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pela primeira vez passa a frequentar a escola. Auggie é uma criança sonhadora,
criativa, têm admiração por personagens de desenhos, jogos e filmes como outras
crianças de sua idade. Existe também algo incomum na vida dele, trata-se de uma
síndrome rara caracterizada por deformidades craniofaciais, chamada síndrome de
Treacher Collins.
A incidência aproxima-se de 1:40.000 a 1:70.000 casos por nascidos
vivos, não existindo preferência por sexo ou raça. A transmissão
ocorre ao acaso, mas é suspeitado uma transmissão autossômica
dominante de expressividade variável (2,3). A probabilidade de uma
criança herdar a condição quando um dos progenitores apresenta a
síndrome é de 50%.(SILVA et al, 2008)
Uma fala do filme que merece bastante atenção é quando a mãe do Julian
diz que as crianças não estão preparadas para esse tipo de situação e deixa a
entender que, dessa forma, segregar Auggie é uma solução possível. Esta é uma
fala um tanto problemática, na medida em que é realmente uma questão que
precisa ser trabalhada no meio escolar, mas que de forma alguma pode ser
excludente, pelo contrário precisa ser um trabalho integrativo e inclusivo. A
informação, conscientização e todo trabalho decorrente disso deve almejar a
equidade e uma educação que de fato alcance à todos.
A escola pode ser um lugar de construção, de aprendizagem de mundo,
constituição dos sujeitos, lugar de afeto, de humanização do homem, conhecimento
cultural, científico, social e crítico, assim como um lugar de troca de experiências.
Entretanto, a realidade se afasta das tantas possibilidades desse lugar a medida
que a escola se posiciona com uma suposta neutralidade, onde os modelos
tradicionais permanecem enrijecidos frente à atualidade e a diversidade presente na
escola. É um espaço em que perpassam preconceitos advindos da sociedade e
muitas vezes pouco é feito sobre isso.
Nesse sentido, pensar em um processo de inclusão escolar
que dê conta das ações excludentes que cercam as escolas
é assumir que muita atenção deve ser dada ao caráter
elitista e homogeneizante das práticas pedagógicas e suas
inadequações na abordagem da diversidade dos alunos, e
que exige de nossas consciências um despertar mais ético
ante a questão social fundada por exclusões e
desigualdades (GOMES, SOUZA, 2011).