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SUMÁRIO

1 INFRAESTRUTURA ...................................................................................................... 2

2 CONSTITUIÇÃO DA INFRAESTRUTURA ..................................................................... 3

3 PLATAFORMA RODOVIÁRIA E FERROVIÁRIA ........................................................... 4

3.1 - TERRAPLENAGEM ............................................................................................... 4

3.2 - TALUDE ................................................................................................................. 5

3.3 - DECLIVE, DECLIVIDADE OU RAMPA DE UM TALUDE ....................................... 5

3.4 - CORTE................................................................................................................... 5

3.5 - ATERRO ................................................................................................................ 7

3.6 - SEÇÃO MISTA ....................................................................................................... 8

3.7 - LINHA DE PASSAGEM .......................................................................................... 8

3.8 - FAIXA DE DOMÍNIO .............................................................................................. 9

3.9 - ESTRUTURAÇÃO VIÁRIA ..................................................................................... 9

4 TERRAPLANAGEM ..................................................................................................... 12

4.1 - ASPECTOS GERAIS ........................................................................................... 12

4.2 - SERVIÇOS PRELIMINARES ............................................................................... 22

4.3 - EQUIPAMENTOS UTILIZADOS NO TERRAPLENAGEM .................................... 26

4.4 - EXECUÇÃO DO TERRAPLENAGEM .................................................................. 43


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1 INFRAESTRUTURA

As informações contidas neste módulo relativas a infra-estrutura, representam um


mix das proposições preliminares, acrescidas das solicitações do grupo de
profissionais em treinamento. No escopo integral deste módulo, os objetivos foram
ampliados e em sua totalidade este módulo de treinamento envolve as seguintes
áreas relacionadas a infra-estrutura:

 ) Noções de mecânica dos solos;

 ) Tecnologia de concretos;

 ) Constituição da infra-estrutura ferroviária;

 ) Hidrologia e drenagem.

Na mecânica dos solos são relacionados os principais aspectos ligados à mecânica


dos solos necessários à compreensão de projetos e rotinas de controles geotécnicos
a serem observados na implantação da infra-estrutura.

Na tecnologia de concretos são relacionados os principais tópicos inerentes às


rotinas de controle tecnológico em obras de concreto.

Na constituição da infra-estrutura ferroviária são apresentadas as informações


acerca dos elementos constituintes da infra-estrutura destacando os procedimentos
executivos a serem observados no desenvolvimento de projetos e implantação dos
serviços.

Na hidrologia e drenagem são elencadas as principais informações relativas a


elaboração de estudos hidrológicos, bem como são apresentados os procedimentos
para dimensionamento e verificação hidráulica dos dispositivos de drenagem.
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2 CONSTITUIÇÃO DA INFRAESTRUTURA

As informações relativas à constituição da infra-estrutura apresentadas à seguir em


sua totalidade agrupam as seguintes informações:

 ) Plataforma Rodoviária e Ferroviária

 ) Execução da terraplenagem

 ) Drenagem e obras complementares

 ) Obras de arte especiais


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3 PLATAFORMA RODOVIÁRIA E FERROVIÁRIA

Para se compreender os vários componentes da plataforma torna-se impar destacas


alguns aspectos, dentre os quais destacam-se:

 ) Terraplenagem;

 ) Talude;

 ) Declive, declividade ou rampa de um talude;

 ) Corte;

 ) Aterro;

 ) Seção mista;

 ) Linha de passagem;

 ) Área de domínio;

 ) Estruturação viária.

3 .1 - TERRAPLENAGEM

No português de Portugal existe apenas o termo terraplanagem. Realmente,


terraplenar significa "encher com terra", mas no Brasil as duas expressões são
utilizadas com o mesmo significado: È a arte de mudar intencionalmente a
configuração de um terreno. É um serviço complexo e especializado, e de execução
agradável. Dentre os que a exercem, alguns prosperam extraordinariamente,
enquanto outros tem prejuízos. Embora não haja um fator único que estabeleça tal
diferença, o conhecimento e a aplicação dos princípios básicos de terraplanagem é
de importância capital .

Em terraplanagem, o ponto primordial não é a natureza do material, mas suas


propriedades físicas. O que interessa ao empreiteiro é saber o modo mais fácil e
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econômico de escavar, mover, carregar, transportar e dispor o material. Ao fiscal,


que a qualidade final do serviço atenda as especificações de projeto.

3 .2 - TALUDE

Talude é a superfície do terreno proveniente de um corte ou aterro.

É evidente que depois de uma terraplenagem os taludes obtidos não apresentem


acabamento esmerado, tal fato resulta em superfícies com geometria não
plenamente definida, entretanto convencionalmente atribuem-se nomes ás
superfícies que são correspondentes.

Assim um talude pode ser; plano, cilíndrico, cônico,helicoidal e outras superfícies


retigráficas sem nome especial.

3.3 - DECLIVE, DECLIVIDADE OU RAMPA DE UM TALUDE

Declividade de um talude refere-se a inclinação paramento de corte ou aterro, trata-


se da tangente trigonométrica da inclinação, ou seja, é a relação entre a diferença
de cotas de dois pontos do paramento e a projeção do segmento definido pelos
referidos pontos. Pode-se, também, exprimir o declive em porcentagem.

3.4 - CORTE

Quando a construção que se quer executar tem cota menor que a da superfície
natural do terreno, faz-se uma escavação que recebe o nome de corte.

Seja qual for a natureza da obra a ser executada, a seção do corte é em linhas
gerais, como representado no desenho à seguir:
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Seção em corte

Na plataforma resultante é que se assenta a obra desejada, por isso mesmo, para
cada tipo de obra ela requer tratamento próprio, não só no seu acabamento como
nas obras necessárias a sua proteção.

A sessão ilustrada anteriormente trata-se seção simples de corte. Seções onde há


parte em corte e parte em aterro chama-se seção mista.

Depois de desenhar uma seção em corte, obtém-se duas cristas de corte.


Observando se um segmento em corte em planta as linhas que interligam duas
cristas subseqüentes de um mesmo lado é denominada "linha de crista de corte"

Para a marcação de cada crista de corte no terreno, usa-se cravar uma estaca
chamada "offset", tendo-se como resultado uma linha chamada "linha dos offsets".

Os declives dos taludes são função da altura do corte e da natureza do material. Os


valores mais usados são:

 ) Com possibilidade de escorregamento ou desmoronamento (material mole) =


1/1.

 ) Sem possibilidade de escorregamento ou desmoronamento (material duro) =


2/3.

 ) Rocha = infinito (talude vertical).


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3.5 - ATERRO

Quando a construção que se quer executar tem cota maior que a superfície natural
do terreno, faz-se um enchimento que recebe o nome de aterro.

Seja qual for a natureza da obra a ser executada, um perfil de um aterro, em linhas
gerais é a apresentada a seguir:

Seção em Aterro

Na plataforma é que se assenta a obra desejada, por isso mesmo, para cada tipo de
obra ela requer tratamento próprio na efetivação do acabamento e nas obras
necessárias a sua proteção. A seção mostrada chama-se seção simples de aterro.

Depois de desenhar uma seção em aterro obtém-se dois pés de aterro. Observando-
se um segmento em aterro em planta as linhas que -interligam dois pés
subseqüentes de um mesmo lado é denominada "linha dos pés de aterro"

Para a marcação de cada pé de aterro usa-se cravar uma estaca chamada "offset",
tendo-se como resultado uma linha chamada "linha dos offsets".

