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CÂMARA MUNICIPAL DE SANTOS

ESTADO DE SÃO PAULO


Revogada
(pelo Titulo IV, Artigo 55 da Lei Complementar nº 792, de 14 de janeiro de 2013)

LEI COMPLEMENTAR Nº 288, DE 18 DE DEZEMBRO DE 1997

Regulamenta o exercício da atividade de locação de serviço de remoção, transporte e


destinação de entulho através de “caçambas”, e dá outras providências.

Beto Mansur, Prefeito Municipal de Santos, faço saber que a Câmara Municipal aprovou em sessão realizada em 15 de dezembro
de 1997 e eu sanciono e promulgo a seguinte Lei Complementar n° 288:
Seção I
Das Disposições Iniciais
Art. 1º O exercício da atividade de locação de serviços de remoção, transporte e destinação de entulhos e similares, através da iniciativa
privada, utilizando-se, como receptáculo, o dispositivo denominado “caçamba", regula-se pelo disposto nesta Lei Complementar.
§ 1º Para os fins desta Lei complementar considera-se:
a) entulho - o material, em geral, inerte, oriundo da atividade de construção civil, incluindo demolições e limpezas;
b) caçamba - o receptáculo construído dentro do padrão estabelecido nesta lei complementar, transportável por veículo de carga
próprio.
§ 2º Todo aquele que pretender explorar esse serviço deverá obter, prévia e anualmente, o respectivo alvará de licença de
funcionamento e localização junto à Secretaria Municipal de Finanças, nos termos da legislação municipal vigente.
Seção II
Da Atividade
Art. 2º A movimentação e o estacionamento das caçambas, em vias públicas, só serão permitidos com o acompanhamento do
documento denominado “Histórico de Carga”, formalizado conforme modelo a ser definido pelo Poder Executivo em decreto
regulamentador.
Parágrafo único. Do “Histórico de Carga” constarão:
a) o nome e a razão social do fornecedor de serviço;
b) o nome e endereço do tomador de serviço;
c) as características da carga transportada;
d) o destino final da carga.
Art. 3º O prazo de estacionamento de caçambas, em vias públicas, no mesmo local, é de até três dias ininterruptos, incluindo o dia da
colocação, podendo este prazo ser prorrogado até às 12:00 horas do dia subsequente para sua retirada. (Redação dada pela Lei
Complementar nº 461, de 25 de junho de 2002)
§ 1º Ficam proibidos a parada e o estacionamento de caçambas:
a) na zona turística, das dezoito horas de sexta-feira às nove horas da segunda-feira seguinte;
b) nas vias regulamentadas com proibição de estacionamento ou parada, para os veículos em geral;
c) a menos de cem metros dos pontos de parada de ônibus ou de táxi;’’ (Redação dada pela Lei Complementar nº 332, de 7 de maio
de 1999)
d) sobre faixas de pedestres;
e) nas esquinas, a menos de dez metros do alinhamento da transversal.
§ 2º Quando estacionadas na via pública, as caçambas deverão estar no leito carroçável, guardando a distância de trinta centímetros
das guias, de forma a não obstruir o escoamento das águas pluviais.
§ 3º Poderá a Companhia de Engenharia de Tráfego de Santos providenciar a remoção imediata da caçamba, quando colocar pessoas
ou patrimônio em situação de risco ou, ainda, quando estiver comprometendo o funcionamento do sistema viário.
§ 4º A permanência de caçambas em áreas de estacionamento regulamentado, sujeitará o fornecedor de serviço ao recolhimento
prévio aos cofres públicos do preço estabelecido para esse tipo de local, equivalente ao dobro do valor estimado para um período de trinta e
seis horas.
§ 5º O pagamento do preço previsto no parágrafo anterior deverá ser efetuado através de documento único de arrecadação e
apresentado à Companhia de Engenharia de Tráfego, CET.
§ 6º Durante o período de estacionamento e imediatamente após a remoção da caçamba, o fornecedor ou tomador de serviço
providenciará a limpeza do local.
Art. 4º O fornecedor de serviço deverá dispor de local para guarda das caçambas, quandos estas não estiverem sendo utilizadas.
Art. 5º Compete à Secretaria Municipal do Meio Ambiente autorizar ou determinar as áreas para o destino final do entulho recolhido,
