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Resenha do Filme “E Seu Nome é Jonas”

Por: Welliso Martins da Silva

No filme “E Seu Nome é Jonas”, são apresentadas as dificuldades tanto de uma


pessoa com deficiência auditiva (Jonas) como dos familiares e pessoas próximas.

         O filme é narrado em uma época em que a sociedade não sabia ao certo como
lidar com a situação, tanto que segundo narra a história do filme, assim que foi
detectada uma dificuldade de aprendizagem por parte de Jonas ele foi internado em uma
clínica psiquiátrica, pois foi diagnosticado com retardo mental, após um tempo
descobriu-se o engano e foi solicitado a família que o fosse buscá-lo.

         A partir de então começam as dificuldades, pois pouco se sabia sobre como lidar
com tal situação, um garoto surdo que não tinha noção sobre nada em uma família
tradicional que não sabia lidar de forma alguma com a deficiência auditiva do garoto.

         A primeira atitude da família ao ver que não davam conta, foi procurar ajuda em
uma escola especializada para surdos. Começa aqui a primeira dificuldade deles, pois a
instituição que eles tinham encontrado, utilizava um método de oralismo, onde se
ensinava as crianças a lerem os lábios, o problema é que nem todas as crianças
conseguiam se adaptar ao método como a própria reitora disse a mãe de Jonas, e foi
exatamente isto que aconteceu, Jonas não evoluiu em nada, gerando assim frustração e
ansiedade tanto da parte dele como na família.

         Por não conseguir se comunicar devidamente o filme mostra alguns episódios de
raiva da parte de Jonas, e por não conseguir compreender o filho, o filme também
retrata momentos de muita tensão em relação ao seu pai, que acabou por não suportar tal
situação e pediu separação da esposa.

         Este certamente foi um dos momentos que mais me tocaram no filme, pois
vemos aqui uma mãe sozinha, agora com problemas financeiros devido a separação,
lutando para entender seu filho surdo. O filme retrata bem a rotina perturbadora de
quem tem uma pessoa com deficiência auditiva na família, as dores, os medos, os
anseios.
         Depois de muita luta e insistência a mãe de Jonas percebe que o caminho que ela
está trilhando é em vão, ela percebe que tudo que ela está tentando fazer é negar o fato
de Jonas ser surdo, o método aplicado na escola de surdos que eles encontraram, tentava
fazer com que as crianças surdas se parecem ao máximo com uma pessoa com audição
normal.

         Quando Jenny (mãe de Jonas) conhece um casal de surdos, o seu ponto de vista
sobre a situação de seu filho muda completamente, ela descobre que tem como ele viver
normalmente sendo surdo, aprendendo a se comunicar com a linguagem de sinais, que
vale lembrar aqui, que no método aplicado pela escola que Jonas estudava era
predominantemente proibido o uso de sinais para se comunicar.

         Ao ser convidada para visitar um clube de surdos ela acaba confirmando sua
hipótese e descobre que seu filho pode ter uma vida social cercada por pessoas como ele
que vivem normalmente na sua realidade.

         O filme retrata a realidade difícil de uma pessoa com deferência auditiva, se
você se concentrar bem, dar até pra sentir a angústia, a dor, os medos, e até a raiva que é
não conseguir se expressar, não conseguir se comunicar, não conseguir mostrar o que
você quer ou deseja.

         Percebe-se a importância da linguagem de sinais, em meio ao mundo silencioso


dos surdos, a única ferramenta realmente eficiente para romper a barreira do som, e
assim dar voz aqueles que tem muito o que dizer mas que não podem verbalizar em
palavras, a linguagem de sinais dá o tom as vozes silenciosas, mas não abafadas dos
deficientes auditivos.  

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