Os declives dos taludes são função da altura do aterro e da natureza do material. Os


valores mais usados são:

1/4; 1/3; 1/2 e 3/2

Há trechos em aterros desprovidos da linha de pé de aterro. Isso acontece nos


trechos onde o aterro é escorado por um muro de sustentação.
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3.6 - SEÇÃO MISTA

As seções mostradas nas Figs. 1 e 2 são as chamadas simples, pois, numa delas só
há corte e na outra só aterro. A seção mista é constituída de parte em corte e parte
em aterro, como ilustra a figura à seguir;

Seção mista

O ponto da superfície natural do terreno de mesma cota que a plataforma chama-se


ponto de passagem. A plataforma da seção mista é limitada de um lado pelo pé de
corte e do outro pela crista do aterro.

3.7 - LINHA DE PASSAGEM

Em cada perfil de uma seção mista há sempre um ponto de passagem, que é o


ponto do terreno de cota igual a da plataforma. Admitindo-se várias sessões mistas
próximas, têm-se vários pontos de passagem próximos. O lugar geométrico desses
pontos chama-se "linha de passagem", que é, portanto, uma linha da plataforma
onde não houve corte nem aterro.

É importante se observar que uma linha de passagem não é obrigatoriamente uma


curva de nível. Somente nos casos de plataforma horizontal é que ela sempre se
identifica como curva de nível.
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3.8 - FAIXA DE DOMÍNIO

Área de domínio é área que circunda uma obra e pertence ao domínio da obra. Essa
área tanto pode ser prevista para proteção (da obra ou de quem dela se aproxima),
como para futura ampliação da mesma.

3.9 - ESTRUTURAÇÃO VIÁRIA

Estrutura viária é uma obra terrestre que se destina a circulação de veículos. De


acordo com a natureza do veiculo que pode trafegar na estrada é que ela é
classificada, tem-se a estrada de ferro (ferrovia as rodas dos veículos se apóiam em
trilhos) e a estrada de rodagem (rodovia as rodas dos veículos se apóiam
diretamente no solo que é convenientemente preparado para esse fim).

As obras terrestres que se destina, apenas, a circulação de pessoas ou animais são


chamadas caminho. É importante não confundir o citado caminho, com o chamado
caminho de serviço, que é uma via de comunicação provisória para atender a uma
determinada obra. Nesse caso tanto pode servir para pedestres como para veículos.

3.9.1 - CORPO ESTRADAL

Corpo estradal e a faixa de terreno limitada pelas "linhas das cristas dos cortes" ou
"linhas dos pés dos aterros".

3.9.2 - PLATAFORMA E LEITO ESTRADAL

Geometricamente plataforma e leito estradal são a mesma coisa, pois, ambos são a
mesma faixa de terreno limitada pelos pés dos cortes ou cristas dos aterros.
Entretanto plataforma da a idéia de estar concluída apenas a terraplenagem, e leito
estradal da a idéia de já estarem concluídas as obras que devem ser feitas na
plataforma para o fim desejado.
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Em estrada de rodagem, a parte da plataforma preparada para a circulação de


veículos é a "pista", enquanto em estradas de ferro, essa parte é o "lastro com os
trilhos".

Toda plataforma acabada deve ter pequenos caimentos para as extremidades, a fim
de permitir o escoamento das águas pluviais. Esse caimento varia em torno de 1 %
a 5%.

3.9.3 - E IX O

Em estrada de rodagem chama-se eixo a linha da pista de rolamento em relação a


qual essa pista é simétrica.

Em estrada de ferro, eixo é a linha da superfície dos dormentes em relação a qual os


trilhos são simétricos.

3.9.4 - DIRETRIZ

Diretriz de uma estrada é a projeção ortogonal em plano horizontal do eixo dessa


estrada.

3.9.5 - GREIDE

Greide de uma estrada é o perfil do seu eixo, complementado com a inscrição de


todos os elementos que o definem.

Greide é o aportuguesamento da palavra inglesa grade, ainda usada por alguns


autores.
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3.9.6 - FAIXA DE DOMÍNIO

Faixa de domínio de uma estrada é a faixa de terreno prefixada e pertencente ao


domínio da estrada, dentro da qual estão o corpo estrada!. A faixa de domínio está
prevista ou para a proteção da estrada ( bem como dos que dela se utilizam ) ou
para futuro alargamento da mesma.
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4 TERRAPLANAGEM

4.1 - ASPECTOS GERAIS

4.1.1 - INTRODUÇÃO

De forma genérica, a terraplanagem ou movimento de terras, pode ser entendida


como o conjunto de operações necessárias para remover a terra, dos locais em que
se encontra em excesso para aqueles em que há falta, tendo em vista um
determinado projeto a ser implantado.

Assim, a construção de uma estrada de rodagem, ferrovia ou aeroporto, a edificação


de uma fábrica ou de usina hidrelétrica, ou mesmo, de um conjunto residencial,
exigem a execução de serviços de terraplenagem prévios, regularizando o terreno
natural, em obediência ao projeto que se deseja implantar.

Por essa razão a terraplenagem teve o enorme desenvolvimento verificado neste


século.

4.1.2 - HISTÓRICO

Cabe notar, entretanto, que a realização de obras de terra em larga escala não é
privilégio desta época, pois, há muitos séculos elas vêm sendo executadas pelo
homem.

Na Antigüidade os egípcios e babilônios realizam feitos notáveis nesse campo,


como, por exemplo, os canais de irrigação ás margens dos rios Nilo e Eufrates.

A construção das pirâmides, embora a sua motivação não fosse econômica, mas
religiosa, não deixa de se constituir em magnífico exemplo de escavação e
transporte de milhares de metros cúbicos de rocha.
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Mais tarde, os romanos que, sem dúvida, foram os grandes engenheiros da


Antigüidade, realizaram grandes serviços de terra necessários á construção de suas
estradas e aqueduto.

Esses trabalhos eram executados manualmente ou com o auxilio de animais que


carregavam ou rebocavam instrumentos rudimentares.

Esse quadro não se modificou até meados do século passado, o instrumento


utilizado era, a chamada "pá de cavalo" (horse drawn scraper), constituída de uma
caçamba dotada de lâmina de corte, a qual, rebocada por tração animal, escavava e
transportava o material.

Com o advento da máquina a vapor, surgiram as primeiras tentativas de utilizá-la em


equipamentos de terraplenagem, a partir da segunda metade do século passado, já
existiam escavadeiras providas de "shovel", montadas em vagões e usadas na
construção ferroviária.

O desenvolvimento dos motores a combustão interna, ocasionando a redução do


seu tamanho físico, permitiu novas aplicações.

Em 1920, Holt e Best lançam o seu trator movido a gasolina, onde foi adaptada a
lâmina, resultando desta maneira na concepção dos modernos equipamentos de
terraplenagem.

Nas décadas de 20 e 30, um inovador, R. G. Le Tourneau, criou o primeiro scraper


rebocado por trator.

Em 1938 foi construído o primeiro "motoscraper", isto é, o scraper autopropelido e


que recebeu a denominação comercial de "tournapull".

