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Érika Costa de Andrade

Valdira Vilar da Silva

RELATÓRIO DE EXPERIÊNCIA A PARTIR DO ESTÁGIO


SUPERVISIONADO EM EDUCAÇÃO INFANTIL

Relatório de Estágio Supervisionado na


Educação Infantil apresentado ao curso de Pedagogia
do Instituto de Especialização Profissional- IEP, como
parte dos requisitos necessários ao cumprimento de
Estágio Curricular I, sob a orientação da Prof.ª Tatiana
Ramalho Faria

JOÃO PESSOA/PB
2021
1. INTRODUÇÃO

O Estágio Supervisionado na Educação Infantil se consolida como uma


rica oportunidade de relacionamento entre teoria e prática, de vivência do
cotidiano escolar, de convivência com as crianças e de aprendizado, agora
modificado pela ocorrência da pandemia do novo coronavírus que teve início
em março de 2020, com isso a atuação docente e as concepções de ensino,
aprendizagem e presencialidade foram reformuladas no âmbito das discussões
educacionais. Neste relato das experiências pretende-se apresentar os
resultados do estágio supervisionado, que ocorreu no CREI JOÃO LEITE
GAMBARRA NETO.

Além de relatar as experiências desenvolvidas a partir deste processo


de formação do pedagogo, a metodologia aplicada pelos docentes, os estudos
bibliográficos que tratam acerca da prática pedagógica e, ainda, sobre a
importância do estágio na formação do pedagogo, favorecendo, desse modo,
novos direcionamentos pedagógicos para a educação infantil, além de servir
como embasamento para as práticas de construção e reconstrução do
conhecimento docente. O objetivo deste trabalho é ressaltar a importância do
estágio na formação inicial de professores, bem como mostrar os resultados do
período em estágio e como este impactou a formação e atuação na qualidade
de professor da infância.

Entende-se que a formação inicial deve ser pautada pela investigação


da realidade, mediante processos de reflexão sobre essa realidade, a fim de
avaliarem, professores-formadores e futuros professores, seu papel e sua
atuação nesse processo:

De modo geral, os estágios têm se constituído de forma


burocrática, com preenchimento de fichas e valorização de atividades
que envolvem observação, participação e regência, desprovidas de
uma meta investigativa. Dessa forma, por um lado se reforça a
perspectiva do ensino como imitação de modelos, sem privilegiar a
análise crítica do contexto escolar, da formação de professores, dos
processos constitutivos da aula e, por outro, reforçam-se práticas
institucionais não reflexivas, presentes na educação básica, que
concebem o estágio como o momento da prática e de aprendizagens
de técnicas do bem-fazer (BARREIRO e GEBRAN, 2006, p. 26-27).

Com isso a perspectiva do estágio como imitação de modelos, sem


investigação e sem reflexão, não pode mais fazer parte desse processo
formativo atual, pois é importante que o estágio seja um momento de tomada
de decisões, de confronto entre práticas e teorias, e apresentação de novos
conhecimentos a partir da atuação, tal como afirmam Barreiro e Gebran:

Nesse sentido, a formação para a docência de


qualidade deve se pautar na perspectiva investigativa, na qual
a pesquisa, assumida como princípio científico e educativo,
apresenta-se como uma proposição metodológica fundamental
para o rompimento das práticas de reprodução (BARREIRO e
GEBRAN, 2006, p. 118).

Os autores citados contribuíram no sentido de esclarecer os sentidos da


disciplina de estágio supervisionado na formação dos professores, além de
trazerem elementos específicos sobre as relações entre teoria e prática e sobre
os novos desafios de ensinar. E por fim apresentamos nossas considerações
sobre o que foi o estágio para nossa formação, as contribuições, as
dificuldades, as partes positivas e negativas nas intervenções e sugestões para
uma nova metodologia de trabalho.

2 . A IMPORTÂNCIA DO ESTÁGIO NA EDUCAÇÃO INFANTIL PARA


O PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM

O Estágio Supervisionado se baseia em um conjunto de atividades com


o intuito de promover oportunidades de aprendizagem profissional, social e
cultural, por meio da participação em situações reais de trabalho, lidando com
as situações de ensino e aprendizagem e organização do trabalho pedagógico
em suas múltiplas manifestações, e é uma atividade curricular que existe para
auxiliar na formação inicial dos alunos e que vai além de cumprir as exigências
acadêmicas, possibilitando-nos uma ampliação no campo da formação
enquanto professores, já que cada vez mais há a preocupação de que o
profissional que trabalha com a educação infantil esteja em um patamar
teórico-metodológico suficientemente capaz de ressignificar o processo de
aprendizagem e desenvolvimento infantil.

