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UERJ

Pedagogia
Anna Carolina Diaz Liberatori Darze (201610217311)
06/2021
Criação do Currículo no Cotidiano da Escola
Relatório Final

A disciplina se concretizou em treze tópicos, que totalizarem 11 aulas.


Ela ocorreu por meio de atividade assíncronas, fóruns e apresentações de
pesquisas. Dessa maneira, promoveu o pensamento sobre a diversidade e o
cotidiano que deve ser contemplado no currículo escolar.

A aula 1 acontece em torno do tema e TED “O Perigo de uma História


única”, que dispõe sobre o assunto baseado na história e experiencias de
Chimamanda, uma escritora Nigeriana. A partir dessa aula, somos levados a
perceber as múltiplas histórias que presentes no cotidiano escolar, bem como a
forma como o currículo escolar desenvolve as disciplinas, promovendo ou não
um pensamento complexo.

A aula 2 acontece em torno do tema e documentário "Escolarizando o


mundo", de Carol Black, que evidencia os efeitos da escolarização ocidental
em culturas distintas. A partir disso, é possível perceber a tênue relação com o
assunto da aula anterior, nos levando a pensar as consequências de se
trabalhar baseado em uma história única. Aprendemos assim a importância de
considerar diversas culturas no contexto escolar.

A aula 3 tem como tema central “Educação e Interculturalidade”, sendo


desenvolvida pela leitura do artigo "Educação escolar e cultura(s): construindo
caminhos", de Antonio Flávio Barbosa Moreira e Vera Candau, tendo a reflexão
como ponto de partida as seguintes perguntas norteadoras: “As relações entre
as culturas em uma sala de aula são relações horizontalizadas? Como se
estabelecem hierarquias em relação às culturas? Como pensar esses
tensionamentos vem a contribuir para a formação das educadoras/dos
educadores?”. Assim, essa reflexão nos leva a relacionar essa hierarquização
com a cultura escolar, questionando as relações e e prevenindo a criação e
perpetuação de “histórias únicas”. Caso contrário, caímos no perigo
demonstrado no documentário da aula anterior, invisibilizando culturas e
perpetuando uma prática pedagógica fundamentada em uma cultura central.

A aula 4 traz o tema “As experiências dos estudantes, a escuta atenta e


os processos de invenção do Currículo no Cotidiano”. Ela é pensada partindo
de “curta-metragem de ficção chamado " Meu amigo Nietzsche" de Faustón da
Silva; e o trecho de um episódio da série da Rede Globo chamada "Cidade dos
homens" (aula 4), tendo como perguntas de reflexão: “O que trazemos de
conhecimento da vida para a escola? Como é possível ter uma escuta atenta e
uma observação em relação a uma classe que nos permita compreender os
processos de aprendizagem e fortalecer essa invenção cotidiana do currículo?
O que Lucas e Acerola têm em comum?”. Assim, a partir da aula e dos vídeos,
podemos perceber a forte relação da cultura com o processo de aprendizagem
dos alunos, sendo essa essencial para a compreensão dos conteúdos. Ou
seja, a escola não está a margem da cultura, pelo contrário, a escola é um
espaço de produção e interação de culturas. Dessa forma, entendemos como é
fundamental e necessário os conhecimentos trazidos pelos alunos, já que o
processo de ensino-aprendizagem deve considera-los, sendo, portanto, a
diferença um fator essencial na produção de conhecimentos.

A aula 5 se utiliza da Pesquisa “Como você se vê”: a recepção de jovens


negros universitários de obras audiovisuais afrodiaspórica”, trazendo também o
filme “Alma no olho”, de Zózimo Bulbull. Partindo disso, trás a temática da
percepção negra nos espaços escolares, bem como no currículo fundamentado
na prática escolar. Não se limitar a concepções de senso comum,
preconceituosas, é necessário para a produção de uma educação antirracista,
em que o currículo fortaleça e valorize a construção da identidade negra.

