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DESAFIOS, ESTRATÉGIAS E PARTICIPAÇÃO SOCIAL NA TOMADA DE

DECISÃO MULTILATERAL ENTRE ATORES: UM ESTUDO DE CASO EM


GOVERNANÇA LOCAL1

CHALLENGES, STRATEGIES AND SOCIAL PARTICIPATION IN MULTILATERAL


DECISION-MAKING AMONG ACTORS: A CASE STUDY IN LOCAL
GOVERNANCE

DESAFÍOS, ESTRATEGIAS Y PARTICIPACIÓN SOCIAL EN LA TOMA DE


DECISIONES MULTILATERALES ENTRE ACTORES: UN ESTUDIO DE CASO DE
GOBERNANZA LOCAL

Lana Rodrigues Araújo1; Paulo dos Santos Almeida2


1
USP-EACH, PPG-SUS, lrodriguesaraujo@usp.br; 2USP-EACH, PPG-SUS,
psalmeida@usp.br

GT 03: Dimensões sociais e políticas da emergência climática

RESUMO

A tomada de decisões nas comunidades sob o enfoque da governança local exige


estratégia de integração entre participação social e compromisso do governo,
trazendo para discussão a abordagem de múltiplos critérios. Assim, aumentar a
consciência e a participação social tornam-se o maior desafio face aos efeitos
primários das alterações climáticas com a atribuição de recursos ambientais. Com o
intuito de considerar uma possível estratégia, através de um estudo de caso
qualitativo e exploratório, busca-se analisar uma perspectiva ligada à governança
local e à aplicação de legislação ligada à sustentabilidade e adaptação aos
fenômenos climáticos no município de Barbalha/CE, apoiada em bases científicas e
democráticas de equidade e de redução da discriminação contra as populações
vulneráveis através do racismo ambiental e a injustiça ambiental. Com isto,
conclui-se que o desrespeito ao princípio social de participação compromete
gerações em comunidades nas quais não há compromisso de resiliência no
exercício da governança.

Palavras-chave: governança, estratégia, vulnerabilidade, poder local, Barbalha.


1
Agradecimentos à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior pelo
financiamento da pesquisa desenvolvida para o presente trabalho.
ABSTRACT
Decision-making in communities under the local governance approach requires
integration strategy between social participation and government commitment,
bringing into discussion the multi-criteria approach. Thus, increasing social
awareness and participation become the biggest challenge in the face of the primary
effects of climate change with the allocation of environmental resources. In order to
consider a possible strategy, through a qualitative and exploratory case study, it
seeks to analyze a perspective linked to local governance and the application of
legislation linked to sustainability and adaptation to climate phenomena in the
municipality of Barbalha/CE, supported on scientific and democratic bases of equity
and reduction of discrimination against vulnerable populations through environmental
racism and environmental injustice. With this, we conclude that the disrespect for the
social principle of participation compromises generations in communities where there
is no commitment to resilience in the exercise of governance.

Key-words: governance, strategy, vulnerability, local power, Barbalha.

RESUMEN
La toma de decisiones en las comunidades bajo el enfoque de gobernanza local
requiere una estrategia de integración entre la participación social y el compromiso
gubernamental, poniendo en discusión el enfoque multicriterio. Así, el aumento de la
conciencia social y la participación se convierten en el mayor desafío frente a los
efectos primarios del cambio climático con la asignación de recursos ambientales.
Para considerar una posible estrategia, a través de un estudio de caso cualitativo y
exploratorio, se busca analizar una perspectiva vinculada a la gobernanza local y la
aplicación de la legislación vinculada a la sostenibilidad y la adaptación a los
fenómenos climáticos en el municipio de Barbalha/CE, apoyada en bases científicas
y democráticas de equidad y reducción de la discriminación de las poblaciones
vulnerables a través del racismo ambiental y la injusticia ambiental. Con esto,
concluimos que la falta de respeto al principio social de participación compromete
generaciones en comunidades donde no hay compromiso con la resiliencia en el
ejercicio de la gobernanza.

Palabras-clave: gobernanza, estrategia, vulnerabilidad, poder local, Barbalha.

