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a) Educadores
Segundo o entrevistado, os educadores estão lá para ajudar, mesmo com dificuldades, quando
diz:
“Pow, os caras (educadores) queriam ajudar né, de alguma forma. É... Queria ver se tinha
alguém preparado para fazer um ENEM, perguntavam se tinha alguém estudado, se dava pra
trazer histórico, essas coisas assim.”
Ainda É importante destacar falando sobre essa a autonomia que, Paulo Freire tanto nos falou
nas suas obras, a que
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apenados da importância e do papel da educação na vida na ressocialização. (2003, cap.2, pág.
61)
Essa ideia E isso vai de acordo com o pensamento do meu entrevistado quando ele fala
da visão que tem da educação
“Pow cara, vou dizer pra você. A educação é mais que oitenta por cento, vou falar pra você,
uma pessoa ignorante é terrível. Você olhar e vê que a pessoa não é uma pessoa má, mas é
uma pessoa ignorante. Você vê que a pessoa não teve a condição de aprendizado, você vê
que o modo de se expressar da pessoa é um modo rude. Então a educação trás muito
benefício a sociedade, a educação faz com que a pessoa seja mais amável, não só nas suas
atitudes, mas no jeito de falar e de empregar as palavras.”
Mas se esses os apenados reconhecem a importância da educação, por que eles não
estudaram/frequentaram a escola aqui do lado de fora? Sabemos que muitas das vezes o
indivíduo não tinha a oportunidade ou até mesmo uma rede apoio para que isso acontecesse, o
mesmo aconteceu com o meu entrevistado.
“Minha mãe, não tinha nem como me incentivar, minha mãe trabalhava pra
sustentar quatro filhos. Minha mãe não tinha tempo disso, minha mãe
também não frequentou muito a escola”
Sendo assim, essa história é recorrente , essa fala do entrevistado reforça que escola não fazia
parte da vida dos brasileiros, somente a partir do final da década de 90, com a criação do
FUNDEB conquistamos o direito a educação para todos, principalmente para as crianças.
Neste sentido, infelizmente esses as pessoas, maiores de 30 anos,indivíduos acabam tendo
contato com a educação “tarde demais”, neste caso, quando já estão privados da liberdade.
O texto também nos mostra que além de ensinar, a educação penitenciaria tem o papel de
resgatar essas pessoas que estão privadas da liberdade.Encontro essa ideias quando
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“Você olhar e vê que a pessoa não é uma pessoa má, mas é uma pessoa ignorante. Você vê
que a pessoa não teve a condição de aprendizado, você vê que o modo de se expressar da
pessoa é um modo rude. Então a educação trás muito benefício a sociedade, a educação faz
com que a pessoa seja mais amável, não só nas suas atitudes, mas no jeito de falar e de
empregar as palavras.”
Um outro aspecto que ressalto do texto de JULIÃO seria que os apenados respeitam bastante
os professores. No texto, uma professora diz que, diferente dos alunos que estão aqui fora, os
alunos de lá dão mais valor à escola/educação, pois querem resgatar algo que não teve a
oportunidade de ter aqui fora ou quando era criança. (cap. 2, pág 86)
“Era sempre com muito respeito. Era sim senhor, não senhor, tinha uma regra de uma
distância, era muito rigoroso. Não era nem pela questão policial, a questão era entre presos.
É uma regra! Uma distância entre o visitante e o detento.”
“Não é possível respeito aos educando, à sua dignidade, a seu ser formando-se, à sua
identidade fazendo-se, se não se levam em consideração as condições em que eles vêm
existindo”
Outro aspecto importante que o entrevistado expressou foi que a educação ocupa um espaço
de humanidade no sistema prisional.
Foucault (1987) nos diz que a prisão pode ser "aparelho para transformar os indivíduos”
“Ela é a escuridão, a violência e a suspeita. É um lugar de trevas onde o olho do cidadão não
pode contar as vítimas, onde conseqüentemente seu número está perdido para o exemplo...
Enquanto que se, sem multiplicar os crimes, pudermos multiplicar o exemplo dos castigos,
conseguimos enfim tomá-los menos necessários, aliás, a escuridão das prisões torna-se
assunto de desconfiança para os cidadãos; supõem facilmente que lá se cometem grandes
injustiças... Há certamente alguma coisa que vai mal, quando a lei, que é feita para o bem da
multidão, em vez de excitar seu reconhecimento, excita continuamente seus murmúrios.”
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS