FACULDADE DE CIÊNCIAS HUMANAS DE OLINDA

CURSO: PSICOLOGIA
DISCIPLINA: LIBRAS
PROFESSORA: PHILIPE AGUIAR
DATA: 31/03/2023
ALUNAS: DANIELE SILVA SIMÕES CAVALCANTI

2ªTDE: Reflexão sobre o filme “Black”

“Por quanto você conseguiria viver no escuro? Alguns momentos... horas...dias?” O filme
inicia nos questionando sobre uma realidade, por vezes não reconhecida para a maioria das pessoas.
Mas, tão familiar para algumas pessoas, até na condição de cegueira, embora utilizamos a palavra
escuridão no sentido figurado para refletir a trajetória da personagem principal “Michelle”, que
inicialmente é oprimida pela falta de conhecimento de mundo ao seu redor, depois passa pelo
aprendizado da língua e, finalmente, ao domínio da língua, progresso à caminho da inclusão na
sociedade.
O filme apresenta uma lição sob um olhar muito humano à temática "surdo-cego" em uma
época onde deficientes visuais e auditivos não se comunicavam com a comunidade ouvinte, gerando
muito preconceito. Contudo, a vida de Michele ainda criança começa a mudar a partir da chegada
do professor “Debraj Sarai” que tem uma longa experiência em educar crianças surdas e cegas
através de um método que foi inicialmente rígido, todavia avanços no aprendizado e progressos
como a conquista do ingresso na escola e faculdade regular, ganhos através do empenho do
professor ao investir em sua aluna. Assim sendo, uma outra realidade passou a ser compreendida,
valorizada por meio língua de sinais ajudando na comunicação familiar e apresentando o mundo
possível de se enxergar além de black.
Dessa forma, na obra cinematográfica, percebe-se uma experiência singularizada de uma jovem
“surda e cega” em uma família de ouvintes e de pessoas que enxergam, e que enfrentam uma difícil
e complexa adaptação as diferenças individualizadas da sua filha. Porém, considerando e já
mencionado, pode-se notar como a linguagem é essencial na formação do ser humano, e, em relação
à personagem Michelle, como também foi importante sua aplicabilidade e o uso do sistema de
leitura e escrita táctil conhecido como braille em seu processo educacional. Dessa maneira,
percebemos que a linguagem, incluindo a comunicação por meio de sinais, não apenas expressa e
atualiza o pensamento humano como é atualizada por ele. Portanto, existe uma relação
interdependente em que o indivíduo não pode existir sem linguagem, e a linguagem não existiria
sem a existência de um indivíduo, o que evidencia o potencial valor da língua de sinais a pessoa na
condição de surdez.
Referências
BLACK. Direção: Sanjay Leela Bhansali, Produção: Sanjay Leela Bhansali. Índia, Yash Raj Films,
2005.
CRUZ, Mauricio Moreira da et al. A trajetória da personagem surdocega “Michelle” no filme Black
pelo viés da filosofia linguística: do estado de indivíduo ao de sujeito. 2020.