INTRODUÇÃO
A participação é elemento essencial para mudanças efetivas na sociedade,
dentre elas, a promoção de ações no combate aos efeitos das mudanças climáticas.
Tal afirmativa encontra amparo ao se analisar os compromissos assumidos pelos
governos, tanto em nível global, nacional e subnacional, como se observa nos
termos gerais dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) promovidos
pela Agenda 2015 das Nações Unidas (UN, 2015), assim como defendido pelo
Acordo de Paris (COP, 2015).
Em complementação às ações supra e inter-governamentais, a aquiescência
legislativa interna das nações promovem a criação de suas próprias normas ou leis,
devendo manter a inclusão da sociedade civil para ampliar as possibilidades de suas
realizações, podendo reduzir vulnerabilidades socioambientais, diferenças
socioeconômicas, e promover a proteção qualitativa do meio ambiente e
sustentabilidade nos cenários urbanos e naturais, posto que estimula o
protagonismo, integra conhecimentos local e técnico, este por parte dos entes
governamentais e sociais, dirigindo variadas perspectivas e propostas de soluções.
Nesse contexto, os métodos de análise multicritério para a tomada de decisão
mostram-se como uma alternativa interessante para o enfrentamento dos desafios
provocados pelas mudanças climáticas por colocar múltiplos fatores
simultaneamente em evidência nas discussões. Entende-se que trabalhar fatores
separadamente coloca em risco a sustentabilidade frente a ausência do controle de
governança, porquanto tanto a percepção do problema quanto o sucesso das
propostas depende do alinhamento das esferas social, ambiental, econômica e
jurídica.
Demandas há muito conhecidas, a exemplo da exposição a processos de
desertificação, já indicavam desafios em certo nível, portanto, os fenômenos
gerados pelas mudanças climáticas têm agravado tais desafios, imprimindo maior
dificuldade também na proposição de estratégias que necessitam englobar as
esferas mencionadas.
No Brasil, é possível afirmar que se tem alta capilaridade de setores em
atuação no governo, tanto sob a perspectiva de desconcentração como de
descentralização. Di Pietro (2023, p. 564-565) explica que a descentralização se dá
quando há distribuição de competências entre pessoas físicas ou jurídicas, como
uma estrutura horizontal, enquanto que a desconcentração é a distribuição interna
de competências em uma mesma pessoa jurídica, fazendo referência à estrutura
vertical/hierárquica, e afirma que a descentralização pode ser política - atribuições
próprias - ou administrativa - atribuições determinadas pelo ente central.
No eixo da pesquisa em tela, a descentralização está diretamente relacionada
à discussão da governança local. Assim, o problema abordado no presente trabalho
é a importância da participação para evitar prejuízos irreversíveis para a comunidade
e redução da geração de vulnerabilidade.
METODOLOGIA
O trabalho foi constituído por meio de uma estrutura investigativa documental
primária e secundária, amparada na revisão sistêmica da literatura jurídica, políticas
públicas e sustentabilidade, com caráter exploratório, qualitativo e descritivo,
articulando governança local, aplicação de análises multicritério em processos
decisórios e vulnerabilidades socioambientais.
Enquanto reflexo e objeto de análise, o município de Barbalha, localizado ao
extremo sul do Estado do Ceará, foi escolhido como estudo de caso para analisar
desafios e estratégias de governança local, especialmente nas arenas de tomada de
decisão em torno da mudança climática, mediante a participação social. A escolha
do município foi feita em virtude do distanciamento geográfico do polo central do
governo, localizado na capital do Estado - Fortaleza.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A demanda climática e estratégias viáveis com suporte da participação social


