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Representatividade da Cultura Africana na

Educação Ocidental

UC | Psicologia da Educação

Docente | Célia Oliveira

Universidade Lusófona do Porto

Marco Silva- a22002758


Mariana Sobral- a22103632
2021/22
Introdução

Apesar do recente aumento de imigrantes nascidos em África nos Estados


Unidos da América (Hamza, 2005), a sua presença dificilmente se reflecte nas decisões
curriculares e no planeamento educacional no sistema escolar norte-americano. Muitas
vezes, os esforços dos funcionários escolares para reconhecer os estudantes africanos
produzem um efeito mínimo, isto é produto de uma compreensão superficial por parte
de educadores e pares nascidos nos Estados Unidos da América. Devido à absorção das
populações imigrantes africanas no contexto mais vasto da raça negra, pouco se sabe
sobre as suas histórias, culturas, e conquistas.

A década de 1980 foi identificada como o período que marcou o início da nova
imigração africana para os Estados Unidos (Hamza, 2005); Roberts, 2005).

McKinnon (2001) salientou que, na altura da sua análise estatística, os africanos


representavam 6% de todos os imigrantes para os Estados Unidos, enquanto os
africanos subsarianos constituíam 5% da população afro-americana. A dimensão desta
população merece atenção nas actuais discussões sobre a composição multiétnica da
sociedade norte-americana, com especial atenção no domínio da educação.

Banks & Banks (2007) definiram educação multicultural como: “uma ideia, um
movimento de reforma, e um processo cujo principal objectivo é mudar o estrutura das
instituições de ensino para que os estudantes masculinos e femininos, estudantes
excepcionais, e estudantes que são membros de diversas raças e etnias, línguas, e grupos
culturais terão igual oportunidade de alcançar sucesso académico. (p. 1)”

Objetivos de Intervenção

Na sociedade atual, cada vez mais diversificada, é mais importante do que nunca
que os estudantes aprendam e apreciem diferentes culturas. O nosso projeto visa fazer
precisamente isso, proporcionando aos professores uma série de atividades envolventes
e interativas que permitam aos estudantes explorar e aprender sobre diferentes culturas
de uma forma divertida e significativa. Estas atividades são concebidas para serem
flexíveis e adaptáveis, para que possam ser adaptadas às necessidades e interesses dos
diferentes estudantes e salas de aula. Ao participar no nosso projeto, as escolas podem
ajudar os seus alunos a desenvolver competências culturais e uma profunda
compreensão da diversidade, que os servirá bem na sua vida pessoal e profissional.
Acreditamos que o nosso projeto tem o potencial de fazer uma verdadeira diferença na
forma como os estudantes aprendem e interagem com o mundo que os rodeia.

Contributos da Psicologia da Educação

A psicologia da educação é um campo de estudo que se centra nos processos


psicológicos envolvidos na aprendizagem e no ensino. Preocupa-se em compreender
como as pessoas aprendem e se desenvolvem, bem como em como criar ambientes e
experiências de aprendizagem eficazes.

A teoria de aprendizagem social, liderada por Bandura, argumenta que a


aprendizagem é principalmente influenciada pelo ambiente externo. Segundo Bandura,
as nossas ações são mediadas pelo que consideramos ter resultados positivos quando são
reproduzidas por outras pessoas. Ele provou isso com a experiência do "boneco de João
Bobo", que mostrou que crianças que observam comportamentos agressivos tendem a
reproduzi-los e desenvolver comportamentos hostis em geral. Esta teoria reforça a
importância de sermos exemplos positivos e promover a empatia para promover uma
maior inclusão e adapta

Proposta de Resolução

a) População alvo

A nossa população alvo focar-se-ia nos estudantes dos EUA, com maior foco no
ensino primário. Posto isto, usaremos como referência o estado de Mississípi, sendo o
estado com a maior percentagem de negros na população e, como tal, o melhor alvo
para uma primeira aplicação deste programa, num período experimental de um ano.

b) Meios humanos e materiais


O nosso plano será implementado nas escolas com a participação voluntária de
estudantes e profissionais. Para isso, será necessário estudar o conteúdo relevante e
fornecer equipamentos para atividades de inclusão, como projetores e materiais de
papelaria. Esses materiais ajudarão a apresentar as diversas culturas de forma mais
eficaz e a promover a compreensão prática dos alunos, melhorando as suas relações
interpessoais. Além disso, o projeto oferece opções adicionais, como óculos de
realidade virtual e o uso de instrumentos de diferentes culturas.
c) Procedimento
Para promover a igualdade e empatia entre os alunos, criamos atividades para serem
implementadas nas escolas. Duas dessas atividades são de apresentação: a "Estrela
da Partilha", onde uma estrela é passada de criança em criança e cada um se
apresenta enquanto compartilha uma curiosidade cultural da sua família, e a
"Cadeira das Lendas", que é baseada no jogo das cadeiras e inclui crianças contando
lendas ou histórias de sua cultura. Além disso, oferecemos uma variedade de
atividades ao longo do ano que os professores podem escolher. Essas atividades
incluem "Arte com Símbolos" (os professores deverão escolher uma cultura para
abordar por mês e reunir imagens de símbolos que a representem (ex: máscaras
típicas da cultura africana), em papel ou online. Estas imagens serão mostradas aos
alunos sem qualquer contexto e cada um deve escolher a que mais gostar. Feito isto,
os alunos devem replicá-la com o material que mais gostarem, enquanto pensam no
que o símbolo pode representar e que história pode estar associada; algo que irão
partilhar quando terminarem. Por último, o professor deve proceder à partilha da
história original de cada símbolo.), "Dança Cultural" (uma atividade na qual os
alunos também podem explorar um pouco mais de cada cultura de uma forma
divertida, já que o objetivo é agarrarem uma imagem pertencente a um determinado
país e moverem-se por todo o espaço com ela, ao som de uma música; quando esta
parar, as crianças devem pousar a imagem e dançar algo típico do país que lhe foi
dado. O professor deve passar então um vídeo com as danças efetuadas
corretamente e recolher as impressões dos alunos.), "Concerto em Aula" (o
professor coloca uma imagem para os alunos, enquanto passa três músicas distintas
sem pronunciar o nome destas. Os alunos devem tentar interligar adivinhar qual
delas pertence ao país que estão a observar.) e "Viagem em Aula" (Viajar em aula,
baseia-se também na visualização de uma imagem, neste caso, de monumentos ou
lugares culturalmente significativos de um determinado país, que deve ser nomeado
pelos alunos. Estas duas últimas atividades, podem ser realizadas com apenas uma
projeção das imagens ou com o jogo do Kahoot, por exemplo. Porém, para uma
melhor e mais imersiva experiência, recomenda-se a utilização de óculos VR.)
Por fim, sugerimos a implementação de uma atividade denominada como “Viagem
de Sabor” associado á cantina da escola. Todas essas atividades visam promover a
compreensão e inclusão de diferentes culturas.
Estas diversas atividades iriam ser propostas com uso de um catálogo, este que
contêm a descrição de cada, bem como aspetos técnicos (material, nº de
participantes, escalão etário e objetivo). Cada escola será encarregue de escolher as
atividades que procura implementar. Isto inclui a seleção temporal das mesmas bem
como os instrumentos a ser utilizados.

