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Campo Formoso-Ba
2019
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FACULDADE DE CIÊNCIAS EDUCACIONAIS DE CAPIM
GROSSO CURSO DE LICENCIATURA EM PEDAGOGIA
Campo Formoso-Ba
2019
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SUMÁRIO
RESUMO__________________________________________________________4
INTRODUÇÃO______________________________________________________5
1. SURDEZ_________________________________________________________6
CONSIDERAÇÕES________________________________________________________24
REFERÊNCIAS_____________________________________________________26
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RESUMO
Este artigo tem como objetivo realizar um estudo sobre a Educação Inclusiva:
O discente surdo no ensino regular. Entendendo que, para viabilizar a prática
inclusiva é necessário ir além do cumprimento da lei, que determina que as pessoas
portadoras de deficiência tenham os mesmos direitos humanos e liberdades
fundamentais que outras pessoas e, que esses direitos, inclusive o de não ser
submetido à discriminação com base nas deficiências, emanam da dignidade e
igualdade (LDBEN,1999). O amparo legal visa a assegurar a permanência do aluno
deficiente dentro da mesma realidade em que se encontram os alunos considerados
“normais”, sem levar em conta as suas limitações. A problematização do que a
escola e seus representantes entendem sobre a educação inclusiva e sobre os seus
alunos ditos e marcados como excluídos é fundamental para tornar a proposta da
Educação Inclusiva mais significativa.
Palavras-chave: Educação inclusiva. Educação especial. Rede regular.
SUMMARY
This article aims to conduct a study on Inclusive Education: The deaf student in
regular education. Understanding that, in order to enable inclusive practice, it is
necessary to go beyond compliance with the law, which requires that persons with
disabilities have the same human rights and fundamental freedoms as others, and
that these rights, including that of not being subjected to discrimination based on
disability, emanate from dignity and equality (LDBEN, 1999). The legal protection
aims to ensure the permanence of the disabled student within the same reality as the
students considered “normal”, without taking into account their limitations. The
questioning of what the school and its representatives understand about inclusive
education and about its students said and marked as excluded is fundamental to
make the proposal of Inclusive Education more meaningful.
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INTRODUÇÃO
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Com a Declaração de Salamanca surgiu o termo necessidades educativas
especiais, que veio substituir o termo “criança especial”, termo anteriormente
utilizado para designar uma criança com deficiência, porém, este novo termo não se
refere apenas ás pessoas com deficiência, este englobadas e quaisquer
necessidades consideradas “diferentes” e que necessitem de algum tipo de
abordagem específica por parte de instituições. Num mundo cheio de incertezas, o
Homem está sempre à procura da sua identidade e, por vezes, chega mesmo a
procurar integrar-se na sociedade que o rodeia, pois fica um pouco “perdido”, a
educação inclusiva apoia os deficientes numa educação especial. A Educação
Especial é o ramo da educação, que se ocupa do atendimento e da educação de
pessoas deficientes, ou seja, de pessoas com necessidades educativas especiais. A
Educação Especial é uma educação organizada para atender especifica e
exclusivamente alunos com determinadas necessidades especiais, algumas escolas
dedicam-se apenas a um tipo de necessidade, enquanto que outras se dedicam a
vários.
1.SURDEZ
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Os tipos de surdez são determinados considerando o período em que se dá a
perda auditiva, ou seja, antes ou depois da aquisição da fala. Para saber melhor
sobre a surdez é necessário compreender como está constituído e como funciona o
aparelho auditivo. O órgão da audição pode ser dividido em três partes: O ouvido
externo é formado pelo pavilhão auricular e por um canal de mais ou menos 2,5 cm
de comprimento, chamado canal auditivo, que termina na membrana timpânica. A
função principal do ouvido externo é captar e amplificar os sons oriundos do exterior
e dirigi-los para o ouvido médio. O ouvido médio é uma cavidade cheia de ar que
começa no tímpano e que contém três ossículos articulados entre si: o martelo, a
bigorna, e o estribo. O tímpano é uma membrana rígida, muito resistente, que vibra
como a tampa de um tambor, em consonância com as ondas sonoras captadas pelo
ouvido externo e as transforma em vibrações que são levadas ao ouvido interno.