A oportunidade de poder protagonizar espaços de fala e de obter visibilidade
de demandas sensíveis ao cotidiano de determinadas comunidades faz com que a
participação destas em comitês e em outras formas de organização ganhe cada vez
mais relevância, tendo em vista que possibilita articulações com outros atores nos
processos de tomada de decisão.
Essa atuação organizada pode se caracterizar como grupos de interesse, os
quais são atores com capacidade de agir em defesa de interesses variados em
atividades relacionadas a políticas, de modo a influenciar a formulação e a
implementação de políticas públicas, podendo contribuir para a participação
democrática (BARONI et al., 2014, p. 144-145).
No caminhar para a governança da mudança climática, há utilização das
instituições para enfrentar as falhas de governança, fortalecer os incentivos e
construir a capacidade de ação climática, que deve promover integração,
sensibilização e envolvimento social (WORLD BANK, 2022).
No entanto, alcançar a adaptação às mudanças climáticas exigirá mudanças
fundamentais nos governos e no comportamento dos cidadãos. As mudanças
climáticas representam desafios para políticas e os princípios governamentais
abertos de transparência, participação e responsabilidade são fundamentais e estão
intrinsecamente vinculados. Os desafios políticos se localizam no comprometimento
sério com ações climáticas de curto, médio e longo prazo, por meio de ação em
múltiplos níveis governamentais e sociais (inclusive setor privado, as famílias, as
comunidades) na adoção de boas práticas, metodologias, inteligência artificial e
novas tecnologias, associados aos mecanismos de mudança de prioridades e
comportamento cultural por meio do envolvimento participativo da sociedade,
dando-lhe voz na discussão e no debate.
Há o dever da governança em se criar a coordenação entre os atores
socioambientais (governamentais e não-governamentais) para trabalhar em direção
a um consenso e equilibrar os resultados em todos os níveis governamentais
(federal, regional e local), os quais devem se abrir ao enfrentamento de forma
dialogada e democrática diante dos desafios, assegurando à sociedade na tomada
de decisões a segurança climática, sem derivar de outros fundamentos essenciais à
qualidade de vida, bem estar e o meio ambiente ecologicamente equilibrado nos
termos do art. 225 da Constituição Federal brasileira (BRASIL, 1988). Estas
perspectivas não são exclusivamente demanda da sociedade, mas também de
atores de grandes decisões em campos corporativos como o Banco Mundial
(WORLD BANK , 2022).
O artigo 3º da Convenção das Nações Unidas para o Combate à
Desertificação, como exemplo de um dos compromissos internacionais assumidos
no tocante à seca, processos de desertificação e engajamento social, traz em seus
princípios que é preciso assegurar “que as decisões sobre a concepção e
implementação de programas para combater a desertificação e/ou mitigar os efeitos
da seca sejam tomadas com a participação das populações e comunidades locais” e
que deve ser estimulada “a cooperação entre todos os níveis de governo,
comunidades, organizações não-governamentais e proprietários de terras para
estabelecer uma melhor compreensão da natureza e valor da terra e dos escassos
recursos hídricos nas áreas afetadas e para trabalhar para o seu uso sustentável”
(UN, 1994).
Alguns passos foram dados. A Lei nº 13.153, de 30 de julho de 2015, instituiu a
Política brasileira de Combate à Desertificação e Mitigação (BRASIL, 2015) para
promover soluções sobre os efeitos da seca e seus instrumentos para atuar contra a
desertificação considerada como a degradação da terra, nas zonas áridas,
semiáridas e subúmidas secas, resultantes de vários fatores e vetores, incluindo as
variações climáticas e as atividades humanas; seus fatores e condições naturais que
tornam os ambientes mais frágeis susceptíveis a diversos processos de degradação;
os processos de desertificação sequenciais, complexos, variados e particularizados
de fatores e vetores causais concorrentes, que levam à degradação ambiental e
socioambiental (arts 1º e 2º).
Albuquerque et al. (2020), analisando ações promovidas pelo poder público em
municípios cearenses, observaram as repercussões do manejo ambiental que
contaram com a participação da população como sendo positivas, especialmente por
fortalecerem “a convivência da população dos sertões com os efeitos do semiárido,
ensinando sobre cuidado e restauração ambiental e difundindo tecnologias de
convívio com as limitações da natureza local”, mas reiteram a necessidade de
intensificar e disseminar as políticas para que seja possível alcançar mais
comunidades e melhorar a qualidade de vida destas.