A creche e a escola da infância podem e devem ser o


melhor lugar para a educação das crianças pequenas –
crianças até os 6 anos –, pois aí se pode intencionalmente
organizar as condições adequadas de vida e educação para
garantir a máxima apropriação das qualidades humanas – que
são externas ao sujeito no nascimento e precisam ser
apropriadas pelas novas gerações por meio de sua atividade
nas situações vividas coletivamente. O conjunto dos estudos
desenvolvidos sob a ótica histórico cultural aponta como
condição essencial para essa máxima apropriação das
qualidades humanas pelas crianças pequenas o respeito às
suas formas típicas de atividade: o rateio, a atividade com
objetos, a comunicação entre as crianças, e entre elas e os
adultos, o brincar (MELLO, 2007, p.85).

Como a citação refere-se ao ano de 2007 o autor fala de crianças até


seis anos de idade, porém a modalidade de ensino na educação infantil vai de
0 – 5 anos e 11 meses de idade divididos em duas fases: Creche que é
pensada para as crianças de 0 – 3 anos, e pré escola: que é para alunos dos 4
– 5 anos e 11 meses. Onde o seu objetivo é o desenvolvimento integral da
criança que vai perpassar pelas múltiplas dimensões sendo elas: aspectos
físicos, psicológicos, intelectual e social, ou seja, todas as dimensões da
criança, a educação infantil complementa as ações pensadas pelas famílias e
da comunidade, visando seu adequado desenvolvimento.

Diante disso, o estágio serve-nos enquanto oportunidade de


relacionarem teoria e prática, e enfatizar que são indissociáveis, principalmente
no que tange ao processo de mediação do conhecimento junto ao trabalho
pedagógico na escola infantil. A prática não deve acontecer sem respaldo, ou
somente acontecer por mero senso comum, pode-se perceber isso quando o
autor afirma que:
Então, educamos e somos educados. Ao compartilharmos, no
dia-a-dia do ensinar e do aprender, idéias, percepções, sentimentos,
gestos, atitudes e modos de ação, sempre ressignificados e
reelaborados em cada um, vamos internalizando conhecimentos,
habilidades, experiências, valores, rumo a um agir crítico-reflexivo,
autônomo, criativo e eficaz, solidário. Tudo em nome do direito à
vida e à dignidade de todo o ser humano, do reconhecimento das
subjetividades, das identidades culturais, da riqueza de uma vida
em comum, da justiça e da igualdade social. Talvez possa ser esse
um dos modos de fazer pedagogia (LIBÂNEO, 1999 p.02)

Freire também trata dessa relação, do professor pesquisador que


investiga sua realidade, afirmando que:

Não há ensino sem pesquisa e pesquisa sem ensino. Esses


fazeres se encontram um no outro (...). Pesquiso para constatar,
constatando, intervenço, intervindo educo e me educo. Pesquiso
para conhecer o que ainda não conheço e comunicar ou anunciar a
novidade (FREIRE, 2012, p.30).

Diante dessa afirmação é fundamental compreender o processo de


formação e atuação para assim possibilitar novas leituras de mundo e
aprendizagens tanto para os professores como para os estagiários, quanto
para as crianças.

2.1 CONCEPÇÕES PEDAGÓGICAS

Partindo das necessidades existentes do CREI João Leite Gambarra


Neto foi que se elaborou o Projeto Pedagógico visando fundamentar toda ação
didático-pedagógica, e a instituição é responsável pela formação e cuidados de
310 crianças atualmente na faixa etária de 01 a 05 anos e 11 meses de idade
em tempo integral, como determina o Estatuto da Criança e do Adolescente –
ECA no Art.4º, “É dever da família, da comunidade em geral e do poder público
assegurar com absoluta prioridade a efetivação dos direitos referentes à vida, à
alimentação, à educação, ao esporte e à cultura ‘’[...] (ECA, 1990, p. 23)
E ainda a Lei De Diretrizes e Bases da Educação Nacional - LDBEN nº
9394/96 no Art.29 explicita que: A educação infantil, primeira etapa da educação
básica, tem como objetivo e finalidade o desenvolvimento integral da criança até
cinco anos de idade, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social,
complementando a ação da família e da comunidade. (LDB, 1996, p. 9).
As Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Infantil (DCNEI,
Resolução CNE/CEB nº 5/2009) mencionam os eixos estruturantes das práticas
pedagógicas dessa etapa da Educação Básica como “interações e as
brincadeiras, experiências por meio das quais as crianças podem construir e
apropriar-se de conhecimentos por meio de suas ações e interações com seus
pares e com os adultos, o que possibilita aprendizagens, desenvolvimento e
socialização” BRASIL, 2017, p.35).