Nele se abre também a tuba auditiva, estrutura que comunica essa parte do
aparelho auditivo com as fossas nasais e que tem a função de equalizar a pressão
daquela cavidade. O ouvido interno ou labirinto é formado pelo aparelho vestibular,
pela cóclea e pelo nervo auditivo. O aparelho vestibular é constituído por canais
semicirculares, responsáveis em parte pelo equilíbrio e sem funções propriamente
auditivas. As ondas sonoras captadas pelo ouvido externo e tornadas vibrações
pelos ossículos do ouvido médio são transformadas posteriormente em impulsos
nervosos pelo ouvido interno, onde são recebidos pela cóclea e conduzidos pelo
nervo auditivo até as células sensoriais auditivas do cérebro.
A surdez pode se dar em virtude de dificuldades de condução dos estímulos
através das vias auditivas (surdez de condução) ou por transtornos das células
perceptivas da cóclea ou do centro cerebral auditivo (surdez de percepção). Ambos
os tipos de surdez podem ser uni ou bilateral; parcial ou total; progressiva ou súbita;
iniciarem na infância ou na idade adulta e serem de grau leve, moderado, severo ou
grave. As diferentes combinações desses fatores levam a déficits de audição que
podem ser classificados em quatro categorias: primeira por Condução: envolve
perturbação na transmissão mecânica de sons (ouvido externo ou médio), segunda
Neurossensorial: resulta de dano no ouvido interno e nas fibras nervosas
associadas. Terceira Mista: associação dos dois anteriores e quarta Central: devido
a lesões bilaterais do córtex auditivo ou do tronco cerebral.
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Portanto as causas da surdez de uma criança que nasce surda (surdez
congênita), a causa pode ser genética (hereditária) ou embrionária (adquirida no
útero). As principais causas da deficiência congênita são: hereditariedade, viroses
maternas durante a gravidez (rubéola, sarampo, por exemplo), doenças tóxicas da
gestante (sífilis, citomegalovírus, toxoplasmose, por exemplo), e ingestão pela
gestante de medicamentos tóxicos que lesam o nervo auditivo do feto e consumo de
álcool ou drogas pela grávida. A deficiência auditiva pode ser adquirida
posteriormente, quando ocorrem: doenças infecciosas bacterianas ou virais,
tumores, ingestão de remédios tóxicos para os ouvidos, exposição a sons
impactantes (como os de uma explosão) ou a sons contínuos muito altos (acima de
75 decibéis), por exemplo nos idosos, a perda de audição é devida aos desgastes
próprios da idade.
Nem sempre nosso conhecimento é capaz de discernir e identificar todas essas
causas e por isso em cerca de 50% dos casos a origem da deficiência é atribuída a”
causas desconhecidas”. Talvez seja mais fácil reconhecer as causas de perdas
auditivas súbitas (unilaterais ou bilaterais). Entre elas, encontram-se: formação de
coágulos nos vasos que irrigam a cóclea, processos infecciosos (sarampo, rubéola,
herpes, etc.), ou mesmo gripe comum, alergias (reação a soros, vacinas, picadas de
abelha ou comidas), tumores entre outras causas da surdez, na qual deixa a pessoa
na maioria das vezes se sentindo diferente as outras, sento um mito a ser
desmistificado por que perante a lei somos seres iguais diante de todos os direitos
garantidos.
Assim o seu meio social será mais confortável diante de alguma necessidade
que venha a vivenciar, proporcionando qualidade de vida da pessoa com deficiência
auditiva, podendo interagir no mundo social e familiar em vive.
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Libras na TV ou vídeos, telefone especial para surdos (TDD), campainha luminosa e
etc.
Identidades Surdas Hibridas
São os surdos que nasceram ouvintes e, por algum motivo ou doença, ficaram
sem audição, usam a língua oral ou língua de sinais, mas aceitam-se como surdos,
sua escrita segue a estrutura da Libra e usam tecnologia diferenciada. São
considerados bilíngues, visto que se utilizam tanto da Libra como do português,
assimilam um pouco mais que os outros surdos a ordem da língua falada, no entanto
possuem certa dificuldade de entendê-la; participam das comunidades, associações,
e/ou órgãos representativos e compartilham as suas dificuldades, políticas e
aspirações.
Identidades Surdas Flutuantes
São aqueles que não tiveram contato ou conhecimento da surdez como cultura
e têm uma visão preconceituosa a respeito da comunidade surda, não participam de
associações e lutas políticas e desconhecem ou rejeitam a presença de interprete de
Língua de Sinais criando certa resistência em relação a Libra e a cultura surda visto
que isto, para eles, representa estereótipo. Na maioria das vezes são vítimas da
ideologia oralista, da educação clínica e do preconceito da surdez.
