Você está na página 1de 1

Os fatores que afetam a renda da empresa agrícola são classificados em dois grupos: os

controláveis ou internos e os incontroláveis ou externos. Dado a escassez de informações


sobre a influência que estes fatores exercem no desempenho econômico da empresa rural,
necessário se faz a geração de conhecimentos que procurem determinar a influência em
particular de cada um deles e a maneira de utilizá-los em conjunto. Para a utilização eficaz
destes fatores, é primordial que se desenvolvam mecanismos apropriados para seu
conhecimento e controle. Dado a existência de dois grupos diversos de fatores, pressupõe-se à
existência, também, de dois grupos diferentes de mecanismos. Um primeiro grupo aplicado aos
fatores externos, sobre os quais o agricultor individualmente exerce pouca influência, tendo,
portanto, que recorrer a associação de classe para faze-lo. Outro conjunto de mecanismos,
constituído de recursos administrativos, se faz necessário para, orientar a utilização dos fatores
internos, ou seja, daqueles sobre os quais os agricultores tem uma maior margem de
influência. Os fatores externos e as associações de classe, embora importantes, não serão
objetos deste estudo. O objetivo do presente trabalho é estudar os fatores internos que afetam
a renda do agricultor, bem como, a utilização de recursos administrativos, indicando suas
interrelações e suas influencias sobre. , o desempenho econômico da empresa rural. Para o
estudo destas interrelações, elaborou-se um parâmetro que leva em consideração a qualidade
e quantidade dos recursos administrativos utiliza - dos na empresa rural. Propõe-se, então, um
índice de administração rural, com a finalidade de verificar a contribuição do uso de recursos
administrativos no pro cesso produtivo. Visto a importante contribuição da cafeicultura no
processo de desenvolvimento econômico-social brasileiro, escolheu-se esta atividade como
objeto de estudo. O município de Nepomuceno, situado na Zona Sul do Estado de Minas
Gerais, foi selecionado como área de estudo, graças à destacada importância regional como
produtor de café e, dado à grande aceitação de novos plantios pelos cafeicultores locais. Os
dados foram coletados por entrevistas diretas com os empresários agrícolas da amostra que se
constituiu de 40 cafeicultores, representando 10% da população total de cafeicultores do
município estudado, que eram também mutuários do IBC no escritório de Lavras-MG. Os dados
levantados referiu-se ao ano agrícola de 75/76. As variáveis envolvidas no estudo foram: a)
Variáveis dependentes: Y1 - Renda líquida por hectare-preço real; Y2 - Renda liquida por
hectare-preço médio. b) Variáveis independentes: X1 - Tamanho ou volume dos negócios; X2 -
Rendimento da cultura; X3 - Intensidade de exploração; X4 - Eficiência da mão-de-obra; X5 -
Índice de administração rural. As variáveis independentes apresentam um melhor ajustamento
à renda liquida por hectare-preço médio, indicando assim que, os fatores internos estudados
explicam melhor a renda líquida das propriedades cafeeiras, quando se elimina do processo de
comercialização a flutuação de preços. Quando se subdivide a intensidade de exploração em
seus itens constituintes (Adubos, maquinas e equipamentos, defensivos, benfeitorias e
'trabalho) há uma maior explicabilidade da renda líquida por hectare, para ambos os conceitos.
As variáveis, rendimento da cultura e intensidade de exploração foram as que apresentaram as
maiores contribuições ao nível de explicabilidade da renda líquida por hectare. A variável
tamanho ou volume dos negócios apresentou contribuição significativa em alguns dos modelos
selecionados pelo programa STEPWISE. As variáveis eficiência da mão-de-obra e Índice de
administração rural não apresentaram contribuições significantes aos coeficientes de
determinação multipla dos modelos selecionados.

Você também pode gostar