A partir dessa data, observa-se o rápido desenvolvimento dos equipamentos de


terraplenagem, apresentando máquinas cada vez mais eficientes sob o aspecto
mecânico, tal fato resultou no aumento extraordinário de sua produtividade.
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4.1.3 - TERRAPLENAGEM MANUAL

Até o aparecimento dos equipamentos mecanizados e mesmo depois; a


movimentação das terras era feita pelo homem, utilizando ferramentas tradicionais:
pá e picareta para o corte, carroças ou vagonetas com tração animal para o
transporte.

Dado o seu pequeno rendimento, a terraplenagem manual dependia da mão-de-obra


abundante e barata, fator que o desenvolvimento tecnológico e social foi tornando
cada vez mais escasso e oneroso.

Para se ter uma idéia do número de operários necessários para a execução manual
do movimento de terra, estima-se que para obter a produção de 50m3/h de
escavação, empregar-se-iam, pelo menos 100 homens. Tal produção é obtida com
uma escavadeira operada apenas por um homem, o que demonstra claramente as
transformações ocasionadas pela mecanização.

Entretanto dispondo-se de mão-de-obra numerosa e prazos de execução


compatíveis a movimentação de grandes volumes terras são plenamente possíveis,
comparado-se com os atuais processos mecânicos. Rego Chaves, cm seu livro
Terraplenagem Mecanizada mostra o exemplo de ferrovias construídas nos Estados
Unidos, com milhões de metros cúbicos escavados e movidos em prazos
relativamente curtos, dispondo-se de mão-de-obra abundante e de baixo custo.

Com suficiente organização para resolver os sérios problemas de recrutamento,


administração, alojamento e subsistência dos trabalhadores, a terraplenagem
manual apresentava rendimento capaz de causar admiração, ainda nos dias atuais.

4.1.4 - TERRAPLENAGEM MECANIZADA

O aparecimento dos equipamentos mecanizados aliado ao custo de mão-de-obra


cada vez mais cara e escassa e a alta produtividade, tornou competitivo o preço do
movimento de terras, apesar do elevado custo de aquisição dessas máquinas

A mecanização caracteriza-se por:


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 ) Requerer grandes investimentos em equipamentos;

 ) Exigir servidos racionalmente planejados e executados

 ) Reduzir substancialmente a mão de obra empregada, mas exige profissional a


especializado e conseqüentemente melhor remunerado;

 ) Permitir a movimento de grandes volumes de terra em prazos curtos, graças á


eficiência de operação, sobretudo pela grande velocidade no transporte, o que
leva a preços unitários extremamente baixos, apesar do custo elevado do
equipamento. Para se ter uma idéia da influência do aumento da produtividade
no custo da terraplenagem, apesar da elevação substancial ocorrida no valor de
aquisição dos equipamentos, praticamente não houve acréscimo nos preços de
movimento de terra, nos Estados Unidos, no período de 1930 a 1960.

4.1.5 - OPERAÇÕES BÁSICAS DA TERRAPLENAGEM

Examinando-se a execução de quaisquer serviços de terraplenagem podem-se


distinguir quatro operações básicas que ocorrem em seqüência.

 ) Escavação

 ) Carga do material escavado

 ) Transporte

 ) Descarga e espalhamento.

Essas operações básicas podem ser executados por uma máquina ou por
equipamentos diversos. Exemplificando, um trator de esteira, provido de lâmina,
executa sozinho todas as operações acima indicadas, sendo que as três primeiras
com simultaneidade.

Um conjunto de trator com "scraper" as executa, também, sem auxilio de outro


equipamento, sendo que as duas primeiras são simultâneas e as duas últimas vêm
em seqüência.
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Já as máquinas escavo-carregadoras executam as duas operações iniciais em


seqüência e as duas últimas são feitas com equipamentos diferentes (caminhões,
etc.).

A escavação é o processo empregado para romper a compacidade do solo do seu


estado natural, através do emprego de ferramentas cortantes, tais como a faca da
lâmina ou os dentes da caçamba de uma carregadeira, desagregando-o, tornando
possível o seu manuseio.

A carga consiste no enchimento da caçamba, ou no acúmulo diante da lâmina, do


material que já sofreu o processo de desagregação, ou seja, que já foi escavado.

O transporte consiste na movimentação da terra do local em que escavada, para o


local em que será colocada em definitivo.

A descarga e o espalhamento constituem a execução do aterro propriamente dito.


Quando as especificações determinam a obtenção de certo grau de compactação no
aterro, haverá, ainda, a operação final de adensamento do solo até os índices
mínimos estabelecidos.

Haverá, igualmente, em certos casos, quando o solo a escavar é muito compacto, a


necessidade de tratamento prévio com a finalidade de romper a resistência oposta
ao desmonte pelo solo, como no caso da escarificação.

4.1.6 - CLASSIFICAÇÃO DOS SOLOS ESCAVADOS

Na verdade, a necessidade de se classificarem os materiais de escavação nas


citadas categorias provém do simples fato de que os mais resistentes, oferecendo
maior dificuldade ao desmonte, demandam o emprego de um número maior de
horas de equipamento ou obrigam ao seu uso de modo mais intensivo, gerando,
obviamente, maiores custos de escavação.

Em conseqüência dessa constatação, chega-se facilmente á conclusão de que às


diferentes categorias corresponderão a preços unitários de escavação bastante
diversos.
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Um trator provido de lâmina pode escavar com facilidade os materiais classificados


na primeira categoria, com produção normal, de modo que o preço unitário fixado
para essa categoria seja suficiente para cobrir os custos.

O mesmo trator poderá escavando materiais mais compactos, mas devido a maior
resistência ao corte, serão necessárias mais horas do equipamento, haverá maior
desgaste para obter o mesmo rendimento do caso anterior, ocasionando o aumento
do custo. Neste caso o material é pago como sendo de 2ª categoria.

Quando há necessidade de se adotar explosivos classifica-se o material como de 3ª


categoria.

Os preços de remuneração das três categorias variam na proporção aproximada de


1:2:6 compreende-se, tal fato ressalta a importância econômica da classificação.

É condição essencial ao classificador possuir farta experiência anterior, aliada ao


bom senso, para executar a tarefa, pois, de certa forma, o critério de classificação é
afetado por fatores que podem interferir na sua capacidade de julgamento.

Além disso, dada a grande variação das características das camadas de solos,
especialmente quando há a presença de alteração de rocha em vários estágios do
processo, torna-se muito difícil ás vezes, distinguir a transição das camadas, pois,
poderá ocorrer a mudança gradual da consistência do material, dificultando o
trabalho de classificação.

Evidentemente, as maiores dificuldades residem na transição da 1 para a 2


categoria, haja vista que a caracterização da rocha viva é bastante fácil.

O problema se acentua, quando num corte são encontradas as três categorias,


obrigando o classificador a estimar os volumes de cada uma delas, estabelecendo-
se porcentagens mais ou menos arbitrárias dos volumes a serem pagos.

Conclui-se, portanto, que muitas críticas fundamentadas podem ser feitas aos
critérios de classificação, no entanto, não tem havido melhoria na solução do
problema. A solução seria a eliminação do arbítrio ou critérios pessoais dos
classificadores.
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As sondagens de prospecção dos solos pode significar alguma ajuda ao


classificador, pois o número de golpes do amostrador está, sem dúvida, ligado á
consistência do material a ser futuramente escavado. Mas são desconhecidas
quaisquer tentativas de relacionar os resultados da amostragem do solo com as
citadas categorias de pagamento da terraplenagem.

