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MÓDULO 1

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Criança e do Adolescente (SGDCA)

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Conteúdo do módulo pág.

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Unidade 1 Boas-vindas ao curso de formação sobre a escuta protegida................................................. 5
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Unidade 2 O contexto sociocultural de produção de violências no Brasil e no mundo................. 6


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Unidade 3 Formas de violência.............................................................................................................................................. 8


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Unidade 4 Identificação de sinais e sintomas de violência e avaliação de fatores de


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risco, de proteção e de vulnerabilidade................................................................................................ 10


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Unidade 5 Lei nº 13.431/2017, Decreto nº 9.603/2018 e Lei nº 14.344/2022................................................ 14


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Unidade 6 Acolhimento ou Acolhida, Revelação Espontânea, Escuta Especializada e


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Depoimento Especial........................................................................................................................................ 17
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Unidade 7 Boas práticas na atenção às crianças ou aos adolescentes vítimas ou


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testemunhas de violências............................................................................................................................. 21
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Prefeitura Municipal de Florianópolis

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Comitê de Gestão Colegiada da Rede de Cuidado e de Proteção Social

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de crianças e adolescentes em situação e/ou testemunha de violências

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Série: escuta protegida de crianças e adolescentes em situação de violência


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Florianópolis
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© 2023 Prefeitura de Florianópolis.


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Comitê Municipal de Gestão Colegiada da Rede de Cuidado e de Proteção Social de Crianças e Adolescentes Vítimas ou Testemunhas
de Violência
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Todos os direitos reservados. É permitida a reprodução parcial ou total desta obra, desde que citada a fonte e que não seja para venda
ou qualquer fim
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comercial. A responsabilidade pelos direitos autorais de textos e imagens desta obra é da área técnica.
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Série: Série escuta protegida de crianças e adolescentes em situação de violência


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1ª edição – 2023 – versão online


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Elaboração da Capacitação Revisão


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FEPESE - Fundação de Estudos Sônia Maria Paciulli Raffa


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e Pesquisas Socioeconômicos
Design gráfico e editoração
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Elaboração Técnica Daniel Blass


Iramaia Ranai Gallerani
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Rudinei Luiz Beltrame


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Colaboração Técnica
Cintia Pinheiro da Silva
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John Adan Bunn


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MÓDULO 1 Sistema de Garantia dos Direitos da Criança e do Adolescente (SGDCA)

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Unidade 1

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Boas-vindas ao curso de formação

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sobre a escuta protegida

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A construção de diretrizes para um atendimento protetivo O conjunto de orientações neste documento apresenta

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deve ser feita a muitas mãos, pois sua finalidade é aprimorar conceitos e procedimentos de atendimento às pessoas em

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e fortalecer o trabalho em rede para ofertar um atendi- situação de violência com a finalidade de garantir assertivi-
mento integral a crianças e adolescentes vítimas ou teste- dade e celeridade na atuação dos profissionais. As unidades
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munhas de violência. A consolidação deste curso reforça o a seguir estabelecem um fundamento sobre o contexto
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compromisso municipal com a efetivação das prerrogativas sociocultural de produção de violências e suas tipificações,
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contidas no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e auxiliam na identificação de sinais e sintomas, apontando
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com o avanço dos direitos de pessoas em fase peculiar de para critérios a serem considerados na avaliação de fatores
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desenvolvimento - as quais requerem da família, do Estado de risco, de proteção e de vulnerabilidade, e apresentam


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e da sociedade a proteção necessária para um desenvolvi- algumas formas de escuta, diferenças entre acolhimento
mento saudável. ou acolhida, revelação espontânea, escuta especializada e
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Esta cartilha foi pensada com intuito de implementar depoimento especial. Apontam, por fim, as boas práticas
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o protocolo de atendimento integrado das situações de na atenção às crianças e aos adolescentes vítimas e teste-
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violência contra crianças e adolescentes, conforme preco- munhas de violências.


nizadas na Lei nº 13.431/2017, que estabelece o sistema de O sucesso na implementação da escuta protegida
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garantia de direitos da criança e do adolescente vítima ou depende dos profissionais que integram a rede de proteção,
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testemunha de violência, e no Decreto nº 9.603/2018, que os quais devem se comprometer com o novo paradigma da
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regulamenta a referida lei. Essas normativas estabelecem proteção integral. Portanto, as diretrizes apresentadas cons-
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os parâmetros para a escuta de crianças e adolescentes tituem um instrumento para a efetiva garantia de um aten-
com o objetivo de evitar a revitimização e o sofrimento dimento integral às crianças e aos adolescentes do municí-
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psíquico de pessoas que vivenciaram situações traumá- pio de Florianópolis. O monitoramento da implementação
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ticas e violadoras de direitos. Assim, compete às políticas compete a todos os profissionais do Sistema de Garantia
públicas a necessidade de uma integração mais ampla entre dos Direitos, asseguradas a proteção integral e a oportu-
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programas e serviços, evitando a sobreposição de funções nidade para viver em uma sociedade livre de violências.
e procedimentos.
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Desejamos uma excelente jornada!


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Unidade 2

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O contexto sociocultural de produção

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de violências no Brasil e no mundo

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A violência é um fenômeno sócio-histórico, fundante e sexo feminino. Por Mortes Violentas Intencionais foram

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estrutural que se faz presente na constituição de toda a assassinadas 648 crianças - 82% adolescentes de 15 a 17

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sociedade. Em relação à infância e adolescência, há uma anos, na maioria do sexo masculino (86%) e negra (78,1%).
dependência física e emocional dos responsáveis em ativi- Tais dados reforçam a necessidade de serviços de escuta
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dades básicas de sobrevivência, e geralmente o direito de e acolhimento, seja por meio da assistência social, saúde, de
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acesso à educação plena e de qualidade, ao esporte, lazer, conselhos tutelares, delegacias, escolas, do disque denúncia
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bem-estar, à convivência comunitária, saúde, etc., não é e da própria comunidade. Todos os atores e seto-
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oportunizado. Quanto maior a vulnerabilidade, res sociais necessitam estar bem prepara-
maior o risco de violência com ações ou dos para o acolhimento, encaminhamento
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omissões que podem cessar, impedir, deter e atendimento de crianças e adolescentes,


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ou retardar o desenvolvimento pleno de buscando desenvolver uma atuação mínima,


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crianças e adolescentes. precoce, efetiva para a diminuição dos


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Nesse aspecto, a violência é um fenômeno presente em impactos (negativos) da violência.


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todas as classes sociais, entretanto, grupos mais vulneráveis


tornam-se mais suscetíveis à incidência dela. Diante do
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exposto é necessário refletirmos: de que infância estamos


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falando quando pensamos nos direitos da criança e do


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adolescente no Brasil? Todos conseguem exercer os seus


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direitos de maneira equânime?


De acordo com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública
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(FBSP, 2022), é possível constatar um perfil das vítimas de


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acordo com os tipos de crimes. No primeiro semestre de


2021 foram registradas 4.389 vítimas de Lesão Corporal
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(violência doméstica) - 26% crianças de 10 a 14 anos e 52%


adolescentes de 15 a 17 anos. Já no crime de Maus-Tratos,
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o número aumentou para 5.589 vítimas - 26% crianças de


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0 a 4 anos, 35% de 5 a 9 anos e 29% de 10 a 14 anos. Dessas,


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58,8% vítimas brancas e 40,7%, negras. Além disso, perce-


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be-se uma similaridade entre vítimas do sexo feminino


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(51%) e do sexo masculino (49%). A disparidade ocorre nos


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crimes sexuais, onde 13.925 vítimas foram registradas para


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Estupro - 26% crianças de 5 a 9 anos e 47% de 10 a 14 anos,


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ou seja, 73% dos casos tratam-se de estupro de vulnerável.


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É possível identificar que mais de 75% das vítimas eram do


sexo feminino, o que destaca o gênero como um importante
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marcador social e uma categoria fundamental para análise.


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O dado Exploração Sexual representa 210 vítimas - 48%


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crianças de 10 a 14 anos e 44% adolescentes de 15 a 17 anos,


sendo que 56,3% das vítimas são pessoas negras e 86% do
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O contexto sociocultural de produção de violências no Brasil e no mundo

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O Sistema de Garantia dos Direitos (SGD) originou-se Na Resolução acima citada, quando observado o eixo

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na Constituição Federal brasileira de 1988, considerada que trata da defesa aos direitos da criança e do adolescente,

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um marco na construção de direitos humanos do nosso cabe a todos os órgãos envolvidos no trabalho de proteção

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país, tanto por trazer contribuições para o reconhecimento a responsabilidade pelo acesso à justiça quando a vítima
de direitos quanto por estabelecer diretrizes de políticas já está com seus direitos violados. A composição desse

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públicas que pudessem garantir a proteção e o atendimento conjunto de entidades conta com a atuação dos Conselhos

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a todas as vítimas de violência. Tutelares, das Varas da Infância e Juventude, das Procura-
Anterior a essa Constituição vigorava a doutrina da dorias, do Ministério Público, das Polícias Civil e Militar,

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situação irregular: toda e qualquer criança ou adolescente e de todos os demais atores que integram essa perspectiva.