A governança: do regional para o local entre a realidade e as perspectivas


Observe-se que tem sido dever governamental (nacional e subnacional) atuar
para criar um conjunto de atividades da recuperação ambiental e socioambiental
com o uso sustentável dos recursos naturais nas zonas áridas, semiáridas e
subúmidas secas, com vistas ao desenvolvimento equilibrado por meio de mitigação
dos efeitos da seca com atividades relacionadas com a previsão da seca e
adaptação dirigidas à redução das vulnerabilidades, atual e esperada, dos sistemas
naturais e humanos frente aos seus efeitos danosos e prejudiciais (BRASIL, 2015).
E ainda, é necessário fazer a ligação com a norma maior, a Constituição
Federal de 1988 (BRASIL, 1988) que estabelece a integridade da proteção ampla à
dignidade da pessoa humana, ao meio ambiente ecologicamente equilibrado e a
participação social (artigos 1º, 3º e 5º, in totum).
Medidas legais arregimentadas com participação social podem evitar
demandas de agendas negativas como, por exemplo, a manutenção de um racismo
ambiental estrutural. Sobre o tema, pode-se afirmar que o racismo ambiental é a
[...] discriminação racial na formulação de políticas ambientais e na
aplicação de regulamentos e leis, o direcionamento deliberado de
comunidades de cor para instalações de lixo tóxico, a sanção oficial da
presença de venenos e poluentes que ameaçam a vida de comunidades de
cor e a história de excluindo pessoas de cor da liderança do movimento
ambiental. (CHAVIS, 1994).
Em pesquisa realizada sobre áreas de risco geomorfológico, Silva (2017, p.
59-129) assevera que "Todos os setores de risco alto e muito alto do município de
Barbalha apresentam ocupações desordenadas pela população de baixa renda.",
sendo várias das ações de combate aos efeitos das chuvas - que, como
característico da região Nordeste, alternam com as secas severas - são feitas
próprios moradores, os quais em grande parte não têm entendimento pleno dos
riscos aos quais estão expostos nem têm "informações a respeito das ações e
benefícios que poderiam ser feitos pelo serviço público e pelos próprios moradores
dessas áreas".
A discriminação racial é a base para a discussão mais ampla da Justiça
Ambiental e seus reflexos nas políticas afirmativas para soluções de adaptação
socioambiental que contam com a inserção de atores múltiplos. Com isso,
progressos conceituais e práticos são apresentados para o câmbio das discussões
entre estes sujeitos.
Holyfield (2001, p. 80-81), resgatando a definição da Agência de Proteção
Ambiental dos EUA (2000), expõe que “o objetivo da justiça ambiental é garantir que
todas as pessoas, independentemente de raça, nacionalidade ou renda, sejam
protegidas dos impactos desproporcionais dos perigos ambientais [...]”
compreendendo também aqueles “excluídos da definição da política ambiental e/ou
do processo de tomada de decisão”.
Vinculado ao racismo ambiental, há, no campo das ações afirmativas, o grande
cenário do embate da Justiça Ambiental cada vez mais se tornando o campo da
discussão da Justiça Climática.
Tem-se que a Justiça Climática se desdobra do conceito original de Justiça
Ambiental. Contudo, as questões que desempenharam entre ambas as formas de
visualização da construção de um único conceito de Justiça são importantes porque
ligam movimentos que não são distintos (injustiças contra vulneráveis nos centros
urbanos ou rurais, raciais, étnicos e prejudicados ambientalmente). Especialmente
no meio ambiental, há injustiças entre grupos que não têm sido tratados de forma
equitativa há várias gerações (como comunidades ribeirinhas e quilombolas).
Ainda que os conceitos de justiça climática e justiça ambiental possam
demandar olhares diferentes em suas origens, seus escopos e objetivos são
semelhantes. A esse respeito, ambas as abordagens da justiça produzem soluções
para garantir uma justiça social sustentável, protegendo a natureza, o clima e as
pessoas. Neste sentido, a participação em todas estas demandas se faz hiper
necessária, sob o ônus de aprofundar as mazelas, e não as soluções.
As transições nas condições efetivamente climáticas ou socioambientais
devem ser concretas para deterem um poder amparado na riqueza de alguns, na
aplicação de políticas equivocadas ou imperfeitas, ou mesmo, a inexistência destas,
que afetam a todos de forma desigual. A visibilidade nos processos de tomada de
decisão, protegendo a "voz de grupos minoritários negligenciados", tornam as
desigualdades sistêmicas nos campos ambiental, social, econômico e legal por
gerações. Assim, analogicamente, observa-se a manutenção da distorção do
princípio do poluidor-pagador, segundo o qual, os danos devem ser assumidos pelos
poluidores e, jamais, entre os usuários que são vítimas nesta lógica perversa de
degradação da qualidade socioambiental, como contextualizam Bostan e Özvan
(2022).
No sistema brasileiro, a atuação do poder local, desenvolvida diretamente
pelos municípios nos termos das competências constitucionais, detém autonomia e
governança suficientes para implementação de estratégias próprias para efetivar
seus planejamentos e suas ações condizentes com orçamento e execução.
A manutenção de um sistema que ignore as vulnerabilidades sem oposição às
injustiças gera a ilegalidade e irresponsabilidade passível de punição ampla nos
âmbitos administrativo, civil e penal para os gestores públicos. Por que não
compartilhar as soluções possíveis para considerar suas viabilidades?
A Constituição Federal de 1988 elevou o Brasil à categoria de um estado amplo
e repleto de possibilidades participativas nos mais variados cenários. Com as
mudanças climáticas e a necessidade de uma transição urgente para o alcance do
equilíbrio socioambiental, a participação efetiva da sociedade é uma condição
necessária e útil para todos os processos de resiliência e adaptação à esta realidade
que compromete o meio ambiente, a qualidade de vida, os sentimentos e a
dignidade dos seres vivos envolvidos.
Pavimentar estratégias e ampliar a inclusão torna-se um dos maiores desafios
do neoliberalismo e da sustentabilidade, sendo relevante ressaltar a consideração
das particularidades da região em análise, a exemplo do caso de Barbalha, para ter
sucesso nos planejamentos, nas discussões e nas decisões, sob pena de prejudicar
os efeitos planejados em virtude de ações que foram puramente replicadas sem
considerar obstáculos e demandas próprias.
Uma forma de pensar nas estratégias para o município de Barbalha é trazer a
abordagem policêntrica da governança climática, a qual engloba quatro recursos
básicos: a) auto-organização - empoderamento das unidades de governança com
autonomia, enquanto capacidade de elaborar regras próprias, e com a
não-dominação de atores/grupos uns pelos outros -, b) condições específicas do
local - incluindo competências e preferências dos e interação entre atores envolvidos
-, c) experimentação e aprendizagem - ampliação das possibilidades de alternativas
e de arranjos institucionais - e d) confiança - superação de impasses na cooperação
(DORSCH; FLACHLAND, 2017, p. 51-52).

