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1.1) Capacidade de Direito – é a capacidade para ser sujeito de direitos e deveres na ordem civil (art. 1º).
1.2) Capacidade de fato – é a capacidade para exercer direitos. Aqueles que não detêm capacidade de fato
são denominados incapazes.
3) Incapazes:
São elencados nos arts. 3º e 4º do novo Código Civil, devendo ser representados e assistidos,
respectivamente:
Assistência: relativamente incapazes (Menores entre 16 e 18 anos 9 menores púberes; ébrios habituais,
toxicômanos e pessoas com discernimento mental reduzido; excepcionais sem desenvolvimento completo;
pródigos).
- Quanto aos silvícolas (índios), sua situação não é mais tratada pela nova codificação. Os ausentes não são
mais absolutamente incapazes. Ausência significa, na verdade, morte presumida, inexistência da pessoa (art. 22
e 39 do novo CC).
- Os atos e negócios praticados pelos absolutamente incapazes sem representação são nulos (nulidade
absoluta). Os celebrados pelos relativamente incapazes sem assistência são anuláveis (nulidade relativa).
OBS: Silvícolas
É vulgarmente chamado de índio e sujeito a regime tutelar estabelecido em leis e regulamentos especiais, o
qual cessará à medida que se adaptar a civilização do país. O artigo 4. º, parágrafo único, do Código Civil,
estabelece: "A capacidade dos índios será regulada por legislação especial". A incapacidade estabelecida por lei
especial não é uma restrição e sim uma proteção.
Há uma lei federal (Lei n. 6.001/73) que regulamenta a proteção dos silvícolas, que ficam sob a tutela da
União (tutela estatal). Na vigência da lei anterior à Lei n. 6.001/73, foi criado um órgão para tutelar os silvícolas em
nome do Estado: a FUNAI.
Os silvícolas não possuem registro de nascimento civil, sendo que seu registro é feito na própria FUNAI.
Se um silvícola se adaptar à civilização, poderá requerer sua emancipação, tornando-se, assim, pessoa
capaz. Para a emancipação, os silvícolas devem comprovar que já completaram 21 anos de idade, que já conhecem
a língua portuguesa e que já estão adaptados à civilização, podendo exercer uma atividade útil.
O Estatuto do Índio (Lei n. 6.001/73) dispõe que todo ato praticado por silvícola, sem a assistência da FUNAI,
é nulo. O próprio Estatuto, no entanto, dispõe que o juiz poderá considerar válido o ato se constatar que o silvícola
tinha plena consciência do que estava fazendo e que o ato não foi prejudicial a ele.
4) Emancipação: ato jurídico pelo qual se antecipa a maioridade e a correspondente capacidade para momento
anterior àquele em que a pessoa atinge a idade de 18 anos.
4.1) Emancipação voluntária: parental, ou seja, por concessão dos pais ou de um deles na falta do outro.
Para que ocorra a emancipação parental, o menor deve ter, no mínimo, 16 anos completos.
4.2) Emancipação Judicial: por sentença do juiz, em casos, por exemplo, em que um dos pais não
concordar com a emancipação, contrariando um a vontade do outro.
4.3) Emancipação legal matrimonial, pelo casamento do menor. Interessante lembrar que a idade núbil
tanto do homem quanto a da mulher é, agora, de 16 anos (art. 1517 do CC), sendo possível o casamento do
menor se houver autorização dos pais ou dos seus representantes.
4.4) Emancipação legal: para exercício de cargo público efetivo; por colação de grau em curso superior
reconhecido; por estabelecimento civil ou comercial ou pela existência de relação de emprego, obtendo o menor
as suas economias próprias, visando a sua subsistência. Necessário que o menor tenha ao menos 16 anos.
5. Diretos da Personalidade: são os direitos inerentes à pessoa e à sua dignidade> Mantêm relação direta com
os princípios do Direito Civil Constitucional: dignidade da pessoa humana, solidariedade social e isonomia ou
igualdade em sentido amplo. Os direitos da personalidade estão relacionados com cinco ícones principais:
5.3) Nome: sinal que representa a pessoa no meio social, com todos os seus elementos;
Os direitos da personalidade não podem ser concebidos conforme um rol taxativo, muito menos quanto às suas
características principais. Para fins didáticos, contudo, podemos afirmar que tais direitos são inatos, absolutos,
intransmissíveis, indisponíveis, irrenunciáveis, ilimitados, imprescritíveis, impenhoráveis e inexpropriáveis.
Diante disso é de se entender pela existência de uma claúsula geral de tutela da personalidade, pela qual deve
haver tanto a prevenção quanto a reparação de qualquer lesão à pessoa e à sua dignidade. Para nós, tanto o
nascituro quanto o morto possuem tais direitos.
OBS: Nome
O nome apresenta dois aspectos:
• aspecto individual: diz respeito ao direito que todas as pessoas têm ao nome;
• aspecto público: é o interesse que o Estado tem de que as pessoas possam se distinguir umas das
outras, por isso regulamentou a adoção de um nome por meio da Lei n. 6.015/73 (Lei dos Registros
Públicos).
O nome integra os direitos da personalidade (artigo 16 do Código Civil) e se compõe de três elementos:
• prenome ou nome;
• patronímico ou sobrenome;
• agnome.
a) Prenome
Pode ser simples ou composto e é escolhido pelos pais. A regra é de que o prenome é definitivo (artigo 58
da Lei n. 6.015/73). O prenome era imutável até o advento da lei 9708/98, passando não mais a ser adotado o
princípio da imutabilidade e sim o princípio da definitividade. O nome passou a ser substituível por um apelido
público notório.
Existem, além da hipótese acima, algumas outras exceções a regra da definitividade. São elas:
• Em caso de evidente erro gráfico: quando o escrivão escreveu o nome errado e necessita de uma
correção (exemplo: o nome deveria ser escrito com Ç e foi escrito com SS). A mudança pode ser feita
por requerimento simples ao próprio Cartório e será encaminhada para o Juiz-Corregedor do Cartório,
sendo ouvido o Ministério Público. Se o juiz verificar que realmente houve um erro, autorizará a sua
correção;
• Prenomes que exponham o seu portador ao ridículo: hoje é mais difícil alguém registrar o filho com
prenome que o exponha ao ridículo, visto que, com a Lei n. 6.015/73, o escrivão tem o dever de não
registrar tais prenomes. Os pais poderão requerer autorização ao juiz no caso de o escrivão não
registrar o nome escolhido. Caso haja necessidade da mudança do prenome por este motivo, deve-se
entrar com ação de retificação de registro e, se o juiz se convencer, autorizará a mudança. Em todos os
pedidos de retificação, o Ministério Público requer que o juiz exija do requerente a apresentação da
folha de antecedentes.
• Costumes – Além de apelidos públicos notórios que seriam outros nomes próprios substitutivos ao
que consta no registro, temos o apelido no seu sentido pejorativo, isto é, um nome sem significado certo
(exemplos: Pelé, Lula, Xuxa, Maguila etc.);
• Lei de Proteção às Testemunhas: as pessoas que entrarem no esquema de proteção à testemunha
podem mudar o prenome e, inclusive, o patronímico, a fim de permanecerem no anonimato;
• ECA: o Estatuto da Criança e do Adolescente criou nova exceção, no caso de sentença que
determina a adoção plena, em que se cancela o registro da criança, podendo os adotantes mudar tanto
o prenome quanto o patronímico;
• Pode-se, ainda, mudar o prenome para a tradução de prenome estrangeiro (Willian por Guilherme,
James por Thiago).
b) Patronímico
É o que designa a origem familiar da pessoa. Não é escolhido pelos pais, visto que a pessoa já nasce com o
patronímico deles. O patronímico também poderá ser mudado:
• Em caso de adoção plena.
• Com o casamento, visto que tanto a mulher quanto o homem poderão utilizar o patronímico um do
outro. Trata-se de uma faculdade do casal, visto que, se a mulher não quiser, não será obrigada a
utilizar-se do patronímico do marido, como era antigamente.
• A dissolução do casamento poderá mudar o patronímico, ou seja, a mulher que utilizou o patronímico
do marido, quando do casamento, com a dissolução poderá voltar a usar seu nome de solteira. A Lei
dos Registros Públicos dispôs que a companheira também pode utilizar o patronímico de seu
companheiro, mas se colocaram tantos obstáculos que raramente se vê um pedido deferido feito pela
companheira.
De acordo com o artigo 56 da Lei de Registros Públicos, qualquer pessoa poderá, no primeiro ano após
completar a maioridade, fazer mudanças no seu nome completo, desde que não modifique seu patronímico.
Combinando-se, no entanto, esse artigo com o artigo 58 da mesma lei (prenome imutável), admite-se somente a
inclusão de patronímico dos pais que não foram acrescentados, para se fugir dos homônimos. Se transcorrer o
período disposto no artigo 56, poderá, ainda, fazer a mudança pelos mesmos motivos (artigo 57). A diferença é que
no artigo 56 a mudança será administrativa e no caso do artigo 57 deve ser o pedido motivado e mediante ação
judicial.
c) Agnome
É a partícula que é acrescentada ao final do nome para diferenciar as pessoas da mesma família que têm o
mesmo nome (exemplos: Júnior, Neto etc.).
6.2) Domicílio: significa qualquer local em que a pessoa pode ser sujeito de direitos e deveres na ordem civil.
Por regra é o local de residência da pessoa. Eventualmente pode ser também o seu local de trabalho. Desse modo,
o novo Código Civil consolida dois domicílios para a pessoa natural: a residência e o local do trabalho. Quanto à
origem, o domicílio pode ser assim classificado.
6.2.b) Domicílio necessário ou legal: é aquele imposto pela lei, tendo em vista regras específicas que constam
no Código Civil, a saber: o domicílio dos absolutamente incapazes (art. 3º e 4º do novo Código Civil) é o mesmo dos
seus representantes; domicílio do servidor público é o local em que exercer, com caráter permanente, as suas
funções; o domicílio do militar é o do quartel onde servir ou do comando a que se encontrar subordinado; o domicílio
do marítimo ou marinheiro é o do local em que o navio estiver matriculado; o domicílio do preso é o local em que o
mesmo cumpre a pena.
6.2.c) Domicílio contratual ou convencional: é aquele previsto no art.78 no CC, pelo qual “nos contratos escritos,
poderão os contratantes especificar o domicílio onde se exercitem e cumpram os direitos e obrigações deles
resultantes.”.
7.1) Morte Real: ocorre quando a pessoa tem morte encefálica. Provada por um laudo médico e pelo atestado
de óbito.
7.2) Morte presumida: ocorre quando não há corpo presente, ou seja, não há como se provar a morte real.
Presente nas seguintes hipóteses:
7.2.a) Morte presumida sem declaração de ausência: O art. 7º do novo CC prevê dois casos, a saber:
- Desaparecimento do corpo da pessoa, sendo extremamente provável a morte de quem estava em perigo
de vida hipótese semelhante à justificação (art. 88 da Lei de Registros Públicos).
- Desaparecimento de pessoa envolvida em campanha militar ou feito prisioneiro, não sendo encontrado até
dois anos após o término da guerra.
- Morte presumida com declaração de ausência - ocorre nos casos em que a pessoa está em local incerto e
não sabido, não havendo indícios das razões do seu desaparecimento. Envolve três fases específicas, com
tratamento entre os arts 22 a 39 do Novo Código Civil:
- Comoriência: leva-se em consideração o momento da morte. Se duas ou mais pessoas, parentes, ou não,
falecerem em uma mesma ocasião, não havendo prova efetiva de quem faleceu primeiro. Haverá presunção
relativa de que o falecimento ocorreu ao mesmo tempo.
8. Pessoa Jurídica: é o conjunto de pessoas ou bens arrecadados, com existência distinta dos membros que o
compõem. O novo código Civil adota a teoria da realidade técnica que seria uma conjunção da teoria da ficção
e da teoria da realidade orgânica.
8.2 Requisitos para a Constituição da Pessoa Jurídica
A doutrina aponta três requisitos para a constituição de uma pessoa jurídica, a saber:
c) Autorização do governo
Algumas sociedades necessitam dessa autorização para constituição e funcionamento válido (artigo 45,
última parte, do Código Civil). O artigo 20, § 1. º, do Código Civil de 1916 mencionava, exemplificativamente,
algumas das sociedades que precisam da autorização do governo, a exemplo das Cooperativas, Caixas Econômicas
etc. Esse rol é meramente exemplificativo, visto que hoje todas as instituições financeiras, consórcios e muitas outras
foram inseridas nessa relação por meio de lei, necessitando da autorização do governo. O Código Civil atual não
trouxe disposição paralela visto ser a matéria de direito público, não sendo da alçada do Código Civil.
- Sociedades: conjunto de pessoas em que há fim lucrativo determinado. Podem ser sociedades simples (sem
fins empresários) ou empresárias.
- Corporações sui generis – são organizações religiosas e partidos políticos. Há entendimento pelo qual
continuam sendo sociedades.
9.2) Fundações: conjuntos de bens arrecadados que devem ter finalidades morais, culturais, religiosas ou de
assistência. Sua formação, atuação e extinção devem ser fiscalizadas pelo Ministério Público, por meio da curadoria
das fundações.
10) Domicílio da Pessoa Jurídica: as regras estão previstas no art. 75 do novo CC, a saber:
11) Desconsideração da Personalidade Jurídica: prevista no art. 50 do novo CC, quebra com a regra tradicional pela
qual a pessoa jurídica não se confunde com os seus membros. Assim, nos casos de desvio de finalidade ou de
confusão patrimonial, o sócio ou administrador que agir em abuso de direito pode ser responsabilizado. Mas a
desconsideração deve ser utilizada com responsabilidade. A Jurisprudência, muitas vezes, estende a
responsabilidade de uma empresa de uma empresa para outra, também em casos de abuso, teoria que é conhecida
como sucessão de empresas.
13.1) Conceito: São coisas que proporcionam ao homem alguma utilidade, sendo suscetível de apropriação.
13.2) Classificação:
A) Quanto à tangibilidade:
- Bens corpóreos, materiais ou tangíveis: são aqueles bens que possuem existência corpórea,
podendo ser tocados. Exemplos: uma casa, um veículo, um animal.