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órfã(o), abandonado(a), ou que havia cometido algum tipo No eixo de promoção encontram-se todas as políticas
de “delinquência juvenil”, era alvo de intervenção estatal. públicas que garantem os direitos fundamentais, inclusive

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Somente não necessitavam do olhar do Estado aquele(a)s as que atuarão na prevenção e oferta de atendimentos sob

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que possuíam família, considerado(a)s protegido(a)s pela o viés da resolutividade de casos de violência. As políticas
sociedade. da assistência social, cultura, saúde, educação e do esporte

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A partir da Constituição Federal de 1988, adotou-se a fazem parte dos órgãos que estão nesse eixo.

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doutrina da proteção integral, onde crianças e adolescen- O eixo de controle integra todos os órgãos e membros

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tes são sujeitos de direitos e cabe ao Estado, à família e à que discutem a questão do monitoramento e do controle

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sociedade assegurar garantias que os mantenha a salvo de social das políticas. Sendo eles, os conselhos de direitos

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qualquer tipo de violência ou outros tipos de tratamento e setoriais, tribunais de contas, o conselho de assistência
que prejudiquem seu desenvolvimento. social, educação, saúde, habitação, segurança alimentar, e

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O § 8º do Art. 226 da CF/88, “O Estado assegurará a o SGA. 

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assistência à família na pessoa de cada um dos que a inte-

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gram, criando mecanismos para coibir a violência no
âmbito de suas relações”, alerta para termos cuidado a RI
possíveis pré-julgamentos. Por exemplo, ao responsabi-
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lizarmos algum membro da família pela violência sofrida,


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elementos pertinentes de uma dinâmica familiar podem


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ser irreversivelmente prejudicados. Alcançando ou não a


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compreensão necessária, o profissional não deve julgar nem


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ferir a dignidade humana, mas deve ter como horizonte o


respeito ao outro.
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Segundo o Art. 227:


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É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao


adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à
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saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à


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cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar


e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência,
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discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.


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Fica reconhecido o fenômeno da violência intrafami-


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liar, estabelecendo a obrigatoriedade ao Estado de criar


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mecanismos para intervir e coibir as práticas, o que inverte


a lógica de a violência doméstica ser assunto familiar, de
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âmbito privado.
As mudanças trazidas nesse ordenamento jurídico lança
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um novo olhar ao considerar crianças e adolescentes não


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(mais) como objetos, mas sujeitos de direitos.


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O art. 2º da Resolução nº 113/2006 do Conselho Nacio-


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nal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CONANDA)


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reforça as atribuições que competem ao Sistema de Garan-


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tia dos Direitos:


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Promover, defender e controlar a efetivação dos direitos civis, políticos,


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econômicos, sociais, culturais, coletivos e difusos, em sua integralidade,


em favor de todas as crianças e adolescentes, de modo que sejam reconhe-
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cidos e respeitados como sujeitos de direitos e pessoas em condição pecu-


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liar de desenvolvimento; colocando-os a salvo de ameaças e violações


a quaisquer de seus direitos, além de garantir a apuração e reparação
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dessas ameaças e violações.


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Unidade 3

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Formas de violência

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A violência é uma questão de saúde pública. É preciso Violência Psicológica

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cuidado para não reduzir a problemática da vítima ou teste-

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munha ao individualismo. A individualização de temáticas É uma conduta que impacta no
sociais produzem incidências significativas em patologizar desenvolvimento psíquico ou
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e categorizar em transtornos questões complexas e multi- emocional ou uma atitude que tenha
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facetadas. Para isso, é imprescindível pontuar marcadores o objetivo de limitar ou controlar ações e
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sociais e estruturais envolvidos. comportamentos.


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Em termos normativos, a Lei nº 13.431/2017, conhe- Segundo a Lei nº 13.431/2017, há três formas de violên-
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cida como Lei da Escuta Protegida, estabelece o Sistema cia psicológica: a discriminação, depreciação, o desres-
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de Garantia dos Direitos da Criança e do Adolescente peito e constrangimento, mediante ameaça, constrangi-
(SGDCA) vítima ou testemunha de violência, tipificando mento, humilhação, manipulação, isolamento, agressão
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as violências como: física, psicológica, sexual, institucional, verbal e xingamento, ridicularização, indiferença, explo-
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e patrimonial, esta recentemente incluída devido à modifi- ração ou intimidação. A prática repetitiva e sistemática
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cação feita pela Lei nº 14.344/2022 (Lei Henry Borel). desses atos configura-se bullying.
O papel dos profissionais quanto à prevenção do
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bullying é trabalhar com temáticas como a Comunicação


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Violência Física Não Violenta (CNV), a autoestima e o autocuidado (uma


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vez que o sujeito deixa de cuidar de si, o cuidado em rela-


É uma ação infligida à criança ou
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ção ao outro fica fragilizado). Faz-se necessário cuidar da


ao adolescente que ofenda a sua gestão emocional do sujeito a fim de dar conta de fazer o
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integridade ou saúde corporal. A Lei caminho inverso e romper com a situação de violência.
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nº 13.010/2014 (Lei Menino Bernardo) garante às crianças A Alienação Parental é a segunda forma desse tipo de
e aos adolescentes o direito de serem educados sem o uso violência e está descrita no Art. 2° da Lei nº 12.318/2010:
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de castigos físicos e de tratamento cruel ou degradante.


A criança ainda é vista como um corpo-objeto, uma
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[…] a interferência na formação psicológica da criança ou do adoles-


posse dos pais, passível das ações dos adultos e de interesses cente promovida ou induzida por um dos genitores, pelos avós ou pelos
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que tenham a criança ou o adolescente sob a sua autoridade, guarda


alheios ao invés de ser considerada como um sujeito de
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ou vigilância para que repudie genitor ou que cause prejuízo ao estabe-


direitos que tem vontades, desejos e medos. lecimento ou à manutenção de vínculos com este.
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Precisamos orientar e organizar meios de pôr em prática


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a Psicoeducação sobre Violência, uma aliada ao trabalho


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com possíveis sujeitos que possam estar ou vir a sofrer Essa ação pode ser percebida por meio do comporta-
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situações de violências, pois os efeitos de determinadas mento da criança, quando se nega a ver ou visitar a mãe ou
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ações servirão como instrumentos quanto à identificação e o pai, o que, por vezes, pode envolver a construção de uma
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nomeação da situação para um pedido de ajuda e o rompi- imagem negativa em relação a essa figura, fragilizando e
mento com o ciclo de violência. prejudicando o vínculo.
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Formas de violência

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O papel dos profissionais é olhar atentamente para Violência patrimonial

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perceber sinais e sintomas, fatores de risco, de proteção

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e de vulnerabilidade, além de escutar todos os envolvidos. É entendida como qualquer conduta que

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A terceira forma é qualquer conduta que exponha a configure retenção, subtração, destruição
criança ou o adolescente, direta ou indiretamente, a ato/ parcial ou total de seus documentos pessoais,

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crime de violência contra membro de sua família ou de sua bens, valores e direitos ou recursos econô-

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rede de apoio, independentemente do ambiente em que micos, incluídos os destinados a satisfazer
aconteceu, particularmente quando isso a/o torna testemu- necessidades, desde que a medida não se

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nha, o que pode acarretar em prejuízos no desenvolvimento enquadre como educacional. 

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social e psicológico.

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Violência sexual

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É qualquer conduta que cons-

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tranja a criança ou o adolescente

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a praticar ou presenciar conjunção

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carnal ou qualquer outro ato libidinoso,

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inclusive exposição do corpo em foto ou
vídeo por meio eletrônico ou não.

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A violência sexual também é diferenciada em três

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formas: abuso sexual, exploração comercial e tráfico

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de pessoas.
No abuso sexual, a criança ou o adolescente é usado(a) RI
para conjunção carnal ou outro ato libidinoso para estimu-
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lação sexual do agente ou de terceiro.


LE

Na exploração comercial, a criança ou o adolescente é


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usado(a) em troca de remuneração ou de qualquer outra


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forma de compensação (cesta básica, carona, por exemplo),


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independentemente ou sob patrocínio, apoio ou incentivo


de terceiro, seja de modo presencial ou por meio eletrônico.
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No tráfico de pessoas ocorre o recrutamento, transporte,


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a transferência, o alojamento ou o acolhimento da criança


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ou do adolescente dentro e fora do território nacional, para


exploração sexual mediante ameaça, uso de força ou outra
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forma de coação, rapto, fraude, engano, abuso de auto-


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ridade, aproveitamento de situação de vulnerabilidade,


TZ

entrega e/ou aceitação de pagamento.


AR

O papel dos profissionais neste último caso é observar


situações, se o sujeito encontra-se em evasão escolar ou
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viaja desacompanhado, por exemplo.


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Violência institucional
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É aquela praticada por agente público no


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desempenho de função pública, em institui-


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ção de qualquer natureza, por meio de atos


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comissivos ou omissivos que prejudiquem


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o atendimento à criança ou ao adolescente


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vítima ou testemunha de violência.


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Atualmente é considerada um ato que pode ser crimi-


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nalizado. Sendo assim, é de importante ater-se aos parâ-


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metros sobre sigilo profissional, pois só será incorrido em


fatos mínimos com a criança ou o adolescente e trans-
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mitido o estritamente necessário para que aconteça uma


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intervenção mínima.
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Unidade 4

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Identificação de sinais e sintomas de

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violência e avaliação de fatores de risco,

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de proteção e de vulnerabilidade

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Sinais e sintomas referem-se a aspectos para dindo-as de transitar, de romper com os ciclos de violência.