Estratégia, perspectiva e metodologia aplicável - do setor privado para o


coletivo
A análise de decisão multicritérios (ADMC, ou MCDA na sigla em inglês) pode
ser definida como um conjunto de métodos de apoio à tomada de decisões em que
dois ou mais critérios são considerados simultaneamente e de forma explícita. Esse
tipo de análise é apropriada para questões envolvendo múltiplas decisões
encadeadas (multi estratificadas) ou a participação de profissionais de múltiplas
áreas (multidisciplinares). ADMC é especialmente relevante quando os diferentes
pontos de vista sobre uma determinada decisão conduzem a resultados conflitantes
(AZEREDO, 2016).
Como explica Azeredo (2016), a MCDA teve seu início na década de 1960,
associada ao desenvolvimento da teoria dos jogos na área da economia e
ingressado à uma área de extrema interligação com demandas para todos os atores
sociais - a saúde - de forma gradual depois de meados dos anos 2015, fortificando o
apoio à tomada de decisões, em especial, decisões de risco-benefício relacionadas
a medicamentos para fornecer orientação de melhores práticas emergentes na sua
implementação nas decisões (MARSH et al., 2016; GARCIA-HERNANDEZ, 2015).
O aproveitamento de metodologia com múltipla participação de atores na
tomada de decisão favorece a construção de um ambiente mais adequado à sua
interdisciplinaridade com demandas essenciais à sociedade como saúde,
saneamento ambiental, cultural e economia. Neste sentido, a participação se torna
elemento muito importante para construção de uma sociedade que encontre suas
soluções com o maior comprometimento possível dos sujeitos que podem criar as
estruturas (gestores públicos) e dos que sofrem os seus efeitos (sociedade em
geral), sem desprezar o meio no qual estas condições são realizadas (recursos
ambientais). As mudanças climáticas ensejam uma ação literalmente local para que
tenha-se as perspectivas de adaptação global.
A partir de um estudo de caso de um município localizado no semiárido
nordestino do Brasil - Barbalha/CE, caracterizado pela constante batalha de
adaptação climática - antes mesmo desta demanda se tornar global, é possível
considerar que, sem a participação efetiva de forma interdisciplinar e integrada, as
eventuais soluções ainda podem se demonstrar distantes da concretização da
valorização dos sujeitos e de seus recursos. Na tomada de decisão amparada na
discussão e participação coletiva criada por múltiplas ações com múltiplos atores, o
bem-estar e a qualidade digna se constroem.
Segundo os artigos 105 e 106 da Lei Orgânica do Município de Barbalha, foi
criada a Tribuna Popular na Câmara Municipal, na qual “Qualquer pessoa do público
poderá usar da palavra para sugerir, protestar, reivindicar ou elogiar, desde que
tenha sido inscrita anteriormente” e “nenhuma obra municipal terá seu serviço
iniciado, sem o prévio orçamento do seu custo divulgado com antecedência para o
público tomar conhecimento, contendo também, a origem dos recursos”
(BARBALHA, 2005).
Note-se que o ator de maior inter-relacionamento necessário para esta
perspectiva não necessariamente deverá ser um agente público. A liderança social
tem papel intrínseco às soluções porque gera a confiabilidade, a transparência, a
accountability e o comprometimento para favorecer a fortificação da governança em
sua essência, provocando os resultados esperados e com possibilidade de
capilarização na região. Desta forma, argumenta-se que a concentração da
participação social pode ser o “ponta-pé” para que as capacidades regionais se
apresentem. Com isso, uma rede de multi-atores se amplia e novas metodologias de
integração para tomada de decisões podem ser fomentadas para além da constante
e exclusiva espera de soluções governamentais.
A participação é o maior desafio. Tornar possível a sensibilização convertida
em conscientização dos atores no processo como um todo demanda tempo,
treinamento e culturalização. Com ela, a resiliência física converge para a
construção da cidadania, com valorização das vozes, das vontades e o debate
democrático para a adaptação de uma realidade cada vez mais presente com as
mudanças climáticas que afetam direta e indiretamente todas as formas de vida no
planeta.

