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Para realizar o vídeo, procuramos utilizar o método de entrevista, como uma conversa, como

trabalhado por Eduardo Coutinho. Seu “método de não ter método” baseou nossa atividade,
admitindo a imperfeição humana. Visto isso, entendemos que apesar de não termos os
equipamentos e o costume, tudo isso se demonstra como parte da natureza do vídeo.

Essa atividade formativa retomou pensamentos sobre as cidades educativas de Paulo Freire.
Mesmo ainda sem escolarização, muitos são os saberes que constituem os sujeitos da
Educação de Jovens e Adultos. Em razão sermos seres inconclusos em nossa
condição histórica-social, é por isso que então estamos em constante
formação, sendo a escola mais um desses espaços formativos, entendendo
então a cidade como educativa pela simples necessidade de educar.

Paulo Freire (2001) contextualiza um pouco sobre a EJA que caminha para a
Educação Popular, de forma que, partindo de
“corte progressista, democrático, superando [...] a “educação bancária”, tenta o
esforço necessário de ter no educando um sujeito cognoscente, que, por isso
mesmo, se assume como um sujeito em busca de, e não como a pura
incidência da ação do educador.”
Essa postura pode ser claramente vista por intermédio das entrevistas,
reconhecendo a EJA e seus sujeitos como importantes personagens da
Educação Brasileira.

A valorização dos saberes prévios e o incentivo à leitura de mundo é não


somente essencial, mas garante um caráter respeitoso aos sujeitos. Baseando-
se nisso podemos ver o zelo desses princípios durante o vídeo e ainda ver a
real importância e significação disso. Sobre o assunto, Paulo Freire diz:
“Este modo de tratar os adultos analfabetos [a partir de uma concepção
bancária] implícita uma deformada maneira de vê-los – como se eles fossem
totalmente diferentes dos demais. Não se lhes reconhece a experiência
existencial bem como o acúmulo de conhecimentos que esta experiência lhes
deu e continua dando.”
E completa
“Daí que, nesta perspectiva crítica, se faça tão importante desenvolver, nos
educandos como no educador, um pensar certo sobre a realidade. E isto não
se faz através de blá-blá-blá mas do respeito à unidade entre prática e teoria.”
FREIRE, Paulo.Ação cultural para a liberdade. Rio de Janeiro, Paz e Terra,
1981.
FREIRE, Paulo. Política e educação: ensaios. São Paulo, Cortez, 2001. 5 ed.
FROCHTENGARTEN, Fernando. A entrevista como método: uma conversa com Eduardo
Coutinho. Psicologia UsP, São Paulo, janeiro/março, 2009, 20(1), 125-138.

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