Modernamente, empregam-se processos que permitem melhor grau de certeza na


determinação prévia da natureza das camadas do subsolo que serão atingidas
durante a escavação.

Há o processo do sismógrafo de refração que emite ondas sísmicas na superfície,


que atravessam as camadas de diferentes compacidades com velocidades diversas,
resultando ondas refletidas que permitem a determinação das espessuras e durezas
prováveis, comparando-as com velocidades de propagação conhecidas.

4.1.7 - EMPOLAMENTO DOS SOLOS

Um fenômeno característico dos solos, que tem importância na terraplenagem, é o


empolamento ou expansão volumétrica.

Quando se escava o terreno natural, a terra que se encontrava num certo estado de
compactação natural, proveniente do seu próprio processo de formação,

Após o desmonte, a terra assume, portanto, volume solto Vs maior do que aquele
em que se encontrava em seu estado natural Vn e conseqüentemente, com uma
massa específica solta ys correspondente ao material solto, obviamente menor do
que o peso específico natural yn.

Podemos assegurar que:

Vc * c = Vn * n = Vs * s
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4.1.8 - TALUDE

4.1.8.1 Elementos de um talude

As definições dos elementos de um talude decorrem do próprio desenho. O corpo do


talude assenta sobre a fundação - terreno natural - devendo a inclinação ser tal que
não provoque movimentos. Cada material que compõe o corpo de um talude tem
uma inclinação limite, além da qual não haverá estabilidade.

4.1.8.2 Tipos de movimento:

Os movimentos que podem ser provocados em um talude podem ser agrupados em


três tipos:

 ) Desmoronamento;

 ) Escorregamento;

 ) Rastejo.

DESMORONAMENTO

No escorregamento geralmente é ocasionada por infiltração da água, a parte


superior do talude separa-se rapidamente e desliza para o pé do talude.
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ESCORREGAMENTO

Quando a superfície de escorregamento se prolonga abaixo do pé do talude,


levantando inclusive o terreno adjacente, o escorregamento recebe o nome
particular de ruptura sueca, por ter sido esse tipo de escorregamento catalogado
pela primeira vez, na Suécia. Na ruptura sueca, parte da plataforma também é
movimentada para cima, fazendo com que, o volume depositado se apresente maior
que o volume escorregado no talude. Os serviços de reparo deve levar em conta o
material da plataforma que foi substituído por material do talude.

RUPTURA SUECA

Quando o terreno rasteja, muito lentamente e paralelamente à superfície, temos o


rastejo ou Creep. Nesta situação ';e comum observar que as ;arvores se inclinam na
direção do rastejo.

RASTEJO

4.1.9 - SEÇÃO TRANSVERSAL MUITO INCLINADA

Aterros construídos sobre seções muito exigem serviços preliminares de contenção,


cujos trabalhos ou obras variam conforme as inclinações encontradas:

- Quando a declividade transversal é: i < 15,0 % constrói-se aterro normalmente.


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i < 15,0 % - Solução Normal

Quando a declividade transversal está entre os limites 15< i < 25%, deve-se
aumentar a rugosidade da superfície de apoio, resolvendo-a com escarificador ou
enxada relativa.

5< i < 25% - Escarificacão

Quando 25< i <40% deve-se abrir degraus na superfície de apoio, com piso nunca
inferior a 1 metro de largura.

25< i <40% - Escalonamento

Quando i >40 % deve-se executar muros de arrimo, cortinas atirantadas, fogueiras


ou gabiões.
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4.2 - SERVIÇOS PRELIMINARES

A execução dos serviços de movimento de terras em estradas, barragens ou


plataformas industriais, exige sempre a realização de uma série de trabalhos
preliminares indispensáveis, a utilização posterior dos equipamentos pesados.

4.2.1 - INSTALAÇÃO DE CANTEIROS DE SERVIÇOS

A primeira providência a ser tomada pelo executor dos trabalhos será a instalação
do canteiro de obras. É evidente que, em função da dimensão da obra, maior ou
menor proximidade aos centros urbanos, tempo de execução, facilidades locais, etc.,
a construção do canteiro terá características bastante diversas quanto ás instalações
a serem erguidas, tais como alojamento para o pessoal; escritórios, Almoxarifados,
oficinas, facilidades de energia elétrica ou de água potável.

Quanto á localização, como regra geral, deve-se escolher um ponto, tanto quanto
possível, próximo do centro de gravidade dos serviços, de fácil acesso e com
facilidade de água potável e energia elétrica, se possível.

4.2.2 - TRANSPORTE DOS EQUIPAMENTOS

Em seguida, a preocupação maior consistirá no envio dos equipamentos ao local da


obra. As máquinas de esteira e outras de grandes dimensões devem ser
transportadas por carretas especiais. As unidades de pneus, desde que
devidamente autorizadas pelos órgãos rodoviários, podem trafegar nas estradas,
tomados certos cuidados especiais de sinalização e outras precauções para se
evitarem os acidentes.

Convém lembrar que as despesas com o transporte das máquinas é um item do


orçamento que não pode ser omitido, pois, quando grandes distâncias devem ser
percorridas, esse custo pode ser elevado e deve ser debitado à obra que se inicia.
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4.2.3 - CONSTRUÇÃO DE ESTRADAS DE SERVIÇO

Para permitir o acesso fácil a todos os pontos do trecho a ser implantado, dando
condições para que os equipamentos pesados atinjam as frentes de serviços somos
obrigados a providenciar a abertura de estradas de serviço provisórias.

Em geral, são obras de baixo custo, com movimento de terra mínimo, abrangendo a
largura de 4 ou 5 metros de plataforma. Procura-se, apenas., melhorar o "greide",
eliminando ou suavizando as rampas de inclinação mais fortes.

Nas baixadas, para se evitarem Os solos de má qualidade ou para afastar o perigo


de inundações é necessária a execução de pequenos aterros, com os respectivos
bueiros de drenagem.

Para essa tarefa os tratores de esteira com lâmina angulável são os mais indicados,
pois, na maioria dos casos procura-se um traçado a meia encosta, com seção mista
de corte e aterro.

4.2.4 - CONSOLIDAÇÃO DOS TERRENOS DE FUNDAÇÃO DOS ATERROS

Um trabalho preparatório de grande importância é a consolidação dos terrenos de


fundação dos aterros quando se apresentam com pouca consistência e pequena
capacidade de suporte, permitindo, se carregados com o peso próprio do aterro,
recalques exagerados e, eventualmente, escorregamento lateral, ocasionando o
afundamento do mesmo.

Existem várias técnicas que consistem, em última análise, no apressamento do


processo de adensamento do solo, aumentando a sua capacidade de suporte,
garantindo a estabilidade do aterro e a ocorrência de recalques aceitáveis.
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4.2.5 - LIMPEZA DA FAIXA, DESMATAMENTO E DESTOCAMENTO

Após a locação do eixo, o empreiteiro deve proceder á operação de limpeza da faixa


com a remoção, nas áreas destinadas à implantação da estrada, das obstruções
naturais ou artificiais existentes, tais como toda a vegetação, tocos e raízes,
entulhos, matacões e outros obstáculos porventura encontrados.

O desmatamento compreende o corte e a rem0910 de toda a vegetação, qualquer


que seja a sua densidade.

O destocamento consiste na retirada de tocos e raízes, operação que pode ser difícil
e demorada quando as raízes são profundas ou se agarram em matacões.

A limpeza da faixa compreende, ainda, a remoção da camada de terra vegetal (solo


orgânico) que possui húmus, detritos vegetais e raízes que a tornam inaproveitável
nos aterros, pela sua elasticidade e compressibilidade.

Para vegetação comum, com árvores de diâmetro até 15 cm, o trator de lâmina de
grande porte se revela o equipamento mais indicado para os serviços de
desmatamento.

Entretanto, a sua produção só pode ser estimada aproximadamente, devida á


variação das características da vegetação. Em média, admite-se que um trator D8
consiga o desmatamento de 0,1 ha por hora, ou menos, á medida que o diâmetro e
o número das árvores aumentam.

As árvores de tamanho médio (15 a 30 cm de diâmetro), demandam de 3 a 9


minutos para a derrubada, e as de grande porte (30 a 75 cm) de 5 a 20 mm.

Para as árvores de médio porte, a melhor maneira de derrubá-las é através do


levantamento da lâmina, elevando o ponto de aplicação ao do empuxo e,
conseqüentemente, o momento de tombamento.

Para as árvores de grande porte convém aumentar ainda mais a altura do ponto de
aplicação, mediante a feitura de uma rampa de terra por onde sobe o trator,
retirando-se a terra do lado oposto.
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Derrubada de árvore de grande porte

Para a realização de desmatamento em larga escala há equipamentos especiais


para a derrubada de árvores, remoção de raízes profundas ou de vegetação
rasteira:

 ) Ancinho - clearing-dozer: é a lâmina especial para o desmatamento que possui


dentes salientes para os serviços de limpeza, retirando a vegetação rasteira,
derrubando arbustos, removendo pedras, raízes e tocos, mas deixando a terra
passar através dos dentes.

 ) Destocador - stumper: é um implemento montado á frente do trator, bastante


robusto e que se destina ao arrancamento de raízes e ao deslocamento de tocos,
pois, o empuxo do trator se concentra em pequena área, permitindo esses
trabalhos pesados.

 ) "Bush-cutter": é uma lâmina em forma de V aberto, com a parte inferior


perfurada. Ao escavar, a terra passa pelos furos, mas as raízes, galhos, blocos
de pedra são retidos e empurrados por ela.
26

IMPLEMENTOS PARA LIMPEZA

Ancinho

(brushrake)

4.3 - EQUIPAMENTOS UTILIZADOS NA TERRAPLENAGEM

4.3.1 - TRATOR DE ESTEIRA COM LÂMINA

O trator de esteiras com lâmina é, sem dúvida, o equipamento mais versátil utilizado
na terraplenagem, em todas as suas fases, desde o início até o seu término.
27

É o "bom-bril" da terraplanagem, com mil e uma utilidades. Sem exagero, podemos


considerar a invenção do trator de esteiras (1904) como o marco de início da
terraplanagem moderna. É a máquina mais usada, e praticamente obrigatória em
qualquer trabalho de movimentação de terra. Tracionando ou empurrando, o bull-
dozer tem enorme utilização em obras de grande, médio ou pequeno porte.

Posições básicas da Lâmina:

quanto à inclinação horizontal:

posição reta angle-dozer


quanto à inclinação vertical:

plana (horizontal)
tilt-dozer
28

4.3.1.1 Corte em meia encosta

Uma das aplicações mais freqüentes do trator de lâmina consiste na escavação em


seção mista, na qual há simultaneamente, corte e aterro.

Neste caso é indispensável a utilização de um trator com lâmina angulável (angle-


dozer), pois, à medida que a máquina se desloca, efetua o transporte lateral da
terra, retirando da seção em corte para a seção em aterro e conseguindo-se a
compensação lateral.

em terreno pouco inclinado


em terreno muito inclinado
Corte em meia encosta

4.3.1.2 Escavação e transporte a curta distância

Sempre que a distância entre os centros de gravidade de corte e aterro seja


pequena ( inferior a 50 m ), a execução da terraplenagem de pequenos volumes
deve ser feita com trator de esteiras com lâmina, pois conduz a preços unitários
bastante baixos, se comparados com os outros equipamentos.

Nesse caso, o trator de lâmina executa as quatro operações do terraplenagem, pois


escava, transporta e espalha o material, através. de sucessivas passadas da lâmina.
Á medida que o material se acumula diante dela, aumenta as resistências opostas
ao movimento, até que o operador perceba a falta de torque do motor, pela
diminuição gradativa da velocidade. Nessa situação, deve-se levantar a lâmina em
relação ao chão, deixando que parte da terra se escoe por baixo, diminuindo
novamente as resistências e ganhando velocidade.
29

4.3.1.3 Preparo dos cortes e aterros

Antes da entrada dos equipamentos de pneus, devemos preparar um caminho inicial


para permitir a sua passagem, incluindo-se as praças de manobra no corte e no
aterro.

Quando a inclinação natural do terreno é muito grande no sentido do eixo da


estrada, inicia-se a escavação no corte, próxima a linha de passagem, e empurra-se
a terra para o trecho em aterro, atenuando-se a rampa de modo a permitir o tráfego
das unidades de pneus com maior segurança na descida e com menor resistência
ao movimento no retorno.

Além disso, na própria seção transversal em corte, quando a inclinação lateral do


terreno é muito forte, é obrigatória a correção dessa rampa, para ser possível ao
"motoscraper" iniciar a escavação numa plataforma tanto quanto possível horizontal,
junto a ponto de "off-set", ou seja, na crista do corte.

Preparo de cortes

Esses serviços de preparo ou emboque do corte são inicialmente feitos normalmente


com trator de lâmina, para em seguida o equipamento de pneus prosseguirem na
escavação.
30

4.3.1.4 Espalhamento de terra na ponta de aterro

A terra transportada para o aterro por "motoscraper", caminhões ou vagões devem


ser espalhada em camadas de espessura uniforme para permitir a compactação
com os equipamentos especiais. Esse trabalho é feito por tratores de lâmina, porque
os volumes de terra são pequenos e empurrados a pequenas distâncias.

Em geral, são empregados tratores de esteira de pequeno porte para tal serviço,
fazendo-se o espalhamento no trajeto de ida e a regularização no retorno, com a
lâmina abaixada.

4.3.1.5 Escarificação

Os tratores de esteiras de grande porte são muitas vezes providos de


escarificadores na parte posterior, comandados por cilindros hidráulicos e que são
utilizados na escarificação de terrenos muito compactos, quebrando-Ihes a
resistência ao corte, para, em seguida, ser possível a sua remoção com lâmina ou
"motoscraper".

Materiais duros, classificados como de 2a categoria, podem sofrer desmonte com


escarificadores reforçados e evitando-se dessa forma o emprego de explosivos.

4.3.1.6 Emprego de pusher

Os tratores de esteiras com lâmina comum, ou com lâmina especial, soa


empregados na operação de empurrar os "motoscraper" no trajeto de carga.