Caracterização do estudo de caso do poder local: participação social, ODS e


tomada de decisão no município de Barbalha/CE
De acordo com a Resolução CONDEL/SUDENE nº 150, de 13 de dezembro de
2021, Barbalha se caracteriza como município de clima semiárido por atender aos
seguintes critérios:
[...] a) precipitação pluviométrica média anual igual ou inferior a 800 mm
(oitocentos milímetros); b) Índice de Aridez de Thorntwaite igual ou inferior a
0,50 (cinco décimos de inteiro); e c) percentual diário de déficit hídrico igual
ou superior a 60% (sessenta inteiros por cento) considerando todos os dias
do ano. (SUDENE, 2021).

O referido município, conforme menção anterior, está localizado no extremo sul


do Estado do Ceará, região Nordeste do Brasil, geograficamente distante do centro
de decisão governamental em Fortaleza - capital do Estado -, tal como se observa
na figura 1. O território possui 608,158 km² de extensão e a população estimada é
de 61.662 pessoas (IBGE, 2023).

Figura 1 - Localização geográfica da capital e de Barbalha/CE

Fonte: Elaborado pelos autores utilizando o programa QGIS.


Segundo o artigo 3º da Lei Municipal nº 2.140/2014, o Sistema Municipal de
Meio Ambiente é composto pelos seguintes integrantes: Autarquia do Meio Ambiente
e Sustentabilidade de Barbalha - AMASBAR -, Conselho Municipal de Defesa do
Meio Ambiente - COMDEMA -, organizações da sociedade civil que tenham a
questão ambiental entre seus objetivos e outras secretarias e autarquias afins do
Município (BARBALHA, 2014).
De acordo com informações atuais, vinculados à prefeitura municipal de
Barbalha, existem sete conselhos: Assistência Social, Direitos do Idoso, Direitos da
Criança e do Adolescente, Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência, Políticas
Públicas Sobre Drogas, Segurança Alimentar e Nutricional e Direitos das Mulheres
(BARBALHA, 2022).
Entretanto, ainda que exista previsão legal para a participação nas discussões
e decisões políticas, incluindo aquelas que tratam da aplicação de recursos,
nenhuma publicação nos veículos de comunicação da prefeitura foi encontrada
dando transparência a ações realizadas com participação da sociedade civil, assim
como não foram encontrados registros da atuação de um conselho direcionado ao
meio ambiente, combate às mudanças climáticas ou desertificação, o que amplia a
preocupação com a real integração das comunidades às quais ações, políticas e
projetos/programas públicos se direcionam.
Ao buscar por dados referentes à exposição a riscos e à vulnerabilidade no
município junto ao Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres
Naturais - CEMADEN -, responsável por contabilizar a população exposta em área
de risco a inundações, enxurradas e deslizamentos, não foram encontrados dados
publicados sobre Barbalha (IBGE, 2023), sendo importante lembrar que a região
Nordeste possui a característica de alternância entre períodos de chuvas e secas
intensas.
Levando em consideração o que foi abordado até aqui sobre a importância não
apenas da participação integrada como também da importância de dados concretos
e de informações seguras para dar base sólida às discussões que fundamentam as
decisões adotadas, adiciona-se mais um ponto sensível à preocupação e dificuldade
de como conhecer e categorizar riscos, vulnerabilidades, elementos
fortes/características positivas para superação dos desafios e criação de
oportunidades possíveis.
Como forma de tentar estabelecer um panorama sobre as características do
município, foram coletados os dados da avaliação atual do Índice de
Desenvolvimento Sustentável das Cidades – Brasil, apresentados na figura 2.

Figura 2 - Situação dos ODS em Barbalha

Fonte: IDSC-BR (2023).

O único dos ODS atingidos é o 9, em relação ao qual investimento público em


infraestrutura por habitante e participação dos empregos em atividades intensivas
em conhecimento e tecnologia foram os indicadores com desempenho superior ao
patamar mínimo exigido para o alcance do objetivo. Os demais ODS possuem, entre
indicadores alcançados, domicílios com acesso à energia elétrica (ODS 7), unidades
de conservação de proteção integral e uso sustentável e grau de maturidade dos
instrumentos de financiamento da proteção ambiental (ODS 15).
Por outro lado, também possuem outros indicadores que ainda estão expostos
a significativos/grandes desafios, como: proporção de estratégias para gestão de
riscos e prevenção de desastres naturais (ODS 13), doenças relacionadas ao
saneamento ambiental inadequado e perda de água (ODS 6), vulnerabilidade
energética (ODS 7) e grau de estruturação das políticas de transparência (ODS 16).
Os indicadores mencionados foram escolhidos em virtude da aproximação com as
discussões alinhadas no caso em tela. É preciso acrescentar que:
O aumento da temperatura associado à mudança do clima é capaz de
aumentar a evapotranspiração, aumentando a perda de água no solo,
dificultando o armazenamento (ARM), isto no diz que com baixas
precipitações a água se tornará escassa, aumentando o déficit hídrico, e por
consequência prejudicando o desenvolvimento regional (SANTOS et al.,
2017, p. 4).