- Bens incorpóreos, imateriais, intangíveis: são aqueles com existência abstrata e que não podem ser
tocados pela pessoa humana. Ex: direitos autorais, penhor, ar, sentimentos.
B) Quanto à mobilidade:
B.1) Bens imóveis: São aqueles que não podem ser removidos ou transportados sem a sua
deterioração ou destruição. Admitem a seguinte subclassificação:
- Bens imóveis por natureza ou essência: são formados pelo solo e tudo quanto se lhe incorporar natural ou
artificialmente (art. 79 do novo CC)
- Bens imóveis por acessão física industrial ou artificial: são formados por tudo o que o homem incorporar
permanentemente ao solo, não podendo removê-lo sem destruição ou deterioração. Tais bens imóveis têm origem
em construções e plantações, situações em que ocorre a intervenção humana.
- Bens imóveis por acessão física intelectual: conceito relacionado com tufo o que foi empregado intencionalmente
para exploração industrial, aformoseamento e comodidade.
- Bens imóveis por acessão física e intelectual: conceito relacionado com tudo que foi empregado intencionalmente
para a exploração industrial, aformoseamento e comodidade. São os bens móveis que foram imobilizados pelo
proprietário, constituindo uma ficção jurídica, sendo também denominados côo pertenças essenciais. Ex: Um trator
incorporado a uma fazenda, essencial para as atividades nela desenvolvidas.
- Bens imóveis por disposição legal: tais bens são considerados como imóveis, para que possam receber melhor
proteção jurídica. Exemplo: Hipoteca
B.2) Bens móveis: os bens móveis são aqueles que podem ser transportados, por força própria ou de
terceiro, sem deterioração ou destruição. Os bens móveis podem ser assim subclassificados:
- Bens móveis por natureza: são bens corpóreos que se podem transportar sem qualquer dano, por força própria ou
alheia. Quando o bem móvel puder se mover de um local para outro, por força própria, será denominado bem móvel
semovente, como é o caso dos animais.
- Bens móveis por antecipação: são os bens que eram imóveis, mas que foram mobilizados por uma atividade
humana. Ex: árvore removida do solo, lenha cortada.
- Bens móveis por determinação legal: surgem situações em que a lei determina que o bem é móvel. Ex: Direitos
autorais e energias.
- Bens infungíveis: são aqueles que não podem ser substituídos por outros da mesma espécie, quantidade e
qualidade.
- Bens fungíveis: nos termos do art. 85 do novo CC, são os bens móveis que podem ser substituídos por outras da
mesma espécie, qualidade e quantidade.
- Se o bem pode ser ou não objeto de consumo, ou seja, se pode ser alienado – consuntibilidade jurídica
ou de direito.
Para fins jurídicos, entendemos que merece maior pertinências o primeiro critério (consuntibilidade física), eis
que as regras quanto à possibilidade de alienação serão estudadas oportunamente, pela visualização de casos
específicos. Desse modo, vejamos a classificação em questão:
15.2) Bens consumíveis: são bens móveis, cujo uso importa na destruição imediata da própria coisa (art. 86 do
novo CC)
15.3) Bens inconsumíveis: são aqueles que proporcionam reiteradas utilizações, permitindo que se retire a sua
utilidade, sem deterioração. O Código de Defesa do Consumidor, no seu artigo 26, traz a classificação muito próxima
da relacionada com a consuntibilidade física. Pela Lei 8.078/1990, os produtos ou bens podem ser classificados em
duráveis e não duráveis. Os bens duráveis desaparecem facilmente com o consumo, ao contrário dos bens não
duráveis. Esse critério de consuntibilidade adotado pelo Código de Defesa do Consumidor.
16.2) Bens indivisíveis – são os bens que não podem ser partilhados, pois deixariam de formar um todo perfeito,
gerando desvalorização, na grande maioria das vezes. A indivisibilidade pode decorrer da natureza do bem, de
imposição legal ou da vontade de seu proprietário.
- Bens coletivos ou universais: são os bens que se encontram agregados em um todo. Os bens coletivos são
constituídos por várias coisas singulares, consideradas em conjunto e formando um todo individualizado. Os Bens
podem decorrer de uma universalidade fática ou jurídica.
16.4) Classificação quanto à dependência em relação a outro bem (bens reciprocamente considerados)
a) Bens principais e bens independentes: são os bens que existem de maneira autônoma e independente, de
forma concreta ou abstrata, conforme o art. 92 do novo código civil.
b) Bens acessórios de dependentes: são os bens cuja existência e finalidade pressupõem a um outro bem,
denominado bem principal. Por essa razão, quem for o proprietário do bem principal será também do bem
acessório; a natureza jurídica do acessório será a mesma do principal. São bens acessório, previstos no
ordenamento jurídico brasileiro:
- Frutos: são bens acessórios que têm sua origem, que nascem do bem principal, mantendo a integridade
desse último, sem diminuição da quantidade ou da substância.
- Produtos: são bens acessórios que saem da coisa principal, diminuindo a quantidade e substância dessa
última.
- Pertenças: são bens destinados a servir um outro bem principal, por vontade do trabalho intelectual do
proprietário. A pertença pode ser essencial ou não.
- Partes integrantes: são bens acessórios que estão unidos ao bem principal, formando com este último um
todo independente.
- Benfeitorias: são bens acessórios introduzidos em um bem móvel ou imóvel, visando a sua conservação ou
melhora da sua utilidade.
• Necessárias: são essenciais ao bem principal, são as que têm por fim conservar ou evitar que o bem
se deteriore
• Úteis: são as que aumentam ou facilitam o uso da coisa, tornando-a mais útil.
• Voluptuárias: são as de mero deleite, de mero luxo, que não facilitam a utilidade da coisa, mas
apenas tornam mais agradável o uso.
17.1) Bens particulares e privados: são os que pertencem às pessoas físicas ou jurídicas de direito privado.
17.2) Bens Públicos ou do Estado: são os que pertencem a uma entidade de direito público interno, como o caso da
União, Estados, Distrito Federal, Municípios, entre outros. Podem ser classificados como:
• Bens de uso geral e comum: são bens destinados à utilização do público em geral, sem necessidade
de permissão especial, caso, por exemplo, das praças, jardins, ruas, estradas, mares, rios, praias,
golfos, entre outros.
• Bens de uso especial: são os edifícios e os terrenos utilizados pelo próprio Estado para a execução
de serviço público especial, havendo uma destinação especial, denominada afetação
• Bens dominicais ou dominiais: são os bens públicos que constituem o patrimônio disponível e
alienável da pessoa jurídica de direito público, abrangendo tanto móveis quanto imóveis.
A teoria dos atos de inexistência surgiu no Direito de Família para resolver os problemas dos casamentos
inexistentes, visto que o Código Civil dispunha somente sobre casamentos nulos e anuláveis. Como o rol do artigo
183 do Código Civil de 1916 era taxativo, os doutrinadores passaram a adotar a teoria dos atos inexistentes, tendo
em vista haver o problema de ser considerado válido um casamento entre pessoas do mesmo sexo.