Já vimos que as unidades com transmissão tipo "Power-Shiftt", com conversor de


torque, são as mais indicadas para tal trabalho, pois, tratando-se de máquinas
acopladas, submetidas a esforços e impactos que variam de intensidade, convém
que ambas operem de forma conjugada, variando a velocidade para que o esforço
trator se adapte perfeitamente á intensidade das resistências opostas ao movimento,
sem a ocorrência de choques bruscos que poderiam danificar ou desgastar
prematuramente as peças da transmissão.
31

Além disso, deve haver a adequação entre o tamanho do "pusher" com a


capacidade do "motoscraper", para permitir a carga total dentro do tempo normal
previsto pelo fabricante.

4.3.1.7 UNIDADES ESCAVO - TRANSPORTADORAS

As unidades escavo - transportadoras são largamente usadas na execução da


terraplenagem numa larga faixa de distancias médias e longas, pois todos os
trabalhos que não podem ser executados com lâmina, ou com carregadeiras e
caminhões, estio em seu campo de ação.
32

Motoscraper

Quando usadas racionalmente, as unidades escavo - transportadoras são máquinas


de alta produtividade que conduzem a custos bastante baixos, se comparados com
os de outros equipamentos.

4.3.2 - UNIDADES ESCAVO-CARREGADORAS

4.3.2.1 Escavadeira com caçamba "shovel"


33

Utilizadas para corte acima do nível da máquina. Se o terreno tem baixa capacidade
de suporte, apoiá-la sobre estivas (plataformas de madeira). Trabalham qualquer
tipo de material, exceto rocha , aceitando até rocha fragmentada, mas tem grande
produção com material de primeira categoria. A caçamba deve ser cheia com um
movimento único, sem aprofundar demais.

As alturas dos cortes são fixadas pela altura ótima de corte definida em função de se
obter melhor carga da caçamba e, por conseguinte, maior produção.

Para se evitarem as perdas de tempo para posicionamento das unidades


transportadoras, costuma-se utilizar uma escavadeira que trabalha com duas
unidades, carregando uma delas, enquanto a outra se posiciona e vice-versa.

4.3.2.2 Escavadeiras com Caçamba "drag-line" ou de arrasto

A escavadeira com "drag-line" é utilizada na escavação de terrenos pouco


consistentes e situada abaixo do nível em que se encontra a máquina.

Os principais usos desse equipamento são:


34

a) Remoção de solos moles, com excesso de umidade e com presença de matéria

orgânica. Apresentando tais características, esses solos demonstram baixa


capacidade de suporte à ação de cargas e impede o tráfego de qualquer
equipamento, inclusive o trator de esteiras. Assim, só podem ser retirados com
auxilio de uma escavadeira com "drag-line" que pode escavar á distancia e até a
profundidade de alguns metros.

Embora as escavadeiras possuam esteiras com sapatas bastante largas,


conduzindo a pressões mínimas sobre o solo, quando a capacidade suporte é muito
baixa, somos obrigados a executar a "estiva", ou seja, a colocação de madeira roliça
na forma de um estrado e com o objetivo de aumentar a área de distribuição da
carga.

b) Abertura de valas de grandes dimensões e desde que não haja escoramento,


usando-se os taludes com o caimento conveniente.

c) Abertura de canais de drenagem, corta rios, limpeza de cursos d'água, etc.


Nesse caso, a caçamba "drag-line" permite a escavação, ainda que abaixo do nível
do lençol freático, ou seja, faz-se a remoção de solos submersos. Nessa hipótese,
convém utilizar a caçamba perfurada com uma série de aberturas que permitem,
durante a carga, a separação da água, que escoa rapidamente.
35

4.3.2.3 Escavadeiras com Caçamba "clam-shell" ou de mandíbulas

Basicamente, as escavadeiras com "Clam-shell” se destinam ás mesmas tarefas


indicadas no item anterior para o "drag-line" Todavia, duas características próprias
deste implemento modificam a sua utilização em relação aquele equipamento. Em
primeiro lugar é o alcance ou raio de ação bastante reduzido em relação ao "drag-
line", o que limita o seu emprego. Em segundo lugar, não existindo o arrasto da
caçamba, mas apenas a sua elevação na direção vertical; isso permite o seu
emprego na escavação e remoção de terra dentro de valsa e poços reduzindo
necessidade de escoramento.

4.3.2.4 Carregadeiras de esteira

Pá carregadeira de esteira
36

As carregadeiras de esteiras tem se revelado como os equipamentos mais versáteis


no terraplenagem, graças às características mecânicas introduzidas pelos
fabricantes, permitindo a sua utilização nas tarefas mais diversas.

o emprego mais comum das carregadeiras consiste na escavação de cortes e


aterros em que a distância de transporte seja longa, exigindo o emprego de
unidades transportadoras.

Além da destinação acima geralmente sua aplicação estende-se a muitas outras


tarefas como abertura de valas rasas, espalhamento de terra, remoção de matacões
de rocha, retiradas de raízes e terra vegetal, transporte de materiais a curta
distancia, carregamento de rocha fraturada, etc.

4.3.2.5 Carregadeiras de pneus

O carregadeiro de pneus, devido á falta de tração e á baixa flutuação, só pode ser


usada, ao contrário dos carregadeiras de esteiras, em terrenos firmes, com pouca
umidade, limitando sua aplicação ao corte e carga de materiais de fácil
desagregação como areias, pedregulhos e cascalhos, pedra britada e rocha
fraturada.

Entretanto, como já foi anteriormente registrado, graças á sua velocidade de


deslocamento e á facilidade de manobras com a direção articulada, é um
equipamento extraordinariamente útil na carga de materiais, quando o fator rapidez
esteja envolvido.

Pá carregadeira de pneus
37

4.3.2.6 Unidades de transportes

São vários tipos:

) - Caminhões: comuns basculantes - dumpers

) - Reboques transportadores

) - Vagonetas

) - Trailer (carreta)

As unidades de transporte mais utilizadas são os caminhões basculantes A


descarga pode ser lateral ou traseira, mediante a ação de braços de levantamento
de comando hidráulico.

Os caminhões comuns só são empregados em caso de falta de equipamentos ou


em pequenos serviços, sendo a unidade de transporte utilizada para materiais de
construção como: cal, areia, brita, cimento, ferro, etc.

Caminhão basculante

Os dumpers são mais robustos e de maior capacidade que as basculantes comuns.

As carretas são utilizadas para o transporte de máquinas de terraplenagem materiais


de construção ensacados. São rebocadas por cavalos mecânicos ou por tratores de
pneus
38

Carretas

4.3.2.7 Motoniveladoras

É a máquina mais versátil das que se empregam em obras viárias. São usadas na
construção, melhoramentos, pavimentação e conservação de plataformas
terraplenadas. Não devem ser usadas para escavações pesadas.

Na terraplenagem, são empregadas como unidades auxiliares na manutenção de


pistas ou caminhos de serviço percorridas pelas unidades de transporte, scrapers ou
motoscrapers no acabamento de superfícies e no taludamento de cortes.

As motoniveladoras compõem-se de uma concha de aço provida de lâmina,


montada sob a estrutura da máquina, entre os eixos. Os movimentos da roda
dentada regulam os movimentos dessa concha.

As diversas posições da lâmina permitem uma grande variedade de serviço tais


como raspagem, espalhamento e taludamento.
39

4.3.2.8 Escarificadores

São conhecidos por "rooter" e são utilizados para auxiliar o desmatamento,


arrancando as raízes de árvores, e para desagregar ou descompactar terrenos
duros, a fim de facilitar o trabalho dos dozes e motoscrapers.

