maior o risco de violência com ações ou dos para o acolhimento, encaminhamento
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O contexto sociocultural de produção de violências no Brasil e no mundo
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O Sistema de Garantia dos Direitos (SGD) originou-se Na Resolução acima citada, quando observado o eixo
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na Constituição Federal brasileira de 1988, considerada que trata da defesa aos direitos da criança e do adolescente,
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um marco na construção de direitos humanos do nosso cabe a todos os órgãos envolvidos no trabalho de proteção
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país, tanto por trazer contribuições para o reconhecimento a responsabilidade pelo acesso à justiça quando a vítima
de direitos quanto por estabelecer diretrizes de políticas já está com seus direitos violados. A composição desse
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públicas que pudessem garantir a proteção e o atendimento conjunto de entidades conta com a atuação dos Conselhos
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a todas as vítimas de violência. Tutelares, das Varas da Infância e Juventude, das Procura-
Anterior a essa Constituição vigorava a doutrina da dorias, do Ministério Público, das Polícias Civil e Militar,
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situação irregular: toda e qualquer criança ou adolescente e de todos os demais atores que integram essa perspectiva.
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órfã(o), abandonado(a), ou que havia cometido algum tipo No eixo de promoção encontram-se todas as políticas
de “delinquência juvenil”, era alvo de intervenção estatal. públicas que garantem os direitos fundamentais, inclusive
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Somente não necessitavam do olhar do Estado aquele(a)s as que atuarão na prevenção e oferta de atendimentos sob
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que possuíam família, considerado(a)s protegido(a)s pela o viés da resolutividade de casos de violência. As políticas
sociedade. da assistência social, cultura, saúde, educação e do esporte
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A partir da Constituição Federal de 1988, adotou-se a fazem parte dos órgãos que estão nesse eixo.
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doutrina da proteção integral, onde crianças e adolescen- O eixo de controle integra todos os órgãos e membros
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tes são sujeitos de direitos e cabe ao Estado, à família e à que discutem a questão do monitoramento e do controle
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sociedade assegurar garantias que os mantenha a salvo de social das políticas. Sendo eles, os conselhos de direitos
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qualquer tipo de violência ou outros tipos de tratamento e setoriais, tribunais de contas, o conselho de assistência
que prejudiquem seu desenvolvimento. social, educação, saúde, habitação, segurança alimentar, e
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O § 8º do Art. 226 da CF/88, “O Estado assegurará a o SGA.
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assistência à família na pessoa de cada um dos que a inte-
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gram, criando mecanismos para coibir a violência no
âmbito de suas relações”, alerta para termos cuidado a RI
possíveis pré-julgamentos. Por exemplo, ao responsabi-
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âmbito privado.
As mudanças trazidas nesse ordenamento jurídico lança
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Unidade 3
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Formas de violência
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A violência é uma questão de saúde pública. É preciso Violência Psicológica
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cuidado para não reduzir a problemática da vítima ou teste-
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munha ao individualismo. A individualização de temáticas É uma conduta que impacta no
sociais produzem incidências significativas em patologizar desenvolvimento psíquico ou
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e categorizar em transtornos questões complexas e multi- emocional ou uma atitude que tenha
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facetadas. Para isso, é imprescindível pontuar marcadores o objetivo de limitar ou controlar ações e
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Em termos normativos, a Lei nº 13.431/2017, conhe- Segundo a Lei nº 13.431/2017, há três formas de violên-
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cida como Lei da Escuta Protegida, estabelece o Sistema cia psicológica: a discriminação, depreciação, o desres-
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de Garantia dos Direitos da Criança e do Adolescente peito e constrangimento, mediante ameaça, constrangi-
(SGDCA) vítima ou testemunha de violência, tipificando mento, humilhação, manipulação, isolamento, agressão
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as violências como: física, psicológica, sexual, institucional, verbal e xingamento, ridicularização, indiferença, explo-
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e patrimonial, esta recentemente incluída devido à modifi- ração ou intimidação. A prática repetitiva e sistemática
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cação feita pela Lei nº 14.344/2022 (Lei Henry Borel). desses atos configura-se bullying.
O papel dos profissionais quanto à prevenção do
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integridade ou saúde corporal. A Lei caminho inverso e romper com a situação de violência.
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nº 13.010/2014 (Lei Menino Bernardo) garante às crianças A Alienação Parental é a segunda forma desse tipo de
e aos adolescentes o direito de serem educados sem o uso violência e está descrita no Art. 2° da Lei nº 12.318/2010:
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com possíveis sujeitos que possam estar ou vir a sofrer Essa ação pode ser percebida por meio do comporta-
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situações de violências, pois os efeitos de determinadas mento da criança, quando se nega a ver ou visitar a mãe ou
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ações servirão como instrumentos quanto à identificação e o pai, o que, por vezes, pode envolver a construção de uma
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nomeação da situação para um pedido de ajuda e o rompi- imagem negativa em relação a essa figura, fragilizando e
mento com o ciclo de violência. prejudicando o vínculo.
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Formas de violência
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O papel dos profissionais é olhar atentamente para Violência patrimonial
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perceber sinais e sintomas, fatores de risco, de proteção
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e de vulnerabilidade, além de escutar todos os envolvidos. É entendida como qualquer conduta que
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A terceira forma é qualquer conduta que exponha a configure retenção, subtração, destruição
criança ou o adolescente, direta ou indiretamente, a ato/ parcial ou total de seus documentos pessoais,
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crime de violência contra membro de sua família ou de sua bens, valores e direitos ou recursos econô-
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rede de apoio, independentemente do ambiente em que micos, incluídos os destinados a satisfazer
aconteceu, particularmente quando isso a/o torna testemu- necessidades, desde que a medida não se
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nha, o que pode acarretar em prejuízos no desenvolvimento enquadre como educacional.