Nesse sentido, observa-se a importância das informações geradas por


sistemas de classificação climática, com o intento de contribuir "para o planejamento
agrícola e tomada de decisão pelos produtores" (MATOS et al., 2018, p. 883-884).
Tornam-se fontes para amparar a fundamentação teórica e prática a nortear diálogos
acerca dos desafios e das propostas de soluções de enfrentamento à questão
climática.
Como outro caminho possível para a participação social além dos conselhos,
existe o Fórum Cearense de Mudanças Climáticas, Biodiversidade e de Combate à
Desertificação - FCMCBCD -, sobre o qual foram colacionados parte dos artigos do
seu Regimento Interno (CEARÁ, 2015) que guardam conexão com o tema em
questão:
Art. 4º A participação das organizações não-governamentais como
membros do Fórum serão sugeridas por comissão criada no Fórum,
indicada pela plenária do Fórum e aprovada posteriormente em Plenária.
Parágrafo único - As Instituições, designadas como membros do Fórum,
deverão indicar seu representante e respectivo suplente por meio de Ofício
dirigido ao Presidente.
Art. 9º [...] III- Os convidados e quaisquer interessados poderão participar
das reuniões da plenária com direito a voz, sendo que apenas os membros
inscritos nos termos do Art.3º, terão direito a voto
Art.14. Compete à Câmara Técnica: I - criar Grupos de Trabalho conforme
demanda específica;
[...] §1º A participação nas Câmaras Técnicas do Fórum Cearense de
Mudanças Climáticas, Biodiversidade e Combate à Desertificação, é aberta
a todos os interessados.

Especificamente quanto à presença e participação de comunidades


barbalhenses no fórum, em nível estadual, e quanto à integração entre órgãos e
sobre a participação social, a exemplo da Secretaria de Meio Ambiente e Recursos
Hídricos e da Autarquia do Meio Ambiente e Sustentabilidade, em âmbito municipal,
além de não haver informações nos sites dos entes públicos barbalhenses, foi feita
tentativa de contato por outros veículos de comunicação como telefone e redes
sociais, entretanto, não houve retorno, demonstrando problemas na garantia de
transparência da atuação e comunicação dos órgãos públicos e na articulação com
a sociedade civil na tomada de decisões para a governança local, principalmente as
que se alinham com as discussões climáticas.
Diante disso, urge questionar como é feita a publicidade de dados e
informações para a população, como é possível estabelecer um diálogo. Sem a
participação fomentada pela justiça socioambiental por meio de políticas públicas de
inclusão, percebe-se que os resultados dos efeitos das mudanças climáticas criam
uma tendência a tornar a vulnerabilidade certa, não incerta.
Em outras palavras, é urgente estimular a participação, criando canais de
comunicação e pontes para reduzir a distância entre as instâncias de governo que
concentram o poder de decisão em torno de políticas que repercutem nas
comunidades e entre as próprias instâncias locais e as comunidades residentes, as
quais, pelo que se pode compreender, com frequência, estão afastadas do seu
espaço de fala e da defesa de direitos inerentes a elas. Para o caso de Barbalha,
tais considerações repercutem na proposta de aplicação do método ELECTRE.
Um dos métodos da MCDA, o Elimination and choice expressing the reality,
mais conhecido como ELECTRE ou Eliminação e escolha expressando a realidade,
é baseado na ponderação de alternativas a partir da agregação de preferências, que
se fundamenta na análise comparativa entre critérios estabelecidos - muitas vezes,
heterogêneos -, os quais são organizados por ordem de compatibilidade ou de
afastamento com o objetivo pretendido (CINELLI; COLES; KIRWAN, 2014, p.
140-142).
Nesse modelo, é também possível atribuir um peso para cada critério
considerando novos tipos de informações coletadas, de modo que, mesmo que seja
estabelecida uma ordem/ranking, os critérios mais importantes para alguns em um
determinado momento podem ser os que ficaram por último, enquanto que, em
outros, os critérios no início da lista podem ser os mais relevantes (FIGUEIRA; ROY,
2002, p. 317-322).
Kiker et al. (2005, p. 104) defendem que "A tomada de decisão ambiental
bem-sucedida em ambientes complexos dependerá da extensão em que 3
componentes-chave estão integrados no processo: pessoas, processos e
ferramentas.", formando então uma espécie de modelo sistemático de decisão,
traduzido na figura 3, no qual articulam-se fatores de análise de alternativas para as
demandas que insurgem.
Figura 3 - Modelo sistemático de decisão

Fonte: Adaptado de Kiker et al. (2005, p. 105).