Em geral, são tracionados por trator e constam de uma plataforma pesada com
rodas metálicas maciças, providas na parte inferior e traseira de dentes robustos
Regulando-se a altura do eixo das rodas, pode-se escarificar á profundidade
desejada, aumentando ou diminuindo a penetração dos dentes no solo.

Escarificador

Os escarificadores podem ser acoplados a tratores, principalmente para a


Escarificação de material de 2a à categoria, facilitando o trabalho das máquinas.
40

4.3.2.8.1 - Compactadores

A função dos compactadores e dos compressores é permitir a obtenção do grau de


compactação ou compressão prevista para os serviços. Assim, temos
compactadores que produzem energia para a compactação de solos e misturas
estabilizadas e compressores que agem principalmente sobre camadas de agregado
solto ou sobre misturas betuminosas.

Os compactadores com rodas metálicas: são mais usados em pavimentação, na


compactação da capa de rolamento

Os rolo de 3 rodas são utilizados principalmente para compressão de camadas de


agregado graúdo, como temos nas bases de macadame hidráulico e macadame
betuminoso

Rolo compactador com 03 rodas

Os rolos pés de carneiro são indicados para materiais com coesão. Não devem ser
utilizados em areia. São rebocados por tratores de pneus ou esteiras, conforme a
necessidade. Para aumentar o peso, o tambor pode ser cheio de água ou areia.
41

Rolo pé de carneiro

Compactam, em média, camadas de 20 cm de espessura. Inicialmente, aparecem


pela ação das patas sulcos profundos e, posteriormente, essa profundidade vai
diminuindo com as passadas sucessivas. Em média, considera-se a compactação
com o rolo terminada, quando o sulco tem de 2 a 1 cm de profundidade.

Em cada passada, o rolo deve cobrir pelo menos metade da passada anterior.

A medida que o rolo vai passando, a camada imediatamente abaixo das patas vai
adquirindo condições de suporte, o que vai elevando o rolo, diminuindo a
profundidade dos sulcos. A partir de determinado ponto, a passagem do rolo não
afeta mais a compactação.

Os rolos de grelha são uma variante de pé de carneiro, em que as patas são


substituídas por chapas. São empregados em terrenos arenosos, onde os pés de
carneiro não são eficientes.

Rolo de grelha
42

Os rolos com rodas pneumáticas podem ser utilizados para a compactação de


qualquer tipo de solo. No acabamento, utiliza-se o rolo pneumático de rodas
múltiplas bamboleantes. As rodas executam movimento de bamboleio São mais
utilizadas no acabamento de base em pavimentação.

Rolo pneumático bamboleante

Os rolos vibratórios constam de motor com excêntrico que produz vibração num
cilindro metálico. A vantagem obtida é a maior ação de profundidade da
compactação. São utilizados também na compactação da base de pavimentos,
inclusive de macadame.

4.3.2.8.2 - Irrigadeiras

Constam de um chassis de caminhão, sobre o qual se monta um tanque de água,


com motor bomba, utilizado no enchimento e na irrigação com pressão. A água sai
por um cilindro perfurado.
43

Irrigadora

4.4 - EXECUÇÃO DO TERRAPLENAGEM

4.4.1 - EXECUÇÃO DE CORTES

4.4.1.1 Locação topográfica dos cortes

Para a execução dos cortes, a primeira providência será a locação topográfica que
irá delimitar, de maneira precisa, a área que vai ser trabalhada pelas máquinas.

Antecedendo o início dos serviços é necessário ter-se o eixo locado com estacas de
20 em 20 m, bem como a marcação dos pontos notáveis das curvas.

Ao executor da obra cabe a marcação dos pontos extremos da seção transversal


dos cortes (ou dos aterros) chamados de pontos de "off-set".

Estes pontos são de importância capital para a boa execução dos trabalhos, pois,
caso haja erros de locação, ocorrerá o alargamento ou a diminuição da boca do
corte. Daí provém a formação de superfícies côncavas ou convexas no talude, em
lugar da superfície plana e inclinada, com graves prejuízos, quer no aspecto
estético, quer no que diz respeito á modificação dos volumes e dimensões previstas
no projeto.

Para a locação desses pontos precisamos conhecer os seguintes elementos do


projeto, a saber:
44

 ) Nota de serviço, ou seja, a indicação, de estaca em estaca, das alturas de corte


(ou de aterro), ou seja, a cota vermelha;

 ) Largura da plataforma;

 ) Ângulo de talude de corte (ou aterro) adotado.

Xe = (H + L) / (tg a - tg i) Xd = (H + L) / (tg a + tg i)

Para o controle topográfico da execução dos cortes, as cotas dos off-sets são:

He = (Xe – L) tg a e Hd = ( Xd – L ) tg a
45

4.4.1.2 Controle topográfico da execução dos cortes

Na realidade, as estacas dos "off.set" não são colocadas na posição exata, mas
ficam afastadas de 5,00 metros para cada lado para maior segurança, pois as
máquinas começam a escavação exatamente nesses pontos e os piquetes podem
desaparecer na primeira passada dos equipamentos.

Nos pontos de off-set são colocados piquetes com a indicação da altura de corte
nesses pontos (He e hd), e através dessas marcações é que se fará o controle da
altura de escavação, pois a estaca do eixo, com a indicação da cota vermelha,
desaparece logo no início dos trabalhos e não poderá ser restaurada, a não ser
quando se atinja a profundidade de corte desejada.

Dessa forma, a escavação deve prosseguir até as imediações das alturas He e Hd,
quando os trabalhos serão paralisados Faz-se nova locação do eixo, na plataforma
inacabada do fundo do corte, a partir dos referidos pontos de "off-set". Em seguida,
procede-se ao nivelamento do terreno no eixo relocado, calculando-se as pequenas
alturas de corte (ou eventualmente de aterro) e elabora-se nova nota de serviço para
o acabamento da plataforma.

Esse acerto final da plataforma é em geral feito com a lâmina da motoniveladora,


pois se trata de serviço de raspagem, ou seja, corte de pequena altura e de precisão
na medida.

Feito esse trabalho de acabamento, teremos a plataforma perfeitamente conformada


ao greide do projeto. As Especificações Gerais de Terraplenagem geralmente fixam
a variação máxima das alturas de corte no eixo e nos off-set em mais ou menos 0,10
m.

É necessário, também, acompanhar-se a execução do corte, a fim de que seja


obedecido o ângulo de talude (a) estabelecido no projeto, de maneira que sejam
respeitadas a dimensões fixadas na seção transversal, especialmente a largura da
plataforma.
46

Quando não existe tal controle, são muito comuns os operadores das máquinas não
executarem o corte do talude conforme o ângulo de projeto, de modo que a largura
da plataforma poderá se estreitar ou superar a dimensão correta, com a alteração
involuntária do referido ângulo.

Sendo a o ângulo de talude do corte, podem ocorrer duas hipóteses:

 ) O ângulo de talude executado a' > a;

 ) O ângulo de talude executado a" < a

No primeiro caso a largura da plataforma será 2 L' > 2 L e no segundo 2 L" < 2 L

As Especificações Gerais de Terraplenagem, anteriormente citadas, permitem a


variação máxima de largura de +0,20 m para cada semiplataforma (L), não se
admitindo variação para menos.