E ainda a Base Nacional Comum Curricular (BNCC, 2018 p. 22) define


para todo aluno do Brasil, estando na primeira etapa da Educação Infantil como
uma etapa essencial estabelece os direitos de aprendizagem para crianças de
zero (0) a cinco (5) anos, que são elas:
● CONVIVER - “Conviver com outras crianças e adultos, em pequenos e
grandes grupos, utilizando diferentes linguagens, ampliando o
conhecimento de si e do outro, o respeito em relação à cultura e às
diferenças entre as pessoas”.
● COMO GARANTIR ESSE DIREITO - Situações em que os pequenos
possam brincar e interagir com os colegas e adultos. Proporcionando
diversas atividades lúdicas que são importantes para que as crianças
convivam em uma situação em que precisam respeitar regras. Permitir
que as crianças participem da organização da convivência do grupo,
envolvendo-as nas tarefas que viabilizam a rotina cotidiana.
● BRINCAR - “Brincar cotidianamente de diversas formas, em diferentes
espaços e tempos, com diferentes parceiros (crianças e adultos),
ampliando e diversificando seu acesso a produções culturais, seus
conhecimentos, sua imaginação, sua criatividade, suas experiências
emocionais, corporais, sensoriais, expressivas, cognitivas, sociais e
relacionais”.
● COMO GARANTIR ESSE DIREITO - As brincadeiras são essenciais e
devem estar presentes intensamente na rotina da criança. Trata-se de
iniciativas infantis que o adulto deve acolher e enriquecer, porém, devem
ser planejadas e variadas. Para isso, a partir da observação dos
pequenos brincando, o professor pode disponibilizar materiais que
auxiliem o desenvolvimento da brincadeira ou que conduzam a outras
experiências. Ele também pode promover conversas posteriores para
discutir o que observou. “Se o professor organiza boas propostas, por
exemplo, bons títulos de literatura, conversas para uma sequência rica
migrando para novas brincadeiras com mais ampliação de consciência”.
● PARTICIPAR - “Participar ativamente, com adultos e outras crianças,
tanto do planejamento da gestão do CREI e das atividades propostas
pelas professoras quanto da realização das atividades da vida cotidiana,
tais como a escolha das brincadeiras, dos materiais e dos ambientes nas
ações concretas nas diversas concepções, desenvolvendo diferentes
linguagens e elaborando conhecimentos, decidindo e se posicionando”.
● COMO GARANTIR ESSE DIREITO - O planejamento das ações junto à
gestão, equipe pedagógica e família sempre ocorrem através de
encontros pedagógicos para melhor aproveitamento do ensinar e cuidar,
oportunizando o envolver das crianças em todas as etapas, permitindo
que elas ajudem a decidir como será a estrutura, quais materiais serão
usados, qual será a cor etc. Permitir que elas participem das decisões
que dizem respeitos a elas mesmas e que organizam o seu cotidiano
coletivo.
● EXPLORAR - “Explorar movimentos, gestos, sons, formas, texturas,
cores, palavras, emoções, transformações, relacionamentos, histórias,
objetos, elementos da natureza, na escola e fora dela, ampliando seus
saberes sobre a cultura, em suas diversas modalidades: as artes, a
escrita, a ciência e a tecnologia”.
● COMO GARANTIR ESSE DIREITO - Aqui, é fundamental permitir que as
crianças explorem sozinhas diferentes materiais fornecidos pelo
professor. Além da exploração de elementos concretos, explorar os
elementos simbólicos, permitindo também, que as crianças explorem
músicas e histórias, teatro, cineminha. Criar momentos de reflexão a
partir da observação e escuta que o professor perceba o que é pertinente
e necessário para os pequenos.

