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PARA FORMAÇÃO DE
PROFESSORES
ETAPA 4
CENTRO UNIVERSITÁRIO
LEONARDO DA VINCI
Rodovia BR 470, Km 71, nº 1.040, Bairro Benedito
89130-000 - INDAIAL/SC
www.uniasselvi.com.br
Coordenação
Ana Clarisse Alencar Barbosa
Autora
Carolina dos Santos Maiola
Reitor da UNIASSELVI
Prof. Hermínio Kloch
Diagramação e Capa
Letícia Vitorino Jorge
Revisão
Fabiana Lange Brandes
Suellen Cardoso de Lima
LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS – LIBRAS
Apresentação
E, para finalizar esta etapa, apresentamos uma breve discussão sobre o ensino da
Língua Portuguesa como segunda língua para o surdo e sugerimos algumas atividades
que possam contribuir na aquisição dessa língua. Boa leitura!
2 PRÁTICAS INCLUSIVAS PARA FORMAÇÃO DE PROFESSORES
1 A IMPORTÂNCIA DA AQUISIÇÃO DA LÍNGUA MATERNA PARA O SURDO
FIGURA 2 - LIBRAS
Estudar sobre a aquisição da língua materna para o surdo nos remete a pensarmos em
quais condições esse processo acontece. Ou seja, se a criança surda é filha de pais surdos ou
de pais ouvintes, se ela teve contato com a língua de sinais desde muito cedo ou tardiamente.
2 IDENTIDADE SURDA
3 EDUCAÇÃO BILÍNGUE
A Libras deve ser garantida na proposta pedagógica para todos os níveis e séries,
com o suporte dos intérpretes da língua de sinais e, também, o ensino do português
escrito como segunda língua, presente na proposta pedagógica desde a educação infantil,
como podemos acompanhar na citação a seguir:
O instrutor de libras, profissional que pode ser surdo ou ouvinte, tem como função
o ensino da língua de sinais e também é fundamental como mediador do conhecimento
em libras e modelo identitário para o surdo.
Quadros (2004) relata que a presença dos intérpretes de língua de sinais iniciou no
Brasil por volta dos anos 80 em trabalhos religiosos. Em 1988, foi realizado o I Encontro
Nacional de Intérpretes de Língua de Sinais organizado pela FENEIS, promovendo um
intercâmbio entre esses profissionais e a realização de uma avaliação sobre a ética do
profissional intérprete.
AEE de Libras: esse atendimento envolve o ensino da língua brasileira de sinais para
o aluno surdo. Utilizam-se critérios metodológicos que utilizam referencias visuais,
dactilologia (alfabeto manual), classificadores e sinais. Para atuar nesse atendimento,
o professor precisa ter conhecimento da estrutura e fluência na Libras. Recursos
comumente utilizados são DVDs, livros, dicionários, material concreto, dentre outros.
AEE em Libras: tem como proposta trabalhar a base conceitual dos conteúdos
curriculares desenvolvidos em sala, dessa forma, o aluno surdo terá melhor
compreensão e poderá participar mais ativamente das aulas. Esse atendimento ocorre
no contra turno e serve como trabalho complementar ao que se está sendo realizado
em sala.
AEE para o ensino da Língua Portuguesa: como o próprio termo nos diz, esse
atendimento consiste no ensino da Língua Portuguesa escrita para os alunos surdos,
tendo como orientação a concepção bilíngue. Nele, busca-se desenvolver competência
linguística e textual para que se realize leitura e escrita, produções e interpretações
em português.
FIGURA 15 - ALFABETIZAÇÃO
Quadros (2006), ainda sugere que num estágio inicial de produção escrita, o mais
importante é que o aluno surdo consiga expor suas ideias, portanto, não é necessário haver,
num primeiro momento, uma preocupação exagerada na estruturação frasal. Isso se dará
mais adiante, quando o aluno estiver mais seguro para se “arriscar” no mundo da escrita.
Veja, logo a seguir, uma produção textual realizada por um aluno surdo em processo de
apropriação da Língua Portuguesa escrita:
Chapeuzinho Vermelho
Mãe fala Chapeuzinho Vermelho
A vovó muito doena (doente?!)
Chapeuzinho Vermelho foi vê flor muito bonita
Chapeuzinho Vermelho assauto lobo
Lobo corre muito casa vovó lobo come vovó
Chapeuzinho Vermelho lobo quem chapeuzinho
Vermelho porque olho grande, porque nariz grande,
Porque orelha grande, porque boca grande come
Chapeuzinho Vermelho
O homem ovido [ouviu?] quem homem cama lobo dorme.
