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MULHERES NA MENOPAUSA
Contato: claudia.sinico@gmail.com
RESUMO
A osteoporose é uma doença caracterizada pela diminuição da massa óssea e danifica a
microarquitetura, levando à fragilidade do osso e aumento do risco de fraturas. Estudos
evidenciam que mulheres na menopausa sofrem maior risco de desenvolver um
enfraquecimento ósseo por ocorrência de um declínio na produção de hormônios. O
objetivo do presente estudo foi evidenciar através de uma revisão literária a importância
da alimentação como um fator favorável na prevenção e melhora da osteoporose em
mulheres na menopausa. Para a pesquisa foram utilizados artigos científicos dos últimos
21 anos com os seguintes descritores: osteoporose, mulheres, menopausa, estrogênio,
vitamina D, cálcio, reposição hormonal. Os dados obtidos evidenciam a importância de
alguns nutrientes essenciais na prevenção e tratamento da osteoporose, juntamente com
a atividade física, descrevendo também os fatores nutricionais e hábitos de vida que
podem interferir negativamente na absorção desses nutrientes.
Palavras-chave: Osteoporose. Mulheres. Menopausa. Estrogênio. Vitamina D. Cálcio.
Reposição hormonal.
ABSTRACT
Osteoporosis is a disease that decreases bone mass and damages microarchitecture,
leading to bone fragility and increased risk of fractures. Menopausal women have been
found to be at increased risk of developing bone weakening due to a decline in hormone
production. The aim of the present study was to highlight the importance of diet as a
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favorable factor in preventing and improving osteoporosis in menopausal women. For the
research were used scientific articles from the last 21 years with the following descriptors:
osteoporosis, women, menopause, estrogen, vitamin D, calcium, hormone replacement.
This article emphasizes the importance of some essential nutrients in the prevention and
treatment of osteoporosis, along with physical activity, and also describes the nutritional
factors and lifestyle habits that may negatively affect the absorption of these nutrients.
Keywords: Osteoporosis. Women. Menopause. Estrogen. Vitamin D. Calcium. Hormone
replacement. 525
INTRODUÇÃO
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A vitamina D é fundamental para a absorção de cálcio no organismo, pode
ser absorvida através dos raios ultravioletas ou por meio da alimentação, tendo
importante influência na composição corporal. Para que haja a produção dela na
forma ativa é necessária a exposição ao sol. (SOUZA, 2013).
METODOLOGIA
DESENVOLVIMENTO
Fisiopatologia da Osteoporose
Segundo Cunha et al. (2008), o osso é um tecido vivo que requer nutrientes
essenciais e, portanto, recebe um grande abastecimento sanguíneo. De acordo
com Campos et al. (2003), o osso é composto por células, minerais e matriz
orgânica. Cunha et al. (2008), abrange três tipos celulares básicos: osteoblastos,
osteócitos e osteoclastos. Os osteoblastos são células responsáveis por
produzirem nova matriz óssea, uma vez envolvido por novo osso, os osteoblastos
se tornam osteócitos, que tem a capacidade de realizar a reabsorção da matriz
óssea. Os osteoclastos formam proteínas proteolíticas, que são responsáveis pela
reabsorção óssea.
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A matriz óssea é formada por duas partes. A parte orgânica composta por
colágeno e a parte inorgânica do osso, composta principalmente pelo cálcio e pelo
fósforo (ZAZULA; PEREIRA, 2003).
De acordo com Zazula e Pereira (2003), o osso não é uma estrutura imóvel,
pois ele é submetido a uma permanente remodelação, ou seja, é reabsorvido e
reconstituído constantemente. O equilíbrio entre os dois estágios da remodelação
óssea depende do desempenho adequado dos osteoblastos e osteoclastos. 527
De acordo com Brito et al., (2001), foi descrito por Eriksen et al., (1988) que
ao se aproximar da menopausa, a quantidade de osso reabsorvido é maior do que
a quantidade de osso novo formado.
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Quadro 1. Fatores de risco para a Osteoporose.
Maiores Menores
Fratura causada por pequeno trauma; Doenças que induzam à perda de massa
óssea;
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Sexo feminino; Amenorreia primária ou secundária;
Menopausa precoce (antes dos 40 anos) não Baixa ingestão de cálcio, alta ingestão de
tratada; sódio;
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Fatores Nutricionais e Hábitos de Vida Benéficos no Tratamento e
Prevenção da Osteoporose
Suplementação de Cálcio
De acordo com Martini et al., (2006), um estudo feito por Chee et al., (2003),
apresentou a relação entre o consumo de leite e prevenção da osteoporose e
fraturas. Esse estudo foi realizado com 5 mulheres chinesas com idade entre 55
e 65 anos, elas receberam suplementação alimentar diária com leite em pó
(equivalente a 1.200 mg de cálcio) durante 24 meses. Os autores notaram uma
redução considerável da perda óssea no grupo que recebeu suplementação. Em
seguida, Ting et al., (2007), analisaram a densidade óssea dessas mulheres após
21 meses do término do estudo e o grupo que recebeu suplementação não
mostrou perda significante da densidade óssea comparada ao início do estudo,
exceto para a coluna lombar. Ainda, as mulheres suplementadas mostravam
maior ingestão diária de cálcio mesmo após o término do estudo.