Diante de tais argumentos e bases que sustentam a tomada de decisões em


uma governança local, em refletindo sobre como os métodos multicritérios poderiam
ser aplicados em Barbalha, tem-se que a participação social, para além das
previsões normativas no ordenamento jurídico pátrio e internacional, poderia
agregar, no âmbito prático, em fóruns, comitês e conselhos municipais, estaduais,
regionais e nacionais, na presença em comissões e audiências em âmbito
legislativo, incluindo os de natureza multitemática, e na criação de uma base de
dados acerca da temática socioambiental, que seria mantida mediante a cooperação
entre administração pública e comunidade, local e científica, valorizando
conhecimentos e experiência local da população, a qual convive em maior
proximidade com os desafios e, portanto, com grande propriedade para somar com
segurança nos processos decisórios.
A natureza multitemática ou multidimensional é defendida mais uma vez
tendo em vista que foi verificado que, dentre órgãos públicos existentes, a
participação social em ampla escala é mínima, especialmente em nível municipal,
sendo necessário que os órgãos não apenas defendam mas sejam pautados em
uma visão sistemática que agregue variados critérios que se desdobram do meio
ambiente para saúde, promoção de qualidade de vida, geração de renda a partir de
práticas sustentáveis e combate às mudanças climáticas, por exemplo.
É estabelecida sinergia ao promover na prática a concretização das
disposições normativas por incorporar, nas práticas públicas, o reconhecimento da
importância das discussões sobre múltiplos pontos de vista e, principalmente, do
posicionamento por parte dos que são impactados com as decisões adotadas nessa
governança multinível, nesse envolvimento entre pessoas, processos e ferramentas.
A sustentabilidade, bem como a falta dela, caracteriza e influencia as
condições de bem-estar objetivo e de qualidade de vida às quais, muito embora
todos estejam sujeitos, grupos mais vulneráveis figuram em maior exposição. Dito
isto, as discussões em torno da tomada de decisões que se direcionam para o meio
ambiente no campo árido e semiárido, como é o caso em tela, demandam
obrigatoriamente o engajamento comunitário para ser eficaz pois, apenas dessa
forma, é que se tem maiores chances de reduzir, senão eliminar, as vulnerabilidades
socioambientais desses povos.
Pode-se compreender que o nível de vulnerabilidade e o cenário de racismo
ambiental tendem a ser maiores ou menores na proporção da participação social na
governança local. Isto porque, quando são promovidas mudanças geradas pelas
arenas de discussão e decisão que contém maior participação, colocando em pauta
múltiplas variáveis em relação aos temas abordados, prospecta-se que será
ampliada a eficácia das ações promovidas, reduzindo as vulnerabilidades
socioambientais e gerando os impactos positivos tanto na perspectiva democrática
quanto no exercício de direitos. E desta forma, minimizar, a partir das estratégias
implementadas, as injustiças ambientais advindas da distribuição desigual dos
reflexos das mudanças climáticas.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Como finalização da contextualização, argumentação e demonstração dos
pontos pontos tratados neste artigo, considere-se articuladamente o seguinte:
1) a governança deve se concretizar com as garantias da ampla
transparência, participação social, eficiência e efetividade, permitindo
democraticamente a atuação de múltiplos atores da sociedade civil
organizada e governamental;
2) estratégias implementadas com experiências de vários setores podem
colaborar para ampliar a participação e motivar a governança, desafiando
os atores e as organizações nesta tarefa cotidiana e necessária para
qualidade de todas as formas de vida;
3) municípios vulneráveis podem se valer de estratégias inovadoras para
combater as injustiças sociais e fortalecer a resiliência contra o racismo
ambiental estrutural imposto pelo distanciamento das tomadas de
decisões; e
4) as mudanças climáticas são inevitáveis diante das ações antropocêntricas
realizadas e as políticas públicas não devem se furtar às soluções
intertemporais e intergeracionais nos termos da Constituição Federal de
1988 (BRASIL, 1988), sob pena de aprofundar o racismo e as
vulnerabilidades socioambientais.

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