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social e psicológico.
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Violência sexual
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É qualquer conduta que cons-
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tranja a criança ou o adolescente
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a praticar ou presenciar conjunção
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carnal ou qualquer outro ato libidinoso,
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inclusive exposição do corpo em foto ou
vídeo por meio eletrônico ou não.
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A violência sexual também é diferenciada em três
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formas: abuso sexual, exploração comercial e tráfico
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de pessoas.
No abuso sexual, a criança ou o adolescente é usado(a) RI
para conjunção carnal ou outro ato libidinoso para estimu-
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Violência institucional
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intervenção mínima.
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Unidade 4
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Identificação de sinais e sintomas de
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violência e avaliação de fatores de risco,
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de proteção e de vulnerabilidade
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Sinais e sintomas referem-se a aspectos para dindo-as de transitar, de romper com os ciclos de violência.
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a identificação de situações de violência, Desse modo, ao invés de usarmos os termos vítima e abusa-
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sejam sinalizados por parte da criança ou do dor, podemos substituí-los por pessoas em situação de
adolescente, ou de sua família. Geralmente é violência e autores de violência, conforme a terminologia
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percebida uma mudança, uma alteração de jurídica utilizada. Vale lembrar que devemos considerar
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comportamento, quando se sofre algum tipo ambas nos atendimentos, pois são sujeitos de direitos e
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de violência, mesmo que se tente disfarçar e devem ter condição de produzir novas narrativas de vida.
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esconder marcas ou sinais físicos. De acordo com Santos (2009), é possível sistematizar
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Os conceitos de vítima e abusador precisam ser objeto de sinais e sintomas que possam servir de referências para
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reflexão, pois colocam as pessoas nos polos passivo e ativo, compreender a manifestação do fenômeno:
podendo reduzi-las à situação de violência vivida, impe-
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Violência física
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Presença de lesões físicas Medo dos pais e/ou responsá- Inexiste afetividade na relação
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Contusões em partes do corpo Diz ter sofrido violência física Culpa-o pelos problemas do lar
que geralmente não sofrem Agredir colegas Ameaça-o, aterroriza-o ou igno-
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sono, afecções cutâneas e dis- Estar sempre alerta, esperando cidade/tem expectativas irreais
funções físicas em geral que algo ruim aconteça sobre a
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intelectuais)
Tendência suicida
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Identificação de sinais e sintomas de violência e avaliação de fatores de risco, de proteção e de vulnerabilidade
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Negligência
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Indicadores físicos Indicadores comportamentais Características da família
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Padrão de crescimento defi- Desenvolvimento de atividades/ Descuido com a higiene e
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ciente responsabilidades impróprias para aparência física (próprias e do
Vestimenta inadequada ao a idade (como serviços domésticos, sujeito)
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clima cuidado com os irmãos menores) Não percebe as necessidades
Necessidades não atendidas, Isolamento social físicas e emocionais do sujeito
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tais como: higiene, alimenta- Carência afetiva Falta de acompanhamento
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ção, educação (evasão escolar), Falta de concentração e atenção escolar (atrasos constantes,
saúde (vacinas atrasadas, etc.) devido à fadiga e a necessidades ausência de reuniões)
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Fadiga constante não atendidas Falta de acompanhamento
Acidentes constantes (pela médico
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falta de cuidados por parte de Apatia e passividade
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um adulto) Abuso de álcool e/ou de outras
Pouca atividade motora (falta drogas
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de estimulação)
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Violência sexual
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Físicos Psicológicos
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Lesões localizadas em região genital ou originadas Alterações alimentares (comer demais ou de me-
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brincadeiras sexuais erotizadas ou o uso de força baixo rendimento escolar (notas baixas)
dirigida a crianças ou adolescentes e/ou masturba- Alterações no sono (pesadelos constantes)
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mordidas) Depressão
Ausência de cuidados com higiene Desconfiança extrema e desmotivada (medo de fi-
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Resquícios de sangue provenientes das partes ínti- car só ou em companhia de determinadas pessoas)
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Outros indicadores podem ser observados na conduta dos Os profissionais devem sempre estar atentos a todos
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pais ou responsáveis, por exemplo: famílias incestuosas esses sinais e sintomas e ter cuidados no manejo das situ-
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geral os pais são autoritários e as mães, submissas; o autor Em conjunto a isso é preciso considerar a dimensão
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da violência crê que o contato sexual é uma forma de amor dos fatores de risco, de proteção e de vulnerabilidade que
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familiar, pode acusar a pessoa em situação de violência de deverão ser analisados para prover os cuidados necessários
promiscuidade ou sedução sexual, acreditar que ela tenha e pautar as tomadas de decisões.
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Identificação de sinais e sintomas de violência e avaliação de fatores de risco, de proteção e de vulnerabilidade
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Fatores de risco são condições ou variáveis Fatores de vulnerabilidade dizem respeito
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associadas à alta probabilidade de ocorrên- ao contexto ou conjunto de aspectos (indi-
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cia de resultados negativos ou indesejáveis, viduais e coletivos) em que há maior susce-
como comportamentos que podem compro- tibilidade de indivíduos e comunidades a
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meter a saúde, o bem-estar ou o desempe- um adoecimento ou agravo. Estão relacio-
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nho social do indivíduo, atributos biológicos nados à baixa disponibilidade de recursos
e genéticos da criança ou do adolescente para a proteção da criança ou do adolescente
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e/ou da família, e influências recebidas da e operam em presença de fatores de risco
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comunidade no ambiente dessa criança ou
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(MAIA, 2005; AYRES et al., 2014; BOSI, 2015). Alguns
desse adolescente (MAIA, 2005; AYRES et al., 2014; exemplos são: complicações no nascimento, deficiências
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BOSI, 2015). físicas e cognitivas, comportamentos considerados difíceis,
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A realização de uma escuta especializada envolve viver em um lar no qual haja violência doméstica ou com
identificar os riscos desde o primeiro momento em que a histórias intergeracionais de abuso, baixo status socioeco-
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informação é recebida. Faz-se necessária uma análise, pois nômico, senso de aprovação da violência pela sociedade e
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nem sempre a criança poderá retornar à sua residência a aprovação de punição corporal e distribuição desigual de
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naquele momento ou naquele dia. É possível buscar um poder dentro da família e/ou da sociedade.