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a identificação de situações de violência, Desse modo, ao invés de usarmos os termos vítima e abusa-

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sejam sinalizados por parte da criança ou do dor, podemos substituí-los por pessoas em situação de
adolescente, ou de sua família. Geralmente é violência e autores de violência, conforme a terminologia
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percebida uma mudança, uma alteração de jurídica utilizada. Vale lembrar que devemos considerar
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comportamento, quando se sofre algum tipo ambas nos atendimentos, pois são sujeitos de direitos e
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de violência, mesmo que se tente disfarçar e devem ter condição de produzir novas narrativas de vida.
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esconder marcas ou sinais físicos. De acordo com Santos (2009), é possível sistematizar
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Os conceitos de vítima e abusador precisam ser objeto de sinais e sintomas que possam servir de referências para
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reflexão, pois colocam as pessoas nos polos passivo e ativo, compreender a manifestação do fenômeno:
podendo reduzi-las à situação de violência vivida, impe-
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Violência física
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Indicadores físicos Indicadores comportamentais Características da família


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„ Presença de lesões físicas „ Medo dos pais e/ou responsá- „ Inexiste afetividade na relação
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que não se adequam à causa veis „ Oculta as lesões do sujeito ou


alegada „ Alegar causa pouco viável para justifica-as de forma não con-
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„ Ocultamento de lesões antigas as lesões vincente ou contraditória


„ Hematomas e queimaduras em „ Fugas do lar „ Descreve o sujeito como mau e
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diferentes estágios de cicatri- „ Baixa estima, considerar-se me- merecedor de punições


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zação recedor(a) de punições „ Deprecia-o e critica-o


HE

„ Contusões em partes do corpo „ Diz ter sofrido violência física „ Culpa-o pelos problemas do lar
que geralmente não sofrem „ Agredir colegas „ Ameaça-o, aterroriza-o ou igno-
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com quedas eventuais „ Desconfiar do contato com ra-o


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„ Orgânico: distúrbios da fala, do adultos „ Exige em demasia de sua capa-


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sono, afecções cutâneas e dis- „ Estar sempre alerta, esperando cidade/tem expectativas irreais
funções físicas em geral que algo ruim aconteça sobre a
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„ Isolamento social „ Acredita no disciplinamento


Por se tratar de uma violência que
„ Carência afetiva severo como forma de educar
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fere o psiquismo e não a integrida-


„ Regressão e comportamentos „ Autoriza o(a) professor(a) a casti-
de física, as sequelas são predomi-
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infantis (também podem ser in- gá-lo fisicamente


nantemente emocionais.
dicadores de outros problemas „ Muitas vezes há abuso
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Os indicadores físicos geralmente


emocionais) de álcool e/ou de outras
são resultantes de um quadro de
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„ Submissão e apatia drogas


psicossomatização.
„ Dificuldade e problemas escola-
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res (sem limitações cognitivas e


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intelectuais)
„ Tendência suicida
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Identificação de sinais e sintomas de violência e avaliação de fatores de risco, de proteção e de vulnerabilidade

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Negligência

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Indicadores físicos Indicadores comportamentais Características da família

RI
„ Padrão de crescimento defi- „ Desenvolvimento de atividades/ „ Descuido com a higiene e

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ciente responsabilidades impróprias para aparência física (próprias e do
„ Vestimenta inadequada ao a idade (como serviços domésticos, sujeito)

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clima cuidado com os irmãos menores) „ Não percebe as necessidades
„ Necessidades não atendidas, „ Isolamento social físicas e emocionais do sujeito

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tais como: higiene, alimenta- „ Carência afetiva „ Falta de acompanhamento

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ção, educação (evasão escolar), „ Falta de concentração e atenção escolar (atrasos constantes,
saúde (vacinas atrasadas, etc.) devido à fadiga e a necessidades ausência de reuniões)

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„ Fadiga constante não atendidas „ Falta de acompanhamento
„ Acidentes constantes (pela médico

30
falta de cuidados por parte de „ Apatia e passividade

33
um adulto) „ Abuso de álcool e/ou de outras
„ Pouca atividade motora (falta drogas

34
de estimulação)

02
TZ
AR
CH
Violência sexual
RI
S
LE

Físicos Psicológicos
HE

„ Lesões localizadas em região genital ou originadas „ Alterações alimentares (comer demais ou de me-
IC

por doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) nos)


5M

„ Gravidez precoce ou aborto „ Cansaço e fadiga


„ Manifestações de sexualidade precoce, como „ Dificuldades de aprendizagem e de concentração, e
90

brincadeiras sexuais erotizadas ou o uso de força baixo rendimento escolar (notas baixas)
dirigida a crianças ou adolescentes e/ou masturba- „ Alterações no sono (pesadelos constantes)
30

ção compulsiva „ Alterações no humor (comportamentos agressivos


33

„ Presença de hematomas (marcas de corda, cinto e ou extremamente passivos)


34

mordidas) „ Depressão
„ Ausência de cuidados com higiene „ Desconfiança extrema e desmotivada (medo de fi-
02

„ Resquícios de sangue provenientes das partes ínti- car só ou em companhia de determinadas pessoas)
TZ

mas nas roupas „ Preferência de um lugar a outro (a escola ao invés


„ Dificuldades para caminhar e sentar-se da casa, por exemplo)
AR

„ Dor ao urinar „ Não querer ir para a escola ou à casa de alguém


„ Uso de roupas inadequadas ao clima desmotivadamente e não declaradamente
CH

„ Dificuldades para dormir „ Fugas de casa


RI

„ Faltas e fugas escolares


„ Agitação e choro desmotivado
S

„ Uso de álcool e/ou de outras drogas


LE

„ Prática de pequenos furtos


HE
M IC
05

Outros indicadores podem ser observados na conduta dos Os profissionais devem sempre estar atentos a todos
9

pais ou responsáveis, por exemplo: famílias incestuosas esses sinais e sintomas e ter cuidados no manejo das situ-
30

tendem a ser quietas e relacionam-se pouco, e de modo ações de violência.


33

geral os pais são autoritários e as mães, submissas; o autor Em conjunto a isso é preciso considerar a dimensão
34

da violência crê que o contato sexual é uma forma de amor dos fatores de risco, de proteção e de vulnerabilidade que
02

familiar, pode acusar a pessoa em situação de violência de deverão ser analisados para prover os cuidados necessários
promiscuidade ou sedução sexual, acreditar que ela tenha e pautar as tomadas de decisões.
TZ

atividade sexual fora de casa, ser extremamente protetor,


AR

zeloso ou possessivo, negando contatos sociais à vítima e


CH

pode ser sedutor e insinuante (SANTOS, 2009; CRAMI


ABCD, 2007).
RI
ES
EL

11
CH
MI
5
90
MÓDULO 1 Sistema de Garantia de Direitos da Criança e do Adolescente

30
Identificação de sinais e sintomas de violência e avaliação de fatores de risco, de proteção e de vulnerabilidade

33
34
02
Fatores de risco são condições ou variáveis Fatores de vulnerabilidade dizem respeito

TZ
associadas à alta probabilidade de ocorrên- ao contexto ou conjunto de aspectos (indi-

AR
cia de resultados negativos ou indesejáveis, viduais e coletivos) em que há maior susce-
como comportamentos que podem compro- tibilidade de indivíduos e comunidades a

CH
meter a saúde, o bem-estar ou o desempe- um adoecimento ou agravo. Estão relacio-

RI
nho social do indivíduo, atributos biológicos nados à baixa disponibilidade de recursos
e genéticos da criança ou do adolescente para a proteção da criança ou do adolescente

ES
e/ou da família, e influências recebidas da e operam em presença de fatores de risco

L
comunidade no ambiente dessa criança ou

HE
(MAIA, 2005; AYRES et al., 2014; BOSI, 2015). Alguns
desse adolescente (MAIA, 2005; AYRES et al., 2014; exemplos são: complicações no nascimento, deficiências

IC
BOSI, 2015). físicas e cognitivas, comportamentos considerados difíceis,

5M
A realização de uma escuta especializada envolve viver em um lar no qual haja violência doméstica ou com
identificar os riscos desde o primeiro momento em que a histórias intergeracionais de abuso, baixo status socioeco-

90
informação é recebida. Faz-se necessária uma análise, pois nômico, senso de aprovação da violência pela sociedade e

30
nem sempre a criança poderá retornar à sua residência a aprovação de punição corporal e distribuição desigual de

33
naquele momento ou naquele dia. É possível buscar um poder dentro da família e/ou da sociedade.

34
direcionamento a respeito de medidas protetivas de urgên- As autoras Rovinski e Pelisoli (2019) discorrem sobre

02
cia em relação à vítima e ao agressor na Lei Henry Borel. o contexto situacional em que a criança ou o adolescente
Quando houver necessidade, o profissional poderá lançar está inserido(a). São questões socioculturais que permeiam

TZ
mão dessas medidas para pautar a sua avaliação. Inclusive elementos como: exigência de que os homens sejam fortes

AR
existe a possibilidade de aplicação de responsabilidade para e dominantes nas relações sexuais, falta de igualdade entre

CH
pessoa idônea (que irá se responsabilizar, eventualmente, homens e mulheres, tolerância social à violência, falta de
em uma situação de emergência pela proteção da criança sanções, incapacidade de identificação com as necessidades
RI
ou do adolescente, antes de o Conselho Tutelar, órgão que das crianças ou dos adolescentes por parte dos adultos e a
S

realiza a averiguação das informações, ser acionado para falta de apoio às mães em situações de violência, e alguns
LE

tomar medidas imediatas a fim de garantir a proteção da fatores de desinibição, como o uso de álcool, a senilidade
HE

pessoa em situação de emergência e resolver a mesma). e transtornos mentais.


IC

É importante reforçar que todas as áreas (assistência Podemos afirmar que não há um perfil único de autor de
5M

social, saúde e educação), cada uma com a sua função, são violência, nem todo abusador é pedófilo, nem todo pedó-
responsáveis pela prevenção, proteção, pelo provimento de filo é autor de abuso sexual, haja vista que a pedofilia é um
90

cuidados e pela responsabilização dos autores de violência transtorno mental caracterizado pela prática de impulsos e
30

e precisam ter profissionais qualificados para realizar a fantasias sexuais com pessoas de até 13 anos e causa intenso
33

escuta especializada. sofrimento e dificuldades interpessoais por parte do autor


quando não praticada. As características se expandem por
34

Fatores de proteção são condições, estra- toda a sociedade, gêneros e classes sociais. Em sua maior
02

tégias e ações que serão responsáveis pela parte, as violências têm uma questão de ordem situacional.
TZ

modificação da resposta do indivíduo aos


fatores e processos de risco. Têm como hori-
AR

zonte a redução dos impactos dos riscos e Quais situações são essas?
CH

criam possibilidades de reverter o efeito


RI

da situação traumática (MAIA, 2005; AYRES et Um dos marcadores importantes é a questão relacionada
al., 2014; BOSI, 2015). É importante considerar alguns ao gênero, ou seja, aos papéis esperados para homens e
S
LE

pontos quanto aos fatores de proteção, como os atributos mulheres. A mulher tem de ser cuidadora, frágil, delicada,
disposicionais que são atividades, autonomia, orientação feminina, e o homem, viril, provedor, controlador (de
HE

social positiva, auto-estima, preferências da criança ou emoções e situações) - o controle pode colocar as pessoas
IC

do adolescente, características da família, como coesão, em lugares que promovam a violência.


M

afetividade, ausência de discórdia, negligência e as fontes Falta igualdade entre homens e mulheres, assim como
05

de apoio individual ou institucional disponíveis, relacio- falta entre adultos e crianças. Falta apoio às mães em
9

namento com pares e pessoas de fora da família, suporte situações de violência - nem todas as cidades brasileiras
30

cultural, atendimento individual (médico ou psicológico), possuem instituições de acolhimento para a mulher e seus
33

instituições religiosas, entre outros. filhos e preservam o trabalho dela quando precisa se afastar
34
02
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90
MÓDULO 1 Sistema de Garantia de Direitos da Criança e do Adolescente

30
Identificação de sinais e sintomas de violência e avaliação de fatores de risco, de proteção e de vulnerabilidade

33
34
de uma situação de violência (pode ser até que permaneça

02
nessa situação para ter uma mínima condição, como o

TZ
alimento do dia a dia).

AR
Outros fatores situacionais são: uso de álcool e drogas,
senilidade, transtornos mentais, dificuldade de superação

CH
de fatores externos (como isolamento social, situação de

RI
violência intrafamiliar, baixo relacionamento com amigos,
familiares e cerceamento do direito de trabalhar), falta

ES
de vigilância, condições precárias de alojamentos/ques-

L
HE
tões estruturais (por exemplo, muitas pessoas ocupando
o mesmo cômodo e/ou praticando relações sexuais no

IC
mesmo ambiente da criança ou do adolescente).

5M
Cabe a nós, profissionais do cuidado, escla-
recer, orientar e auxiliar familiares, crianças e

90
adolescentes sobre o que é uma situação de

30
violência e as consequências para um desen-

33
volvimento integral. Muitas vezes as pessoas

34
nem sabem que estão sofrendo violência por

02
causa do vínculo de confiança com os agres-
sores. Devemos garantir a proteção integral

TZ
e prioritária naquele momento para cessar

AR
a violência e construir estratégias eficientes

CH
de resgate da autonomia familiar. 
RI
S
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IC
5M
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MÓDULO 1 Sistema de Garantia dos Direitos da Criança e do Adolescente (SGDCA)

33
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Unidade 5

IC
5M
Lei nº 13.431/2017,

90
Decreto nº 9.603/2018, e

30
33
Lei nº 14.344/2022

34
02
TZ
Lei n° 13.431, de 4 de abril de 2017 Os profissionais envolvidos com as polí-

AR
ticas de crianças e adolescentes e com o

CH
A Lei nº 13.431/2017, conhecida como Lei da Escuta Prote- Sistema de Garantia de seus Direitos devem
gida, tem por finalidade normatizar a atenção às crianças e optar pela abordagem de questionamentos
RI
aos adolescentes em situação de violência para garantir um mínimos e estritamente necessários ao aten-
S

atendimento integral com vistas a preservar a integridade dimento com a finalidade de causar o menor
LE

física, psíquica e social de pessoas que passaram por even- dano possível às vítimas ou testemunhas. A
HE

tos de violência. Além das diretrizes estabelecidas, dispõe estratégia adotada consiste no movimento de registrar esse
IC

sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) - Lei acolhimento inicial, transmitindo as informações nas pala-
5M

nº 8.069/1990 e seus dispositivos de garantia, promoção, vras da criança e/ou do adolescente, ou nos termos mais
prevenção e proteção dos direitos da criança e do adoles- próximos o possível por eles utilizados, para que os serviços
90

cente. Uma de suas principais contribuições da rede possam ter acesso ao caso de forma integral, sem a
30

é regulamentar o trabalho/atendimento necessidade de fazer com que o sujeito reviva a experiência


em rede, bem como estabelecer formas de
33

da situação de violência.
escuta que devam ser realizadas, evitando O compartilhamento dessas informações de maneira
34

procedimentos revitimizantes e desne- integrada, efetiva e sistematizada, respeitando ao máximo


02

cessários (a ocorrência de repetições, por o princípio do sigilo, torna-se fator crucial para um acolhi-
TZ

exemplo). Podemos afirmar que a escuta protegida é um mento melhor qualificado e um encaminhamento resolu-
AR

guarda-chuva gigante que abarca a revelação espontânea, a tivo para a situação na qual houver violação de direitos.
escuta especializada e o depoimento especial, como formas Todavia, alguns aspectos fundamentais devem ser consi-
CH

possíveis de ouvir crianças e/ou adolescentes vítimas ou derados no manejo das intervenções em casos de violência,
RI

testemunhas de violência. Entre outros procedimentos conforme o art. 5º da referida Lei:


integrados estão os registros do atendimento, as comuni-
S
LE

cações, notificações, os encaminhamentos e compartilha- I. receber prioridade absoluta e ter considerada a


mentos do cuidado. Vale ressaltar que outras legislações condição peculiar de pessoa em desenvolvimento;
HE

e normativas estão sendo elaboradas para aprimorar e II. receber tratamento digno e abrangente;
IC

qualificar ainda mais as estratégias de enfrentamentos de III. ter a intimidade e as condições pessoais protegidas
M

situações de violência. quando vítima ou testemunha de violência;


05

Infelizmente ainda é comum a criança ou o adolescente IV. ser protegido contra qualquer tipo de discriminação,
9

reviver a situação pela qual passou e ter novos episódios independentemente de classe, sexo, raça, etnia, renda,
30

de sofrimento, insegurança, medo, estresse e culpa, porque cultura, nível educacional, idade, religião, nacionali-
33

várias pessoas precisam relatar a profissionais de acolhi- dade, procedência regional, regularidade migratória,
34

mento e escuta da rede, conselheiros tutelares, nas delega- deficiência ou qualquer outra condição sua, de seus
02

cias, promotorias, no judiciário, entre outros, o (mesmo) pais ou de seus representantes legais;
fato. Em média, a repetição ocorre de 8 a 10 vezes.
TZ
AR
CH
RI
ES
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5
90
MÓDULO 1 Sistema de Garantia de Direitos da Criança e do Adolescente

30
Lei nº 13.431/2017, Decreto nº 9.603/2018, e Lei nº 14.344/2022

33
34
V. receber informação adequada à sua etapa de desen- dimento por meio do dispositivo da inter-

02
volvimento sobre direitos, inclusive sociais, servi- venção mínima, assegurando, na medida do

TZ
ços disponíveis, representação jurídica, medidas de possível, a reparação integral dos direitos da

AR
proteção, reparação de danos e qualquer procedi- criança ou do adolescente.
mento a que seja submetido; Na tentativa de atender a esses requisitos, a normativa

CH
VI. ser ouvido e expressar seus desejos e opiniões, assim prevê, aos profissionais envolvidos, a priorização pela não

RI
como permanecer em silêncio; revitimização e a preferência pela abordagem de questio-
receber assistência qualificada jurídica e psicosso- namentos mínimos e estritamente necessários ao atendi-

ES
VII.
cial especializada, que facilite a sua participação e mento. Alguns desses dispositivos podem ser descritos por

L
HE
o resguarde contra comportamento inadequado meio da escuta especializada, procedimento realizado
adotado pelos demais órgãos atuantes no processo; pelos órgãos da rede de proteção nos campos da educação,

IC
VIII. ser resguardado e protegido de sofrimento, com saúde, assistência social, segurança pública e dos direitos

5M
direito a apoio, planejamento de sua participação, humanos, e do depoimento especial, sendo este o proce-
prioridade na tramitação do processo, celeridade dimento de oitiva perante autoridade policial ou judiciária.

90
processual, idoneidade do atendimento e limitação Ambos procedimentos estão alinhados com as políticas

30
das intervenções; de cuidado e proteção da pessoa em situação de violência,

33
IX. ser ouvido em horário que lhe for mais adequado e havendo diferenciação nas finalidades. Enquanto a escuta

34
conveniente, sempre que possível; especializada visa o acolhimento mais humanizado e sem

02
X. ter segurança, com avaliação contínua sobre possi- a necessidade de produzir provas, o depoimento especial
bilidades de intimidação, ameaça e outras formas de apresenta aspectos mais jurídicos e com a missão de levan-

TZ
violência; tar provas para melhores análise e resolução dos casos de

AR
XI. ser assistido por profissional capacitado e conhecer violação de direitos.

CH
os profissionais que participam dos procedimentos Outro ponto interessante no decreto em questão refere-
de escuta especializada e depoimento especial; -se ao tópico que trata da definição do fluxo de atendimento
RI
XII. ser reparado quando seus direitos forem violados; dos casos e dos procedimentos pelos quais esse atendi-
S

XIII. conviver em família e em comunidade; mento intersetorial poderá se pautar. Em termos práticos,
LE

XIV. ter as informações prestadas tratadas confidencial- estão descritas algumas etapas a serem seguidas, desde o
HE

mente, sendo vedada a utilização ou o repasse a momento do(a) acolhimento/acolhida da pessoa em situ-
IC

terceiro das declarações feitas pela criança e pelo ação de violência, passando pela comunicação às autori-
5M

adolescente vítima, salvo para os fins de assistência dades policial, judicial, do Conselho Tutelar e Ministério
à saúde e de persecução penal; Público, até o momento da aplicação das medidas proteti-
90

XV. prestar declarações em formato adaptado à criança e vas, caso haja necessidade. Tudo isso pensado e elaborado
30

ao adolescente com deficiência ou em idioma diverso para dar uma maior fluidez no acompanhamento e enca-
33

do português. minhamento de casos de suspeita ou de confirmação de


violência contra crianças e adolescentes.
34

Cabe aqui destacar o papel fundamental dos estados e


02

municípios sobre as normas complementares necessárias à


TZ

Decreto nº 9.603, integração e à coordenação dos serviços, programas, equi-


de 10 de dezembro de 2018
AR

pamentos públicos para o atendimento e da capacitação,


assim como a criação de sistema eletrônico de informações,
CH

O Decreto nº 9.603/2018 carrega em sua redação diretrizes que será implementado para integrar, de forma sigilosa,
RI

e princípios norteadores que têm como objetivo regula- as informações produzidas pelo Sistema de Garantia de
mentar a Lei da Escuta Protegida. Por essa regulamentação Direitos.
S
LE

entende-se quais são as atribuições competentes aos setores


envolvidos na rede de prevenção, proteção, promoção e
HE

garantia dos direitos da criança ou do adolescente. Esse Lei nº 14.344, de 24 de maio de 2022
IC

conjunto intersetorial compõe o Sistema de Garantia de


M

Direitos, responsável pela detecção dos sinais de violação É uma das legislações mais recentes no âmbito da proteção
05

de direitos, e atua de maneira coordenada e integrada na e garantia dos direitos de crianças ou adolescentes vítimas
9

garantia dos cuidados necessários e na proteção de crianças ou testemunhas de violência. Prevê mecanismos para a
30

ou adolescentes vítimas ou testemunhas de violências. prevenção e o enfrentamento da violência doméstica e


33

O Sistema de Garantia de Direitos, além familiar com base nos termos do § 8º do art. 226 e do § 4º
34

de atuar pontualmente na contenção e no do art. 227 da Constituição Federal e das disposições espe-
02

combate de situações de violência, busca cíficas previstas em tratados, convenções e acordos inter-
realizar o mapeamento das ocorrências e nacionais ratificados pela República Federativa do Brasil,
TZ

suas particularidades dentro do território, e altera o Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940


AR

com vistas a prevenir a reiteração de novos (Código Penal), e as Leis nºs 7.210, de 11 de julho de 1984
CH

episódios de violações, promovendo o aten- (Lei de Execução Penal), nº 8.069, de 13 de julho de 1990
RI
ES
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15
CH
MI
5
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MÓDULO 1 Sistema de Garantia de Direitos da Criança e do Adolescente

30
Lei nº 13.431/2017, Decreto nº 9.603/2018, e Lei nº 14.344/2022

33
34
(Estatuto da Criança e do Adolescente), nº 8.072, de 25 de

02
julho de 1990 (Lei de Crimes Hediondos) e nº 13.431, de

TZ
4 de abril de 2017 (Sistema de Garantia de Direitos).

AR
Nomeada como Lei Henry Borel, traz
alguns elementos de modificação e altera-

CH
ção de normativas anteriores, como tornar

RI
crime hediondo o homicídio contra menor
de 14 anos e estabelecer medidas protetivas

ES
específicas para crianças ou adolescentes

L
vítimas ou testemunhas de violência domés-

HE
tica e familiar. Alguns fatores acrescidos enquanto

IC
medidas protetivas para crianças e adolescentes em situa-

5M
ção de violência doméstica são o imediato afastamento do
agressor do lar e a proibição de aproximar-se da vítima e

90
de seus familiares e de frequentar determinados lugares. O

30
autor da violência deve comparecer a programas de recu-

33
peração e reeducação, sob pena de prisão preventiva caso

34
qualquer um desses quesitos seja violado. 

02
TZ
AR
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MÓDULO 1 Sistema de Garantia dos Direitos da Criança e do Adolescente (SGDCA)

33
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L ES
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Unidade 6

IC
5M
Acolhimento ou Acolhida, Revelação

90
Espontânea, Escuta Especializada

30
33
e Depoimento Especial

34
02
TZ
Vamos lembrar que a Lei nº 13.431/2017, regulamentada II. escuta especializada: procedimento realizado pelos

AR
pelo Decreto nº 9.603/2018, busca avançar na organiza- órgãos da rede de proteção nos campos da educação,

CH
ção dos serviços, normatizando o Sistema de Garantia de da saúde, da assistência social, da segurança pública
Direitos para crianças ou adolescentes vítimas ou testemu- e dos direitos humanos, com o objetivo de assegurar
RI
nhas de violência, cria mecanismos para prevenir e coibir a o acompanhamento da vítima ou da testemunha de
S

violência e estabelece medidas de assistência e proteção, e violência, para a superação das consequências da
LE

que o atendimento protetivo requer uma atuação em rede, violação sofrida, limitado ao estritamente necessá-
HE

onde a articulação intersetorial entre as políticas sociais rio para o cumprimento da finalidade de proteção
IC

(assistência social, saúde e educação), o Conselho Tute- social e provimento de cuidados (Art. 19 do Decreto
5M

lar, Ministério Público e Sistemas de Justiça e Segurança referenciado)


Pública, se constitui como mecanismo capaz de superar III. atendimento das rede de saúde e de assistência
90

a superposição, fragmentação, o isolamento do processo social: serviço realizado em tipos de equipamentos


30

de formulação, a implementação e avaliação do conjunto e modalidades diferentes, destinados às famílias ou


33

de ações voltadas à proteção de crianças ou adolescentes aos indivíduos com vínculos familiares rompidos ou
vítimas ou testemunhas de violência. fragilizados, a fim de garantir sua proteção integral
34

O atendimento protetivo no Sistema de (Art. 5º, IV do Decreto referenciado)


02

Garantia de Direitos deve intervir nas situa- IV. comunicação ao Conselho Tutelar: procedimento
TZ

ções de violência contra crianças e adoles- de comunicação, executado por diferentes entes de
centes com a finalidade de cessar a violência
AR

proteção social - Centro de Referência da Assistência


e prevenir a sua reiteração, e buscar minimi- Social (CRAS), Centro de Referência Especializado
CH

zar as sequelas da violência sofrida e promo- da Assistência Social (CREAS), escolas, unidades de
RI

ver a reparação integral dos direitos. É funda- saúde, hospitais, clínicas, consultórios particulares,
mental que as políticas setoriais realizem entre outros dispositivos - quando da ocorrência de
S
LE

ações preventivas contra atos de violência. revelação espontânea ou identificação de sinais ou


Nesse sentido, de acordo com o art. 9º do Decreto sintomas de violência
HE

n°9.603/2018, os órgãos, serviços, programas e equipa- V. comunicação à autoridade policial: procedimento