● EXPRESSAR - “Expressar, como sujeito dialógico, criativo e sensível,


suas necessidades, emoções, sentimentos, dúvidas, hipóteses,
descobertas, opiniões”.
● COMO GARANTIR ESSE DIREITO - Rodas de conversa são
imprescindíveis para que as crianças tenham seu direito garantido. É
importante que essas situações sejam frequentes para que o professor
apresente materiais variados para que a criança explore e se expresse a
partir de diferentes linguagens. “Expressar é posterior ao explorar, só se
pode expressar quando conhece”. Promover ambientes interessantes de
expressão com diferentes pessoas e situações ajuda a garantir este
direito. Outro recurso essencial é a criação de momentos de fala, nos
quais ambas as partes escutem e se expressem. Além disso, criar
conselhos e assembléias em que os pequenos votam e argumentam
sobre decisões que afetam o coletivo ajudam nessa tarefa.

● CONHECER-SE - “Conhecer-se e construir sua identidade pessoal,


social e cultural, constituindo uma imagem positiva de si e de seus
grupos de pertencimento, nas diversas experiências de cuidados,
interações, brincadeiras e linguagens vivenciadas na instituição escolar e
em seu contexto familiar e comunitário”.

● COMO GARANTIR ESSE DIREITO - Boa parte das atividades ajuda a


garantir esse direito, mas há estratégias para pensar especificamente
sobre ele. Neste momento, é importante que o professor ajude a que eles
se percebam e demonstrem o que gostam. Para isso, o professor pode, a
partir da observação, criar situações simples, mas que os auxiliem a
descobrir a si próprio e ao outro. Os momentos das diversas brincadeiras
coletivas, visibilidades no espelho, banhos, alimentação, troca de fralda,
também são ricos para essa aprendizagem: ao se sentir cuidado
estimulando o aprender a cuidar de si, a criança desperta a consciência
sobre seu corpo. Quando “tocamos os bebês criamos a primeira
oportunidade para que se reconheçam como pessoas e não objetos".
Embasados no que diz as diretrizes acima, o objetivo é ter este
documento como instrumento teórico metodológico que visa o enfrentamento
dos desafios cotidianos no Centro de Referência de Educação Infantil-CREI de
maneira sistematizada, consciente, fundamentada em normas coerentes com o
plano de trabalho que vise o bem estar das crianças numa abordagem
participativa e com a reflexão coletiva. É o caminho mais adequado para
reinventar o processo, ressignificando suas finalidades e objetivos.
A proposta constitui-se então, num instrumento que expressa as
diretrizes que o CREI segue, e tem como referencial a realidade cotidiana das
crianças, respaldado no que assegura o currículo geral e específico da
Educação Infantil.
Ainda sobre a Resolução do Conselho Municipal de Educação no artigo
5º, as instituições de Ensino Fundamental e de Educação Infantil, criadas e
mantidas pelo poder público Municipal, terão a incumbência de:

III – elaborar seu Projeto Pedagógico e seu Regimento


Escolar, com a participação da comunidade da escola,
especialmente seu corpo docente e técnico, provendo formas de
organização do trabalho pedagógico, do controle do
cumprimento dos dias letivos, do plano de trabalho dos seus
servidores e do acompanhamento sistemático do rendimento
dos alunos de modo a construir o sucesso escolar. (CME 2000,
p. 384)

Sendo assim, é possível pensar em um ambiente como instituição em


que sua equipe possibilite meios específicos para o desenvolvimento integral
das crianças, favorecendo formação social e de cidadania.
A proposta é promover as interações sociais e iniciá-las no mundo da
educação sistematizada através dos eixos temáticos bimestrais: Identidade e
autonomia, Meio ambiente, Arte e cultura, Ética e cidadania, Estatuto da
criança e do adolescente e Patrimônio histórico e cultural e através dos direitos
de aprendizagens conviver, brincar, participar, explorar, expressar e conhecer-
se, na possibilidade de aprendizagem diante os campos de experiência além
da elaboração de atividades que estimulem a valorização da Identidade e
Autonomia das crianças, como define a Base Nacional Comum Curricular
(BNCC), que a Educação Infantil é uma etapa essencial para a construção da
identidade e da subjetividade das crianças, contribuindo assim para despertar
nos pais o interesse de priorizar a educação como bases primordiais na vida de
seus filhos, sendo assim, estes poderão desenvolver competências e
habilidades contribuindo para a formação de uma sociedade mais justa e
democrática.

