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Docente: Joceline Arlene Gouviea Rocha Barreto

Disciplina: Libras
Discente: Djalma Santos de Freitas Teixeira Júnior matrícula: 20210885331

O filme “E seu nome é Jonas” nos apresenta o personagem principal – Jonas, e sua
trajetória, juntamente com sua família, lidando com a sua surdez. A trama se desenvolve
a partir da volta do menino para a casa de seus pais, depois de ter passado 3 anos
internado em um hospital para pessoas com deficiência intelectual, por ter sido
diagnosticado erroneamente em decorrência de sua dificuldade em se comunicar.
O pai de Jonas vive em frustração com a incapacidade do filho para entender as regras
de convívio da casa e ao mesmo tempo, sente-se incomodado pelas situações
constrangedoras que passa no dia-a-dia com terceiros (colegas e vizinhos) devido às
diferenças sociais do filho. Embora haja carinho e amor no ambiente familiar, em um
certo momento do filme o pai desiste do convívio com Jonas e conversa abertamente
sobre a ideia de que talvez fosse melhor ele ter continuado no hospital psiquiátrico –
refletindo com o pensamento capacitista de que Jonas não pertence ao mundo dos
ouvintes, ou seja, de pessoas consideradas “normais” para viver em sociedade.
Enquanto o pai não consegue ignorar as diferenças do filho, a mãe, que inicialmente
apresenta uma atitude de negação, tenta incansavelmente ajudar o filho a “superar” sua
surdez e entrar no “mundo dos ouvintes”. Ela encara a surdez do filho, como um
“problema a ser resolvido” e o matricula em uma escola oralista. No entanto, a escola
proibia o uso da língua de sinais para a comunicação, com o objetivo de que Jonas
pudesse aprender a falar inglês. Segundo a diretora da escola, “[…] se ele usar os sinais
e não aprender a falar ou a ler lábios, quando ele crescer, só se comunicará com os
surdos. […] Infelizmente, o mundo é dos ouvintes. Infelizmente para os surdos”. Dessa
maneira, se estabelece no longa uma situação de privação da língua, visto que Jonas é
impedido de alcançar desenvolvimento semelhante ao das crianças ouvintes por não ter
acesso a uma língua plena para se comunicar com os demais.
Do mesmo modo, milhares de crianças como Jonas, ainda hoje, são privadas de
conhecimento pela falta de oportunidade de acesso ao sistema educacional ou mesmo
pelo preconceito social enraizado dentro das sociedades. Para que crianças surdas
cresçam sabendo e entendendo que são “pessoas normais” como o seu semelhante, a
utilização das linguagens de sinais deve ser inserida na educação desde o ensino
primário/fundamental, pois como disse Paulo Freire: “Educação não transforma o
mundo. Educação muda pessoas. Pessoas transformam o mundo”, e para que haja de
fato uma transformação social, é necessário repassar este pensamento/conhecimento
para as futuras gerações desde a base da sua construção de consciência.

Referência
E SEU NOME É JONAS. Direção: Richard “Dick” Michaels. Produção de Michael
Bortman. Estados Unidos: Metro Goldwyn Mayer, 1979. You Tube.

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