18.1) Elementos essenciais do negócio jurídico
a) Agente Capaz
Para que um contrato seja válido, o agente deverá ser capaz. No caso de incapacidade, esta deverá ser
suprida pelos meios legais. A incapacidade absoluta será suprida pela representação e a incapacidade relativa será
suprida pela assistência.
b) Objeto Lícito
O objeto deve ser lícito, possível, determinado ou determinável. A redação do artigo 104, inciso II, do Código
Civil. É mais perfeita que a do artigo 82 do Código Civil de 1916, que falava apenas em objeto lícito. O artigo 166,
inciso II, do Código Civil, diz que é nulo o negócio jurídico, quando o objeto for ilícito, impossível ou indeterminável.
A impossibilidade do objeto pode ser física ou jurídica. Impossibilidade física ocorre quando a prestação não
pode ser cumprida por nenhum humano. Impossibilidade jurídica ocorre quando a prestação esbarra numa proibição
expressa da lei (exemplo: o artigo 426 do Código Civil, que proíbe herança de pessoa viva).
19) DA REPRESENTAÇÃO
Inovou o Código Civil de 2002 ao introduzir um Capítulo exclusivamente para tratar da representação. O
Anteprojeto de 1972 na Parte Geral, com colaboração do Ministro Moreira Alves já tratava desse Capítulo.
De acordo com o artigo 115 do Código Civil, os poderes de representação conferem-se por lei ou pelo
interessado. Temos então uma representação legal e outra convencional, decorrendo uma da norma, como a do pai
que representa o filho, e outra da vontade das partes, como no caso do mandato.
O limite da representação é exatamente o limite de poderes que vincula o representante com o representado
(artigo 116 do Código Civil).
Hoje o artigo 117 do Código Civil autoriza o contrato consigo mesmo, isto é, a convenção em que um só
sujeito de direito, está revestido de duas qualidades jurídicas diferentes, atuando simultaneamente em seu próprio
nome, bem como no nome de outrem. Temos como exemplo, a possibilidade da pessoa vender um bem a si mesmo,
através de um contrato de mandato. O Código Civil de 1916 rechaçava a hipótese (artigo 1.133).
O representante que pratica um negócio jurídico contra o interesse do representado, na hipótese do fato ser
do conhecimento do terceiro ou no fato do mesmo ter a obrigação de ter a ciência gera anulabilidade (artigo 119 do
Código Civil). Portanto, o terceiro de boa-fé jamais pode alegá-la se obrou com desídia.
20.1) Condição
* Conceito e Elementos
É a cláusula acessória, que subordina a eficácia do negócio jurídico a um evento futuro e incerto. Prescreve o
artigo 121 do Código Civil: "Considera-se condição a cláusula que, derivando exclusivamente da vontade das partes,
subordina o efeito do negócio jurídico a evento futuro e incerto".
A condição tem dois elementos fundamentais: a) Futuridade e b) Incerteza. Exemplo: Compro uma escultura
se esta ganhar prêmio.
A condição afeta sempre a eficácia do negócio, nunca a sua existência, uma vez que a vontade foi legítima.
20.2. Condições Possíveis e Impossíveis
A condição é possível quando realizável física ou juridicamente.
A condição é impossível quando não realizável física ou juridicamente. Exemplo: Doação de dinheiro pela
captura de mula-sem-cabeça. A impossibilidade deve alcançar todas as pessoas. A condição não é impossível se
atingir apenas uma pessoa ou pequeno grupo.
A condição juridicamente impossível fere a lei, a moral e os bons costumes. Exemplo: Vendo um carro e faço
doação se beneficiário provocar a morte de alguém. Exemplo: Condição baseada na prostituição.
20.3 Termo
É o dia em que nasce e se extingue o negócio jurídico. É a cláusula que subordina a eficácia de um negócio
jurídico a um evento futuro e certo.
A diferença entre a condição e o termo é que na condição, o evento é futuro e incerto. Já no termo, o evento
é futuro e certo.
21. PRAZO
21. 1 Conceito
É o lapso de tempo entre a manifestação válida de vontade e a superveniência do tempo.
É o lapso de tempo entre dois termos, o inicial e o final. Isso porque a manifestação de vontade pode estar
subordinada a uma condição.
Os prazos são contados por unidade de tempo - hora - dia - mês - ano.
Desde o Direito Romano - Exclui-se o dia do começo e inclui-se o do vencimento.
ANO - Lei 810/49 - Período de doze meses do início ao dia e mês correspondente ao ano seguinte. Exemplo:
8 de março de 1989 a 8 de março de 1990.
MÊS - (artigo 132, § 3.º) – os prazos de meses e anos expiram no dia de igual número de início, ou no
imediato, se faltar exata correspondência. Por exemplo: período de um mês – 30 de janeiro e deveria recair no dia 30
de fevereiro. Por não haver tal dia, recai no dia 1.º de março.
MEADO - (artigo 132, § 2.º) – 15.º dia de cada mês.
FERIADOS - São datas festivas em que, em princípio, não se trabalha. Não inclui "ponto facultativo" e "dia
santo".
21.2 Contagem
Art. 132, "caput", do Código Civil - Exclui o dia do começo incluindo-se o do vencimento. Esse princípio é
adotado em todos os ramos do direito, afora o Direito Penal. O tempo de pena inclui o dia do começo. Utiliza-se o
calendário comum. Não se computam frações de dia.
Contagem da hora – artigo 132, § 4.º, do Código Civil - Minuto a minuto. Exemplo: 13h30min às 14h30min h.
Se o prazo cair no feriado - prorroga-se até dia útil seguinte.
Artigos 133 e 134 - Prazo em favor do herdeiro e do devedor.
22.2 Espécies
1.º - Encargo propriamente dito – é aquele estabelecido no artigo 136 do Código Civil, não ocorrendo a
suspensão do direito enquanto não cumprido o encargo. Temos como exemplo a doação de um terreno para a
construção de um hospital. O terreno é automaticamente doado antes mesmo do início das obras.
2.º - É uma variedade de condição, não sendo encargo. É uma condição cujo evento apresenta como
elemento de fato certa modificação de alguma vantagem auferida pela parte. (artigo 136, fine, do Código Civil).
3.º - É aquele que se apresenta como mero conselho ou recomendação. Não há encargo por não obrigar
juridicamente.
4.º - É aquele que a modificação da vantagem auferida implica numa prestação impossível física ou
juridicamente - Ou a modificação é não escrita ou invalida o ato (juridicamente impossível) (artigo 137, do Código
Civil).
São aqueles defeitos que decorrem, em geral, da manifestação de vontade. São seis as hipóteses de vícios,
se subdividindo em vícios do consentimento (erro, dolo, coação, estado de perigo e lesão) e o vício social da fraude
contra credores. Foi retirada a simulação dos vícios, sendo inserida a hipótese entre os atos nulos.
Nos vícios do consentimento, há uma contradição entre aquilo que a pessoa deseja e o que ela faz, ou seja,
o que a pessoa manifesta não é o que ela realmente desejaria fazer. A vontade declarada não corresponde com a
intenção do agente. Nos vícios sociais, a vontade declarada corresponde exatamente à intenção do agente,
entretanto uma intenção de prejudicar terceiros ou fraudar a lei.