2.2 EXPERIÊNCIAS DE PROPOSTAS E INTERVENÇÃO


PEDAGÓGICA DENTRO DE UM COTIDIANO INFANTIL EM SEU NOVO
NORMAL DE ATIVIDADES REMOTAS

A suspensão do desenvolvimento das ações presenciais devido à


necessidade de conter a expansão da Covid-19 foi imposta a uma nova
realidade, onde os professores foram orientados a trabalhar com a temática
“Olhar, acolher e fortalecer” pelo Departamento de Educação Infantil.
Conforme a LDB/1996, não poderá ser aplicada à Educação Infantil
regime de aulas não presenciais, levando-se em conta as especificidades
dessa modalidade de ensino. Assim, foram recomendados que fossem
desenvolvidos materiais de orientações aos pais ou responsáveis com
atividades educativas de caráter eminentemente lúdico, recreativo, criativo e
interativo, para que sejam realizadas atividades com crianças no ambiente
familiar, enquanto durar o período de emergências. (CNE/CP Nº: 5/2020, p.9).
Diante as orientações ao que se fundamentou em meio à discussão da
proposta de ensino e aprendizagem em uma reunião pedagógica de
planejamento com a equipe de trabalho da instituição CREI João Leite
Gambarra Neto, foi pensada conforme as reais necessidades pedagógicas a
temática para a elaboração do projeto “Xô corona que já sei cuidar de mim e do
outro!”.
Reinventando e aprimorando o modo de ensino objetivando relação
entre professor, crianças e familiares através do aplicativo WhatsApp, para
acolhimento, ações dialógicas e explanação das atividades pedagógicas
estreitando a Inter relação afetiva diante a percepção de criança, ensino,
experiências, interações propostas e vivenciadas no acolhimento das crianças
e famílias sumarizadas em semanas, sobre o olhar das professoras no
desenvolvimento das suas práticas pedagógicas mediante uma rotina onde
juntas propuseram ações em diálogos pedagógicos. Foi nesse processo por
meio das interações que constituiu-se às atividades inerentes ao sujeito de
direito.

Nessa Construção de relacionamento através do olhar carinhoso em


acolhimento das necessidades primárias para o fortalecimento dos vínculos
afetivos, dando importância para identidade pessoal, cultural e social de seus
agentes (criança, família, equipe pedagógica e outros profissionais) na
promoção de uma prática de cuidados visando integração entre os aspectos
físico, emocionais e linguísticos das crianças.
No entanto, foi trabalhado o exercício do direito de aprendizagem e
desenvolvimento expressando, sentimentos, idéias, relatos de vivências,
através da linguagem oral, a fim de mobilizar os saberes dos campos de
experiência. O eu, o outro e o nós; Corpo, gestos e movimentos; Traços, sons,
cores e formas; Escuta, fala, pensamento e imaginação; Espaço, tempo,
quantidades, relações e transformações. Onde foram abordadas atividades que
tiveram como objetivo desenvolver o campo cognitivo, intelectual, emocional e
cultural das crianças, e assim estabelecer os direitos de aprendizagem:
conviver, brincar, participar, explorar, expressar e o conhecer-se através dos
princípios de interações e brincadeiras.

2.3 ATIVIDADES RELACIONADAS AO PERÍODO DE ESTÁGIO

O seguinte relatório visa avaliar o desenvolvimento das crianças em


relação às aprendizagens e a participação nas atividades das aulas remotas. A
avaliação das crianças se deu através das feituras das atividades e devolutivas
das mesmas.

Foram encaminhados relatos das crianças com fotos e vídeos, onde apesar
do distanciamento social, as crianças foram dedicadas, e sem medirem
esforços continuaram os laços afetivos e conexão com as propostas
pedagógicas, num elo de apoio e incentivo mútuo.

Aprendizagens alcançadas pelos alunos em relação aos objetivos


propostos para o período de março de 2021.
No campo de experiência “O eu, o outro e o nós, demonstraram imagens
positivas em se cuidar e cuidar do outro para se proteger do coronavírus e
enfrentar os desafios junto com as famílias, e como apresentaram confiança
em realizar novas experiências, o que nos chamou atenção foi a criança
orientando toda a família sobre os cuidados com o coronavírus e pediu que
todos os colegas se cuidassem, porque a mesma gostaria de voltar para o
CREI para e assim poder brincar com os colegas. Bem como também podemos
observar que outra aluna ficou feliz em fazer a experiência da mão limpa do
orégano, e ela percebeu que através da higienização das mãos pode se
proteger do coronavírus.