A aula 6 se utiliza da Pesquisa “Trajetórias antirracistas de intelectuais


negros/as da Associação de Pesquisadorxs Negrxs da Bahia (APNB): um xirê
epistêmico narrativo”, promovendo um relacionamento do filme "Aos olhos de
Deus" e do vídeo sugerido (Intelectuais negros), de Jones Manoel, com o texto
de Bell Hooks "Intelectuais negras", para pensar o pertencimento de grupos
étnico-raciais com o recorte de gênero feminino. Assim, a partir desse material,
somos levados a uma reflexão de percepção do racismo e machismo nos
ambientes que vivemos.

A aula 7 se utiliza da pesquisa "Quando o berimbau fala! Entre gingas,


rodopios e negaças: as lutas para os cotidianos de uma educação antirracista",
trazendo sugestões de vídeos para instigar o diálogo sobre a prática de
capoeira em uma educação antirracista. Assim, somos levados a perceber
como e porquê utilizar a capoeira em práticas pedagógicas, já que a mesma
traz diversos valores fundamentais para construção da identidade negra, bem
como utiliza-se do movimento, ludicidade e dinamismo do corpo, vinculando-se
a vida social.

A aula 8 se utiliza da pesquisa “"Mapeando professoras/es de diversos


processos identitários envolvidas/os com a educação das relações étnico-
raciais no município de Queimados-RJ", trazendo o vídeo “Sobre imagens e
educação do preconceito” e o texto “Pensando um projeto de intervenção
escolar quanto à educação das relações étnico-raciais na educação básica”
(Rosa Margarida de Carvalho Rocha) para pensar práticas pedagógicas de
uma educação antirracista. Assim, entendemos que para essa educação ser
efetivamente antirracista, não deve ocorrer baseada em atividades pontuais e
hierarquizadas, pelo contrário, deve ser construída cotidianamente, afim de ser
significativa para a vida dos alunos.

A aula 9 se utiliza da pesquisa "Identidade e cotidiano da juventude


negra que produz música na Zona Oeste do Rio de Janeiro", nos levando a
relacionar “identidade, juventude negra e currículo”, pensando sobre “como
esses elementos podem estar incorporadas ao cotidiano das aulas”. Dessa
forma, somos levados a reflexão sobre o papel da escola para produção de
conhecimentos e culturas, considerando as identidades presentes na escola.

A aula 10 se utiliza da pesquisa "Narrativas de Mulheres Negras: o cotidiano


das mulheres e meninas da favela Parque das Missões", juntamente com
outros textos e vídeos para alavancar o debate “Como pensar educação sem
colocar na roda as mulheres negras mães, professoras e etc?”. Assim,
percebemos que o currículo deve contemplar essas pessoas, pois somente
assim a educação poderá ser emancipatória e promoverá a autonomia das
pessoas. E não somente, os conhecimentos, experiencias e vivencias trazidos
por esse público devem ser utilizados para pensar o currículo quando
construído no cotidiano.

Por fim, a aula 11 se utiliza da pesquisa “Aquilombamento na infância e


redes educativas nos cotidianos de crianças negras”, trazendo o texto “Valores
civilizatórios afro-brasileiros na educação infantil”, de Azoilda Loretto da
Trindade e o vídeo “Disque Quilombola” para relaciona-los. Assim, percebemos
como a história envolvida na identidade de grupos étnico-raciais é importante
para uma educação antirracista.

A disciplina trabalhou de forma interativa a necessidade de um


pensamento complexo para a construção de um currículo no cotidiano, sendo
para isso necessário considerar as diversidades. Assim, foi possível entender
como a cultura está presente na vida escolar, e caso ignore-se isso, estamos
reproduzindo uma educação que não tem um propósito democrático afim de
contemplar a todos. No atual contexto pandêmico em que vivemos, é
fundamental questionar como estão sendo contempladas as diferenças e as
multiculturas no processo educativo remoto, visto que a prática pedagógica
deve manter um mesmo objetivo emancipatório, ainda que ocorra em diferente
formato.

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