Suplementação de Vitamina D
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quedas e fraturas. A mesma pode ser adquirida por meio da alimentação,
medicação e exposição ao sol, no mínimo 15 minutos ao dia, em horários e
durante períodos adequados (início da manhã e final da tarde). No caso da
necessidade de suplementação, deve ser administrada na dose de 400 a 800
UI/dia, especialmente em mulheres acima de 65 anos, institucionalizadas ou com
osteoporose estabelecida. Entretanto, revisão sistemática demonstrou que ainda
permanecem dúvidas quanto ao uso de vitamina D e derivados isoladamente para
prevenção de fraturas (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2008). 530
Um estudo feito por Martini et al. (2010), avaliou 2.420 indivíduos adultos.
Quedas frequentes foram declaradas por 15,5% dos homens e 25, 6% das
mulheres. Nas mulheres, os fatores de risco relacionados com quedas frequentes
foram idade, fratura prévia, sedentarismo, pior qualidade de vida, diabete mellitus
e uso atual de benzodiazepínicos. Nos homens, foram idade, pior qualidade de
vida, consumo de bebidas alcoólicas, diabete mellitus, fratura prévia e uso atual
de benzodiazepínicos. Uma maior ingestão de vitamina D na população adulta
estudada desempenhou efeito protetor sobre o risco de quedas recorrentes.
Magnésio
Zinco
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De acordo com Guilherme (2009), estudo feito por Gur et al., (2002),
observou concentrações de zinco sérico no soro mais baixas em mulheres com
osteoporose na menopausa do que em mulheres que não apresentam
osteoporose na mesma fase. Outro estudo feito por Lowe et al., (2002), constatou
concentrações plasmáticas de zinco mais baixas também em mulheres com
osteoporose em relação as mulheres mais jovens.
Vitamina K 531
Lima et al., (2014), afirmam que são encontradas fontes de vitamina K nos
vegetais verdes. A suplementação medicamentosa adequada é de 90 μg/dia.
Atividade Física
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Fatores Nutricionais e Hábitos de Vida Maléficos no Tratamento e Prevenção
da Osteoporose
Tabagismo
De acordo com estudo realizado por Martins et al., (2012), foi observado
um maior aumento em mulheres com hábitos tabagistas e etílicos nos grupos com
osteopenia e osteoporose quando comparadas ao grupo normal, apresentando
uma diferença significativa. Estudo de 2001 realizado no sudeste do Brasil
observou que 35% das pacientes tabagistas apresentavam osteoporose,
enquanto que entre as não fumantes, somente 21% eram acometidas.
Álcool
Cafeína
Fonseca (2013), diz que existem relatos que a cafeína pode aumentar o
risco de surgimento da osteoporose, induzindo a perda óssea e a diminuição da
densidade óssea.
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Proteína
Montilla et al., (2004) afirmam que uma dieta baixa em consumo de cálcio
e alta em consumo de proteína, pode comprometer ainda mais a osteoporose,
pois segundo, Freire (2004), consumo elevado de proteína na dieta causa perda
de cálcio pela urina, o que aumenta a necessidade de cálcio.
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Outra forma de prevenir e tratar a osteoporose é a atividade física, segundo
Silva (2011), exercícios de velocidade e com peso são os mais eficazes para o
ganho de massa muscular e melhora da resposta motora neuromuscular
diminuindo assim as quedas e fraturas nos indivíduos.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Diante da análise dos artigos pesquisados foi possível constatar que 534
diversos fatores nutricionais e hábitos de vida podem interferir na prevenção e
tratamento da osteoporose de maneira positiva ou negativa.
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O tabagismo tem a capacidade de dificultar a regeneração do osso e
diminuir os níveis de estrogênio. Um estudo realizado por Martins et al., (2012)
observou um aumento de mulheres com hábitos tabagistas e etílicos com
osteoporose quando comparadas ao grupo normal. A cafeína tem influência na
biodisponibilidade do cálcio, um estudo feito por Rapuri e colaboradores observou
que uma ingestão maior que 300 mg de cafeína pode causar perda de cálcio e
nível ósseo (PINTO, 2012; FONSECA, 2013).
535
Uma dieta alta em consumo de proteína e baixa em cálcio pode atrapalhar
o tratamento da osteoporose. O alto consumo de proteína pode causar perda de
cálcio pela urina (MONTILLA et al, 2004).
Assim, pode-se discutir a osteoporose como uma doença que deve ser
prevenida desde a fase jovem. Quando a mulher já está na fase da menopausa,
o aporte de minerais e vitaminas tanto pela alimentação, quanto pela
suplementação, juntamente com a atividade física, pode melhorar
consideravelmente sua qualidade de vida, uma vez que esses fatores promovem
maior fortalecimento ósseo e melhora da dor. Também pode ser realizado um
tratamento de terapia hormonal, porém é arriscado à saúde, podendo acarretar
câncer e trombose (SANTOS; AMORIM, 2009; RADOMINSKI, 2009).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
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ALMEIDA, A. M. et al. Osteoporose: a epidemia silenciosa que deve se tornar
pública. R. Bras. Enferm. Brasília, v. 48, n. 2, p. 161-167,1995.
ANTUNES, et al. Fisiopatologia da menopausa. Rev. Port. Clin. Geral, v. 19, p. 536
353-357, 2003.
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FONSECA, S. F. P. Efeito do consumo de altas doses de cafeína associada ou
não a osteoporose sobre a densidade óssea em fêmures de ratas. Revista
Educação, v. 8, n. 2, p. 60, 2013.
LIMA, R. M. S. et al. Menopausa: o que você precisa saber. 2ª. edição. São
Paulo: Atheneu Editora, 2014.
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PINTO, D. C. R. A. Prevenção no Controle da Osteoporose: Estudo de uma
amostra de uma EB 2,3 do distrito de Aveiro. 2012. 56f. Projeto de Graduação
– Universidade Fernando Pessoa, Porto, 2012.
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