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JUAZEIRO DO NORTE-CE
2019
O documentário “quando sinto que já sei” mostra alternativas ao sistema
convencional de ensino. Trazendo reflexões a partir do próprio nome do documentário,
em que saber já seria suficiente, não seria necessário provar nada a ninguém através de
testes. E tem como objetivo mostrar que é possível fazer diferente na educação. São
relatos de professores, educadores, alunos, coordenadores, todos com o um desejo em
comum, transformar a educação, gerar autonomia aos alunos.
A escola mudou e deixou de fazer sentindo enquanto construção social, este tipo
de sistema causa infelicidade, analfabetismos e desperdício de gente, relata José
Pacheco. A opressão do ambiente escolar tradicional, o enquadramento dos alunos
numa perspectiva do melhor da turma, de passar no vestibular para ter sua foto em um
outdoor gera ainda mais pressões e infelicidade daqueles que não atingiram conforme o
que foi proposto pela a escola. A escola precisa ser um lugar prazeroso, em que não é
como único fator o aprendizado de conteúdo, mas que se aprenda a viver em sociedade,
que aprenda a viver.
Talvez seja importante outra reflexão, alunos que se adaptaram desde cedo com
o modelo convencional da escola, e ir ao encontro da escola mais humanista, pode gerar
nele uma certa passividade, ou não queira, afinal ele está livre e não há uma hierarquia
onde um manda e o outro apenas acata e reproduza. Diferente do tradicional, o aluno
tem voz nesse ambiente, em que expressam o que não gostam, e que são protagonistas
de seu desenvolvimento e desejos.
A contribuição de Rogers não foi tecnológica, mas ética. Esse valor ético tem
como único critério o bem-estar do homem. Somente o homem pode determinar
segundo a sua consciência moral, o que deve ou não fazer.
Segundo Rubem Alves, em “Gaiolas e Asas”, ele narra uma metáfora entra as
variadas escolas: “Há escolas que são gaiolas. Há escolas que são pássaros”. E explica,
as escolas que são gaiolas existem para que os pássaros desaprendam a arte do voo, são
pássaros sob controle. E deixaram de ser pássaros, pois a essência deles é o voo. Escolas
que são asas, não amam ou querem os pássaros engaiolados. Eles amam o voo deles, sua
autonomia. Existem não para prende-los, mas para incentivar e estimular ao seu voo. Já
que o voo não pode ser ensinado, só por ser encorajado. Nas escolas do documentário,
as crianças não são “pássaros presos”, pelo contrário, são livres para descobrir a arte de
voar e serem protagonistas.
Entretanto, a pesar da escola libertadora ser uma forma autentica de
aprendizagem, ainda se tem muito a conquistar, principalmente nessa perspectiva
capitalista de que quanto mais se tem, mais se consegue, quanto mais vestibulares o
aluno conseguir aprovações, melhor ele é, o melhor de todos. E dentro disto, o brasil
ainda tem muito a se transformar e quebrar paradigmas. Não só das escolas, mas dos
pais também, que entendem uma reprovação como um fracasso do filho. Das pressões
de se graduar em curso que os pais desejam, mas que não entendem que essa não é a sua
vontade.