No campo de experiência “Escuta, fala, pensamento e imaginação”,


demonstraram capacidade de dialogar com pessoas do seu convívio,
expressando os seus desejos e sentimentos, onde os alunos explicaram para
suas famílias como usar a máscara corretamente, e em seguida pediu que
todos se cuidassem.


no campo de experiência “Corpo, gestos e movimentos”, demonstraram
habilidades em deslocar o seu corpo no espaço, em si envolver em atividades
e brincadeiras de diferentes formas, onde os mesmos perceberam as relações
entre seu corpo e os objetos, em relação ao seu corpo e outras pessoas, e em
seguida foi uma brincadeira que o tema era “De olho no corona”, onde a
professora pediu que eles desenhassem, pintassem e cortassem o
coronavírus, e em seguida distribuísse no chão da casa, ao som da paródia
“Combate coronavírus Anitta e Lexa”, e brincaram fugindo do coronavírus, e o
que nos chamou atenção foi a aluna que postou o passo a passo da
brincadeira, e a mesma demonstrou habilidades manuais adquirindo, controle
para manusear, cortar e colar, transmitiu suas idéias a partir de desenhos,
adequando aos seus movimentos.

No campo de experiências “Traços, sons, cores e formas”, foram


utilizadas diferentes fontes sonoras, disponíveis no ambiente e brincadeiras
cantadas, canções, músicas e melodias. Percebemos que as crianças amaram
realizar essas atividades, onde as mesmas se expressaram por meio de
experiências diversificadas, vivenciaram diversas atividades, como as artes
visuais, pintura, modelagem, colagem, fotografias e etc. Com base nessas
experiências elas se expressaram criando suas próprias produções.
No campo de experiências “Espaços, tempos, quantidades e relações”,
foram capazes de explorarem e descobrirem semelhanças e diferenças entre
as características dos objetos, texturas, massas, tamanhos. O que chamou a
nossa atenção foi que para realização desta atividade, onde a professora pediu
que as crianças desenhassem o coronavírus com massa e resto de sabão,
utilizando cotonetes, palitos de fósforos, e no momento que eles estavam
realizando as atividades, os mesmos contaram os palitos e perceberam que o
coronavírus não estava liso e sim espinhoso, e em outro momento algumas
crianças construíram o coronavírus com massa e outras com restos de sabão e
sabonete.

Em outro momento foi lançado o desafio onde foi solicitado que alguém
da família desenhasse um monstrinho que representasse o coronavírus na
palma da mão da criança, e que ela lavasse as mãos várias vezes ao dia, e no
final do dia, eles iam perceber que o monstrinho tinha ido embora, na
devolutiva das atividades uma aluna explicou por meio de vídeo como lavar as
mãos, outro aluno cantando a música sugerida pela professora “A turma do seu
Lobato - Hora de lavar as mãos”, lavou as suas mãos e aprendeu que a água e
o sabão é uma das prevenções contra o coronavírus.
Mediante as atividades apresentadas às crianças demonstraram bom
desenvolvimento, adquirindo novos conhecimentos em relação ao combate do
coronavírus Covid-19. Considerando o período de adaptação dessa nova
realidade educacional que foi preciso à permanência das crianças em casa por
medida de proteção à saúde e redução da chance de não se tornarem
propagadores do Covid-19 para seus familiares e comunidades.

Portanto, as participações das famílias estão no processo de aceitação


da proposta educacional de Educação Infantil nesta nova realidade. Em uma
Proposta Pedagógica, “deve-se prever as condições para o trabalho coletivo,
buscando a participação, o diálogo e a escuta cotidiana das famílias, o respeito
e a valorização de suas formas de organização; o estabelecimento de uma
relação afetiva com a comunidade local e de mecanismos que garantam a
gestão democrática e a consideração dos saberes da comunidade” (DCNEI,
2009, P.19).
Com base nos retornos das respostas das atividades, as professoras do
CREI João Leite Gambarra Neto continuam ampliando o diálogo com as
crianças e seus familiares, abordando os direitos de aprendizagem e
aprimorando o acolhimento para melhor atender as reais necessidades
educacionais das crianças.
A participação das mesmas na construção do processo de
conhecimento coletivo em demonstração de um bom desenvolvimento afetivo,
adquirindo novos conhecimentos através das interações e brincadeiras em
família.
Diante das informações organizadas, através dessas e de outros instrumentos,
foi possível avaliar as ações propostas, as interações das crianças, suas
descobertas, e os processos de desenvolvimento das suas habilidades e
competências diante as aprendizagens, dando subsídio para melhorar a prática
pedagógica e assim alcançar os objetivos previstos.
Por isso podemos afirmar que diante as observações realizadas no período do
estágio supervisionado, as crianças ao realizarem as atividades planejadas se
desenvolveram progressivamente demonstrando interesse e dedicação, tanto
das crianças como de seus familiares presentes, onde os registros nos
revelaram a participação e o que elas aprenderam em todo processo obtido e
se mostrou indispensável para que o professor tenha um olhar atento ao que
as crianças estão demonstrando sobre seus saberes prévios.

2. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A infância é a primeira etapa da vida de um indivíduo que nunca deixará


de existir, mas se esta fase não for devidamente preservada, a essência da
infância é brincar. Com isso entende-se que a educação infantil, como etapa
inicial da educação básica, é de demasiada importância para o
desenvolvimento do indivíduo em todos os aspectos de sua formação enquanto
aluno e cidadão. Concluímos que neste período de estágio supervisionado as
crianças demonstraram bom desenvolvimento, adquirindo novos
conhecimentos em relação ao combate do coronavírus, mesmo tendo que
considerar o período de adaptação dessa nova realidade educacional, onde foi
necessário à permanência das crianças e de seus familiares em casa por
medida de proteção a saúde e a redução das chances de não se tornarem
propagadores do Covid-19. Portanto, as participações e aceitações da
proposta Educacional de Educação Infantil das famílias estão sendo um
processo desta nova realidade, com base a uma Proposta Pedagógica, onde
se devem dar condições para o trabalho coletivo, a participação, o diálogo e a
escuta diária das famílias, o respeito e a valorização de suas formas de
organização, o estabelecimento de uma relação afetiva com a comunidade
local e de mecanismos que garantam a gestão democrática e a consideração
dos saberes da comunidade” (DCNEI, 2009,P.19).

Percebemos que as professoras da unidade de ensino estão


continuamente ampliando o diálogo com as crianças e seus familiares,
abordando os direitos de aprendizagem e aprimorando o acolhimento para
melhor atender as reais necessidades da sua clientela, e com isso tendo como
retorno um bom desenvolvimento afetivo, onde estão adquirindo continuamente
os novos conhecimentos através das interações e brincadeiras em família.
Diante das informações organizadas, foi possível avaliarmos que as ações
propostas pelas professoras, teve as interações das crianças, e as suas
descobertas, dentro dos processos de desenvolvimento das suas habilidades e
competências diante as aprendizagens, e assim deram subsídio para melhorar
a prática pedagógica e assim alcançarem os objetivos previstos pelo corpo
docente e equipe do CREI.

Por isso concluímos que a realização das propostas de atividades


vivenciadas pelas crianças, onde as mesmas desenvolveram, demonstraram
interesse e dedicação, nas participações juntamente com suas famílias
presentes nos grupos das turmas, deram subsídios para as professoras
elaboraram os registros com as devolutivas, e as mesmas nos revelaram que
as crianças estão aprendendo, e por isso percebemos a importância do
quanto é indispensável que o professor tenha um olhar atento ao que as
crianças estão demonstrando sobre seus saberes. Assim, quando uma criança
é bem desenvolvida tanto na escola como na vida familiar no período de sua
infância, em suas habilidades e aprendizado, ele se torna um adulto mais
crítico, com uma mente mais aberta para entender e coexistir em um mundo
em constante mudança e modernização.

REFERÊNCIAS
Ajuda on-line para utilização do sistema Base Nacional Comum
Curricular. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/Acesso em:
30 abr. 2021.

BARREIRO, Iraíde M. de F.; GEBRAN, Raimunda A. Prática de ensino e


estágio
supervisionado na formação de professores. São Paulo: Ed. Avercamp,
2006.

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Brasil. Brasília, DF: Senado, 1988.

BRASIL. Lei Federal n. 1990, p. 23, no Art.4º de 13 de julho de 1990. Estatuto


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http://www.planalto.gov.br/>Acesso: em 30 abr.2021

BRASIL,Lei de Diretrizes e Bases LEI Nº 9.394 de 20 de dezembro de 1996,


disponível em: http://portal.mec.gov.br/> Acesso: em 30 abr.2021

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