IC

mentos públicos trabalharão de forma integrada e coor- de abertura de Boletim de Ocorrência ou notifica-
M

denada, garantidos os cuidados necessários e a proteção ção realizada pela proteção social para a autoridade
05

das crianças e dos adolescentes vítimas ou testemunhas de policial mediante suspeita, denúncia ou ciência da
9

violência. Para tanto, o atendimento intersetorial poderá ocorrência de revelação espontânea de pessoas víti-
30

conter os seguintes procedimentos: mas ou testemunhas de violência


33

VI. comunicação ao Ministério Público: procedimento


34

I. acolhimento ou acolhida: posicionamento ético do de representação ou denúncia que leva ao conheci-


02

profissional, adotado durante o processo de atendi- mento do Ministério Público situações que indiquem
mento da criança, do adolescente e de suas famílias, violação de direitos, de interesses sociais, dos direitos
TZ

com o objetivo de identificar as necessidades apre- humanos, entre outras situações de atribuição do
AR

sentadas por eles, de maneira a demonstrar cuidado, Ministério Público (Artigos 127 e 129 da CF)
CH

responsabilização e resolutividade no atendimento


(Art. 5º, III do Decreto nº 9.603/2018)
RI
ES
EL

17
CH
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5
90
MÓDULO 1 Sistema de Garantia de Direitos da Criança e do Adolescente

30
Acolhimento ou Acolhida, Revelação Espontânea, Escuta Especializada e Depoimento Especial

33
34
VII. depoimento especial perante autoridade policial Acolhida de revelação espontânea

02
ou judiciária: procedimento de oitiva realizado por na rede de proteção

TZ
profissional qualificado e treinado com a finalidade

AR
de produção de provas (Art. 22 do Decreto referen- A revelação espontânea é quando a criança relata esponta-
ciado) neamente para um profissional que foi vítima ou testemu-

CH
VIII. aplicação de medida de proteção pelo Conselho nha de violência, ou seja, estava presente em um ambiente

RI
Tutelar: de acordo com a Lei nº 8.069/1990, a situação em que uma violência estava acontecendo ou a vivenciou.
de risco se faz presente quando a criança ou o adoles- De acordo com BAÍA et al. (2013), didaticamente pode se

ES
cente está com seus direitos fundamentais violados separar essa revelação em:

L
HE
ou ameaçados. Pode ocorrer por ação ou omissão da
sociedade ou do Estado, por falta, omissão ou abuso „ Intencional: as vítimas relatam deliberadamente o

IC
por parte dos pais ou responsável e/ou em razão da episódio de violência sofrido, sendo observado frequen-

5M
própria conduta da criança ou do adolescente. As temente em crianças mais velhas e adolescentes.
medidas protetivas são aplicadas com a finalidade „ Acidental: geralmente envolve uma situação desenca-

90
de cessar a situação de risco, proteger a criança ou deadora, por exemplo, quando exames médicos levam

30
o adolescente e garantir o pleno gozo dos direitos à descoberta de um abuso sexual. Alguns estudos têm

33
ameaçados ou violados mostrado alta prevalência desse tipo de revelação em

34
pré-escolares.

02
No que tange às medidas protetivas, cabe ressaltar que „ Estimulada: situações nas quais uma suspeita de violên-
a Lei nº 14.344/2022 (Lei Henry Borel) prevê medidas cia leva a questionamentos ou à implementação de

TZ
de urgência à vítima e ao denunciante, determinadas no entrevistas a fim de favorecer o relato da vítima.

AR
artigo 21, incisos de I a VII:

CH
O profissional que for inicialmente procurado/escolhido,
I. a proibição do contato, por qualquer meio, entre a possivelmente por despertar na vítima ou testemunha a
RI
criança ou o adolescente vítima ou testemunha de sensação de segurança e confiança, deverá acolhê-la e ouvir
S

violência e o agressor; o seu relato. A criança ou o adolescente estará quebrando


LE

II. o afastamento do agressor da residência ou do local uma barreira, algo que não tenha sido legal, uma situação
HE

de convivência ou de coabitação; que está provocando um machucado, um incômodo, um


IC

III. a prisão preventiva do agressor, quando houver sufi- constrangimento, e dirá que está sofrendo. A recusa poderá
5M

cientes indícios de ameaça à criança ou ao adoles- gerar sentimentos negativos, como descrédito, medo, culpa
cente vítima ou testemunha de violência; ou vergonha, e levar a vítima ou testemunha a recuar e não
90

IV. a inclusão da vítima e de sua família natural, ampliada mais revelar a violência a que se vê submetida.
30

ou substituta nos atendimentos a que têm direito nos É na escola que a criança ou o adolescente passa a maior
33

órgãos de assistência social; parte do tempo da infância e juventude, sente-se seguro(a),


V. a inclusão da criança ou do adolescente, de familiar constrói vínculos duradouros e confiáveis com os profis-
34

ou de noticiante ou denunciante em programa de sionais, portanto, é onde há alta frequência de casos de


02

proteção a vítimas ou a testemunhas; revelação espontânea. Como lidar com essa revelação? Às
TZ

VI. no caso da impossibilidade de afastamento do lar vezes o profissional não se sente preparado para acolher,
AR

do agressor ou de prisão, a remessa do caso para o tem medo de represálias, ameaças, e pode ficar inseguro.
juízo competente, a fim de avaliar a necessidade de É importante que cada profissional saiba dos parâmetros
CH

acolhimento familiar, institucional ou colocação em do Protocolo Integrado, sendo que o acionamento da rede
RI

família substituta; de proteção, do Conselho Tutelar e das autoridades poli-


VII. a realização da matrícula da criança ou do adoles- ciais deve ser promovido pela instituição na qual ocorreu
S
LE

cente em instituição de educação mais próxima de a revelação, e reproduza o relato da forma mais fiel e sem
seu domicílio ou do local de trabalho de seu respon- interpretações. Também é importante que todos saibam
HE

sável legal, ou sua transferência para instituição qual o encaminhamento da denúncia por parte da pessoa
IC

congênere, independentemente da existência de vaga. que recebeu a revelação.


M

A acolhida da revelação espontânea deve


05

O Conselho Tutelar tem competência para aplicar as primar pelo relato livre, sem perguntas
9

medidas de proteção previstas no artigo 101, incisos I a fechadas ou sugestivas, sem qualquer indu-
30

VII (art. 136, inciso I, do ECA). Cabe apenas ao Juizado ção, provocação ou interrupção, evitando
33

da Infância e da Juventude decidir sobre a guarda, a tutela demonstrar reações emocionais que possam
34

e a suspensão ou destituição do poder familiar. Verificada impressionar, sugestionar ou constranger a


02

a hipótese de maus-tratos, opressão e/ou abuso sexual criança ou o adolescente. Ao escutar, o profissional
impostos pelos pais ou responsável, a autoridade judiciária deve basear-se unicamente no relato e evitar a elaboração
TZ

poderá determinar, como medida cautelar, o afastamento de questionamentos para a comprovação de suas hipóte-
AR

do agressor da moradia comum (art. 130 do ECA). ses da situação de violência vivenciada ou testemunhada.
CH

Ademais, o profissional deve adotar uma postura ética,


RI
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MÓDULO 1 Sistema de Garantia de Direitos da Criança e do Adolescente

30
Acolhimento ou Acolhida, Revelação Espontânea, Escuta Especializada e Depoimento Especial

33
34
identificando as necessidades apresentadas pela criança O profissional envolvido no atendimento deve primar

02
ou pelo adolescente de maneira a demonstrar cuidado, pela liberdade de expressão da criança ou do adolescente

TZ
responsabilização e resolutividade no atendimento. e de sua família, e evitar questionamentos que fujam dos

AR
O profissional deve seguir os seguintes procedimentos: objetivos da proteção integral. A escuta especializada não
objetiva produzir prova para o processo de investigação e

CH
„ Quando houver violência sexual, se o fato ocorreu de responsabilização. Fica limitada estritamente ao neces-

RI
dentro das últimas 72 horas, deve-se encaminhar para sário para o cumprimento de sua finalidade de proteção
as medidas profiláticas e contraceptivas de urgência na social e de provimento de cuidados.

ES
unidade de saúde de referência; A escuta especializada é um direito da

L
criança ou do adolescente e nenhum enca-

HE
„ Preencher a Ficha de Notificação de Violência Inter-
pessoal e Autoprovocada do Sistema de Informação de minhamento aos órgãos da rede de prote-

IC
Agravos de Notificação (SINAN); ção deve condicioná-lo à realização prévia

5M
„ Orientar a família a realizar o boletim de ocorrência da escuta especializada. Ao realizar o atendimento,
(BO). Na impossibilidade, o profissional realiza ou dar-se-á prioridade à escuta de familiares, profissionais e

90
acompanha a família até a delegacia; testemunhas que tenham conhecimento dos fatos, análise

30
„ Realizar o registro e compartilhar com a rede de prote- de prontuários e outras fontes de informação. Além disso,

33
ção responsável pelo provimento dos cuidados neces- antes de realizar o procedimento, cabe ao técnico respon-

34
sários; sável avaliar as seguintes condições:

02
„ Comunicar ao Conselho Tutelar, conforme fluxos esta-
belecidos em cada política. „ A criança ou o adolescente tem interesse em participar

TZ
do processo de entrevista?