Nos seis casos, o contrato será anulável, havendo um prazo decadencial de 4 (quatro) anos para
requerer a anulação. Caso não seja respeitado esse prazo, o contrato não poderá mais ser anulado. O decurso
do prazo decadencial vem a sanar o defeito do negócio jurídico (artigo 178, incisos I e II, do Código Civil).
É aplicado, por analogia, a cada caso concreto o critério do artigo 152 do Código Civil (que trata da
coação), que determina que o juiz leve em conta as condições pessoais da vítima (deve-se levar em conta a
idade, a saúde, o sexo, temperamento, e outras condições). O juiz deve levar em conta as condições pessoais
para saber se ela seria levada ao erro (exemplo: uma pessoa semi-analfabeta seria mais facilmente levada ao
erro do que alguém que possui curso superior).
O Código Civil dispõe, no artigo 139, incisos I a III, quando haverá erro substancial, quando haverá aspecto
relevando o negócio. Será relevante, então, o erro que diz respeito à natureza do negócio (a pessoa se engana a
respeito da espécie do contrato que celebrou); ao objeto principal da declaração (a pessoa adquire coisa diferente
daquela que imaginava estar adquirindo); às qualidades essenciais do objeto (a pessoa adquire o objeto que
imaginava, mas engana-se quanto às suas qualidades); e à pessoa (nos casos de contratos personalíssimos ou no
caso de se contratar um profissional que se acreditava ser bom e não era).
Em princípio, não se pode alegar erro de direito, ou seja, alegar que não se conhecia a lei. A ignorância da
lei, entretanto, só não poderá ser alegada em caso de descumprimento da lei (artigo 3.º da Lei de Introdução ao
Código Civil). O desconhecimento da lei poderá ser alegada para justificar a boa-fé (ex.: firma-se um contrato de
importação de uma mercadoria e logo após descobre-se que existia uma lei que proibia a importação de tal
mercadoria. Poder-se-á alegar ignorância da lei para anular o contrato). O artigo 139, inciso III, do Código Civil,
expressamente adite o erro de direito e anulação do negócio jurídico, desde que não implique em recusa à aplicação
da lei e desde que seja o único ou principal motivo do negócio.
Deve-se distinguir o erro quanto às qualidades essenciais do objeto e vício redibitório, que possuem ações e
prazos distintos.
Vício redibitório é o defeito oculto (não aparece facilmente) que torna a coisa imprestável ao uso a que se
destina. É de natureza objetiva. As ações cabíveis são chamadas de Edilícias e são de duas espécies: ação
redibitória (para rescindir contrato); e ação quanta minoris (pedido de abatimento no preço). O prazo dessa ação é
decadencial de trinta (30) dias para bem móvel e um (1) ano para bem imóvel (artigo 445 do Código Civil). No
Código de Defesa do Consumidor o prazo é de 30 dias para bem não durável e 90 dias para bem durável.
Erro quanto às qualidades essenciais é de natureza subjetiva e a ação cabível é a anulatória, com prazo
decadencial de 4 anos.
O artigo 141 do Código Civil fala do erro em caso de mensagem “truncada”, ou seja, pode haver erro no
negócio quando há algum defeito na mensagem devido ao instrumento ou à pessoa intermediária. Quando a
mensagem é transmitida erroneamente por meio de instrumento ou de intermediário, poderá ser considerado vício
do consentimento, sendo o contrato anulável.
O artigo 140 do Código Civil dispõe sobre o falso motivo (falsa causa) como razão determinante do contrato.
Se a causa do contrato, desde que seja colocada expressamente como razão determinante do negócio, for
declarada falsa, o contrato poderá ser anulado (exemplo: uma pessoa fica sabendo por terceiros que tem um filho;
tentando ajudar, faz uma doação, mas dispõe expressamente na escritura que está fazendo a doação porque foi
informada que o donatário é seu filho; caso seja comprovado que o donatário não é filho, a doação poderá ser
anulada).
*Dolo
A pessoa é induzida em erro pelo outro contratante ou por terceiro. Existe um elemento objetivo de
induzimento, sendo mais fácil a sua prova, tendo visto poder haver testemunhas. Dolo é o induzimento malicioso
à prática de um ato que é prejudicial ao agente.
Segundo o disposto no artigo 146 do Código Civil, o dolo pode ser:
• Principal: aquele que é a causa do negócio, ou seja, é o dolo que foi responsável pelo negócio. Se não
houvesse o induzimento, a pessoa não faria o negócio.
• Acidental: aquele que a seu despeito o negócio teria sido realizado, mas em condições melhores para a
vítima. Como não é a causa do negócio, o dolo acidental não anula o mesmo, mas dá direito a perdas e
danos.
Há uma segunda classificação doutrinária, que divide o dolo em:
• Dolus bonus (dolo bom): é o dolo tolerável nos negócios em geral, ou seja, as pessoas não se sentem
enganadas porque já esperam esse tipo de dolo; é normal, fazendo parte do comércio, e não causa
nulidade do negócio.
• Dolus malus (dolo mau): é aquele exercido com a intenção de prejudicar e, se for provado, causa
nulidade do negócio.
O dolo pode ser exercido por ação ou por omissão. Geralmente o dolo é praticado por ação. O artigo 147,
no entanto, prevê um dolo por omissão, situação em que um dos contratantes omite uma circunstância relevante
que, se fosse conhecida pelo outro contratante, não haveria o negócio. O legislador quis, com isso, proteger a
boa-fé nos negócios. Essa omissão dolosa pode ser chamada de reticência.
O dolo pode ser da parte ou de terceiro. O Código Civil tem uma regra especial sobre o dolo de terceiro. Em
geral, o dolo de terceiro não anula o ato, visto que o terceiro não é parte no negócio, salvo se a outra parte souber do
dolo. Então, no caso de o terceiro agir por si só, não tendo o outro contratante conhecimento do dolo, só caberá à
vítima ação de perdas e danos contra o terceiro que agiu de má-fé. Dispõe o artigo 148: "Pode também ser anulado
o negócio jurídico por dolo de terceiro, se a parte a quem aproveite dele tivesse ou devesse ter conhecimento; em
caso contrário, ainda que subsista o negócio jurídico, o terceiro responderá por todas as perdas e danos da parte a
quem ludibriou".
Ainda, o dolo pode ser unilateral e bilateral. O dolo bilateral é quando os dois contratantes tentam enganar-se
um ao outro, ou seja, há dolo de ambas as partes. Neste caso, não há ação cabível para nenhuma das partes, visto
terem ambas agido de má-fé.
* Coação
Ocorre quando alguém força uma pessoa para que ela faça ou deixe de fazer alguma coisa. A coação
pode ser:
• Absoluta: quando o coator usa força física e a vítima não chega a manifestar a sua vontade, agindo
mecanicamente. Neste caso, o ato é inexistente, visto que não houve um dos requisitos de existência do
negócio jurídico, que é a manifestação de vontade. Não é um vício do consentimento, visto que sequer
houve o consentimento;
• Relativa: também chamada de coação moral, ocorre quando o coator faz uma grave ameaça à vítima,
que terá a opção de ceder ou de resistir à ela. Neste caso, existe um vício do consentimento, visto que
houve a manifestação da vontade, embora sob pressão.