dando-se preferência à reciclagem.
Seção III
Do Equipamento
Art. 6º Para a execução dos serviços previstos nesta lei complementar, o fornecedor deverá utilizar-se de caçambas metálicas com as
seguintes especificações técnicas:
I - dimensões máximas de dois metros e setenta centímetros de comprimento, por um metro e sessenta centímetros de altura;
II - alças de manuseio ou facilidades similares;
III - pés de sustentação com altura mínima de dez centímetros;
IV - dispositivo de cobertura com chapa metálica, lona ou similar.
Art. 7º As caçambas deverão estar sempre limpas e cobertas, pintadas em amarelo e com sinalização própria que permita sua
percepção de dia e à noite, e deverão apresentar as seguintes características visuais:
I - película refletiva em laranja e preto, alternadamente, em faixa inclinadas de quarenta e cinco graus, nas quatro faces em suas bordas
verticais, na largura mínima de dez centímetros;
II - triângulos equiláteros vermelhos com quarenta e cinco centímetros de lado, em película refletiva, de acordo com determinação do
órgão federal competente, localizados no centro de cada uma das quatro faces;
III - identificação do fornecedor de serviço com o nome e respectivo telefone;
IV - numeração do cadastramento da caçamba, em formato retangular de enquadramento, com dezesseis centímetros de altura, por
trinta e cinco centímetros de largura.
Art. 8º As caçambas deverão ser confeccionadas de forma a garantir sua durabilidade e estabilidade, além da segurança aos
transeuntes e trabalhadores durante o manuseio.
Art. 9º Os veículos de tração deverão ser dotados de equipamento elevatório próprio para o manuseio, a remoção e transporte das
caçambas.
Seção IV
Do Cadastramento
Art. 10. Toda caçamba deverá, anualmente, após sua inspeção e aprovação, ser cadastrada junto à Companhia de Engenharia de
Tráfego de Santos, CET.
Parágrafo único. A Companhia de Engenharia de Tráfego de Santos, CET, só expedirá o certificado de cadastramento da caçamba,
mediante a constatação do seguinte:
a) estar em conformidade com os padrões definidos pelos artigos 6º e 7º desta lei complementar;
b) quitação de débitos fiscais municipais a que está sujeito o fornecedor de serviço, em razão da atividade regulada por esta lei
complementar.
Seção V
Das Proibições
Art. 11. É proibido:
I - a utilização das caçambas dos fornecedores de serviço licenciados, para lixo orgânico ou para o armazenamento e transporte de
materiais perigosos e nocivos à saúde;
II - a operação de movimentação das caçambas, no período das sete às dezenove horas, quando estacionadas nas vias principais ou
preferenciais, assim classificadas no Plano Diretor Físico e no Plano Regulador do Município, ou nas vias de restrição à circulação de veículos;
III - o estacionamento de caçambas em faixas de uso exclusivo para táxi, bicicleta ou ônibus, bem como nas calçadas e áreas de parada
de transporte coletivo ou em locais destinados à circulação dos deficientes;
IV - o estacionamento de caçambas nos trechos de vias públicas em dias que ocorrem feiras-livres;
V - a movimentação de caçambas, carregadas ou não, sem a cobertura devida;
VI - não portar ou deixar de apresentar “Histórico de Carga” às autoridades policial, fiscal e de trânsito;
VII - utilizar a caçamba como instrumento de qualquer tipo de propaganda ou anúncio.
Seção VI
Das Sanções
Art. 12. O descumprimento das disposições desta lei complementar sujeitará o infrator às seguintes sanções:
I - multa;
II - apreensão de equipamento;
III - suspensão de licença;
IV - cassação de licença.
Art. 13. A multa de cem Unidades Fiscais de Referência é aplicável, por evento, em todos os casos de infringência a esta lei
complementar.
§ 1º No caso de reincidência, a multa será aplicada em dobro da prevista no “caput” deste artigo.
§ 2º Será aplicada multa diária de cem Unidades Fiscais de Referência a todo infrator que deixar a caçamba estacionada no mesmo local
