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A prestação não pode ser contrária à ordem pública e aos bons costumes (art.º 280.º,
n.º 2, CC), tratando-se tal de uma remissão para conceitos indeterminados, cuja
concretização deve ser realizada pelo julgador. Segundo Menezes Cordeiro, esta
concretização passa, em matéria de bons costumes, pela referência às regras de
conduta familiar e sexual, bem como as regras deontológicas estabelecidas no
exercício de certas profissões. Para o mesmo Autor, a referência à ordem pública
remete para os princípios fundamentais do ordenamento jurídico, cuja contrariedade,
ainda que não conste de norma expressa, implica a invalidade do negócio.
Menezes Leitão aponta para que, em semelhança com a ilicitude da prestação,
também apenas o fim subjectivo das partes pode ser contrário à ordem pública ou aos
bons costumes, sendo o negócio, neste caso, nulo apenas quando o fim for comum a
ambas as partes (art.º 281.º, CC).