Nos casos de negócio jurídico, o artigo 151 do Código Civil faz uma série de exigências para que se
caracterize a coação que vicie o negócio. São requisitos da coação:
• a coação deve ser a causa do negócio, ou seja, se não houvesse a coação não haveria o negócio;
• a coação deve ser grave, ou seja, quando causa um fundado temor, um receio na vítima. O artigo 153 do
Código Civil não considera coação o simples temor reverencial, visto que não tem gravidade suficiente;
• a coação deve ser injusta, ou seja, coação ilegal. O artigo 153, na 2.ª parte, não considera coação o
exercício normal de um direito;
• a coação deve ser proporcional, ou seja, o legislador exige que haja uma certa proporção entre os
prováveis prejuízos que a vítima possa ter. Deve-se levar em consideração que essa proporcionalidade é
relativa, visto que existem coisas que possuem grande valor estimativo;
• a coação deve recair sobre a pessoa do contratante, alguém de sua família ou seus bens. A doutrina
entende que a palavra “família” descrita na lei deve ser entendida no seu mais amplo sentido, devendo
ser incluídas todas as pessoas que possuem uma relação de intimidade com o contratante que está
sendo coagido.
O artigo 152 do Código Civil dispõe que, ao apreciar a gravidade da coação, o Juiz deve levar em conta
as condições pessoais da vítima, ou seja, a idade, a saúde, o temperamento, o sexo e outras circunstâncias que
possam influir na gravidade da coação.
A coação pode ser da própria parte ou de terceiro. O legislador entendeu que a coação é mais grave que o
dolo e, por conseqüência, a coação exercida por terceiro sempre viciará o ato, ainda que o outro contratante não
tenha sabido que houve coação por parte de terceiro.
* Estado de Perigo
Dispõe o artigo 156 do Código Civil: "Configura-se estado de perigo quando alguém, premido da
necessidade de salvar-se, ou a pessoa de sua família, de grave dano conhecido pela outra parte, assume obrigação
excessivamente onerosa. Parágrafo único. Tratando-se de pessoa não pertencente à família do declarante, o juiz
decidirá segundo as circunstâncias".
É, portanto, a hipótese de alguém, ameaçado por perigo iminente, anui em pagar preço desproporcional para
o seu livramento. Temos o exemplo do náufrago que oferece ao seu salvador recompensa exagerada ou o caso do
doente que se dispõe a pagar alta cifra para obter a cura pelo médico.
Nas hipóteses acima mencionadas não é nem justo que o salvador fique sem remuneração e nem justo que
o obrigado empobreça. O ato calamitoso não foi provocado por ninguém, apenas o contrato foi efetuado de maneira
desvantajosa. O perigo não é provocado por qualquer contratante, por isso o problema não é simples.
Diante da contraposição de interesses, em que ambas as partes obram de boa-fé, a mera anulação do
negócio jurídico, exonerando o declarante de cumprir sua obrigação conduz a um resultado injusto. O autor da
promessa anulada enriqueceu indevidamente. Nesses casos, o juiz deve apenas invalidar o negócio jurídico no que
exorbite como determinou o parágrafo único do artigo 156 do Código Civil.
* Lesão
Disciplina o artigo 157 do Código Civil: "Ocorre a lesão quando uma pessoa, sob premente necessidade, ou
por inexperiência, se obriga a prestação manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta. § 1.º
Aprecia-se a desproporção das prestações segundo os valores vigentes ao tempo em que foi celebrado o negócio
jurídico. § 2.º Não se decretará a anulação do negócio, se for oferecido suplemento suficiente, ou se a parte
favorecida concordar com a redução do proveito".
Portanto, a lesão é o prejuízo que um contratante experimenta quando, em contrato comutativo, deixa de
receber valor correspondente ao da prestação que forneceu. É uma instituição fundada na eqüidade e se inspira na
idéia de equivalência das prestações.
Apresenta como principais requisitos:
1.º) Comutatividade contratual. Deve haver presunção de equivalência das prestações, tendo ambas as
partes pré-ciência de suas prestações;
2.º) Desequilíbrio entre as prestações no momento da celebração do contrato;
3.º) Grande desproporção, gerando enriquecimento para uma das partes e empobrecimento para outra;
4.º) decisão judicial. Só o juiz pode rescindir ou modificar o contrato;
5.º) Possibilidade da parte reequilibrar o contrato.
c) Pagamento de dívida ainda não vencida, estando o devedor insolvente (artigo 162 do Código
Civil)
Quando o devedor já está insolvente e privilegia o pagamento a um credor que tem uma dívida ainda não
vencida. Se isso ocorrer, os outros devedores poderão ingressar com uma ação contra o credor que recebeu.
Havendo o pagamento de dívida não vencida, a presunção de fraude se torna absoluta.
d) Concessão de garantia real a um credor quirografário, estando o devedor insolvente (artigo 163
do Código Civil)
Quando o devedor, já insolvente, resolve privilegiar um dos credores quirografários, dando-lhe uma
garantia real (exemplo: hipoteca de um imóvel). Neste caso, os outros credores podem ingressar com uma ação
para anular essa garantia.
* ATOS ILÍCITOS
As disposições sobre os atos ilícitos, no Código Civil, são encontradas nos artigos 1861 a 188. Dispõe o
artigo 186 do diploma civil que aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito
ou causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito. A verificação da culpa e a avaliação da
responsabilidade regulam-se pelo disposto nesse código, nos artigos 927 a 943 e 944 a 954.
Ato ilícito é, portanto, a infração ao dever de não lesar outrem. A lesão abarcada pelos dispositivos legais
trata-se daquela que cause dano, tanto de natureza patrimonial quanto de natureza moral.
O referido artigo impõe a todas as pessoas o dever de não lesar outrem (neminen laedere). Todo aquele que
causa um dano deve repará-lo, desde que a vítima prove que o causador do dano agiu com culpa. Assim, o diploma
civil pátrio adotou, como regra, a teoria subjetiva, segundo a qual se deve proceder na análise da existência de culpa
do agente.
A “culpa” pelos atos ilícitos, a que se refere o artigo 186, tem sentido amplo, abrangendo tanto o dolo quanto
a culpa em sentido estrito (imprudência, negligência ou imperícia) e recebe a denominação de culpa aquiliana, em
decorrência de sua origem (Lex Aquilia).
Em alguns casos, o ato poderá ser ilícito tanto na esfera civil quanto na penal, podendo, ainda, ser somente
um ilícito penal. Entretanto, deve-se salientar que, na maioria das vezes, o ilícito penal é também ilícito civil, pois
este sempre, ou quase sempre, gera um prejuízo à vítima.
As implicações decorrentes de um ilícito civil são diferentes daquelas que decorrem de um ilícito penal, uma
vez que aquele tem como conseqüência tornar o agente responsável pela reparação do dano, a teor do que dispõe o
artigo 186 do Código Civil (responsabilidade civil) sendo tal responsabilidade de cunho patrimonial. Com relação aos
ilícitos penais, ao agente é imputado castigo corporal, sendo a responsabilidade de cunho pessoal, não se
transferindo a terceiros como é possível de ocorrer na responsabilidade civil. A título de exemplo, temos a
responsabilidade civil do pai que responde pelo ato do filho, do patrão que responde por ato de seu empregado, do
Estado que responde pelos atos do servidor.