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direcionamento a respeito de medidas protetivas de urgên- As autoras Rovinski e Pelisoli (2019) discorrem sobre
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cia em relação à vítima e ao agressor na Lei Henry Borel. o contexto situacional em que a criança ou o adolescente
Quando houver necessidade, o profissional poderá lançar está inserido(a). São questões socioculturais que permeiam
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mão dessas medidas para pautar a sua avaliação. Inclusive elementos como: exigência de que os homens sejam fortes
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existe a possibilidade de aplicação de responsabilidade para e dominantes nas relações sexuais, falta de igualdade entre
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pessoa idônea (que irá se responsabilizar, eventualmente, homens e mulheres, tolerância social à violência, falta de
em uma situação de emergência pela proteção da criança sanções, incapacidade de identificação com as necessidades
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ou do adolescente, antes de o Conselho Tutelar, órgão que das crianças ou dos adolescentes por parte dos adultos e a
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realiza a averiguação das informações, ser acionado para falta de apoio às mães em situações de violência, e alguns
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tomar medidas imediatas a fim de garantir a proteção da fatores de desinibição, como o uso de álcool, a senilidade
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É importante reforçar que todas as áreas (assistência Podemos afirmar que não há um perfil único de autor de
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social, saúde e educação), cada uma com a sua função, são violência, nem todo abusador é pedófilo, nem todo pedó-
responsáveis pela prevenção, proteção, pelo provimento de filo é autor de abuso sexual, haja vista que a pedofilia é um
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cuidados e pela responsabilização dos autores de violência transtorno mental caracterizado pela prática de impulsos e
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e precisam ter profissionais qualificados para realizar a fantasias sexuais com pessoas de até 13 anos e causa intenso
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Fatores de proteção são condições, estra- toda a sociedade, gêneros e classes sociais. Em sua maior
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tégias e ações que serão responsáveis pela parte, as violências têm uma questão de ordem situacional.
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zonte a redução dos impactos dos riscos e Quais situações são essas?
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da situação traumática (MAIA, 2005; AYRES et Um dos marcadores importantes é a questão relacionada
al., 2014; BOSI, 2015). É importante considerar alguns ao gênero, ou seja, aos papéis esperados para homens e
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pontos quanto aos fatores de proteção, como os atributos mulheres. A mulher tem de ser cuidadora, frágil, delicada,
disposicionais que são atividades, autonomia, orientação feminina, e o homem, viril, provedor, controlador (de
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social positiva, auto-estima, preferências da criança ou emoções e situações) - o controle pode colocar as pessoas
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afetividade, ausência de discórdia, negligência e as fontes Falta igualdade entre homens e mulheres, assim como
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de apoio individual ou institucional disponíveis, relacio- falta entre adultos e crianças. Falta apoio às mães em
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namento com pares e pessoas de fora da família, suporte situações de violência - nem todas as cidades brasileiras
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cultural, atendimento individual (médico ou psicológico), possuem instituições de acolhimento para a mulher e seus
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instituições religiosas, entre outros. filhos e preservam o trabalho dela quando precisa se afastar
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Identificação de sinais e sintomas de violência e avaliação de fatores de risco, de proteção e de vulnerabilidade
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de uma situação de violência (pode ser até que permaneça
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nessa situação para ter uma mínima condição, como o
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alimento do dia a dia).
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Outros fatores situacionais são: uso de álcool e drogas,
senilidade, transtornos mentais, dificuldade de superação
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de fatores externos (como isolamento social, situação de
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violência intrafamiliar, baixo relacionamento com amigos,
familiares e cerceamento do direito de trabalhar), falta
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de vigilância, condições precárias de alojamentos/ques-
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tões estruturais (por exemplo, muitas pessoas ocupando
o mesmo cômodo e/ou praticando relações sexuais no
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mesmo ambiente da criança ou do adolescente).
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Cabe a nós, profissionais do cuidado, escla-
recer, orientar e auxiliar familiares, crianças e
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adolescentes sobre o que é uma situação de
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violência e as consequências para um desen-
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volvimento integral. Muitas vezes as pessoas
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nem sabem que estão sofrendo violência por
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causa do vínculo de confiança com os agres-
sores. Devemos garantir a proteção integral
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e prioritária naquele momento para cessar
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a violência e construir estratégias eficientes
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de resgate da autonomia familiar.
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Lei nº 13.431/2017,
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Decreto nº 9.603/2018, e
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Lei nº 14.344/2022
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Lei n° 13.431, de 4 de abril de 2017 Os profissionais envolvidos com as polí-
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ticas de crianças e adolescentes e com o
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A Lei nº 13.431/2017, conhecida como Lei da Escuta Prote- Sistema de Garantia de seus Direitos devem
gida, tem por finalidade normatizar a atenção às crianças e optar pela abordagem de questionamentos
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aos adolescentes em situação de violência para garantir um mínimos e estritamente necessários ao aten-
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atendimento integral com vistas a preservar a integridade dimento com a finalidade de causar o menor
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física, psíquica e social de pessoas que passaram por even- dano possível às vítimas ou testemunhas. A
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tos de violência. Além das diretrizes estabelecidas, dispõe estratégia adotada consiste no movimento de registrar esse
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sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) - Lei acolhimento inicial, transmitindo as informações nas pala-
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nº 8.069/1990 e seus dispositivos de garantia, promoção, vras da criança e/ou do adolescente, ou nos termos mais
prevenção e proteção dos direitos da criança e do adoles- próximos o possível por eles utilizados, para que os serviços
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cente. Uma de suas principais contribuições da rede possam ter acesso ao caso de forma integral, sem a
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da situação de violência.
escuta que devam ser realizadas, evitando O compartilhamento dessas informações de maneira
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cessários (a ocorrência de repetições, por o princípio do sigilo, torna-se fator crucial para um acolhi-
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exemplo). Podemos afirmar que a escuta protegida é um mento melhor qualificado e um encaminhamento resolu-
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guarda-chuva gigante que abarca a revelação espontânea, a tivo para a situação na qual houver violação de direitos.
escuta especializada e o depoimento especial, como formas Todavia, alguns aspectos fundamentais devem ser consi-
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possíveis de ouvir crianças e/ou adolescentes vítimas ou derados no manejo das intervenções em casos de violência,
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e normativas estão sendo elaboradas para aprimorar e II. receber tratamento digno e abrangente;
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qualificar ainda mais as estratégias de enfrentamentos de III. ter a intimidade e as condições pessoais protegidas
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Infelizmente ainda é comum a criança ou o adolescente IV. ser protegido contra qualquer tipo de discriminação,
9
reviver a situação pela qual passou e ter novos episódios independentemente de classe, sexo, raça, etnia, renda,
30
de sofrimento, insegurança, medo, estresse e culpa, porque cultura, nível educacional, idade, religião, nacionali-
33
várias pessoas precisam relatar a profissionais de acolhi- dade, procedência regional, regularidade migratória,
34
mento e escuta da rede, conselheiros tutelares, nas delega- deficiência ou qualquer outra condição sua, de seus
02
cias, promotorias, no judiciário, entre outros, o (mesmo) pais ou de seus representantes legais;
fato. Em média, a repetição ocorre de 8 a 10 vezes.
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MÓDULO 1 Sistema de Garantia de Direitos da Criança e do Adolescente
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Lei nº 13.431/2017, Decreto nº 9.603/2018, e Lei nº 14.344/2022
33
34
V. receber informação adequada à sua etapa de desen- dimento por meio do dispositivo da inter-
02
volvimento sobre direitos, inclusive sociais, servi- venção mínima, assegurando, na medida do
TZ
ços disponíveis, representação jurídica, medidas de possível, a reparação integral dos direitos da
AR
proteção, reparação de danos e qualquer procedi- criança ou do adolescente.
mento a que seja submetido; Na tentativa de atender a esses requisitos, a normativa
CH
VI. ser ouvido e expressar seus desejos e opiniões, assim prevê, aos profissionais envolvidos, a priorização pela não
RI
como permanecer em silêncio; revitimização e a preferência pela abordagem de questio-
receber assistência qualificada jurídica e psicosso- namentos mínimos e estritamente necessários ao atendi-
ES
VII.
cial especializada, que facilite a sua participação e mento. Alguns desses dispositivos podem ser descritos por
L
HE
o resguarde contra comportamento inadequado meio da escuta especializada, procedimento realizado
adotado pelos demais órgãos atuantes no processo; pelos órgãos da rede de proteção nos campos da educação,
IC
VIII. ser resguardado e protegido de sofrimento, com saúde, assistência social, segurança pública e dos direitos
5M
direito a apoio, planejamento de sua participação, humanos, e do depoimento especial, sendo este o proce-
prioridade na tramitação do processo, celeridade dimento de oitiva perante autoridade policial ou judiciária.
90
processual, idoneidade do atendimento e limitação Ambos procedimentos estão alinhados com as políticas
30
das intervenções; de cuidado e proteção da pessoa em situação de violência,
33
IX. ser ouvido em horário que lhe for mais adequado e havendo diferenciação nas finalidades. Enquanto a escuta
34
conveniente, sempre que possível; especializada visa o acolhimento mais humanizado e sem
02
X. ter segurança, com avaliação contínua sobre possi- a necessidade de produzir provas, o depoimento especial
bilidades de intimidação, ameaça e outras formas de apresenta aspectos mais jurídicos e com a missão de levan-
TZ
violência; tar provas para melhores análise e resolução dos casos de
AR
XI. ser assistido por profissional capacitado e conhecer violação de direitos.
CH
os profissionais que participam dos procedimentos Outro ponto interessante no decreto em questão refere-
de escuta especializada e depoimento especial; -se ao tópico que trata da definição do fluxo de atendimento
RI
XII. ser reparado quando seus direitos forem violados; dos casos e dos procedimentos pelos quais esse atendi-
S
XIII. conviver em família e em comunidade; mento intersetorial poderá se pautar. Em termos práticos,
LE
XIV. ter as informações prestadas tratadas confidencial- estão descritas algumas etapas a serem seguidas, desde o
HE
mente, sendo vedada a utilização ou o repasse a momento do(a) acolhimento/acolhida da pessoa em situ-
IC
terceiro das declarações feitas pela criança e pelo ação de violência, passando pela comunicação às autori-
5M
adolescente vítima, salvo para os fins de assistência dades policial, judicial, do Conselho Tutelar e Ministério
à saúde e de persecução penal; Público, até o momento da aplicação das medidas proteti-
90
XV. prestar declarações em formato adaptado à criança e vas, caso haja necessidade. Tudo isso pensado e elaborado
30
ao adolescente com deficiência ou em idioma diverso para dar uma maior fluidez no acompanhamento e enca-
33
O Decreto nº 9.603/2018 carrega em sua redação diretrizes que será implementado para integrar, de forma sigilosa,
RI
e princípios norteadores que têm como objetivo regula- as informações produzidas pelo Sistema de Garantia de
mentar a Lei da Escuta Protegida. Por essa regulamentação Direitos.