AR
Toda e qualquer informação obtida pela revelação „ A criança ou o adolescente já realizou entrevista ante-

CH
espontânea não terá a finalidade de investigação e produção riormente? Posso levantar essas informações com outros
de provas, mas de proteção da criança ou do adolescente. profissionais a fim de evitar a repetição de informações
RI
já expostas.
S

„ Caso existam informações reveladas em momentos


LE

Escuta especializada anteriores, elas são suficientes para o provimento de


HE

cuidados e proteção da vítima?


Vale repetir que a escuta especializada é o
IC

„ A criança ou o adolescente tem condições psíquicas,


procedimento realizado pelos órgãos da rede
5M

comportamentais e cognitivas de passar pela entrevista?


de proteção nos campos da educação, da „ Existem condições específicas (como deficiência, origem
90

saúde, da assistência social, da segurança étnica/cultural, desenvolvimento da linguagem) que


30

pública e dos direitos humanos, com o obje- possam impactar no processo de entrevista?
tivo de assegurar o acompanhamento da
33

vítima ou da testemunha de violência, para O profissional de referência, após realizar


34

a superação das consequências da violação a escuta especializada, deve proceder com o


02

sofrida, limitado ao estritamente necessário registro e compartilhar com o Conselho Tute-


TZ

para o cumprimento da finalidade de prote- lar e os demais órgãos da rede de proteção


ção social e provimento de cuidados (Art. 19
AR

responsáveis por acompanhar o caso, incluindo comuni-


do Decreto n° 9.603/2018). cado à autoridade policial e ao Ministério Público, quando
CH

Há entrevista com a vítima ou testemunha para entender necessário. Eventuais necessidades de produção de prova
RI

o contexto da situação de violência, quem faz parte, desde devem ser objeto do depoimento especial. Portanto, não
quando acontece e quais são os fatores protetivos e de risco. devem ser registradas (áudio ou vídeo) no momento da
S
LE

Ela deve ser realizada em caráter de exceção e pautada pelos escuta especializada.
princípios da intervenção mínima, uma vez que eventu-
HE

ais necessidades de provas ou comprovação poderão ser


IC

solicitadas no processo de depoimento especial ou perícia


M

médica ou psicológica.
05

Quando for necessário realizá-la, a criança ou o adoles-


9

cente deve ser informado em linguagem compatível com


30

o seu desenvolvimento acerca dos procedimentos formais


33

pelos quais terá de passar e sobre a existência de serviços


34

específicos da rede de proteção de acordo com as demandas


02

de cada situação. A busca de informações para o acompa-


nhamento da criança e do adolescente deverá ser priorizada
TZ

com os profissionais envolvidos no atendimento, familiares


AR

ou acompanhantes.
CH
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MÓDULO 1 Sistema de Garantia de Direitos da Criança e do Adolescente

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Acolhimento ou Acolhida, Revelação Espontânea, Escuta Especializada e Depoimento Especial

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34
Depoimento especial

02
TZ
É um procedimento de oitiva realizado por

AR
profissional qualificado e treinado com a
finalidade de produção de provas (Art. 22

CH
do Decreto n° 9.603/2018) perante autoridade

RI
policial ou judiciária. Na sala de audiência estarão o
Juiz de Direito, Promotor de Justiça, Advogado ou Defensor

ES
Público, e Assistente de Acusação, se houver. Em outro

L
HE
ambiente estarão a criança ou o adolescente e o profissional.
O depoimento será transmitido em tempo real para a sala

IC
de audiência e gravado em áudio e vídeo.

5M
A autoridade policial ou judiciária primeiramente
deverá avaliar se a oitiva é indispensável, consideradas

90
as provas existentes, de forma a preservar a saúde física

30
e mental, o desenvolvimento moral, intelectual e social

33
da criança ou do adolescente, que será respeitado(a) caso

34
queira não falar sobre a violência sofrida. O depoimento

02
especial deverá primar pela não revitimização e pelos
limites etários e psicológicos das pessoas em situação de

TZ
violência. 

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MÓDULO 1 Sistema de Garantia dos Direitos da Criança e do Adolescente (SGDCA)

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Unidade 7

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Boas práticas na atenção às

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crianças e aos adolescentes vítimas

30
33
ou testemunhas de violências

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02
TZ
O processo de trabalho com a temática das violências para a escuta, não realizar perguntas que possam cons-

AR
demanda uma série de cuidados, aperfeiçoamento e conhe- tranger, reprimir ou induzir respostas e não colocar em

CH
cimento de questões biopsicossociais e jurídicas para que dúvida o relato nem submeter a criança ou o adolescente a
as intervenções possam ser efetivas e precisas. julgamentos morais e/ou discriminatórios.
RI
O decreto n° 9.603/2018 orienta que, ao lidar com situa- Quando lidamos com crianças e adolescentes em situ-
S

ções de violência, diferentes iniciativas devem ser tomadas: ação de violência é preciso compreender que estamos
LE

lidando com sujeitos de direitos que estão em uma fase


HE

„ Entender qual(is) é(são) a(s) forma(s) de violência peculiar de desenvolvimento e que ainda não têm completo
IC

„ Atuar para que a violência pare ou não aconteça nova- o seu desenvolvimento físico, cognitivo, emocional e social,
5M

mente e que a nossa atenção, ou a falta dela, pode acarretar efei-


„ Minimizar as sequelas da violência por meio de aten- tos que possam vir a prejudicar ainda mais esses sujeitos.
90

dimento(s) Sendo assim, é imprescindível ao/à profissional assumir


30

„ Realizar a reparação dos direitos uma postura ética e orientada para a proteção integral a
33

„ Prevenir fim de não revitimizar e culpabilizar.


Seguindo esse horizonte, algumas perguntas que não
34

Qualquer pessoa pode acolher uma revelação espontâ- devem ser feitas à pessoa em situação de violência:
02

nea de violência e precisa ter conhecimento sobre as boas


TZ

práticas de acolhimento/acolhida para essa hora. “Foi [nome da pessoa/grau de parentesco] quem fez isso com você?”
AR

Cada profissional precisa compreender que não se (não direcionar um nome para não induzir respostas)
podem fazer perguntas sugestivas, fechadas, que prejudi- “Como ou o que exatamente o(a) [nome/parentesco] fez?”
CH

quem as intervenções posteriores. Para isso, deve: “O que você sentiu quando isso aconteceu?”
RI

“O que você acha que vai acontecer quando sua família/outras pessoas
„ Mostrar-se acessível e disponível para a escuta descobrir(em)?”
S
LE

„ Respeitar o ritmo, vocabulário e a forma de comuni- “Você sabe que isso é muito sério e pode prejudicar muitas pessoas?”
cação
HE

“Você nunca tentou fazer nada para que isso não acontecesse?”
„ Evitar ansiedade e/ou curiosidade por informações e
IC

detalhes que possam levar a vítima ou testemunha a se É necessário usar uma linguagem adequada à capa-
M

sentir pressionada cidade de compreensão da vítima ou testemunha sobre


05

„ Não interpretar, não avaliar, não julgar possíveis desdobramentos da revelação e informá-la sobre
9

„ Identificar possíveis responsáveis/pessoas de referência os seguintes pontos:


30

que possam exercer proteção no âmbito familiar


33

„ Assegurar privacidade „ Esses desdobramentos serão encaminhados aos demais


34

„ Buscar identificar se a criança ou o adolescente já mani- órgãos da rede de proteção e responsabilização junta-
02

festou a situação para outra pessoa mente com repercussões relacionadas, pois houve
violação de direitos - é importante que as crianças ou os
TZ

A partir disso, torna-se importante utilizar a pergunta adolescentes não sejam surpreendido(a)s com ações por
AR

orientadora: Alguém mais sabe disso? Se sim, priorizar as parte dos órgãos competentes nem se sintam traído(a)s
CH

informações junto a essa pessoa e esse fato não deve inter- pelo(a) ou em conflito ético com o(a) profissional
romper a acolhida. Desse modo, durante a escuta do livre
RI

relato é necessário ter uma postura acessível e disponível


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MÓDULO 1 Sistema de Garantia de Direitos da Criança e do Adolescente

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Boas práticas na atenção às crianças e aos adolescentes vítimas ou testemunhas de violências

33
34
„ Haverá a possibilidade de comunicar a situação de 7. Escutar atentamente o relato da vítima ou do respon-

02
violência a familiar/responsável/pessoa com vínculo sável, a fim de obter informações suficientes para

TZ
significativo a fim de assegurar a proteção identificar as necessidades de atendimento do

AR
„ Haverá continuidade do atendimento no serviço caso, ainda que preliminares
„ Poderá haver a inclusão em outros serviços da política 8. Avaliar o nível de gravidade da situação de violên-

CH
de assistência social, saúde, etc. cia (possibilidade de risco de vida ou de repetição da

RI
„ Há o direito à participação e informação sobre proce- violência sofrida)
dimentos que dizem respeito às crianças ou aos adoles- Prestar atendimento de acordo com a especifici-

ES
9.
centes dade e gravidade do caso, encaminhando a outros

L
HE
„ Haverá a preservação de confiança entre o/a profissional serviços quando necessário
e a vítima/testemunha 10. Priorizar o atendimento em razão da idade ou de

IC
eventual prejuízo ao desenvolvimento psicossocial,

5M
Quanto à transmissão das informações a garantida a intervenção preventiva
serem encaminhadas para a equipe de refe- 11. Orientar as vítimas ou os responsáveis sobre direi-

90
rência, o conteúdo deverá ser transmitido de tos, deveres, procedimentos e serviços disponíveis

30
acordo com o que definir o protocolo munici- 12. Comunicar imediatamente ao Conselho Tutelar os

33
pal de atendimento integrado, garantindo ao casos de violência contra crianças e adolescentes. O

34
máximo a reprodução fiel do conteúdo (ou contato pode ser feito por telefone, e-mail ou ofício

02
o mais próximo possível, sem interpretações 13. Comunicar à autoridade policial
e/ou julgamentos) que aparece no relato da 14. Encaminhar as vítimas de violência sexual aos

TZ
pessoa que viveu ou testemunhou a situação hospitais de referência sempre que o caso tenha

AR
de violência. Posteriormente, serão avaliados o respec- ocorrido em até 72 horas

CH
tivo encaminhamento junto aos órgãos da rede de proteção 15. Orientar as vítimas de estupro e suas famílias sobre a
e as medidas protetivas a essa vítima ou testemunha. possibilidade de realização do aborto legal em caso
RI
Preferencialmente, crianças e adolescentes em situa- de gravidez
S

ção de violência e suas famílias deverão ser encaminhadas 16. Quando necessário, encaminhar os casos moderados
LE

para o acompanhamento socioassistencial especializado e graves de violência para atendimento de saúde


HE

ao Serviço de Proteção e Atendimento Especializado a mental, incluindo a vítima, a família e o agressor.


