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FACULDADE DE CIÊNCIAS HUMANAS DE OLINDA

CURSO: PSICOLOGIA
DISCIPLINA: LIBRAS
PROFESSORA: PHILIPE AGUIAR
DATA: 16/02/2023
ALUNAS: DANIELE SILVA SIMÕES CAVALCANTI

Reflexão sobre o filme “É seu nome é Jonah (1979)”


“Infelizmente vivemos no mundo de sons. Então, não é permitido os sinais”. Com essa frase,
Srª Marquaret protagonizou práticas desenvolvidas a partir da estimulação da vocalização e audição
cada vez mais precoce das crianças surdas, pois acreditava-se que o ensino da leitura labial e da
repetição pela modalidade falada eram estímulos para oralizar, por isso pensava que o uso de sinais
poderia interferir na aprendizagem com falta de engajamento, preguiça ou opção apenas pela uso da
língua de sinais.
Nesse contexto, retratado no filme que reproduz parte da história do menino surdo chamado
Jonah e sua família, que indevidamente fora diagnosticado com retardo mental e internado em uma
enfermaria psiquiátrica por um período de longos três anos, cujo o ambiente hospitalar faz parte
diária de convivência do protagonista, que também leva a refletir sobre possíveis repercussões, pois
as experiências vivenciadas tem potenciais para influenciar aspectos relacionados ao
desenvolvimento biopsicossocial, em especial na infância.
Além disso, na sequência, Jonah passa viver em uma casa e em contato com outros familiares,
entretanto a convivência familiar tornou-se conflituosa, inclusive com separação dos pais. Papalia e
Fildman (2013), refere a ambiência familiar assim como sua organização, é capaz de influenciar ao
bem-estar da criança. E ressalta, que “Para entender a criança na família precisamos olhar para a
família no ambiente sua atmosfera e estrutura” (p.358) O que nos leva a considerar, tanto a angustia
de Jonah vivendo no aprisionamento incomunicável, quanto o sofrimento familiar de pais falantes
que não conseguem estabelecer boa comunicação e compreensão mútua com seu filho surdo.
Paralelo a isso, ainda eram evidentes as dificuldades relacionadas ao próprio pertencimento, a
convivência social e no espaço de ensino de uma escola oralista.
Mas, uma encontro com uma casal de surdos que se comunicavam de forma tão clara através da
língua de sinais, foi papel fundamental para a descoberta de outro domínio, tão criticado pelo
conservadorismo oralista, embora sendo desvelado agora com imenso potencial de domínio dos
surdos e que por tanto tempo a Srª Corelli buscava para seu filho. A partir dessa interação, mãe,
filho, irmão passaram a compreender o funcionamento da língua de sinais e sua cultura, o que foi
libertador a tantos anos de aprisionamento sem conseguir comunicar-se e sem promoção ao
conhecimento familiar de uma comunicação naturalmente através dos sinais.
Diante do exposto, na obra cinematográfica, percebe-se uma experiência singularizada de uma
criança surda em uma família de ouvintes que enfrentam distintas problemáticas, embora perceba-se
o difícil foi a informação e conhecimento acerca da complexidade da surdez, bem como a
competência educacional que não se adaptava as diferenças individualizadas e operacionalizava na
universalização. Entretanto, das telas para a vida real e atual compreendemos que ainda há muitas
medidas importantes a fazer para viabilizar a propagação da língua de sinais como importante

proteção da identidade da pessoa surda é possível inclusão na comunicação desde cedo. 

Referências
PAPALIA, Diane E. FELDMAN. Ruth Duskin. Desenvolvimento Humano. 12 ed. Porto Alegre:
Artmed, 2013.

PEREIRA, T. da S. C.; CÂNDIDO, G. V.; SANTOS, J. L. M. dos. E o seu nome é Jonas: recursos
visuais e textuais/verbais como crítica ao discurso oralista na educação de surdos. Revista UFG,
Goiânia, v. 20, n. 26, 2020. DOI: 10.5216/revufg.v20.66285. Disponível em:
https://revistas.ufg.br/revistaufg/article/view/66285. Acesso em: 16 fev. 2023.

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