S
LE
garantia dos direitos da criança ou do adolescente. Esse Lei nº 14.344, de 24 de maio de 2022
IC
Direitos, responsável pela detecção dos sinais de violação É uma das legislações mais recentes no âmbito da proteção
05
de direitos, e atua de maneira coordenada e integrada na e garantia dos direitos de crianças ou adolescentes vítimas
9
garantia dos cuidados necessários e na proteção de crianças ou testemunhas de violência. Prevê mecanismos para a
30
O Sistema de Garantia de Direitos, além familiar com base nos termos do § 8º do art. 226 e do § 4º
34
de atuar pontualmente na contenção e no do art. 227 da Constituição Federal e das disposições espe-
02
combate de situações de violência, busca cíficas previstas em tratados, convenções e acordos inter-
realizar o mapeamento das ocorrências e nacionais ratificados pela República Federativa do Brasil,
TZ
com vistas a prevenir a reiteração de novos (Código Penal), e as Leis nºs 7.210, de 11 de julho de 1984
CH
episódios de violações, promovendo o aten- (Lei de Execução Penal), nº 8.069, de 13 de julho de 1990
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Lei nº 13.431/2017, Decreto nº 9.603/2018, e Lei nº 14.344/2022
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34
(Estatuto da Criança e do Adolescente), nº 8.072, de 25 de
02
julho de 1990 (Lei de Crimes Hediondos) e nº 13.431, de
TZ
4 de abril de 2017 (Sistema de Garantia de Direitos).
AR
Nomeada como Lei Henry Borel, traz
alguns elementos de modificação e altera-
CH
ção de normativas anteriores, como tornar
RI
crime hediondo o homicídio contra menor
de 14 anos e estabelecer medidas protetivas
ES
específicas para crianças ou adolescentes
L
vítimas ou testemunhas de violência domés-
HE
tica e familiar. Alguns fatores acrescidos enquanto
IC
medidas protetivas para crianças e adolescentes em situa-
5M
ção de violência doméstica são o imediato afastamento do
agressor do lar e a proibição de aproximar-se da vítima e
90
de seus familiares e de frequentar determinados lugares. O
30
autor da violência deve comparecer a programas de recu-
33
peração e reeducação, sob pena de prisão preventiva caso
34
qualquer um desses quesitos seja violado.
02
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Unidade 6
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5M
Acolhimento ou Acolhida, Revelação
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Espontânea, Escuta Especializada
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e Depoimento Especial
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Vamos lembrar que a Lei nº 13.431/2017, regulamentada II. escuta especializada: procedimento realizado pelos
AR
pelo Decreto nº 9.603/2018, busca avançar na organiza- órgãos da rede de proteção nos campos da educação,
CH
ção dos serviços, normatizando o Sistema de Garantia de da saúde, da assistência social, da segurança pública
Direitos para crianças ou adolescentes vítimas ou testemu- e dos direitos humanos, com o objetivo de assegurar
RI
nhas de violência, cria mecanismos para prevenir e coibir a o acompanhamento da vítima ou da testemunha de
S
violência e estabelece medidas de assistência e proteção, e violência, para a superação das consequências da
LE
que o atendimento protetivo requer uma atuação em rede, violação sofrida, limitado ao estritamente necessá-
HE
onde a articulação intersetorial entre as políticas sociais rio para o cumprimento da finalidade de proteção
IC
(assistência social, saúde e educação), o Conselho Tute- social e provimento de cuidados (Art. 19 do Decreto
5M
de ações voltadas à proteção de crianças ou adolescentes aos indivíduos com vínculos familiares rompidos ou
vítimas ou testemunhas de violência. fragilizados, a fim de garantir sua proteção integral
34
Garantia de Direitos deve intervir nas situa- IV. comunicação ao Conselho Tutelar: procedimento
TZ
ções de violência contra crianças e adoles- de comunicação, executado por diferentes entes de
centes com a finalidade de cessar a violência
AR
zar as sequelas da violência sofrida e promo- da Assistência Social (CREAS), escolas, unidades de
RI
ver a reparação integral dos direitos. É funda- saúde, hospitais, clínicas, consultórios particulares,
mental que as políticas setoriais realizem entre outros dispositivos - quando da ocorrência de
S
LE
mentos públicos trabalharão de forma integrada e coor- de abertura de Boletim de Ocorrência ou notifica-
M
denada, garantidos os cuidados necessários e a proteção ção realizada pela proteção social para a autoridade
05
das crianças e dos adolescentes vítimas ou testemunhas de policial mediante suspeita, denúncia ou ciência da
9
violência. Para tanto, o atendimento intersetorial poderá ocorrência de revelação espontânea de pessoas víti-
30
profissional, adotado durante o processo de atendi- mento do Ministério Público situações que indiquem
mento da criança, do adolescente e de suas famílias, violação de direitos, de interesses sociais, dos direitos
TZ
com o objetivo de identificar as necessidades apre- humanos, entre outras situações de atribuição do
AR
sentadas por eles, de maneira a demonstrar cuidado, Ministério Público (Artigos 127 e 129 da CF)
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MÓDULO 1 Sistema de Garantia de Direitos da Criança e do Adolescente
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Acolhimento ou Acolhida, Revelação Espontânea, Escuta Especializada e Depoimento Especial
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34
VII. depoimento especial perante autoridade policial Acolhida de revelação espontânea
02
ou judiciária: procedimento de oitiva realizado por na rede de proteção
TZ
profissional qualificado e treinado com a finalidade
AR
de produção de provas (Art. 22 do Decreto referen- A revelação espontânea é quando a criança relata esponta-
ciado) neamente para um profissional que foi vítima ou testemu-
CH
VIII. aplicação de medida de proteção pelo Conselho nha de violência, ou seja, estava presente em um ambiente
RI
Tutelar: de acordo com a Lei nº 8.069/1990, a situação em que uma violência estava acontecendo ou a vivenciou.