IC

Famílias e Indivíduos (PAEFI), assim como ao Centro de Devem ser feitos relatos resumidos da ocorrência,
5M

Referência Especializado da Assistência Social (CREAS). seguindo fluxos de comunicação


Consideradas e observadas as exigências de cada caso, o 17. Potencializar recursos para a superação da situação
90

acompanhamento dessa família deverá ocorrer em articu- vivenciada e a reconstrução de relacionamentos


30

lação com demais serviços, programas, projetos e benefí- familiares, comunitários e com o contexto social, ou
33

cios promovidos pelo Sistema Único de Assistências Social construção de novas referências, quando for o caso
(SUAS). 18. Incentivar a formação de grupos de debate com
34

Diante disso e de forma a resumir pontos considerados pais para a troca de experiências sobre educação dos
02

de suma importância para o atendimento e acolhimento filhos. Entre os temas que podem ser abordados estão
TZ

de crianças e adolescentes em situação de violência e sua o estabelecimento de limites, uso e abuso de álcool
AR

família, devemos considerar como responsabilidade de e outras drogas, a sexualidade e o desenvolvimento -


todos os atores envolvidos na rede de proteção: AÇÕES DE PREVENÇÃO!
CH

19. Definir procedimentos, intervenções e acompa-


RI

1. Ser capaz de identificar os sinais de violência e pres- nhamentos para o enfrentamento coletivo e inter-
tar atendimento humanizado a todos (vítima, famí- setorial das problemáticas vivenciadas (estabeleci-
S
LE

lia, agressor) mento de mecanismos de informação, referência,


2. Dar celeridade ao atendimento (imediatamente após contrarreferência e monitoramento)
HE

à revelação da violência) 20. Capacitar profissionais - capacitação interdiscipli-


IC

3. Avaliar e dar atenção a todas as necessidades da nar continuada, preferencialmente conjunta


M

vítima decorrentes da ofensa sofrida (abrangência e 21. Proceder com o devido registro dos atendimentos
05

integralidade) 22. Monitorar e avaliar periodicamente as políticas de


9

4. Acolher vítimas e autores de violência de forma atendimento


30

humanizada
33

5. Garantir privacidade no atendimento e estabelecer Além disso tudo, precisamos desenvolver o respeito em
34

um ambiente de confiança e respeito relação ao tempo do outro, afinal, trabalhamos com crian-
02

6. Zelar pelo sigilo das informações prestadas pela ças e adolescentes que têm um tempo próprio, uma lingua-
vítima ou pelo seu responsável. Comunicar a outros gem própria, que podem silenciar ao lidar com angústias da
TZ

profissionais apenas o necessário para garantir o memória de eventos traumáticos. É preciso cuidarmos com
AR

atendimento apropriado as nossas feições e com a forma de nos sentarmos diante do


CH

outro. A postura profissional precisa ser empática, voltada


para o cuidado integral. É importante frisar que a escuta
RI

não acontecerá apenas no momento em que abrirmos a


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MÓDULO 1 Sistema de Garantia de Direitos da Criança e do Adolescente

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Boas práticas na atenção às crianças e aos adolescentes vítimas ou testemunhas de violências

33
34
porta para recepcionar uma pessoa que passou por um

02
evento de violência. Ela se dará no dia a dia. É uma postura

TZ
diária de exercitar a escuta do outro sem interromper, sem

AR
julgar. É estarmos abertos a ouvir, a entendermos qual é
o lugar em que nos colocam. A prática tornar-se-á uma

CH
rotina, com potencial de melhorar a qualidade de vida e

RI
das relações de todas as pessoas. 

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„ REFERÊNCIAS

IC
5M
90
AYRES, José Ricardo de Carvalho Mesquita et al. Risco, Centro Regional de Atenção aos Maus-Tratos na Infância

30
vulnerabilidade e práticas de prevenção e promoção da (CRAMI) do ABCD. Violência sexual contra crianças

33
saúde. In: CAMPOS, G.W.S. et al. (Org.). Tratado de Saúde e adolescentes: compreender para prevenir/ [redação

34
Coletiva. São Paulo: Hucitec, p. 375-418, 2014. Lígia Maria Vezzaro Caravieri, Jaqueline Soares Magalhães

02
Maio]. Santo André, SP: Expressão Santo André Gráfica &
BAÍA, Pedro Augusto Dias et al. Caracterização da reve- Editora, 2007.

TZ
lação do abuso sexual de crianças e adolescentes: negação,

AR
retratação e fatores associados. Temas em Psicologia. FÓRUM BRASILEIRO DE SEGURANÇA PÚBLICA.

CH
Ribeirão Preto, v. 21, n. 1, p. 193-202, jun. 2013. Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2022. São Paulo:
FBSP, 2022.
RI
BOSI, Maria Lúcia Magalhães. Problematizando o conceito
S

de risco em diretrizes éticas para pesquisas em ciências FÜRNISS, Tilman. Abuso Sexual da Criança: uma abor-
LE

humanas e sociais na Saúde Coletiva. Ciência & Saúde dagem multidisciplinar. Porto Alegre: Artes Médicas, 1993.
HE

Coletiva. Rio de Janeiro, v. 9, n. 20, set. 2015.


IC

MAIA, Joviane Marcondelli Dias; WILLIAMS, Lúcia Caval-


5M

BRASIL, Lei nº 13.431, de 04 de abril de 2017. Estabelece o canti de Albuquerque. Fatores de risco e fatores de proteção
sistema de garantia de direitos da criança e do adolescente ao desenvolvimento infantil: uma revisão da área. Temas
90

vítima ou testemunha de violência e altera a Lei nº 8.069, de Psicol. [online]. Ribeirão Preto, SP, dez. 2005, vol. 13, n. 2,
30

13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente). p. 91-103.


33

Brasília, DF, 2017.


Ministério Público do Paraná. Comentários à Lei
34

BRASIL, Decreto nº 9.603, de 10 de dezembro de 2018. nº 13.431/2017. Murillo José Digiácomo & Eduardo Digiá-
02

Regulamenta a Lei nº 13.431, de 4 de abril de 2017, que como. Curitiba, PR, 2018.
TZ

estabelece o sistema de garantia de direitos da criança e do


AR

adolescente vítima ou testemunha de violência. Brasília, Ministério Público de São Paulo. Guia Operacional de
DF, 2018. Enfrentamento à Violência Sexual contra Crianças e
CH

Adolescentes. Brasília: CNMP, 2020.


RI

BRASIL, Lei nº 14.344, de 24 de maio de 2022. Cria meca-


nismos para a prevenção e o enfrentamento da violência ROVINSKI, Sonia Liane Reichert; PELISOLI, Cártula da
S
LE

doméstica e familiar contra a criança e o adolescente. Brasí- Luz. Avaliação de suspeita de violência sexual. Porto Alegre:
lia, DF, 2022. Artmed, 2020.
HE
IC

BRASIL, Ministério dos Direitos Humanos, Secreta- SANTOS, Benedito Rodrigues; GONÇALVES, Itamar
M

ria Nacional dos Direitos das Crianças e Adolescentes. Bento. Escuta protegida de crianças e de adolescentes
05

Parâmetros de Escuta de Crianças e Adolescentes em vítimas ou testemunhas de violências [recurso eletrô-


9

Situação de Violência. Comissão Intersetorial de Enfren- nico]: Aspectos teóricos e metodológicos - Guia de Refe-
30

tamento à Violência Sexual contra Crianças e Adolescen- rência para Capacitação em Escuta Especializada e Depoi-
33

tes. 2017. Disponível em: http://primeirainfancia.org.br/ mento Especial. São Paulo: Childhood Brasil, 2020.
34

wp-content/uploads/2017/08/Parametros-de-Escuta.pdf
02
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5
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ES
Comitê de Gestão Colegiada

L
HE
da Rede de Cuidado e de
Proteção Social de crianças

IC
e adolescentes em situação

5M
e/ou testemunha de violências

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