Identidades Surdas Embaraçadas
É a representação estereotipada da surdez ou o desconhecimento da surdez
como os surdos que não tem contato com a comunidade surda. Para Karol Paden
são outra categoria de surdos visto de não contarem com os benefícios da cultura
surda. Eles também têm algumas características particulares, seguem a
representação da identidade ouvinte. Estão em dependência no mundo dos ouvintes
seguem os seus princípios, respeitam-nos colocam-nos acima dos princípios da
comunidade surda, às vezes competem com ouvintes, pois que são induzidos no
modelo da identidade ouvinte; não participam da comunidade surda, associações e
lutas políticas; desconhecem ou rejeitam a presença do intérprete de língua de
sinais, orgulham-se de saber falar "corretamente" demonstram resistências a língua
de sinais, cultura surda visto que isto, para eles, representa estereotipo.
Estão presentes na situação dos surdos que devido a sua condição social
viveram em ambientes sem contato com a identidade surda ou que se afastaram da
identidade surda, vivem no memento de transito entre uma identidade para outra; se
a aquisição da cultura surda não se dá na infância, normalmente a maioria dos
surdos precisa passar por este momento de transição, visto que grande parte deles
são filhos de pais ouvintes, no momento em que esses surdos conseguem contato
com a comunidade surda, a situação muda e eles passam pela desouvintização, ou
seja, rejeição da representação da identidade ouvinte; embora passando por essa
desouvintização, os surdos ficam com sequelas da representação, o que fica
evidenciado em sua identidade em construção; há uma passagem da comunicação
visual/oral para a comunicação visual/sinalizada. Para os surdos em transição para
a representação ouvinte, ou seja, a identidade flutuante se dá o contrário.
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identidade surda, temos também a identidade intermediaria, geralmente está
identidade é identificada como sendo surda, essas pessoas têm outra identidade,
pois tem uma característica que não lhes permite a identidade surda isto é a sua
captação de mensagens não é totalmente na experiência visual que determina a
identidade surda, apresentam alguma porcentagem de surdez, mas levam uma vida
de ouvintes, para estes são de importância os aparelhos de audição, de aumento de
som, assume importância para eles o treinamento do oral, o resgate dos restos
auditivos, busca de amplificadores de som, não uso de intérpretes de cultura surda,
de língua de sinais etc. (alguns adoram língua de sinais por hobby); quando
presente na comunidade surda, geralmente se posiciona contra o uso de intérpretes
ou considera o surdo como menos dotado e não entende a necessidade de língua
de sinais de intérpretes, tem dificuldade de encontrar sua identidade visto que não é
surdo nem ouvinte, ele vive como pendulo, ora entre surdos, ora entre ouvintes, daí
seu conflito com esta diferença.
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organização política e habilidades, nas quais a habilidade visual é a principal,
constituindo o cerne da expressão linguística.
A educação do surdo no Brasil, surgiu na década de 50, sob a Lei nº 839 de 26
de janeiro, assinada por D. Pedro I quando aconteceu a fundação do Imperial
Instituto dos Surdos. A fundação deste instituto deve-se ao surdo chamado Ernesto
Huet, francês, professor e diretor do Instituto, quando chegou ao nosso país, foi
apresentado ao imperador, que facilitou a fundação do Instituto Santa Terezinha em
15 de abril de 1829, oferecendo atendimento sócio pedagógico.
Na década de 80 surge uma nova proposta para a educação de surdos,
o bilinguismo. Maneira pela qual a pessoa surda pode ser atendida nas suas
necessidades comunicativas desde a idade precoce até a idade adulta, no mundo
ouvinte e no mundo surdo (BITTENCOURT, 2005). É o bilinguismo que possibilita ao
surdo aprender e desenvolver a língua própria de sua comunidade, todavia, para
isso o surdo deve ter contato com as duas comunidades linguísticas e deve também
sentir a necessidade de aprender a usar ambas as línguas.
Na filosofia educacional bilíngue aplicada à Educação de Surdos a língua
falada no país é ensinada como segunda língua na modalidade escrita e, caso o
aluno quiser, na modalidade oral. Em 24 de abril de 2002, a lei nº10.436 foi
sancionada a lei reconhecendo a libras como meio legal de comunicação e
expressão no país, cada pais possui sua própria língua de sinais, ela não é
universal. A referida lei foi regulamentada em 22 de dezembro de 2005, pelo decreto
n º 5626 que estabelece a inserção da Libras como disciplina curricular no ensino
público e privado, e sistemas de ensino federais, estaduais e municipais, nos cursos
de formação de professores, como o magistério, nos cursos de licenciatura, e nos
cursos de Fonoaudiologia. Este decreto no capitulo VI, art. 22, incisos I e II,
estabelece uma educação inclusiva para as pessoas surdas, uma perspectiva
bilíngue em sua escolarização básica, garantindo a esses alunos, educadores
capazes de trabalhar com as suas especificidades.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - LDB Lei Federal de nº 9.394, 20
de Dezembro de 1996, Art. 24 do Decreto nº 3.298/99 e a Lei nº 7.853/89, declara
que “a pessoa com deficiência tem direito à educação pública e gratuita
preferencialmente na rede regular de ensino e, ainda, à educação adaptada às suas
necessidades educacionais especiais”. (BRASIL, 1996). Mesmo diante deste quadro
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percebeu-se que o direito da pessoa com surdez foi violado e não lhes garantiram o
direito à aprendizagem, ocasionando um prejuízo na formação do cidadão, não
basta que o aluno surdo esteja matriculado e incluso na sala comum do ensino
regular, mas também participando e interagindo com os outros, desenvolvendo seu
aprendizado, mas para tanto são necessário seguir algumas recomendações como
aponta o texto da Política Nacional da Educação Especial na Perspectiva da
Educação Especial (2008).
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A Língua Brasileira de Sinais – Libras foi decretada pelo Congresso Nacional e
sancionada pelo PRESIDENTE DA REPÚBLICA . Promovendo a promoção do
aprendizado e o atendimento às pessoas com necessidades especiais surdas
tiveram um grande avanço a partir da Lei nº 10.436/2002, de 24 de abril de 2002 e o
Artigo 18 da Lei no 10.098/2000 de 19 de dezembro de 2000 do qual termos:
“Artigo 1º É reconhecida como meio legal de comunicação e expressão a
Língua Brasileira de Sinais – Libras e outros recursos de expressão a ela
associados.
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I - cursos de educação profissional;
Portanto foi então que no final dos anos 90 que escolas de surdos em todo o
Brasil incorporaram a Libras como meio de instrução e as universidades passaram a
contratar intérpretes dessa língua para acompanhar acadêmicos surdos em
cumprimento à portaria n.º 1.679 de 2 de dezembro de 1999. O reconhecimento
científico e político da Língua de Sinais no Brasil como língua natural foi fundamental
para a construção de projetos de implementação de educação bilíngue para surdos.
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professores, sob a égide da educação inclusiva, a fim de diminuir o abismo entre os
seus propósitos e a sua efetivação, já que sem o engajamento do professor não há
como efetivar de maneira qualitativa essa nova filosofia de se olhar a diferença.
Vislumbra-se um novo perfil de professor, na visão e defendido por Ferreira (2000),
que afirma:
Portanto o primeiro professor de surdos que deu início a essa história, foi Pedro
Ponce de León (1510 – 1584), um monge beneditino espanhol, que criou, com dois
surdos que foram morar com ele no mosteiro, o primeiro alfabeto manual que temos
conhecimento na história. Segundo Honora (2014, p. 51) a criação desse alfabeto
parece dar a impressão que tinha-se o objetivo de suprir uma lacuna que havia na
comunicação oral. Ponce de León criou o alfabeto manual como um meio de acesso
a escrita e à leitura para só então se enfatizar a fala. Através do decreto nº 5.696
(2005) prevê a formação de profissionais que trabalhem no ensino e tradução dessa
língua em cursos de letras-libras e em cursos de especialização em Libras. A
Educação Bilíngue é garantida e a Libras reconhecida como língua materna e língua
de instrução na educação, a Libras torna-se matéria de ensino desde Educação
Infantil, Ensino fundamental, em cursos livres e em disciplinas nas Instituições de
Ensino Superior.
