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Autoconhecimento

e satisfação
em Deus
Autoconhecimento e
satisfação em Deus
CÉSAR BIANCO -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Embora contentamento não seja uma expressão muito utilizada atualmente no contexto cristão, ela significa
um estado espiritual e mental de estarmos satisfeitos na presença de Deus:

De fato, grande fonte de lucro é a piedade com o contentamento. Porque nada


temos trazido para o mundo, nem coisa alguma podemos levar dele. Tendo
sustento e com que nos vestir, estejamos contentes. (1 Timóteo 6.6-8)

Ainda que a Palavra nos ensine a estarmos contentes, frequentemente relacionamos o contentamento com
acomodação. Pensamos que não podemos estar satisfeitos com as situações de nossas vidas porque assim
estaríamos deixando de crescer.

Entretanto, as Escrituras não estão dizendo para desistirmos dos nossos sonhos, tampouco para nos
acomodarmos em nosso chamado. Na verdade, ela nos ensina a termos um presente saudável, que nos permite
desfrutar ao máximo cada momento que vivemos.

Porém, ao invés disso, temos o costume de pensar que seremos felizes no futuro e, assim, deixamos de
investir naquilo que temos em mãos hoje. Projetamos um ideal de que um casamento, uma profissão, realizar
uma viagem, ter filhos, dentre muitas outras coisas são essenciais para sermos quem devemos ser, enquanto
que, na verdade, a vida é uma jornada.

A dependência de um futuro perfeito nos atrapalha de enxergarmos a beleza que existe no processo da
caminhada. Enquanto avançamos para alcançar o maior objetivo de nossas vidas, podemos observar quantos
acontecimentos memoráveis presenciamos, lugares que conhecemos e pessoas com quem trocamos experiências.
Tudo isso faz parte do nosso destino.

Porém, como essa jornada dura dezenas de anos, esquecemos de valorizar aquelas pessoas que encontramos
durante o trajeto. Perdemos a oportunidade de caminhar ao lado de nossos pais e aproveitar o tempo com avós
e amigos, porque, naquele momento, o que importava era apenas nosso desejo de conquistar um futuro ideal.

Assim, é importante dominarmos nossas ambições para não perdermos a chance que temos de viver o
agora. Logo, quando falamos sobre contentamento, precisamos ter em mente um passado que já ficou para
trás, mas foi útil para nos dar lições. Ao mesmo tempo nos referimos a um presente cheio de oportunidades para
construirmos o futuro.

Se os tempos de nossas vidas estão ligados entre si, precisamos organizá-los em seus devidos lugares, uma vez
que se não soubermos viver o presente, não saberemos também desfrutar do futuro, quando ele chegar. Porém
compreender os nossos dias é um desafio, visto que neles estão as dores, dificuldades e obstáculos. Diferente do
ideal que criamos em nossas mentes, onde tudo já foi conquistado e está lá para aproveitarmos. Um bom exemplo
disso é pensarmos em uma mãe, a qual tenha um filho com deficiência, mas não o abandona porque o aceita como
ele é. Observamos, então, que a aceitação não vem da comodidade, mas do amor. Essa mãe amaria seu filho
como quer que ele fosse, mas buscaria incansavelmente por formas de colocá-lo em esportes, educação e lazeres
inclusivos. Ela não estagnaria olhando para o ideal, mas trabalharia com o real disponível naquele momento.

2 AUTOCONHECIMENTO E SATISFAÇÃO EM DEUS


Deste modo, enquanto fixamos nossos olhos apenas em um projeto inexistente, deixamos de investir tempo
e recursos onde realmente pode nos trazer resultados. Portanto, devemos destruir ideais que não nos levarão
a lugar algum. Ao invés disso, podemos trabalhar com o que temos à disposição. Se aplicarmos nossos esforços
no que é real, veremos avanços legítimos e que nos trarão verdadeira satisfação.

Além disso, podemos contar que ao assumimos nossa condição, Deus nos auxilia a construirmos o presente:

Um de seus discípulos, chamado André, irmão de Simão Pedro, informou a Jesus:


Está aí um rapaz que tem cinco pães de cevada e dois peixinhos; mas isto que é para
tanta gente? Disse Jesus: Fazei o povo assentar-se; pois havia naquele lugar muita
relva. Assentaram-se, pois, os homens em número de quase cinco mil. (João 6.8-10)

Na passagem que conhecemos como a multiplicação dos pães e peixes, observamos nitidamente o que a
Palavra quer expressar como contentamento. Lemos que Jesus não dispunha de alimento algum, mas já sabia
o que faria, porque entendeu sua realidade. O outro discípulo, André, mesmo reconhecendo que não tinham o
suficiente para alimentar tantas pessoas, levou o caso ao Senhor, que, por sua vez, Se mostrou contente e grato
diante do Pai. É então que vemos o poder provedor de Deus agindo sobre recursos limitados para construir um
presente de contentamento. Logo, também precisamos ser gratos com o que temos, se quisermos atrair o
sobrenatural para nossas vidas.