Chapeuzinho Vermelho gosta muito da vovó. (QUADROS, 2006, p. 37)
Perceba no exemplo, que o aluno ainda utiliza como referência a estrutura frasal
da sua língua materna e ainda realiza alguns erros gramaticais. No entanto, já podemos
identificar o contexto da história escrita e as intenções do autor na comunicação de suas
ideias.
Quadros (2006, p. 43) ainda destaca que, no processo da leitura, o aluno surdo passa
por diversos níveis:
1) Concreto – sinal: ler o sinal que refere coisas concretas, diretamente relacionadas
com a criança.
2) Desenho – sinal: ler o sinal associado com o desenho que pode representar o
objeto em si ou a forma da ação representada por meio do sinal.
3) Desenho – palavra escrita: ler a palavra representada por meio do desenho
relacionada com o objeto em si ou a forma da ação representado por meio do
desenho na palavra.
4) Alfabeto manual – sinal: estabelecer a relação entre o sinal e a palavra no por-
tuguês soletrada por meio do alfabeto manual.
5) Alfabeto manual – palavra escrita: associar a palavra escrita com o alfabeto
manual.
6) Palavra escrita no texto: ler a palavra no texto.
Veja alguns exemplos de atividades que podem ser desenvolvidas seguindo esses
princípios. Essas e outras propostas você poderá encontrar no livro “Ideias para ensinar
português para alunos surdos” (BRASIL, 2005), da autora Ronice Quadros. Acompanhe!
OBJETIVO
Ampliar e fixar o conhecimento de palavras da Língua Portuguesa de forma
lúdica.
a) Jogo de memória:
b) Jogo do Mico:
Usar a ideia do jogo do mico e criar, junto com os alunos, um baralho sinal-
palavra-figura para jogar em sala.
c) Bingo:
Montar diferentes jogos de bingo:
– cartões com palavras e cartelas com sinais.
– cartões com sinais e cartelas com palavras.
– cartões com alfabeto manual e cartelas com letras ou palavras.
– cartões com configuração de mão e cartelas com figura e palavra.
– cartões com palavras e cartelas com figuras.
Utilizar o vocabulário dos conteúdos de aula para fixação.
No fim de cada rodada todos terão que copiar as palavras marcadas na sua
cartela.
d) Quebra-cabeças:
Confeccionar quebra-cabeças ou aproveitar jogos já existentes.
Os quebra-cabeças podem ser montados individualmente, em duplas ou
OBJETIVO
DESENVOLVIMENTO DA ATIVIDADE
Com base nessas ideias, o professor poderá elaborar outras estratégias, de acordo
com os conteúdos a serem desenvolvidos no seu planejamento, que auxiliarão na
aprendizagem dos alunos. No nosso próximo capítulo, você também encontrará ideias
para a produção de materiais que qualificarão o trabalho do professor e deixarão as
aulas mais interessantes, construtivas e contextualizadas.
REFERÊNCIAS
BRASIL. A Deficiência Auditiva na Idade Escolar – Cartilha. Programa de Saúde auditiva. Bauru:
H.P.R.L.L.P. USP, FUNCRAF, Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo, 2012.
________. Ministério da Educação. Direito à Educação: subsídios para a gestão dos sistemas
educacionais. Orientações gerais e marcos legais. Brasília: MEC/SEESP, 2005.
FENEIS. 'Grupo de Pesquisa de LIBRAS e Cultura Surda Brasileira da FENEIS'. Revista da FENEIS.
ano 1, n. 3, julho/setembro, p. 8, 14-15, 2011.
QUADROS. R. M. Educação de surdos: a aquisição da linguagem. Porto Alegre: Artes Médicas, 2004.
_________. Relatório de pesquisa "O intérprete na sala de aula". Pesquisa financiada pela ULBRA.
Canoas. 2006.
________. Ministério da Educação. Direito à Educação: subsídios para a gestão dos sistemas
educacionais. Orientações gerais e marcos legais. Brasília: MEC/SEESP, 2005.
FENEIS. 'Grupo de Pesquisa de LIBRAS e Cultura Surda Brasileira da FENEIS'. Revista da FENEIS.
ano 1, n. 3, julho/setembro, p. 8, 14-15, 2011.
QUADROS. R. M. Educação de surdos: a aquisição da linguagem. Porto Alegre: Artes Médicas, 2004.
_________. Relatório de pesquisa "O intérprete na sala de aula". Pesquisa financiada pela ULBRA.
Canoas. 2006.