da via pública por um período superior a três dias.
Art. 14. A apreensão do equipamento por trinta dias é aplicável quando estiver nas seguintes condições:
I - da caçamba:
a) estacionada, no mesmo local, por período superior a cinco dias;
b) estacionada em local não permitido;
c) estacionada sem o recolhimento do preço mencionado no artigo 3º, em seu § 4º, desta lei complementar;
d) obstruindo o escoamento das águas pluviais;
e) transitando sem dispositivo de cobertura;
f) contendo objetos nocivos, ainda que potencialmente, à saúde pública ou detritos orgânicos.
II - do caminhão: transitando sem condições de segurança, no que tange ao transporte da caçamba.
III - de qualquer equipamento: sendo utilizado por aquele sem o prévio e anual alvará de licença de funcionamento e localização, nos
termos da legislação municipal vigente.
§ 1º O custo total da apreensão, remoção e depósito do equipamento, será acrescido de cem por cento a título de administração sem
prejuízo das demais sanções previstas em legislação municipal.
§ 2º A restituição do equipamento só se fará depois do recolhimento de multa pertinente e demais encargos.
§ 3º Não sendo o equipamento apreendido reclamado no prazo de dez dias, este será declarado perdido pelo Prefeito Municipal, que
dará o destino que prover.
Art. 15. A suspensão de licença por sessenta dias é aplicável nos casos de:
I - reincidência de infração penalizada com a sanção de apreensão de equipamentos;
II - danos graves ao meio ambiente.
Art. 16. A cassação de licença é aplicável nos casos de:
I - reincidência de infração penalizada com sanção prevista no artigo anterior;
II - acidentes que provoquem lesões graves ou fatais às vítimas.
Art. 17. Deverá ser aplicada a pena de multa, cumulativamente, com as demais previstas nos artigos anteriores.
Art. 18. Considera-se reincidência, para os fins desta lei complementar se, dentro do período de doze meses, houver repetição de ato
idêntico de infringência ou de natureza mais grave, pelo mesmo infrator, depois de passada em julgada, administrativamente, a decisão
condenatória referente à infração anterior.
Parágrafo único. Para os termos dos artigos 15 e 16 desta lei complementar, o período exigido no “caput” deste artigo, entre as duas
infringências, é de trinta e seis meses.
Seção VII
Da Fiscalização
Art. 19. Compete à fiscalização, em decorrência da aplicação e execução desta lei complementar:
I - a Companhia de Engenharia de Tráfego, CET, nos aspectos do sistema viário e de trânsito;
II - a Secretaria Municipal do Meio Ambiente, SEMAM, nos aspectos ambientais;
III - a Secretaria Municipal de Finanças, SEFIN, nos demais aspectos, principalmente fiscais.
Parágrafo único. No regulamento desta lei complementar, será definido plano de ação integrada entre os órgãos fiscalizadores.
Art. 20. Nas infrações aos dispositivos desta lei complementar aplica-se o procedimento administrativo previsto nos artigos 591, 601,
“caput”, 610, 611, 612 e 615, da Lei Municipal nº 3.531, de 16 de abril de 1968.
Seção VIII
Das Disposições Finais
Art. 21. Os fornecedores que operam esse serviço terão o prazo de noventa dias, a contar da data da vigência desta lei complementar,
para se adequarem totalmente às suas exigências, devendo, no entanto, atender às normas operacionais de estacionamento e transporte a
partir do décimo dia da publicação.
Art. 22. O Poder Executivo, no prazo de trinta dias contados da vigência desta lei complementar, regulamentará, por decreto, esta lei
complementar.
Art. 23. Esta Lei Complementar entra em vigor na data da publicação, revogadas as disposições em contrário.
Registre-se e publique-se.
Palácio “José Bonifácio”, em 18 de dezembro de 1997.
Beto Mansur
Prefeito Municipal
Registrada no livro competente.
Departamento Administrativo da Secretaria de Assuntos Jurídicos, em 18 de dezembro de 1997.
Antonio Carlos Bley Pizarro
Chefe do Departamento
* Este texto não substitui a publicação oficial.

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