* DANO
Todo prejuízo deve ser indenizado. Para se calcular o valor do dano, não se leva em conta o grau de culpa.
O cálculo da indenização é feito com base na extensão do prejuízo. Todo prejuízo que a vítima puder provar será
indenizado.
O dano deve ser certo e atual, ou seja, não se pode indenizar o dano futuro e meramente hipotético. Em
casos de lesões corporais, tem-se admitido o reexame das lesões.
O dano material segue, para sua apuração, a regra do artigo 402 do diploma civil (perdas e danos). Esse
artigo explica em que consistem as perdas e danos: o que a pessoa efetivamente perdeu (dano emergente) e o que
ela razoavelmente deixou de lucrar (lucro cessante). A prova do lucro cessante é mais difícil, pois é sempre baseada
no pretérito, ou seja, no quanto vinha rendendo em determinado período.
Além das perdas e danos, outras verbas costumam ser acrescidas, tais como a correção monetária, que
incide desde a data em que a pessoa sofreu o prejuízo, assim como os juros, que podem ser simples ou compostos.
Os juros legais são da ordem de 0,5% ao mês.
Juros simples são contados sempre sobre o montante inicial do prejuízo e incidem desde a data do fato,
conforme se verifica na Súmula n. 54 do Superior Tribunal de Justiça: “Mesmo quando o fato é mero ilícito civil,
sobre o valor do prejuízo incidem os juros moratórios desde a data do fato”.
Na indenização podem incidir outras verbas, como no caso de morte do chefe de família, em que cabe a
título de exemplo, o pagamento de 13.º salário. Quando o falecido se trata de arrimo de família, esta passa a receber
2/3 (dois terços) dos rendimentos mensais que o falecido ganhava, assim, considera-se que o restante (um terço)
era gasto pelo próprio do falecido.
O dano moral é aquele que afeta não o patrimônio, mas os direitos da personalidade (honra, dignidade,
intimidade etc.), e podem, conforme anteriormente mencionado, ser indenizado. O dano moral tem o sentido de
compensação, sem preocupação de encontrar um valor que corresponda exatamente ao valor que supra a dor
experimentada pela vítima. Trata-se de “consolo” à vítima.
As pessoas legitimadas a ingressar com ação pleiteando indenização por danos morais são as diretamente
prejudicadas, que também teriam direito à compensação do dano material.
A cumulação de pedidos de dano moral e dano material é possível, conforme se verifica na Súmula n. 37 do
Superior Tribunal de Justiça: “São cumuláveis as indenizações por dano material e dano moral oriundos do mesmo
fato”. Assim, Permite-se a cumulação do ressarcimento do dano moral com a indenização do dano material.
A Constituição Federal/88 acolheu o princípio de que o dano moral é indenizável. O artigo 1.º da Constituição
assegura certos direitos básicos, dentre eles, o direito à dignidade. Além disso, determina o artigo 5.º, incisos V e X,
da Constituição Federal que é assegurada a reparação do dano moral junto com o material quando ocorre ofensa à
honra, à imagem ou à intimidade.
O dano moral atinge também a honra objetiva, que se trata daquilo que outras pessoas pensam sobre o
indivíduo. Tanto é que as pessoas jurídicas podem pleitear o ressarcimento pelo dano moral. As pessoas jurídicas
têm honra objetiva (bom nome, conceito na sociedade).
Surge o problema de como calcular o dano moral. Hoje, fala-se em buscar o valor como forma de
compensação. Esta compensação tem duplo caráter, pois visa ao ressarcimento e à sanção, não deixando
de observar o princípio da reserva legal (não há pena sem prévia cominação legal), posto que se trata de
princípio aplicável a todo o ordenamento jurídico, e não apenas no Direito Penal.
No Brasil não é seguido o sistema do tarifamento para apuração do prejuízo sofrido em decorrência do dano
moral. Aqui, utiliza-se o sistema aberto, ou seja, arbitramento pelo juiz a cada caso (artigos 944 a 946 do Código
Civil).
O Código Brasileiro de Telecomunicações de 1962, que foi revogado pela Lei de Imprensa de 1967, trazia
alguns critérios para apuração do dano moral (situação econômica do ofendido e do ofensor etc.) Essas leis
estabelecem os valores mínimo e o máximo, que podem variar de 5 a 200 salários mínimos.
O Supremo Tribunal Federal diz que esse limite máximo estaria revogado tacitamente pela Constituição
Federal, que não estabeleceu limite, o que impede que haja interpretação restritiva.
Por esse motivo, a jurisprudência entende que devem ser levados em conta alguns critérios, como a situação
econômica do ofensor e do ofendido (“a dor do pobre vale menos que a dor do rico”).
Como falamos acima, o Novo Código Civil além de diferenciar já no artigo 186 o dano moral do dano
material, outorgou absoluta liberdade ao juiz para fixar o montante da indenização por danos morais, no mesmo
pensamento já adotado tanto pelo Supremo Tribunal Federal quanto pelo Superior Tribunal de Justiça. Além da
norma acima citada, temos o disposto no artigo 944: "A indenização mede-se pela extensão do dano. Parágrafo
único. Se houver excessiva desproporção entre a gravidade da culpa e o dano, poderá o juiz reduzir, eqüitativamente
a indenização".
24. Contratos
*Princípio do consensualismo
O contrato considera-se celebrado com o acordo de vontades. A compra e venda de bem móvel, por
exemplo, é um acordo de vontades, sendo a tradição apenas o meio de transferência da propriedade.
Há alguns contratos, no entanto, que exigem, para se aperfeiçoarem, além do acordo de vontades, a
tradição. São chamados contratos reais. Exemplos: mútuo (empréstimo de coisa fungível), comodato (empréstimo
de coisa infungível), depósito, doação de bens móveis de pequeno valor (também chamada doação manual).
* Princípio da relatividade
O contrato é celebrado entre pessoas determinadas, vinculando as partes contratantes. É possível, entretanto, a
alguém que não seja contratante exigir o cumprimento de um contrato. O princípio da relatividade ocorre nas
estipulações em favor de terceiro (exemplo: seguro de vida, em que o beneficiário é terceira pessoa).
A primeira atitude a ser tomada deve ser a revisão do contrato com a tentativa de se restaurar as
condições anteriores. Não sendo possível, rescinde-se o contrato.
*Princípio da boa-fé
Até prova em contrário (presunção iuris tantum), presume-se que todo contratante está de boa-fé.
*. Arras
Arras é o sinal depositado por um dos contratantes no momento em que o contrato é celebrado.
Tem natureza de contrato real, só se aperfeiçoa com a efetiva entrega do valor ao outro contratante.
As arras não se confundem com a cláusula penal, que tem natureza de multa.
Há dois tipos de arras: penitenciais e confirmatórias. O ponto em comum que existe entre as arras
penitenciais e as arras confirmatórias é a simultaneidade à celebração do contrato, devendo haver a efetiva entrega
da quantia.
As arras penitenciais aparecem se no contrato constar cláusula de arrependimento. Caso contrário, as arras
serão sempre confirmatórias.
a) Arras penitenciais
Previstas no artigo 420 do Código Civil, atuam como pena convencional quando as partes estipularem o
direito de arrependimento, prefixando as perdas e danos.