4.4.1.3 Processos práticos de controle do ângulo de talude

O encarregado de campo dos serviços de terraplenagem dispõe de processo prático


para exercer esse controle.

Constrói-se um gabarito triangular com sarrafos de madeira, cujos catetos


obedeçam á mesma relação do ângulo de talude, ou seja, no caso mais comum 3:2,
ficando os respectivos catetos com as dimensões de 1,5 e 1,0 m.
47

Gabarito de madeira

Aplica-se o triângulo com a hipotenusa sobre a superfície do talude e coloca-se um


nível de bolha sobre o cateto superior. Quando a bolha estiver centrada, a
hipotenusa deve se assentar perfeitamente sobre o talude.

Essas verificações devem ser feitas a cada 3,00 m de escavação, pois a lâmina da
motoniveladora só alcança, em média, até essa altura, para executar as correções
que se fizerem necessária.

Convém lembrar que a correção dos defeitos decorrentes da alteração do ângulo de


talude é muito difícil de ser feito Quando ocorrer algum erro, para se recompor o
talude em conformidade com o projeto, pode-se tentar a utilização de uma
escavadeira com "drag-line" para efetuar a remoção da terra que, porventura, tenha
ficado em excesso, mas isso implica num trabalho difícil e bastante oneroso. Assim,
será sempre preferível exercer-se o controle do ângulo de talude com bastante
cuidado, durante a execução, a fim de se evitarem os problemas já mencionados.

Acerto de talude
48

4.4.1.4 Escavação e transporte

De uma forma geral, o equipamento utilizado, em função da distância de transporte,


é o seguinte.

Utilização de equipamentos

Distância de Transporte Equipamento


Até 100 m Trator de Esteira
De 100 a 300m 02 motoscrapers
De 300 a 600m 03 motoscrapers
De 600 a 900m 04 motoscrapers
De 900 a 1.200m 05 motoscrapers
De 2.000 a 4.000, Motoscrapers X Escavadoras
Maior que 4.000m Escavadora + Unidade de transporte

O corte é um segmento da rodovia, cuja implantação requer escavação do material


constituinte do terreno natural, ao longo do eixo e no interior dos limites das seções
do projeto, que definem o corpo estradal.

Normalmente, os materiais escavados no corte são transportados para o aterro pelo


equipamento mais adequado, ou seja, o trator de lâmina, "motoscraper", "scraper"
rebocado ou, ainda, carregadeira e caminhões.

Todavia, os materiais julgados tecnicamente inadequados para a constituição do


aterro serão levados a um depósito ou "bota-fora".

Entretanto, sempre que forem constatados solos de boa qualidade para uso nas
camadas de reforço, será feito o armazenamento desse material para seu uso
posterior.

Quando não há compensação entre os volumes de corte e aterro, havendo excesso


do primeiro, as massas que ira-o sobrar serão também colocadas em "bota-fora".

De preferência, os "bota-foras" devem ser feitos ao lado dos atemos, alargando-se a


plataforma (para maior segurança do tráfego) ou alterando-se os caimentos das
saias dos aterros, diminuindo-Ihes a declividade. Para o melhor entrosamento das
massas de terra, é preferível que essa operação seja feita concomitantemente com
a do aterro.
49

Já foi ressaltada a importância da inclinação dos taludes que deverão obedecer


rigorosamente ao projeto.

O acabamento dos taludes deverá apresentar a superfície obtida pela utilização


normal do equipamento de escavação.

Quando os taludes forem revestidos com grama, convém que a superfície apresente
pequenas irregularidades para melhor aderência das placas de grama.

Às vezes, as especificações impõem o acabamento dos taludes, a ser efetuado com


a lâmina da motoniveladora, para que se apresente totalmente desempenado.

4.4.1.5 Empréstimos

Quando o volume de terra existente nos cortes é insuficiente para o preenchimento


total dos aterros, haverá necessidade de se recorrer aos empréstimos, desde que
sejam constituídos de materiais de qualidade aceitável.

Em princípio, devem ser situados em contigüidade aos cortes já projetados,


resultando por essa razão em alargamento destes e devendo atingir a cota do
greide.

Nos trechos em curva, sempre que possível, devem se colocar no lado interno, para
melhoria da visibilidade.

Quando, por quaisquer razões, for desaconselhável o empréstimo com alargamento


dos cortes, podem ser abertas caixas de empréstimo dentro da faixa de domínio ou
mesmo fora dela, desde que devidamente autorizadas pelos proprietários lindeiros á
estrada, observando os aspectos ambientais para exploração e recuperação da área
após a utilização.
50

4.4.2 - EXECUÇÃO DOS ATERROS

4.4.2.1 Locação topográfica dos aterros

Analogamente ao que foi dito para os cortes, a providência executiva inicia a


marcação dos pontos de "off -set" dos aterros.

No caso de terrenos com declividade constante, isto é, nos quais pode definido o
ângulo ( i ), podemos usar expressões análogas as aplicadas ao corte, pois,
invertendo-se a figura de um corte, teremos, evidentemente, a figura de um aterro.
Assim, a distancia de "off-set" esquerdo do corte é idêntica distância de "off-set" da
direita do aterro e vice-versa.

Determinação dos off-sets dos aterros

As expressões de cálculo são as seguintes:

X’e = ( H + L tg a ) / ( tg a + tg i )

X’e = ( H + L tg a ) / ( tg a - tg i )

4.4.2.2 Controle topográfico da execução dos aterros

“As estacas de off-set” também são colocadas para maior. Segurança, a 5,00
metros do local exato.

Nos pés do aterro são fixadas cruzetas de marcação, indicando a altura plataforma
em relação aos pontos de "off-set".
51

Marcação topográfica dos aterros


Essas cruzetas servem para o controle da altura do aterro, pois isto não é possível
através das estacas do eixo locado, logo recobertas de terra.

Na hipótese de aterros de grande altura, as cruzetas devem ser escalonadas que se


atinja a cota do greide definitivo da plataforma.

Controle de progressão

Admite-se um erro de aproximadamente 5,0 em entre as cotas da plataforma do


terraplenagem, com relação às cotas do projeto.

O controle é feito pela relocação do eixo e através do seu nivelamento. Aqui,


também, as operações de acabamento serão feitas com a lâmina da
motoniveladora.

Controle das rampas poderá ser feito com o uso de gabarito de madeira, á
semelhança do que já foi dito no caso dos cortes, alterando-se apenas a relação
entre os catetos. Pode-se, também, executar o mesmo controle com o uso de
teodolito e mira graduada, conforme ilustra a figura a seguir.
52

Com o aparelho estacionado no ponto de "off-set" real, marca-se o ângulo a (no


caso 33° 41') no círculo vertical e colima-se a mira, colocada na crista do aterro. Se
a inclinação do talude estiver correta, será lida na mira a altura h, igual á altura do
aparelho.

É necessário ressaltar que os erros cometidos na inclinação do talude são sempre


onerosos para o executor da obra, pois se a plataforma ficar com largura maior do
que a de projeto, o volume deverá ser cubado pela dimensão real. Se a largura ficar
menor do que á projetada, o empreiteiro deverá alargá-la, trabalhando de baixo para
cima, numa operação difícil, cheia de riscos e muito onerosa sob o ponto de vista de
custo.

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