de risco se faz presente quando a criança ou o adoles- De acordo com BAÍA et al. (2013), didaticamente pode se
ES
cente está com seus direitos fundamentais violados separar essa revelação em:
L
HE
ou ameaçados. Pode ocorrer por ação ou omissão da
sociedade ou do Estado, por falta, omissão ou abuso Intencional: as vítimas relatam deliberadamente o
IC
por parte dos pais ou responsável e/ou em razão da episódio de violência sofrido, sendo observado frequen-
5M
própria conduta da criança ou do adolescente. As temente em crianças mais velhas e adolescentes.
medidas protetivas são aplicadas com a finalidade Acidental: geralmente envolve uma situação desenca-
90
de cessar a situação de risco, proteger a criança ou deadora, por exemplo, quando exames médicos levam
30
o adolescente e garantir o pleno gozo dos direitos à descoberta de um abuso sexual. Alguns estudos têm
33
ameaçados ou violados mostrado alta prevalência desse tipo de revelação em
34
pré-escolares.
02
No que tange às medidas protetivas, cabe ressaltar que Estimulada: situações nas quais uma suspeita de violên-
a Lei nº 14.344/2022 (Lei Henry Borel) prevê medidas cia leva a questionamentos ou à implementação de
TZ
de urgência à vítima e ao denunciante, determinadas no entrevistas a fim de favorecer o relato da vítima.
AR
artigo 21, incisos de I a VII:
CH
O profissional que for inicialmente procurado/escolhido,
I. a proibição do contato, por qualquer meio, entre a possivelmente por despertar na vítima ou testemunha a
RI
criança ou o adolescente vítima ou testemunha de sensação de segurança e confiança, deverá acolhê-la e ouvir
S
II. o afastamento do agressor da residência ou do local uma barreira, algo que não tenha sido legal, uma situação
HE
III. a prisão preventiva do agressor, quando houver sufi- constrangimento, e dirá que está sofrendo. A recusa poderá
5M
cientes indícios de ameaça à criança ou ao adoles- gerar sentimentos negativos, como descrédito, medo, culpa
cente vítima ou testemunha de violência; ou vergonha, e levar a vítima ou testemunha a recuar e não
90
IV. a inclusão da vítima e de sua família natural, ampliada mais revelar a violência a que se vê submetida.
30
ou substituta nos atendimentos a que têm direito nos É na escola que a criança ou o adolescente passa a maior
33
proteção a vítimas ou a testemunhas; revelação espontânea. Como lidar com essa revelação? Às
TZ
VI. no caso da impossibilidade de afastamento do lar vezes o profissional não se sente preparado para acolher,
AR
do agressor ou de prisão, a remessa do caso para o tem medo de represálias, ameaças, e pode ficar inseguro.
juízo competente, a fim de avaliar a necessidade de É importante que cada profissional saiba dos parâmetros
CH
acolhimento familiar, institucional ou colocação em do Protocolo Integrado, sendo que o acionamento da rede
RI
cente em instituição de educação mais próxima de a revelação, e reproduza o relato da forma mais fiel e sem
seu domicílio ou do local de trabalho de seu respon- interpretações. Também é importante que todos saibam
HE
sável legal, ou sua transferência para instituição qual o encaminhamento da denúncia por parte da pessoa
IC
O Conselho Tutelar tem competência para aplicar as primar pelo relato livre, sem perguntas
9
medidas de proteção previstas no artigo 101, incisos I a fechadas ou sugestivas, sem qualquer indu-
30
VII (art. 136, inciso I, do ECA). Cabe apenas ao Juizado ção, provocação ou interrupção, evitando
33
da Infância e da Juventude decidir sobre a guarda, a tutela demonstrar reações emocionais que possam
34
a hipótese de maus-tratos, opressão e/ou abuso sexual criança ou o adolescente. Ao escutar, o profissional
impostos pelos pais ou responsável, a autoridade judiciária deve basear-se unicamente no relato e evitar a elaboração
TZ
poderá determinar, como medida cautelar, o afastamento de questionamentos para a comprovação de suas hipóte-
AR
do agressor da moradia comum (art. 130 do ECA). ses da situação de violência vivenciada ou testemunhada.
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Acolhimento ou Acolhida, Revelação Espontânea, Escuta Especializada e Depoimento Especial
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identificando as necessidades apresentadas pela criança O profissional envolvido no atendimento deve primar
02
ou pelo adolescente de maneira a demonstrar cuidado, pela liberdade de expressão da criança ou do adolescente
TZ
responsabilização e resolutividade no atendimento. e de sua família, e evitar questionamentos que fujam dos
AR
O profissional deve seguir os seguintes procedimentos: objetivos da proteção integral. A escuta especializada não
objetiva produzir prova para o processo de investigação e
CH
Quando houver violência sexual, se o fato ocorreu de responsabilização. Fica limitada estritamente ao neces-
RI
dentro das últimas 72 horas, deve-se encaminhar para sário para o cumprimento de sua finalidade de proteção
as medidas profiláticas e contraceptivas de urgência na social e de provimento de cuidados.