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A formação do professor deve ser um processo contínuo, que perpassa sua
prática com os alunos, a partir do trabalho transdisciplinar com uma equipe
permanente de apoio. É fundamental valorizar o saber de todos os
profissionais da educação no processo de inclusão. Não se trata apenas de
incluir um aluno, mas de repensar os contornos da escola e a que tipo de
Educação esses profissionais têm se dedicado. 2111 Trata-se de
desencadear um processo coletivo que busque compreender os motivos
pelos quais muitas crianças e adolescentes também não conseguem um
“lugar” na escola. MEC (2005, p.21).
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das pessoas surdas, o Estado, como regulador dessas políticas, hoje une ao seu
governo reivindicações dos movimentos sociais dos surdos.
A família é a primeira instancia social da qual a criança faz parte, ela é o ponto
de apoio e sustentação do ser humano. Crianças surdas, quando inseridas em
famílias ouvintes que não dominam a língua de sinais, necessitam de um apoio
maior tanto da família como dos serviços de saúde, para se desenvolverem
adequadamente.
A família de uma forma única e deve estabelecer o seu papel na formação dos
indivíduos. Os primeiros passos para o desenvolvimento natural e social do ser
humano são dados dentro da família, pois ela constitui o primeiro grupo no qual a
criança é inserida e tem suas primeiras experiências e relacionamentos
interpessoais. As crianças que não tiveram ou não têm uma boa relação com as
figuras parentais poderão ter dificuldades na socialização, pois o contato primário
com o mundo das pessoas não lhes deixou marcas agradáveis, portanto necessitar
de outras agora poderá ser fonte de novos sofrimentos. O desenvolvimento sócio
emocional está na dependência direta do relacionamento dos pais entre si, e destes
com a criança, principalmente durante o primeiro ano de vida.
As primeiras relações de afeto dos filhos são provenientes dos pais, e esse
convívio será responsável por futuros comportamentos no meio social, permitindo ou
não a sua adaptação. Esse papel da família contribuirá para que o filho tenha uma
aprendizagem mais humana, forme uma personalidade única, desenvolva sua
autoimagem e se relacione com a sociedade.ba forma e o estilo de comunicação
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que os pais utilizam com a criança surda tem uma grande importância para o
desenvolvimento da mesma. Por isso é fundamental que haja uma estreita relação
entre o modo de comunicação que se emprega na escola. Quando a criança surda
nasce em uma família de ouvintes, provavelmente num primeiro momento ela vai
viver um contexto oralista, a comunicação entre ambos será, geralmente, pela língua
oral, repercutindo em uma limitação linguística, diferente da criança surda que nasce
de pais surdos, pois esta tem a informação visual garantida pela língua de sinais.
A principal satisfação dos filhos é ter uma boa relação entre os membros da
família, pois essa relação exerce importante papel para o desempenho psíquico e,
consequentemente, nas demais fases da vida. No processo de relação familiar, a
comunicação favorece a compreensão das dúvidas, a demonstração de carinho e
amor, entre outras coisas, uma vez que para adquirir essas informações é
necessário estabelecer-se uma mesma linguagem (QUADROS, 2002).
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Os pais são construtores da linguagem da criança, sendo os principais
mediadores do desenvolvimento infantil e as práticas comunicativas dos pais serão
determinantes para o desenvolvimento linguístico e discursivo das crianças diante
da sociedade. A forma como a pessoa surda é tratada em casa irá determinar a
imagem que ela terá de si mesma (STELLING, 1999), porque é na família que
muitos valores, crenças e costumes são transmitidos de geração para geração, por
meio da linguagem. A família é a primeira referência de uma criança, é através dela
que a criança se relaciona com o mundo que está inserido.
Para isso, os adultos também tem de se adaptar à sua realidade, visto que ela
precisará de ajuda nesse processo, quando pais ou cuidadores aprendem a língua
de sinais e a transmitem desde cedo as crianças, a qualidade dos vínculos, das
interações e da forma como eles conseguirão circular pelo mundo compartilhando
será de muito maior qualidade. Mas para que isto ocorra faz-se necessário o
estabelecimento de uma interação efetiva, o que é favorecido pelo estabelecimento
do diagnóstico precoce da surdez e consequentemente da adoção, o mais cedo
possível, de um correto processo de comunicação entre a família e a criança surda.
CONSIDERAÇÕES
REFERÊNCIAS
26
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27
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Mesmo Espaço Escolar, Com Alunos Ouvintes do Ensino Regular da Rede
Particular. Maringá/PR: Revista Eficaz, 2011.
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