Se quem desistir do contrato for quem deu as arras, perdê-las-á; se quem desistir for aquele que as recebeu,
deverá devolvê-las em dobro.
Não gera direito de exigir perdas e danos, pois estas funcionam como prefixação daquelas. Não há
possibilidade de desistir das arras para pedir perdas e danos.
b) Arras confirmatórias
De acordo com o artigo 417 do Código Civil, as arras confirmatórias têm a função de confirmar o contrato e
torná-lo obrigatório.Não se confundem com prefixação de perdas e danos. Se houver rescisão do contrato, aquele
que deu causa responderá por perdas e danos, nos termos do artigo 396 do Código Civil.
Se quem inadimpliu o contrato foi quem recebeu as arras, cabe ao outro contratante pedir rescisão do
contrato mais perdas e danos e a devolução das arras. Se o inadimplemento for de quem deu as arras, o valor
das perdas e danos será abatido desse montante.
*. Gratuito e oneroso
Diferenciam-se no que diz respeito à vantagem patrimonial. Os contratos gratuitos trazem vantagens
econômicas e patrimoniais somente para um dos contratantes (exemplo: doação pura); os onerosos, para ambos
(exemplos: compra e venda; seguro de vida etc.).
Via de regra, o contrato bilateral é oneroso, e o unilateral, gratuito.
No Brasil só existe um contrato unilateral e gratuito: é o contrato de mútuo feneratício (empréstimo de
dinheiro a juros).
É contrato unilateral porque se aperfeiçoa com a entrega do numerário ao mutuário, não bastando o
acordo de vontades. Feita a entrega, o mutuante exime-se de sua obrigação, restando apenas deveres ao
mutuário.
Os contratos onerosos subdividem-se em:
• comutativos: aqueles de prestações certas e determinadas; no momento da celebração, as
partes já conhecem suas vantagens e desvantagens;
• aleatórios: aqueles que, no momento da celebração, as partes não conhecem as suas
vantagens e desvantagens. Há sempre um elemento de risco neles. Exemplo: compra e venda da
safra de arroz do ano seguinte.
* Paritários e de adesão
No contrato paritário as partes têm possibilidade de discutir, estabelecer cláusulas, modificá-las.
O contrato de adesão é o contrato redigido inteiramente por uma das partes; a outra apenas adere a ele.
O Código de Defesa do Consumidor (Lei n. 8.078/90) regulamenta e conceitua essa espécie de contrato no seu
artigo 54.
A interpretação dos contratos de adesão, quando de cláusulas obscuras, deve ser em favor do aderente.
Exemplos: contrato de cláusulas abusivas (artigo 51 do Código de Defesa do Consumidor):
• eleição de foro, só vale se não trouxer prejuízo ao aderente;
• cláusula que impõe a perda das parcelas pagas;
• cláusula de plano de saúde que restringe cobertura de doenças epidêmicas e AIDS.
24.8 EFEITOS DOS CONTRATOS
* Fundamento jurídico
Ensina o Prof. Carlos Roberto Gonçalves que “o fundamento da responsabilidade pelos vícios
redibitórios encontra-se no princípio de garantia, segundo o qual todo alienante deve assegurar ao
adquirente, a título oneroso, o uso da coisa por ele adquirida e para os fins a que é destinada. A ignorância
dos vícios pelo alienante não o exime da responsabilidade, salvo se esta foi expressamente excluída, de
comum acordo (CC, art. 443)”.
d) O vício deve tornar a coisa imprópria ao uso a que se destina, ou lhe reduzir o valor
Observações:
Quando ocorre erro, a ação cabível é a ação anulatória, que tem prazo prescricional de quatro anos, contados da
efetivação do negócio.
Não pode reclamar por vício redibitório quem adquirir a coisa em hasta pública, pois se trata de uma venda
forçada, sendo injusto permitir essa ação contra o expropriado do bem.
O Código Civil, sensível à necessidade de alterar prazos, estabeleceu no artigo 445 que o direito de obter a
redibição ou abatimento no preço decai no prazo de 30 dias se a coisa for móvel ou de um (1) de for imóvel. O
prazo é contado da entrega efetiva, e da alienação reduzido à metade se quando o negócio jurídico o comprador
já estava na posse do bem. Para o vício oculto o prazo só conta do momento em que ele se exterioriza,
estabelecendo-se um prazo máximo de 180 dias para exteriorizar nos bens móveis, e em um ano se foram
imóveis.
- Requisitos da evicção
a) Somente existe em contrato oneroso
Se ocorre em contrato gratuito, o adquirente não está sofrendo prejuízo.
b) Perda da propriedade, posse ou uso do bem
c) A causa da evicção deve ser anterior ao contrato
De acordo com o Prof. Carlos Roberto Gonçalves: “O alienante só responde pela perda decorrente de causa
já existente ao tempo da alienação”.
Exemplo: A é dono de um terreno. A celebra um contrato de compra e venda com B. Ocorre que C habitava
o terreno. C move ação de usucapião contra B. B tem ação de evicção contra A? Depende, se os requisitos do
usucapião tiverem sido preenchidos antes da venda, B terá ação contra evicção sofrida por causa de A. Se os
requisitos não estavam preenchidos na época da venda, B não tem direitos e deverá arcar com os prejuízos.
d) Sentença que atribua o bem a terceira pessoa
A apreensão administrativa também gera a evicção. Deve ser ato de autoridade judiciária ou administrativa.
e) Denunciação da lide (artigo 70, inciso I, do Código de Processo Civil)
Para grande parte da doutrina é a única hipótese em que a denunciação da lide é obrigatória.
Exemplo: C vende a B um imóvel, mas A acha que o imóvel é seu. Se A move uma ação reivindicatória
contra B e essa é julgada procedente, B sofrerá evicção. Para B resguardar-se da evicção, deve promover a
denunciação da lide de C. O denunciante é o comprador que corre risco de sofrer a evicção. O denunciado é o
vendedor. Se B não denuncia, perderá o direito ao ressarcimento dos prejuízos sofridos com a evicção.
A denunciação da lide é decorrente da evicção; portanto, deve ser obrigatória quando for possível; não o
sendo, os prejuízos da evicção são requeridos por meio de ação autônoma.
A pessoa que sofre a evicção tem direito de cobrar do vendedor os seguintes valores:
• restituição integral do preço pago;
• se o vendedor vendeu o bem de má-fé, o comprador pode requerer perdas e danos;
• custas e honorários; a pessoa que deu causa à evicção poderá ser condenada nos honorários da
denunciação da lide e a ressarcir o comprador dos honorários advocatícios que despendeu com a ação
principal; o comprador não sofrerá nenhum prejuízo.
instantânea
FORMA NORMAL DE EXTINÇÃO – execução diferida
continuada
absoluta
– nulidade
relativa
– Anteriores ou
contemporâneas expressa
ao contrato – condição
resolutiva tácita
– direito de arrependimento
FORMA
ANORMAL
DE – inadimplemento voluntário
EXTINÇÃO – Resolução inadimplemento involuntário
– onerosidade excessiva
– Supervenientes – bilateral
à formação – Resilição
do contrato – unilateral