d) Resultados esperados
A implementação dessas dinâmicas tem como objetivo promover o
conhecimento sobre diferentes culturas e aumentar o interesse dos alunos por este
tema. Elas também buscam diminuir preconceitos e promover empatia e união entre
os alunos. Ao observarem diferentes culturas, os alunos podem entender que há
muito mais além do familiar e que cada cultura tem seu próprio encanto. A
observação é um método importante para a aprendizagem infantil, como demonstrou
a experiência de Bandura. Este projeto pode aproveitar essa dinâmica para promover
a aprendizagem multicultural. Espera-se que os professores contribuam com essa
demonstração de empatia e igualdade na forma como abordam o tema e as
diferenças entre os alunos.
e) Métodos

Para a criação deste projeto, realizamos uma pesquisa prévia sobre como as
escolas dos EUA funcionam em geral, bem como sobre como essas escolas lidam com a
população de outras culturas, especificamente afro-americanos. Depois disso,
observamos projetos já existentes e identificamos suas falhas para que pudéssemos
preenchê-las. Decidimos, então, criar algo mais prático, onde os alunos pudessem, de
certa forma, experimentar um pouco de cada cultura, além de apenas conhecer a teoria,
tanto sobre suas histórias quanto características atuais. Concluímos que atividades em
que os alunos pudessem cooperar e ter suas ideias ouvidas seriam a melhor forma de
criar coesão e quebrar as barreiras de preconceito que insistem em permanecer ao longo
das gerações.

Conclusão

A escolha dos EUA ocorreu graças a este ser um dos países com uma
característica inescapável, o facto de ser uma “melting pot”. Dito isto, a grande presença
de preconceito é algo inegável. Porém, tendo em conta que os EUA são também um dos
países mais influentes do mundo, decidimos criar algo que pudesse ser aplicável a
qualquer estado e que idealmente poderia ser repercutido por outros países, com as suas
devidas adaptações.
Conseguimos identificar algumas limitações tais como a possibilidade de turmas
pouco multiculturais, o acesso a materiais sugeridos devido a um menor orçamento por
parte das instituições e, por fim, um possível enviesamento dos professores em relação
ás questões multiculturais. Sugerimos que este projeto tenha a revisão de um
profissional de educação americano, devido ao seu maior conhecimento do contexto a
que pertence.

O ensino multicultural é importante nos Estados Unidos porque ajuda os


estudantes a compreender e apreciar a diversidade da população do país. Também ajuda
os estudantes a desenvolver um sentido de competência cultural, que é a capacidade de
compreender, comunicar, e interagir eficazmente com pessoas de diferentes culturas.
Num país cada vez mais diversificado, é importante que os estudantes conheçam e
respeitem diferentes culturas para viver e trabalhar eficazmente numa sociedade
multicultural. Além disso, o ensino multicultural pode ajudar a reduzir preconceitos e
discriminação, promovendo a compreensão e a empatia entre os estudantes. De modo a
verificarmos o sucesso do projeto vamos dar uso a um teste psicometrico escolar para
medir o grau de afectividade entre os alunos, julgando as evoluções e dinâmicas que
estas apresentam no decorrer do nosso programa.

Referências Biliográficas

Banks, J. A. (1993). Multicultural education. Phi Delta Kappan, 75(1), 21-28.

Hamza, M. (2005). African Immigrants to US make presence known in some


American communities. Voice of America News, 2005-05.

Harushimana, I., & Awokoya, J. (2011). African-born immigrants in US


schools: An intercultural perspective on schooling and diversity. Journal of Praxis in
Multicultural Education, 6(1),6

John Longres (1972) The Impact of Racism on Social Work Education, Journal of
Education for Social Work, 8:1, 31-41

Gay, G. (1983). Multiethnic education: Historical developments and future


prospects. The Phi Delta Kappan, 64(8), 560-563.
Shade, B. J. (1982). Afro-American Cognitive Style: A Variable in School
Success? Review of Educational Research, 52(2), 219–244.
https://doi.org/10.2307/1170312

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