ES
unidade de saúde de referência; A escuta especializada é um direito da
L
criança ou do adolescente e nenhum enca-
HE
Preencher a Ficha de Notificação de Violência Inter-
pessoal e Autoprovocada do Sistema de Informação de minhamento aos órgãos da rede de prote-
IC
Agravos de Notificação (SINAN); ção deve condicioná-lo à realização prévia
5M
Orientar a família a realizar o boletim de ocorrência da escuta especializada. Ao realizar o atendimento,
(BO). Na impossibilidade, o profissional realiza ou dar-se-á prioridade à escuta de familiares, profissionais e
90
acompanha a família até a delegacia; testemunhas que tenham conhecimento dos fatos, análise
30
Realizar o registro e compartilhar com a rede de prote- de prontuários e outras fontes de informação. Além disso,
33
ção responsável pelo provimento dos cuidados neces- antes de realizar o procedimento, cabe ao técnico respon-
34
sários; sável avaliar as seguintes condições:
02
Comunicar ao Conselho Tutelar, conforme fluxos esta-
belecidos em cada política. A criança ou o adolescente tem interesse em participar
TZ
do processo de entrevista?
AR
Toda e qualquer informação obtida pela revelação A criança ou o adolescente já realizou entrevista ante-
CH
espontânea não terá a finalidade de investigação e produção riormente? Posso levantar essas informações com outros
de provas, mas de proteção da criança ou do adolescente. profissionais a fim de evitar a repetição de informações
RI
já expostas.
S
pública e dos direitos humanos, com o obje- possam impactar no processo de entrevista?
tivo de assegurar o acompanhamento da
33
Há entrevista com a vítima ou testemunha para entender necessário. Eventuais necessidades de produção de prova
RI
o contexto da situação de violência, quem faz parte, desde devem ser objeto do depoimento especial. Portanto, não
quando acontece e quais são os fatores protetivos e de risco. devem ser registradas (áudio ou vídeo) no momento da
S
LE
Ela deve ser realizada em caráter de exceção e pautada pelos escuta especializada.
princípios da intervenção mínima, uma vez que eventu-
HE
médica ou psicológica.
05
ou acompanhantes.
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MÓDULO 1 Sistema de Garantia de Direitos da Criança e do Adolescente
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Acolhimento ou Acolhida, Revelação Espontânea, Escuta Especializada e Depoimento Especial
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Depoimento especial
02
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É um procedimento de oitiva realizado por
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profissional qualificado e treinado com a
finalidade de produção de provas (Art. 22
CH
do Decreto n° 9.603/2018) perante autoridade
RI
policial ou judiciária. Na sala de audiência estarão o
Juiz de Direito, Promotor de Justiça, Advogado ou Defensor
ES
Público, e Assistente de Acusação, se houver. Em outro
L
HE
ambiente estarão a criança ou o adolescente e o profissional.
O depoimento será transmitido em tempo real para a sala
IC
de audiência e gravado em áudio e vídeo.
5M
A autoridade policial ou judiciária primeiramente
deverá avaliar se a oitiva é indispensável, consideradas
90
as provas existentes, de forma a preservar a saúde física
30
e mental, o desenvolvimento moral, intelectual e social
33
da criança ou do adolescente, que será respeitado(a) caso
34
queira não falar sobre a violência sofrida. O depoimento
02
especial deverá primar pela não revitimização e pelos
limites etários e psicológicos das pessoas em situação de
TZ
violência.
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Unidade 7
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Boas práticas na atenção às
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crianças e aos adolescentes vítimas
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ou testemunhas de violências
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02
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O processo de trabalho com a temática das violências para a escuta, não realizar perguntas que possam cons-
AR
demanda uma série de cuidados, aperfeiçoamento e conhe- tranger, reprimir ou induzir respostas e não colocar em
CH
cimento de questões biopsicossociais e jurídicas para que dúvida o relato nem submeter a criança ou o adolescente a
as intervenções possam ser efetivas e precisas. julgamentos morais e/ou discriminatórios.
RI
O decreto n° 9.603/2018 orienta que, ao lidar com situa- Quando lidamos com crianças e adolescentes em situ-
S
ções de violência, diferentes iniciativas devem ser tomadas: ação de violência é preciso compreender que estamos
LE
Entender qual(is) é(são) a(s) forma(s) de violência peculiar de desenvolvimento e que ainda não têm completo
IC
Atuar para que a violência pare ou não aconteça nova- o seu desenvolvimento físico, cognitivo, emocional e social,
5M
Realizar a reparação dos direitos uma postura ética e orientada para a proteção integral a
33
Qualquer pessoa pode acolher uma revelação espontâ- devem ser feitas à pessoa em situação de violência:
02
práticas de acolhimento/acolhida para essa hora. “Foi [nome da pessoa/grau de parentesco] quem fez isso com você?”
AR
Cada profissional precisa compreender que não se (não direcionar um nome para não induzir respostas)
podem fazer perguntas sugestivas, fechadas, que prejudi- “Como ou o que exatamente o(a) [nome/parentesco] fez?”
CH
quem as intervenções posteriores. Para isso, deve: “O que você sentiu quando isso aconteceu?”
RI
“O que você acha que vai acontecer quando sua família/outras pessoas
Mostrar-se acessível e disponível para a escuta descobrir(em)?”
S
LE
Respeitar o ritmo, vocabulário e a forma de comuni- “Você sabe que isso é muito sério e pode prejudicar muitas pessoas?”
cação
HE
“Você nunca tentou fazer nada para que isso não acontecesse?”