No entanto, quando conversamos com alguém ou entramos em uma rede social, observamos uma gratidão
diferente daquela praticada por Jesus. Atualmente, temos a tendência de agradecer somente pelo o que nos
agrada e, se algo não é assim, reclamamos. Mas ser grato, diante das Escrituras, é reconhecer a soberania do
Senhor mesmo quando algo acontece de forma diferente de como esperávamos. Se não enxergarmos a Sua
bondade diante de limitações e falhas, também não estaremos sensíveis para compreender o que Ele pretende
construir em nossas vidas. Assim, a ingratidão sempre produzirá insatisfação. Porém, contra ela, podemos
destacar cinco passos para mudarmos de mentalidade:

1. Entender que somos amados por Deus

O amor de Deus não é compreendido por meio de emoções, mas pela fé que vem da Palavra:

De longe se me deixou ver o Senhor, dizendo: Com amor eterno eu


te amei; por isso, com benignidade te atraí. (Jeremias 31.3)

Porque eu estou bem certo de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem
os principados, nem as coisas do presente, nem do porvir, nem os poderes, nem
a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura poderá separar-nos
do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor. (Romanos 8.38-39)

Deste modo, não precisamos depender de comoções, arrepios ou palavras de sabedoria para estarmos certos
de que temos um Pai amoroso. Ainda que tenhamos falhado no passado, e por isso seja difícil aceitar a condição
real, devemos nos lembrar de que não fomos rejeitados. Não importa o que fizemos, o Senhor sempre estará ao
nosso lado para construir um presente de contentamento n’Ele.

3 AUTOCONHECIMENTO E SATISFAÇÃO EM DEUS


2. Entender as raízes de nossos ideais

Antes de desconstruirmos nossos ideais humanos, precisamos encontrar suas raízes, como eles surgiram em
nossos corações. Alguns sonhos podem ter sido gerados por causa de traumas de infância, quando ouvíamos
que nunca seríamos uma pessoa bem-sucedida, ou porque nossos pais exigiram que vivêssemos os planos que
eles tinham para nós. Contudo, independentemente de qualquer coisa que possamos conquistar, o nosso valor já
está garantido em Deus. Não precisamos de aprovações humanas quando nos colocamos debaixo da identidade
de filhos em Jesus. Quando partimos dessa certeza, libertamos nossa mente para projetar um futuro que
efetivamente nos dê satisfação.

3. Destruir os ideais

Discernimos a hora de destruir os ideais quando nossas motivações partem da autocobrança, algo a que
precisamos nos atentar mais. Isto porque eles fazem com que nosso foco seja transferido para o futuro, onde
não podemos fazer nada a respeito. Além disso, ficamos frustrados porque comparamos nossa condição com
a de outras pessoas. Mas se fixarmos os olhos no presente, não teremos tempo para a inveja, uma vez que
estaremos ocupados na construção da própria realidade.

4. Aceite o seu real

Como vimos nesta aula, a aceitação parte do amor. Só nos empenhamos para desenvolver aquilo que tem
nosso coração. Assim, se não tivermos zelo e gratidão pelo pouco que Deus nos confiou, Ele não poderá nos
confiar grandes coisas também (Mateus 25.21).

5. Melhore o seu real

Uma vez que encaramos nossa real condição, então podemos planejar passos práticos para desenvolvê-
la. Ainda que o presente esteja muito distante do ideal que criamos, ele é o que temos à mão para investir
no futuro. Algumas pessoas nunca desfrutam de uma vida abundante porque ficam estagnadas em um ideal
impossível. Porém Deus nos deu sonhos possíveis para empenharmos na transformação do presente, mas tudo
parte de um primeiro passo:

O preguiçoso deseja e nada tem, mas a alma dos diligentes se farta. (Provérbios 13.4)

Portanto, precisamos ter um coração que valoriza aquilo que Deus já nos deu, ao invés de vivermos insatisfeitos
e nos comparando com o que irá gerar apenas insatisfação e descontentamento. Temos uma jornada única, e
saber que, por isso, nenhuma pessoa é melhor ou pior que outra nos levará a uma vida de abundância em Jesus.
Ele mesmo compartilhou Sua alegria conosco e espera também que nossa satisfação esteja n’Ele:

Tenho-vos dito estas coisas para que o meu gozo esteja em


vós, e o vosso gozo seja completo. (João 15.11)

Diante do que você aprendeu nesta aula, responda às seguintes perguntas:

4 AUTOCONHECIMENTO E SATISFAÇÃO EM DEUS


1. Qual era o seu entendimento sobre contentamento
antes desta aula? O que mudou depois dela?

2. Como uma vida de satisfação em Deus pode melhorar o seu


relacionamento com as pessoas próximas de você?

3. De que forma podemos diferenciar comodismo de contentamento?

4. Por que precisamos aceitar nossa realidade antes de podermos mudá-la?

5 AUTOCONHECIMENTO E SATISFAÇÃO EM DEUS


5. Quais dos cinco tópicos sobre satisfação em Deus você tem
mais dificuldade de colocar em prática? Por quê?

DESAFIO PESSOAL: Quais são os sonhos que Deus tem colocado em seu coração? Faça um planejamento do que
você precisa fazer para realizá-los com a realidade de sua vida hoje.

6 AUTOCONHECIMENTO E SATISFAÇÃO EM DEUS

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