O artigo discute como as questões demográficas têm sido incorporadas à análise ambiental, propondo a vulnerabilidade populacional como conceito central para entender os impactos das mudanças climáticas. O autor analisa como as transições populacionais no Brasil afetam a vulnerabilidade da população e defende a necessidade de políticas públicas de adaptação que minimizem essa vulnerabilidade considerando os contextos demográficos e ambientais.
Descrição original:
Resenha - BARBIERI, A. F. Transições populacionais e vulnerabilidade às mudanças climáticas no Brasil. REDES - Rev. Des. Regional, Santa Cruz do Sul, v. 18, n. 2, p. 193 - 213, maio/ago. 2013.
O artigo discute como as questões demográficas têm sido incorporadas à análise ambiental, propondo a vulnerabilidade populacional como conceito central para entender os impactos das mudanças climáticas. O autor analisa como as transições populacionais no Brasil afetam a vulnerabilidade da população e defende a necessidade de políticas públicas de adaptação que minimizem essa vulnerabilidade considerando os contextos demográficos e ambientais.
O artigo discute como as questões demográficas têm sido incorporadas à análise ambiental, propondo a vulnerabilidade populacional como conceito central para entender os impactos das mudanças climáticas. O autor analisa como as transições populacionais no Brasil afetam a vulnerabilidade da população e defende a necessidade de políticas públicas de adaptação que minimizem essa vulnerabilidade considerando os contextos demográficos e ambientais.
BARBIERI, A. F. Transições populacionais e vulnerabilidade às mudanças climáticas no
Brasil. REDES - Rev. Des. Regional, Santa Cruz do Sul, v. 18, n. 2, p. 193 - 213, maio/ago. 2013. Fernanda Salgueiro Passos
Neste artigo, o professor do Departamento de Demografia da UFMG Alisson Flávio
Barbieri trata de como as questões populacionais têm sido incorporadas à análise ambiental ao longo do tempo. O autor propõe a vulnerabilidade populacional como conceito central para a compreensão dos potenciais impactos em cenários futuros de mudanças ambientais e suas implicações para o desenvolvimento de políticas públicas de adaptação. Mais adiante, Barbieri discorre sobre o processo de modernização e as mudanças de longo prazo nas características da população - transição da composição etária, transição da mobilidade, transição urbana e transição epidemiológica - e suas consequências para o nível de vulnerabilidade da população frente às mudanças climáticas. O artigo é finalizado com um debate sobre a necessidade de estratégias de planejamento e de políticas públicas de adaptação que visem minimizar ou até mesmo eliminar as situações de vulnerabilidade e sua reprodução em função das dinâmicas demográficas e ambientais.
Inicialmente, o autor apresenta uma revisão sobre população e ambiente a partir de
Pebley (1998), que baseado em trabalho de Ruttan (1994), traça a relação entre a evolução de três “grandes ondas” de preocupações ambientais e os processos demográficos. Ressalta-se no contexto da “terceira onda”, o Relatório do Clima do INPE - Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (2007), que para cada região brasileira, pontua os possíveis impactos das mudanças climáticas até o final do século XXI. Barbieri sugere que o avanço do processo de modernização implica em uma reestruturação da sociedade em relação a suas características demográficas, epistemológicas e de distribuição espacial, sendo essas mudanças que em grande medida, determinarão as circunstâncias específicas de vulnerabilidade populacional às mudanças climáticas. Nesse sentido, o autor aponta que “[...] a natureza multifacetada da vulnerabilidade requer estratégias de adaptação que incluam a elaboração de políticas e planejamento de longo prazo que se traduzam em resultados ou ações no curto prazo” (BARBIERI, 2013, p. 209). Cabe salientar que ao adotar o conceito de vulnerabilidade populacional como categoria de análise, Barbieri compreende a complexidade envolvida na relação entre os processos sociais e ambientais, que em conjunto definem a existência de determinadas sensibilidades às mudanças climáticas. Dessa forma, a vulnerabilidade não deve ser entendida como uma medida única, mas multidimensional, onde determinados indivíduos ou grupos são mais ou menos passíveis de serem afetados negativamente pelas dinâmicas naturais, dependendo dos contextos sociais em que se encontram.
O artigo ao discutir a partir da perspectiva demográfica os potenciais de impactos das
mudanças ambientais sobre a população brasileira e as implicações para o planejamento de adaptação, demonstra que os estudos de população têm muito a contribuir para o entendimento dos fatores que coexistem e/ou se sobrepõe às questões ambientais, para muito além do crescimento populacional. Sendo de extrema importância a incorporação dos estudos, projeções e tendências dos diversos campos da demografia para se pensar os futuros cenários do clima e as estratégias de enfrentamento.
Dinâmicas Territoriais No Sul Do Brasil: Desmantelamento Da Política de Desenvolvimento Rural e A Emergência de Uma Política Territorial de Conservação Da Biodiversidade