Evitar ansiedade e/ou curiosidade por informações e
IC
detalhes que possam levar a vítima ou testemunha a se É necessário usar uma linguagem adequada à capa-
M
Não interpretar, não avaliar, não julgar possíveis desdobramentos da revelação e informá-la sobre
9
Buscar identificar se a criança ou o adolescente já mani- órgãos da rede de proteção e responsabilização junta-
02
festou a situação para outra pessoa mente com repercussões relacionadas, pois houve
violação de direitos - é importante que as crianças ou os
TZ
A partir disso, torna-se importante utilizar a pergunta adolescentes não sejam surpreendido(a)s com ações por
AR
orientadora: Alguém mais sabe disso? Se sim, priorizar as parte dos órgãos competentes nem se sintam traído(a)s
CH
informações junto a essa pessoa e esse fato não deve inter- pelo(a) ou em conflito ético com o(a) profissional
romper a acolhida. Desse modo, durante a escuta do livre
RI
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MÓDULO 1 Sistema de Garantia de Direitos da Criança e do Adolescente
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Boas práticas na atenção às crianças e aos adolescentes vítimas ou testemunhas de violências
33
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Haverá a possibilidade de comunicar a situação de 7. Escutar atentamente o relato da vítima ou do respon-
02
violência a familiar/responsável/pessoa com vínculo sável, a fim de obter informações suficientes para
TZ
significativo a fim de assegurar a proteção identificar as necessidades de atendimento do
AR
Haverá continuidade do atendimento no serviço caso, ainda que preliminares
Poderá haver a inclusão em outros serviços da política 8. Avaliar o nível de gravidade da situação de violên-
CH
de assistência social, saúde, etc. cia (possibilidade de risco de vida ou de repetição da
RI
Há o direito à participação e informação sobre proce- violência sofrida)
dimentos que dizem respeito às crianças ou aos adoles- Prestar atendimento de acordo com a especifici-
ES
9.
centes dade e gravidade do caso, encaminhando a outros
L
HE
Haverá a preservação de confiança entre o/a profissional serviços quando necessário
e a vítima/testemunha 10. Priorizar o atendimento em razão da idade ou de
IC
eventual prejuízo ao desenvolvimento psicossocial,
5M
Quanto à transmissão das informações a garantida a intervenção preventiva
serem encaminhadas para a equipe de refe- 11. Orientar as vítimas ou os responsáveis sobre direi-
90
rência, o conteúdo deverá ser transmitido de tos, deveres, procedimentos e serviços disponíveis
30
acordo com o que definir o protocolo munici- 12. Comunicar imediatamente ao Conselho Tutelar os
33
pal de atendimento integrado, garantindo ao casos de violência contra crianças e adolescentes. O
34
máximo a reprodução fiel do conteúdo (ou contato pode ser feito por telefone, e-mail ou ofício
02
o mais próximo possível, sem interpretações 13. Comunicar à autoridade policial
e/ou julgamentos) que aparece no relato da 14. Encaminhar as vítimas de violência sexual aos
TZ
pessoa que viveu ou testemunhou a situação hospitais de referência sempre que o caso tenha
AR
de violência. Posteriormente, serão avaliados o respec- ocorrido em até 72 horas
CH
tivo encaminhamento junto aos órgãos da rede de proteção 15. Orientar as vítimas de estupro e suas famílias sobre a
e as medidas protetivas a essa vítima ou testemunha. possibilidade de realização do aborto legal em caso
RI
Preferencialmente, crianças e adolescentes em situa- de gravidez
S
ção de violência e suas famílias deverão ser encaminhadas 16. Quando necessário, encaminhar os casos moderados
LE
Famílias e Indivíduos (PAEFI), assim como ao Centro de Devem ser feitos relatos resumidos da ocorrência,
5M
lação com demais serviços, programas, projetos e benefí- familiares, comunitários e com o contexto social, ou
33
cios promovidos pelo Sistema Único de Assistências Social construção de novas referências, quando for o caso
(SUAS). 18. Incentivar a formação de grupos de debate com
34
Diante disso e de forma a resumir pontos considerados pais para a troca de experiências sobre educação dos
02
de suma importância para o atendimento e acolhimento filhos. Entre os temas que podem ser abordados estão
TZ
de crianças e adolescentes em situação de violência e sua o estabelecimento de limites, uso e abuso de álcool
AR
1. Ser capaz de identificar os sinais de violência e pres- nhamentos para o enfrentamento coletivo e inter-
tar atendimento humanizado a todos (vítima, famí- setorial das problemáticas vivenciadas (estabeleci-
S
LE
vítima decorrentes da ofensa sofrida (abrangência e 21. Proceder com o devido registro dos atendimentos
05
humanizada
33
5. Garantir privacidade no atendimento e estabelecer Além disso tudo, precisamos desenvolver o respeito em
34
um ambiente de confiança e respeito relação ao tempo do outro, afinal, trabalhamos com crian-
02
6. Zelar pelo sigilo das informações prestadas pela ças e adolescentes que têm um tempo próprio, uma lingua-
vítima ou pelo seu responsável. Comunicar a outros gem própria, que podem silenciar ao lidar com angústias da
TZ
profissionais apenas o necessário para garantir o memória de eventos traumáticos. É preciso cuidarmos com
AR
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MÓDULO 1 Sistema de Garantia de Direitos da Criança e do Adolescente
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Boas práticas na atenção às crianças e aos adolescentes vítimas ou testemunhas de violências
33
34
porta para recepcionar uma pessoa que passou por um
02
evento de violência. Ela se dará no dia a dia. É uma postura
TZ
diária de exercitar a escuta do outro sem interromper, sem
AR
julgar. É estarmos abertos a ouvir, a entendermos qual é
o lugar em que nos colocam. A prática tornar-se-á uma
CH
rotina, com potencial de melhorar a qualidade de vida e
RI
das relações de todas as pessoas.
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Comitê de Gestão Colegiada
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da Rede de Cuidado e de
Proteção Social de crianças
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e adolescentes em situação
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e/ou testemunha de violências
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