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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

CENTRO DE CIÊNCIAS FÍSICAS E MATEMÁTICAS

DEPARTAMENTO DE QUÍMICA

QMC5320

EXPERIMENTO 3: Viscosidade Intrínseca

Alunos: Letícia da Silva Nascimento – 16200217


Pedro Paulo do Nascimento - 16200223

Florianópolis

2021
1. INTRODUÇÃO

Um fluido é caracterizado pela capacidade de deformar-se mediante a uma


tensão de cisalhamento, a qual é tangencial, ou seja, se trata de forças aplicadas
em sentidos opostos porém na mesma direção. Os fluidos podem ser classificados
de acordo com sua viscosidade, que pode ser compreendida como a resistência à
deformação devido às interações intermoleculares ¹.

Dessa forma, para líquidos newtonianos, ao plotar um gráfico da tensão de


cisalhamento pela taxa de cisalhamento, é observado um comportamento linear,
cujo coeficiente angular corresponde ao coeficiente de viscosidade do fluido em
questão. Por outro lado, os fluidos não newtonianos não possuem uma relação
linear entre tais grandezas, de modo que, podem apresentar comportamentos
variados ².

A determinação da viscosidade de um fluido é de extrema importância para


diversos setores da sociedade, desde a indústria alimentícia e cosmética até a área
de polímeros. Trata-se de uma propriedade crucial para compreender a dinâmica
desses materiais. Ao longo dos anos, inúmeras técnicas de determinação da
viscosidade foram desenvolvidas. Entre elas é possível destacar 4 principais
metodologias: (i) Viscosímetro Capilar: onde mede-se o tempo que o fluido leva para
passar pela seção do capilar; (ii) Viscosímetro de Esfera: mede o tempo de queda
de uma esfera num tubo vertical preenchido com um líquido específico; (iii)
Viscosímetro Vibracional: mede o movimento de um oscilador ou amortecimento de
um ressonador que encontra-se imerso; (iv) Viscosímetro Rotacional: mede o torque
de arraste de um cilindro giratório numa amostra cuja velocidade é variável no
tempo ¹.

Devido a simplicidade do viscosímetro capilar, este é de grande interesse


para aplicar em experimentos de graduação. Através dele, é possível obter a
viscosidade relativa, a qual é uma grandeza adimensional e corresponde à razão
entre o tempo de escoamento da solução e do solvente. Este viscosímetro também
proporciona a determinação da viscosidade específica, a qual também é
adimensional, porém refere-se à diferença de viscosidade de uma solução diluída e
do solvente dividida pela viscosidade do próprio solvente.
2. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

Para determinar a viscosidade e a massa molar de uma poliacrilamida, foram


preparadas cinco soluções de diferentes concentrações. O viscosímetro capilar,
antes do uso, foi lavado com água destilada e deixado por 15 minutos em banho
termostatizado com uma solução do mesmo polímero.

3. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Os valores de concentração para as cinco soluções preparadas de


poliacrilamida estão representados na tabela 1.

Tabela 1.​ Soluções preparadas de poliacrilamida

O valor do tempo de escoamento das cinco soluções e do solvente puro


(água destilada) foram determinadas com um viscosímetro capilar. Os tempos de
escoamento estão na tabela 2.

Tabelas 2. ​Dados experimentais de medida de viscosidade

Os valores da viscosidade reduzida podem ser plotados com os valores da


concentração para obter o valor da viscosidade intrínseca.
Figura 1.​ Gráfico da viscosidade reduzida versus concentração.

Podemos perceber pelo gráfico que a viscosidade aumenta com a


concentração. Isso é esperado de uma solução polimérica, pois por serem
moléculas com uma grande quantidade de átomos, essas cadeias tendem a se
entrelaçar e interagir por forças intermoleculares.

O valor da viscosidade intrínseca é obtido pela extrapolação até o eixo y.


Neste caso, o valor obtido é de 407,88 mL.g​-1​. Através desse valor, podemos
calcular a massa molar do polímero utilizando a equação de Mark- Houwink.

[η] = K,M​a​ (equação de Mark-Houwing)

Onde K = 0,00631 mL.g​-1 e a = 0,80. Substituindo os valores na equação,


junto da viscosidade obtida pelo gráfico temos que a massa molar do polímero é de
1,03 x 10​6​. A massa molar viscosimétrica não possui unidade, pois ambos os
valores de viscosidade reduzida quanto da constante K, são as mesmas,
anulando-se na divisão.

4. QUESTIONÁRIO

1) Mostre numa tabela os tempos de escoamento obtidos para cada solução,


indicando o desvio médio para cada medida.

Tabela 2

2) Inclua na tabela os valores correspondentes de viscosidade relativa, viscosidade


específica e viscosidade reduzida (razão da viscosidade específica pela
concentração).

Tabela 2

3) Determine graficamente a viscosidade intrínseca.

Gráfico 1. Viscosidade intrínseca = 407,88 mL.g​-1

4) Determine a massa molar do polímero, utilizando os valores das constantes K e a


fornecidas nas condições do experimento.

Utilizando o K = 0,00631 mL.g​-1 e a = 0,80 conforme tabela dada no roteiro, a


massa molar do polímero é de 1,03 x 10​6​.

5) Qual a unidade de massa molar obtida por viscosimetria? Justifique a resposta.

A massa molar viscosimétrica não possui unidade, pois ambos os valores de


viscosidade reduzida quanto da constante K, são as mesmas, anulando-se na
divisão.

6) A viscosidade relativa é função da temperatura? Justifique a resposta.

Sim, pois apesar de ser uma relação entre dois líquidos, cada um deles pode
variar em proporções diferentes com a mudança da temperatura.
5. CONCLUSÃO

O emprego do viscosímetro capilar mostrou-se uma alternativa bastante


efetiva, simples e econômica para a determinação da viscosidade relativa, intrínseca
e reduzida, bem como a massa molar do polímero em questão. Vale destacar que
para obter resultados próximos ao da literatura é necessário um controle da
temperatura e pressão, visto que a viscosidade depende diretamente desses
fatores.
6. REFERÊNCIAS

[1] PHARM, L. H. P.; BAUTISTA, L.; VARGAS, D. C. e LUO, X. ​“A Simple Capillary Viscometer Based
on the Ideal Gas Law”​. RSC Adv., ​2008​, 30441-30447.

[2] WU, Y.S. ​“Theoretical Studies of Non-Newtonian and Newtonian Fluid Flow Through Porous
Media”​. PhD Thesis, ​1990​, Capítulo 2, p. 9-11.

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